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Embrapa promove congresso que discute inovação e sustentabilidade na cultura do arroz

De 12 a 15 de agosto de 2025, o 13º Congresso Brasileiro do Arroz Irrigado acontecerá em Pelotas, no estado do Rio Grande do Sul. Promovido pela Sociedade Sul-Brasileira do Arroz Irrigado (Sosbai) e pela Embrapa, com a participação da Epagri, Irga e das principais universidades do estado, como UFPel, UFRGS e UFSM, o evento reunirá cerca de 700 participantes e oferecerá uma programação técnica focada em pesquisa, genética, mercado, clima e insumos para o arroz irrigado.
Entre as presenças de destaque está a pesquisadora da Embrapa Soja, Mariangela Hungria, premiada este ano com o World Food Prize, conhecido como o Nobel da Agricultura. Ela apresentará seu trabalho sobre bioinsumos no Brasil, enfatizando processos microbianos que promovem o crescimento das plantas e a fixação biológica do nitrogênio. Com mais de 500 publicações técnico-científicas e 30 prêmios, Mariangela é uma autoridade reconhecida na área.
No dia 14 de agosto, Mariangela participará do painel “Desafios e Oportunidades para o Uso de Bioinsumos em Arroz Irrigado”, onde abordará avanços da biotecnologia do solo para tornar o país mais independente de insumos importados, com produtos sustentáveis e produzidos localmente. Segundo ela, “o uso de bioinsumos representa uma oportunidade única para a agricultura brasileira se desenvolver de forma sustentável e inovadora”.
Além desse painel, o congresso discutirá o mercado nacional e europeu do arroz, os avanços no melhoramento genético para resistência a pragas e doenças, e os impactos das mudanças climáticas na produção irrigada. O encontro também terá a conferência magna com o engenheiro Paulo Hermann, referência no agronegócio brasileiro.
Voltado a pesquisadores, técnicos, professores, produtores e estudantes, o congresso promove a troca de conhecimento e fortalece o setor orizícola brasileiro, com foco em inovação e sustentabilidade.
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com incertezas geopolíticas, Brasil assume protagonismo no mercado global

O mercado global de soja atravessa um momento de elevada incerteza, marcado por tensões geopolíticas crescentes e mudanças profundas nas rotas de comércio internacional. O embate entre Estados Unidos e China — os dois players mundiais da oleaginosa — tem gerado um impasse relevante, com reflexos diretos sobre os preços, os prêmios e a competitividade entre as origens exportadoras.
China ausente do mercado americano
Desde maio, a China praticamente interrompeu suas compras de soja norte-americana, redirecionando a demanda quase que exclusivamente para o Brasil. Essa mudança estrutural tem provocado forte desvalorização nos preços da soja nos Estados Unidos e pressionado as margens dos produtores locais, que enfrentam custos elevados e uma Bolsa de Chicago (CBOT) com tendência persistentemente baixista.
O cenário é agravado por recentes movimentos do presidente Donald Trump, que tem aventado novas tarifas sobre produtos chineses e discutido restrições no comércio de terras raras. Contudo, no campo da soja em grão, os chineses têm se mantido firmemente abastecidos pela safra brasileira, reduzindo de forma significativa sua dependência do produto americano.
Brasil domina a janela americana
Embora em setembro o impacto ainda fosse limitado, a ausência chinesa no mercado dos EUA passou a ser mais sensível a partir de outubro — meses tradicionalmente considerados o pico das exportações norte-americanas. Entre janeiro e setembro, o Brasil já exportou mais soja para a China do que em todo o ano de 2024, um avanço de aproximadamente 12% sobre o volume embarcado no mesmo período do ano anterior, e ainda restam janelas de embarque até dezembro.
Para os Estados Unidos, a perda de competitividade nesse período crítico tende a se refletir em revisões nos estoques e em uma maior pressão sobre os preços futuros em Chicago. Além disso, o país enfrenta o problema adicional do shutdown governamental, que tem atrasado a divulgação de dados oficiais sobre colheita, oferta e exportações — deixando o mercado sem referências fundamentais justamente no meio da safra.
Brasil como protagonista
Enquanto isso, o Brasil assume de forma cada vez mais consolidada o papel de principal fornecedor global de soja. Os line-ups indicam mais de 102 milhões de toneladas já comprometidas para exportação, com potencial de atingir 107 milhões até o fim do ano. Esse volume recorde tem sustentado os prêmios nos portos brasileiros, especialmente em outubro, mês que promete quebrar a sazonalidade tradicional de desaceleração no final do ano.
Mesmo com a força atual das exportações, o país deve encerrar o ciclo com estoques de passagem mais confortáveis, próximos de 6 milhões de toneladas, um avanço em relação
a 2024. Contudo, a manutenção dessa condição dependerá da continuidade das compras chinesas.
Perspectivas para 2026: pressão de oferta e ajuste de preços
O horizonte para 2026, entretanto, aponta para uma mudança significativa no equilíbrio do mercado. O Brasil pode colher uma safra recorde de até 180,8 milhões de toneladas, o que, somado a estoques mais altos nos Estados Unidos, tende a gerar um cenário de oferta abundante e prêmios sob pressão. Nos portos brasileiros, os prêmios hoje positivos para a safra nova podem rapidamente se tornar negativos à medida que o volume de oferta aumenta entre março e maio.
Essa dinâmica, combinada a uma possível cotação abaixo de US$ 10,00 por bushel na CBOT, deve resultar em recuos importantes nos preços físicos durante o primeiro semestre de 2026.
O mercado de soja entra em um novo ciclo de realinhamento global, no qual o Brasil se consolida como principal origem da oleaginosa, mas também se torna mais vulnerável às flutuações de demanda e às oscilações geopolíticas. O comportamento da China nos próximos meses e o ritmo da colheita americana serão determinantes para definir se o atual equilíbrio se manterá — ou se novas correções de preço virão pela frente.
*Rafael Silveira é economista com pós-graduação em Finanças, Investimento e Banking pela PUC-RS. É especialista em mercados agrícolas na consultoria Safras & Mercado, com ênfase em estratégias de investimento e gestão de risco em commodities
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Estado brasileiro registra safra recorde na produção de soja; saiba qual

