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limão, banana e a coragem de seguir se reinventando

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Cultivar limão e banana de maneira consorciada se tornou uma alternativa promissora para o produtor Cláudio Antônio Brustolin, que encontrou na assistência técnica e gerencial o incentivo que precisava para seguir adiante, com mais segurança e motivação.

Aos 70 anos, o produtor mantém a rotina no campo com entusiasmo. Filho de agricultores, ele nasceu em Caxambu do Sul, próximo a Chapecó, em Santa Catarina, e carrega desde a infância a paixão pela vida rural. “A minha origem é toda ela baseada na agricultura”, diz ele ao Senar Transforma desta semana.

A propriedade onde vive essa nova fase da produção foi adquirida em 1999, em Várzea Grande, região da Baixada Cuiabana. “Aqui essa área é pequena, são 75 hectares e não existia nada. Era um cerrado fraco”. Apesar das limitações, ele viu ali uma oportunidade. “Por teimosia ou não, eu comecei a trabalhar nela. Não tinha nada, nem acesso à estrada”.

No início, investiu na horticultura, mas as dificuldades de comercialização o fizeram mudar o foco. “O comércio aqui em Cuiabá da horticultura não era muito bom. Mesmo sendo em pequena quantidade, os produtores familiares vendiam a um preço bem irrisório. Então, para quem investe um pouquinho mais alto, não compensa”.

Foto: Israel Baumann/Canal Rural Mato Grosso

Do limão à banana: a força da diversificação

Foi a partir daí que a fruticultura ganhou espaço na Estância Caxambu. “Comecei com o limão. Eu gosto de fazer tudo meio consorciado. É o coco, a graviola, aí entrei depois com a ata também”.

Hoje, o carro-chefe da propriedade é o limão taiti, que ocupa parte importante do pomar. “Eu não tinha tradição em produzir nem limão, nem laranja, citrus nenhum. A gente foi aprendendo, fazendo, errando e acertando”.

Com o tempo e a prática, ele passou a dominar técnicas essenciais. “Desde a escolha da muda, a preparação da cova, as podas do limão e a adubação que exige. Através da análise do solo você vai saber o quê que você vai pôr no pé de limão”.

A irrigação, segundo Cláudio, é um manejo indispensável. “Se não tiver água, infelizmente ele não produz praticamente nada”. Além disso, permite colher mesmo em períodos de menor oferta no mercado. “O limão é uma planta fantástica, porque com água e alimentando ela, ela produz o ano inteiro”.

Mas não foi só o limão que encontrou terreno fértil na Estância Caxambu. A banana, que quase havia sido deixada de lado, voltou com força à propriedade graças à chegada da assistência técnica.

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Foto: Israel Baumann/Canal Rural Mato Grosso

“Eu já plantava banana, a tradicional daqui do Mato Grosso, a Farta Velhaco. Não estava dando rendimento muito bom. As mudas não eram selecionadas, não eram assim muito boas”.

Tudo começou com um convite de um amigo, que preside o Sindicato Rural de Nossa Senhora do Livramento. “Ele falou: ‘Agora temos um negócio que vai te agradar.’ Aí eu botei fé no negócio. Existe agora o antes e o depois do Senar”.

Após o convite, o produtor passou a receber visitas técnicas do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar Mato Grosso em fruticultura. “Hoje nós temos uma assistência completa deles, uma atenção especial, com mudas selecionadas que é fundamental no início. São mudas muito boas e a produção já deu para ver o resultado”.

Assistência técnica e futuro promissor

O trabalho ganhou força com a chegada do engenheiro agrônomo Douglas de Araújo Gonzaga, responsável pelo atendimento técnico. “Ela transforma vidas, né? Transforma vidas, porque o conhecimento é algo que ninguém tira de você. E trabalhar com conhecimento da agricultura é algo que gera desenvolvimento”.

Douglas logo percebeu o cuidado do produtor com cada etapa. “Seo Cláudio é um agricultor muito cuidadoso. Ele pega todas as mudas, faz um processo de enraizamento, um berçário, prepara a aclimatação e só depois traz para o campo”.

A propriedade recebeu a variedade BRS Terra-Anã, desenvolvida pela Embrapa. “Ela produz em torno de oito meses após o plantio. Como elas já vieram para cá já parte desenvolvidas, a gente pode observar que já tem vários cachos apontando”.

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Foto: Israel Baumann/Canal Rural Mato Grosso

De acordo com o técnico de campo do Senar Mato Grosso, a variedade é bastante exigente. “Ela precisa de no mínimo 25 litros de água por dia”.

A área que recebeu o bananal foi equipada recentemente com sistema de irrigação, essencial especialmente no período seco. “Uma planta sem estresse é uma planta que produz mais”.

Além da irrigação, o cronograma de adubação também foi ajustado. Além disso, o solo da propriedade, com pedregulho, também exigiu adaptações. “O plantio da bananeira não é uma cova convencional de 40 por 40. Ele fez aqui a cova funda. E aí na cova funda ele implantou a banana”, explica o técnico à reportagem do Canal Rural Mato Grosso.

