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Na capital nacional do agro, jovens líderes de Mato Grosso ajudam a transformar o agro

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No coração da BR-163, um novo capítulo da história do agro brasileiro tem sido escrito por jovens líderes que aliam gestão técnica, sucessão familiar e representatividade institucional. No programa “Diálogos no Campo”, da 9ª temporada do Projeto Mais Milho, realizado na Fazenda Dois Irmãos, em Sorriso (MT), três vozes representativas do setor se reuniram para discutir os rumos da produção agrícola, os desafios da rentabilidade e o futuro da governança rural em Mato Grosso.

Ao lado de Glauber Silveira, o encontro reuniu Diogo Damiani, presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Nathan Beluso, diretor financeiro da Aprosoja-MT e o anfitrião Eduardo Bedin, produtor rural e gestor do Grupo ABF.

Em comum, os três compartilham uma trajetória marcada por raízes familiares no campo e uma atuação protagonista na organização do setor.

“Sou da terceira geração aqui no município. Assumir a presidência do Sindicato Rural é uma honra e uma responsabilidade, principalmente, diante do cenário desafiador que vivemos, com aumento de custos, reforma tributária e a necessidade constante de interlocução com o governo e o sistema financeiro”, contou Damiani.

Com apenas 30 anos, Damiani representa uma virada geracional no comando de uma das entidades mais influentes da região. Fundado há 30 anos, o Sindicato Rural de Sorriso já teve dez presidentes. Um sinal claro de rotatividade e modernização institucional.

“A gente aprendeu desde cedo que precisa fazer conta, acompanhar custo de produção e estar presente nas discussões que impactam o setor”, enfatizou.

Nathan Beluso também é um dos expoentes dessa nova safra de líderes. Economista de formação e nascido em Cuiabá, ele integra uma família que desde os anos 1980 planta em Sorriso e Novo Ubiratã.

“Hoje a gente cultiva mais de três mil hectares com irrigação, soja, milho, arroz e feijão. E também pecuária. A pressão tributária e regulatória é crescente, por isso entidades como a Aprosoja-MT e os sindicatos são fundamentais para manter o setor forte e articulado”, reforçou Beluso.

Beluso é claro ao apontar o que chama de “ameaças silenciosas”: encarecimento do crédito rural, insegurança sobre a reforma tributária e concentração dos recursos em grandes grupos. “As linhas de financiamento anunciadas muitas vezes são capturadas por quem já está mais estruturado. O pequeno e o médio produtor ficam à margem”.

Anfitrião do encontro, Eduardo Bedin representa uma geração que cresceu junto com a cidade. Nascido no Paraná, mudou-se para Sorriso com a família em 1987. Formado em Agronomia, com foco em gestão, Bedin comanda ao lado dos irmãos o Grupo ABF, uma empresa familiar que aposta em alta tecnologia, planejamento e divisão clara de funções.

“Eu cuido do operacional, meu irmão das finanças e minha irmã do jurídico e RH. A gente discute muito, sim. Mas é da divergência que surgem as melhores decisões”, pontuou.

A lavoura de milho que serviu de cenário para o programa é reflexo dessa visão. “Começamos a colheita com 185 sacas por hectare, limpo e seco. Esperamos fechar com média de 170. É uma produtividade alta, mas que só vem com muito investimento. Nosso custo efetivo está entre 110 e 120 sacas por hectare, então margem existe, mas exige gestão e precisão”.

A atual safra foi marcada por um plantio tardio de soja iniciado apenas na segunda quinzena de outubro, o que empurrou o milho para fora da janela ideal. Ainda assim, as boas chuvas e as temperaturas mais amenas durante o desenvolvimento favoreceram o ciclo.

“Tivemos um comportamento climático muito melhor que o do ano passado. Isso salvou muita lavoura”, observou Damiani.

Apesar disso, o clima econômico é de cautela. “O custo operacional médio no estado já encosta em 112 sacas, e a pressão por mais impostos deve crescer com a reforma tributária. É fundamental que o produtor tenha controle do seu custo e saiba travar preços quando há oportunidade”, alertou o presidente do sindicato.

O etanol de milho, tema recorrente em algumas regiões de Mato Grosso, também foi destaque na conversa.

“Se não fossem as usinas de etanol instaladas na região, não estaríamos plantando esse milho todo. Elas criaram um mercado regional, reduziram o custo logístico e deram liquidez ao milho da safrinha. Mas como todo setor, também tem limite. É preciso planejamento para não gerar excesso de capacidade industrial”, afirmou Bedin.

Cooperativismo e associativismo também foram elogiados como pilares do agro sustentável. “Faço parte de uma cooperativa que meu pai ajudou a fundar. A gente compra melhor, vende melhor e ainda tem benefícios fiscais. E a Coopersol, que começou como um sonho, hoje é realidade”, disse Bedin.

Ao final do encontro, os três reforçaram a importância de manter o produtor informado, representado e tecnificado. “O agro não pode mais ser amador”, resumiu Nathan. “Tem que ser gestão, tem que ser política, tem que ser técnica”.

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Lavar ovos antes de guardar? Saiba por que esse hábito é um erro

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Você costuma lavar ovos antes de colocar na geladeira? Apesar de parecer uma atitude correta, esse hábito pode comprometer a segurança alimentar. Ao lavar a casca antes do armazenamento, você remove a película protetora natural do ovo, facilitando a entrada de microrganismos.

A recomendação é clara: só lave o ovo na hora de usar — e com água corrente, sem esfregar!

Por que não lavar os ovos antes de guardar?

Os ovos possuem uma película invisível que protege contra a contaminação. Quando você lava os ovos logo após a compra e os guarda assim, essa camada é removida e aumenta o risco de bactérias penetrarem pela casca porosa.