Com a colheita finalizada, a safra de soja 2025 em Goiás registrou produção recorde de 20,1 milhões de toneladas, crescimento de 18,6% em relação ao ano anterior. Um dos fatores responsáveis pelo resultado foi a ampliação de 2,3% na área plantada, que proporcionou elevação de 16% na produtividade, passando de 3.424 kg/ha para 3.971 kg/ha.
Os dados, divulgados pelo Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que o estado se mantém entre os três maiores produtores de grãos do país.
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Soja e outras culturas
O destaque da soja na agricultura goiana é reforçado pelo avanço tecnológico e pelo desempenho dos produtores rurais. Além da oleaginosa, outras culturas também devem apresentar crescimento em 2025. O feijão (3ª safra) deve registrar aumento de 14,7% na produção, o milho (2ª safra) tem previsão de alta de 23,6%, e o trigo pode crescer 33,6%, com rendimento médio 25,7% superior ao do ciclo anterior.
Protagonismo do sorgo
O sorgo segue como uma das principais culturas do estado e Goiás continua sendo o maior produtor nacional do grão. Com isso, o IBGE projeta mais uma safra recorde, com alta estimada de 20,0% na produção, podendo chegar a 1,8 milhão de toneladas. A expansão de 11,3% na área plantada deve gerar aumento de 7,9% no rendimento anual.
Para o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Leonardo Rezende, os números são resultados da força do agronegócio goiano. “O impacto positivo de políticas públicas voltadas à inovação, à assistência técnica e à ampliação do acesso a crédito como o FCO Rural, que de 2019 até agora aprovou mais R$4,4 bilhões nas culturas destacadas no levantamento do IBGE”, destacou.
Rezende complementa: ”E muito além disso, Goiás tem produtores comprometidos e estrutura de apoio que contribui para o crescimento de toda a cadeia produtiva”, detalhou.
Cana-de-açúcar
Além dos grãos, a estimativa para a cana-de-açúcar também é promissora, podendo atingir 85,5 milhões de toneladas, avanço de 7,5% sobre 2024, com aumento de 15,6% na área plantada.
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Com mais de 80% dos fertilizantes importados, Comissão debate reativação de fábricas nacionais

A Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional da Câmara dos Deputados (Cindre) realiza na próxima terça-feira (21) uma audiência pública para discutir o Plano Nacional de Fertilizantes e a necessidade de reativar as fábricas de fertilizantes nitrogenados na Bahia e em Sergipe.
O debate foi solicitado pelo deputado João Daniel (PT-SE) e será realizado a partir das 9h30, em plenário a ser definido.
Atualmente, mais de 87% dos fertilizantes usados pela agricultura são importados. “A crise global de insumos agrícolas, agravada por conflitos internacionais e instabilidades logísticas, evidenciou a vulnerabilidade do setor produtivo brasileiro”, afirmou João Daniel.
O Plano Nacional de Fertilizantes busca reduzir a dependência externa, dando competitividade e sustentabilidade à produção brasileira, e contribuindo para a segurança alimentar dos brasileiros.
A audiência também deve avaliar o papel desse plano na promoção do desenvolvimento regional, geração de empregos e estímulo à indústria nacional.
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