Para Cláudio, a assistência técnica fez toda a diferença. “Eu era um leigo nesse assunto. Mas desde a preparação da cova, da adubação orgânica, que é fundamental, tudo isso ele orientou a gente. Eu fui fazendo. E tem dado certo”.

A empolgação é tanta que ele já pensa em ampliar. “Hoje deve ter 450 pés, mas eu já adquiri mais mudas novas, diretamente do laboratório. Estão preparadas para futuramente jogar no chão. E vou continuar plantando. Não sei até onde vai, mas pelo resultado que tá tendo, não vou parar”.

O consórcio com o limão será mantido, afirma o produtor. “Enquanto eu puder plantar e tiver condições de molhar, eu vou pôr banana. Consorciado, né, com limão, que não vou abandonar”.

O técnico de campo do Senar Mato Grosso reforça que utilizando os espaçamentos adequados, o consórcio entre a banana e o limão dá certo, sim. “A banana Terra-Anã tem um porte menor, então ela consegue se adaptar nas entrelinhas do limão. Mas é necessário bastante água”.

Para o técnico, o futuro da propriedade é promissor. “Agora nós estamos transitando para que a banana seja o carro-chefe da propriedade. O limão vai deixar de ser o protagonista para a banana assumir esse papel. É um futuro promissor”.

E o “seo” Cláudio compartilha da mesma visão. “Eu acho que vai ser um grande bananal. Estou feliz, satisfeito, porque é uma coisa que eu pleiteava há muitos anos. Não só eu. Acredito que a grande maioria dos produtores poderiam produzir bem mais e com retorno, fixando mais o agricultor na terra, se tivesse uma assistência. A assistência técnica é fundamental. Sem ela, a gente fica nadando e morrendo na praia”.

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Business

MT terá voos extras para SP durante 4 meses

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Voos extras serão realizados entre o Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, e o Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, entre dezembro de 2025 a março de 2026. A informação foi divulgada pela Latam Airlines Brasil, nesta terça-feira (5).

De acordo com a companhia aérea, o período de verão é de alta temporada e o aumento de voos facilita o acesso dos viajantes mato-grossenses a mais de 50 destinos no Brasil e mais de 20 em outros países, por meio de conexões em São Paulo. Desde dezembro do ano passado, o Aeroporto Marechal Rondon também opera voos internacionais.

Entenda abaixo como irá funcionar a frequência de voos entre Cuiabá e Guarulhos (SP):

  • De 1° de dezembro de 2025 a 28 de março de 2026: cinco novas frequências semanais às segundas, quartas, sextas, sábados e domingos;
  • De 16 de dezembro de 2025 a 12 de fevereiro de 2026: duas novas frequências às terças e quintas, somando sete frequências semanais nesse período.

A rota, que já possui regularmente 28 voos semanais, irá chegar a um total de 35 com as frequências extras.

Segundo a Latam, com os 35,4 mil assentos extras somados à operação regular, até 303 mil pessoas devem ser transportadas entre a capital mato-grossense e São Paulo, incluindo dois voos diários de Cuiabá à Congonhas (SP).

A companhia aérea opera ainda a rota direta entre Sinop e Brasília, com voos diários.

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Agro Mato Grosso

GreenFarm 2025 terá Espaço da Inovação em parceria com AgriHub em setembro

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A edição 2025 da GreenFarm contará, pela primeira vez, com um espaço dedicado à tecnologia e ao empreendedorismo rural: o Espaço da Inovação. Fruto da parceria entre o Grupo Farmers e o AgriHub, o ambiente reunirá mais de 15 empresas do ecossistema agropecuário que atuam com soluções voltadas para diversas necessidades atuais no cenário rural, como a rastreabilidade bovina, ESG, comercialização de produtos, controle de pragas e gestão de processos em empresas do agro. O evento, que chega à sua segunda edição, será realizado de 17 a 20 de setembro, no Parque Novo Mato Grosso, em Cuiabá-MT.

Segundo Randala Lopes, idealizadora da feira, o novo espaço marca um avanço na consolidação da GreenFarm como um local de motivação e criação de ideias aplicadas ao campo. “O Espaço da Inovação será um dos destaques do Pavilhão de Expositores. Em parceria com o AgriHub, vamos receber startups que estão moldando um novo futuro para o agro. Elas terão a oportunidade de apresentar suas soluções e tecnologias diretamente ao mercado”, afirma.

Entre as empresas já confirmadas estão: Gado Certo, FertiHedge, Arroba Plus, upCampo e NoFlame. Para Erika Segóvia, gerente de inteligência e novos negócios do AgriHub, a iniciativa amplia o alcance das startups e posiciona o evento como uma vitrine de inovação. “A GreenFarm possibilita a exposição de tecnologias a um público estratégico, como produtores, investidores e parceiros comerciais, além de promover o compartilhamento de experiências, acelerando a adoção de inovações no campo”, destaca.

