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“Sorgo ganha espaço sem competir com milho e reforça renda do produtor”, diz Abramilho

O sorgo deixou de ser visto apenas como cultura secundária e hoje desponta como opção estratégica para o produtor rural. Segundo Daniel Rosa, diretor técnico da Associação Brasileira dos Produtores de Milho e Sorgo (Abramilho), a cultura não rivaliza com o milho, mas o complementa, sobretudo em áreas e janelas de plantio onde o cereal não se encaixa.
“É unânime entre os produtores essa mudança de mentalidade. Antes o sorgo era tratado como cobertura, mas agora o produtor vê como opção real de renda. Ele não compete com o milho, ele entra onde o milho não cabe, em regiões com escassez hídrica”, explica ao Direto ao Ponto desta semana.
Desde maio de 2024, a Abramilho passou a incluir o sorgo em sua denominação, mudança que reflete a ascensão do grão como uma cultura importante para o país.
O avanço também tem reflexos no mercado internacional. Depois da assinatura do protocolo de exportação entre Brasil e China, em 2023, faltava apenas a etapa sanitária para consolidar a liberação das vendas do sorgo brasileiro ao país asiático.
Foi nesse contexto que técnicos chineses estiveram no Brasil recentemente, conforme Daniel, em missão coordenada pela Abramilho com apoio do Ministério da Agricultura. Eles vistoriaram lavouras em Goiás e Minas Gerais e também unidades de beneficiamento, avaliando as práticas de cultivo e limpeza de grãos.
“O que mais me chamou a atenção foi ver sorgo sendo plantado debaixo de pivô, com alta qualidade. Isso mostra que o produtor está realmente investindo”, destaca Rosa.
Com produtividade crescente e custo de implantação menor, o sorgo tem garantido boa rentabilidade. “Eles tão satisfeitos porque é uma cultura que não precisa de grande investimento e ela responde bem a adubação. E é essa coisa que está mudando na cabeça dos produtores, de que se você investir, ele vai te dar o retorno que você está esperando”, diz.
O uso do grão para etanol, ração animal e alimentação humana amplia as possibilidades de mercado, fortalecidas ainda pela abertura comercial com a China.
Perda de eficiência das biotecnologias no milho
Apesar dos avanços tecnológicos, os produtores ainda enfrentam preocupação com a perda de eficiência das biotecnologias no milho. “Essa é uma das principais queixas. A biotecnologia está perdendo eficácia e, ao mesmo tempo, apesar do Brasil ter processo ágil de aprovação, ficamos reféns de outros mercados”, avalia o diretor técnico da Abramilho.
Ele cita a demora de países como China e União Europeia, que podem levar de cinco a dez anos para aprovar uma nova tecnologia. “Ao mesmo tempo que o produtor reclama com razão da perda da biotecnologia, as empresas acabam ficando de mãos atadas sem poder colocar um produto novo no mercado, porque ainda não foi aprovado no mercado consumidor”.
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Congresso de Agronomia: produtividade com sustentabilidade

A engenharia agrônoma e toda a cadeira produtiva do agro brasileiro volta o foco para Maceió, Alagoas, a partir deste dia 14 de outubro, para difundir conhecimento, inovação e experiências que pretendem moldar o futuro da agronomia no Brasil. Em sua trigésima quarta edição, o Congresso Brasileiro de Agronomia – CBA 2025 – tem como tema Produtividade com Sustentabilidade.
Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), através da Sociedade dos Engenheiros Agrônomos de Alagoas (Seagra) realiza o evento com 6 salas temáticas simultâneas, mais de 65 palestras e painéis, mais de 300 trabalhos científicos apresentados, 130 palestrantes especialistas entre eles, Roberto Rodrigues, ex-ministro da agricultura e embaixador da FAO para o cooperativismo, falando sobre o tema: O Engenheiro Agrônomo do Futuro, e Aldo Rebelo, ex-ministro, que falará sobre “A Importância do Engenheiro Agrônomo para a Segurança Alimentar”.
Entre os temas também figuram os debates, trabalhos e exposições do evento a nanotecnologia e robótica para agricultura sustentável, startups e inovação no campo, agronomia como protagonista da transição energética, políticas públicas, e muito mais.
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Aprosoja-MT pede revisão na MP que renegocia dívidas rurais