Além da apresentação de soluções, o Espaço da Inovação será voltado à geração de conexões. “A parceria com a GreenFarm amplia a atuação do AgriHub ao proporcionar um ambiente privilegiado para as nossas ações e para a expansão das soluções das startups residentes”, reforça a gerente do AgriHub.

 

Hackathon “Celeiro dos Campeões” leva inovação acadêmica ao evento
A programação voltada à inovação contará também com o Hackathon “Celeiro dos Campeões”, promovido pela Faculdade de Agronomia e Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso (FAAZ/UFMT). A competição reunirá equipes multidisciplinares formadas por estudantes, pesquisadores e profissionais das áreas de ciências agrárias, tecnologia da informação, administração, entre outras, com o desafio de desenvolver soluções tecnológicas para o setor agropecuário.

“A ideia é trazer uma pegada de inovação aplicada ao agro, dentro de um espaço de discussão e desenvolvimento prático de ideias que dialoguem com os pequenos, médios e grandes produtores”, explica o professor João Costa Júnior, coordenador do projeto. Com cerca de 24 horas de imersão e mentoria, o hackathon premiará as três melhores equipes com dinheiro, mentorias e certificações. A equipe vencedora receberá o prêmio de R$6 mil e a grande oportunidade de apresentar sua proposta no palco principal da feira e, ainda, para possíveis investidores que podem atuar como suporte financeiro para o desenvolvimento dos projetos.

Ainda de acordo com o coordenador do projeto, o desafio será intenso e realizado durante três dias, em uma área reservada da GreenFarm, com o objetivo de criar uma solução para um problema real visto atualmente na produção pecuária ou agrícola. “Serão diversas etapas que exigem conhecimento criativo, trabalho em equipe e comunicação, entre outros pontos. Além disso, como o desafio pode ser na área animal ou vegetal, é importante que as equipes se preparem com profissionais de todas as áreas”, orienta o professor João Costa Júnior.

As inscrições para o hackathon estão abertas até 9 de setembro, no site www.celeirodoscampeoes.com.br, onde também estão disponíveis o regulamento, os critérios de avaliação e a premiação para as três equipes com melhores colocações.

Inovação como eixo estratégico da GreenFarm 2025

A criação do Espaço da Inovação faz parte de uma estratégia maior da GreenFarm para fortalecer a conexão entre academia, mercado e produtores, estimulando o empreendedorismo rural e o crescimento de novas soluções tecnológicas.

“O Espaço da Inovação nasce com o propósito de aproximar quem desenvolve tecnologia de quem aplica no campo. Queremos dar visibilidade e apoio para que boas ideias se tornem negócios viáveis, prontos para investimento e adoção pelo mercado”, conclui Randala Lopes.

A GreenFarm é organizada pelo Grupo Farmers e já se consolidou como uma das principais feiras de inovação e negócios dedicadas ao agronegócio na região Centro-Oeste e a maior da baixada cuiabana. Em 2024, o evento movimentou mais de R$100 milhões em negócios, com público de 10 mil pessoas e visitantes de seis países. A meta para 2025 é ampliar esses números e oferecer ainda mais oportunidades ao setor.

A programação deste ano inclui ainda exposição de animais, leilões de equinos e bovinos, painéis e palestras técnicas. Outro destaque será o encerramento do Circuito Fazenda Rosa, além de ações voltadas à piscicultura em parceria com a AQUAMAT.

O evento será encerrado, no dia 20, com o Festival Rústico, que contará com seis horas de open food e show nacional com o cantor Ralf.

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Comercialização da safra 24/25 de soja chega a quase 79%

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A comercialização da safra 2024/25 de soja no Brasil alcançou 78,4% da produção estimada até o dia 5 de agosto, segundo levantamento da consultoria Safras & Mercado. O número representa avanço em relação ao mês anterior, quando o percentual era de 69,8%, com dados de 4 de julho.

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Apesar da evolução mensal, o ritmo segue abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, quando 82,2% da produção já estava comprometida. A média dos últimos cinco anos para o período é ainda maior, de 85,7%. Considerando a atual estimativa de safra em 171,93 milhões de toneladas, o volume já negociado chega a 134,87 milhões de toneladas.

Safra de soja 25/26

Para a safra 2025/26, a comercialização antecipada segue em ritmo ainda mais lento. Até o início de agosto, apenas 16,8% da produção projetada foi negociada, o equivalente a 30,28 milhões de toneladas, com base na previsão de uma colheita de 179,88 milhões de toneladas.

O percentual é inferior à média histórica para o período, que é de 26,8%, e também ao ritmo observado no mesmo período do ano passado, quando 22,5% da safra futura já havia sido comercializada. Em relação ao relatório anterior, de julho, houve leve avanço. Na ocasião, o índice estava em 16,4%.

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