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) cobrou do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a revisão dos critérios de acesso ao crédito rural previstos na Medida Provisória nº 1.314/2025, que renegocia dívidas rurais.
A entidade enviou ofício à pasta defendendo que os bancos possam avaliar individualmente os pedidos de produtores, com base em comprovação técnica de perdas, sem restrições territoriais impostas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Critérios territoriais e impacto no campo
Publicada em setembro, a MP 1.314/2025 criou linhas de crédito com juros subsidiados entre 2% e 6% ao ano para produtores que tiveram perdas em duas ou mais safras entre 2020 e 2025 por causa de eventos climáticos extremos. As regras do CMN, no entanto, limitam o acesso aos produtores localizados em municípios listados pelo Ministério da Agricultura, de acordo com percentuais médios de perdas apurados pelo IBGE.
Para a Aprosoja-MT, o critério desconsidera casos de perdas comprovadas fora desses recortes estatísticos. A entidade afirma que a medida acaba excluindo agricultores que enfrentaram seca, excesso de chuva e queda nos preços da soja e do milho, comprometendo a viabilidade econômica das propriedades.
“Produtores com laudos técnicos e comprovação de prejuízos deveriam ter o mesmo direito ao crédito equalizado. O objetivo é garantir fôlego financeiro para continuar produzindo”, afirmou Diego Bertuol, diretor administrativo da Aprosoja-MT.
Endividamento e burocracia
Dados do Banco Central mostram que cerca de 15% da carteira de crédito rural de Mato Grosso, o equivalente a R$ 14 bilhões, está em atraso ou renegociação. Segundo a Aprosoja, o cenário reforça a necessidade de juros acessíveis e prazos adequados, conforme previsto na MP.
Bertuol também destacou a burocracia e as exigências excessivas como entraves ao crédito rural. “A demora nos processos, a falta de recursos e as altas garantias exigidas impedem o acesso às linhas emergenciais. Em muitos casos, bastaria o alongamento das dívidas com carência e prazos adequados para evitar a falência de produtores”, afirmou.
Pedido de revisão
A entidade solicita que o Mapa reavalie as normas complementares e autorize expressamente as instituições financeiras a realizarem a análise individualizada dos pedidos de crédito, conforme a comprovação técnica das perdas. Para a Aprosoja-MT, o foco da MP deve permanecer em atender produtores em situação de vulnerabilidade, independentemente da localização geográfica.
Caso os critérios não sejam revistos, produtores afetados por secas, chuvas intensas e incêndios podem ser obrigados a renegociar suas dívidas em linhas de mercado, com juros superiores a 16% ao ano, o que, segundo a entidade, aumentaria o risco de insolvência no campo.
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Agricultura regenerativa cresce no Cerrado e melhora resultados nas lavouras

O Cerrado brasileiro passa a ganhar protagonismo na agricultura regenerativa. O projeto Regenera Cerrado, iniciativa do Fórum do Futuro em parceria com universidades e empresas, concluiu a primeira fase em setembro, abrangendo mais de 8 mil hectares de fazendas no sudoeste de Goiás.
Durante essa etapa, foram validadas práticas que diminuíram o uso de insumos químicos, como fertilizantes (-20%), fungicidas (-30%) e inseticidas (-50%), ao mesmo tempo em que aumentaram o uso de bioinsumos e técnicas de controle biológico, mantendo a produtividade das culturas de soja e milho.
O projeto também monitorou serviços ecossistêmicos, como a preservação de polinizadores, mostrando aumento de produtividade próximo a áreas de mata nativa, e melhorias na estruturação do solo e na mitigação de gases de efeito estufa.
Agora, a segunda fase do Regenera Cerrado, iniciada em outubro, ampliará o estudo para cinco pilares: saúde do solo e da água, práticas agrícolas regenerativas, conservação da biodiversidade, produção de alimentos seguros e sustentáveis e fortalecimento do mercado regenerativo.
O objetivo é coletar dados integrados sobre solo, biodiversidade, polinização, carbono, fitossanidade e qualidade dos grãos, consolidando evidências para ampliar a adoção de práticas regenerativas em todo o país.
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