Foto: Interligados – Canal Rural | Linha de produção de ovos

Na indústria avícola, existe um processo seguro de higienização, com controle de temperatura, produtos e etapas de secagem. Já em casa, esse controle não existe — por isso, a melhor opção é evitar qualquer lavagem prévia.

Como saber se o ovo ainda está fresco?

Uma dica prática que pode evitar o consumo de alimentos vencidos e aumentar a segurança na sua cozinha, bem simples:

  • Coloque o ovo em um copo com água.
  • Afundou? Está fresco.

O que fazer na hora de usar?

Se for lavar o ovo, faça isso somente no momento do uso, com água corrente e sem esfregar. Esponjas ou escovas podem provocar microfissuras na casca, o que também favorece a entrada de patógenos.

Evite contaminações cruzadas: lave as mãos e os utensílios após manusear ovos crus.

Armazenar ovos corretamente é uma forma simples de proteger a saúde da sua família. Além de conservar o alimento, você evita riscos invisíveis à sua rotina.

🎥 Assista ao vídeo completo no Instagram do Canal Rural e compartilhe essa dica com quem ainda comete esse erro comum.

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Café brasileiro luta para se encaixar na lista de exceções à tarifa dos EUA

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Com o anúncio oficial sobre as tarifas de 50% para produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, feito nesta quarta-feira (30) em decreto assinado por Donald Trump, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) afirmou que seguirá em tratativas com seus pares norte-americanos, como a National Coffee Association (NCA).

O objetivo será que o produto passe a integrar a lista de exceções elaborada pela Casa Branca, a exemplo do suco de laranja, das castanhas, minérios, aviões, produtos celulósicos e de madeira.

“Na relação comercial cafeeira entre EUA e Brasil, as nações são imprescindíveis uma à outra, uma vez que os cafés brasileiros representam uma fatia superior a 30% do mercado cafeeiro norte-americano, sendo o principal fornecedor ao país, ao passo que os EUA respondem por 16% das exportações do produto nacional, sendo o principal destino de nossas exportações”, diz a nota do Cecafé.

O Conselho ressalta que o café também é de suma relevância aos Estados Unidos, haja vista que 76% do povo norte-americano consome a bebida. Além disso, estudos mostram que a população do país gasta cerca de US$ 110 bilhões em café e itens relacionados (US$ 301 milhões por dia) ao ano.

De acordo com estudo conduzido pela Technomic, em 2022, o café é responsável por mais de 8% do valor de toda a indústria de serviços alimentícios no país da América do Norte.

“A indústria cafeeira norte-americana sustenta mais de 2,2 milhões de empregos no país, gerando mais de US$ 101 bilhões em salários, o que beneficia todos os estados e comunidades locais. Além disso, a cada US$ 1 que os EUA importam de café, são injetados outros US$ 43 na economia norte-americana, fazendo com que o setor movimente US$ 343 bilhões ao ano, montante que representa 1,2% do PIB dos Estados Unidos”, sustenta a nota do Cecafé.

“Diante da relevância do café aos consumidores e à economia norte-americana, entendemos que se faz necessária a revisão da decisão de taxar os cafés do Brasil – ato que implicará elevação desmedida de preços e inflação, uma vez que esses tributos serão repassados à população americana no ato da compra –, medida pela qual seguiremos trabalhando junto a nossos parceiros nos Estados Unidos, de maneira que consigamos lograr êxito no sentido de, ao menos, o café ser incluído entre os produtos que fiquem isentos da tributação de 50%”, finaliza o texto do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil.

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Receita com vendas internas de máquinas agrícolas cresce 20,4% no primeiro semestre

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As vendas internas de máquinas agrícolas renderam R$ 5,526 bilhões em junho. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o valor é 10,4% maior do que o mesmo mês do ano passado. Nos primeiros seis meses do ano, foram R$ 28,890 bilhões, uma alta de 20,4%.

A receita com exportações teve avanço de 10,9% em junho ante maio, somando US$ 137,06
milhões. No primeiro semestre do ano, foram US$ 746,26 milhões. Já a receita líquida total, somou US$ 6,286 bilhões em junho, uma queda de 3,6% frente ao mês anterior. Nos primeiros seis meses de 2025, atingiram US$ 33,199 bilhões, um avanço de 20,7%.

Veja em primeira mão tudo sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no Google News!

Em unidades, as vendas internas de tratores e colheitadeiras subiram 11,1% em junho. No mês, foram 4.953 unidades, contra 4.460 em junho de 2024. No acumulado de 2025, as vendas internas somam 25.066 unidades, alta 19,1% ano a ano. As exportações mensais tiveram baixa de 22,2%, passando de 559 para 435 unidades. As vendas externas caíram 13,5% em 2025, somando 2.349 unidades.

Colheitadeiras

Especificamente, foram vendidas 367 unidades de colheitadeiras em junho de 2025, 63,8% acima das 224 unidades de maio. No mesmo mês de 2024, foram 255 unidades, uma alta de 43,9%. No acumulado de 2025, a alta é de 6,7%, somando 1.472 unidades.

As exportações de colheitadeiras somaram 24 unidades em junho, contra 13 unidades em maio e 41 unidades no mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, são 143 unidades exportadas, 35% abaixo das 220 em igual momento de 2024.

Tratores

Para os tratores, foram vendidas internamente 4.586 unidades, 1,7% acima de maio e 9,1% do mesmo período do ano passado. No acumulado de 2025, o avanço é de 20%, somando 23.594 unidades.

As exportações de tratores somaram 411 unidades em junho, contra 524 unidades em maio e 518 unidades no mesmo mês do ano passado. No acumulado do ano, são 2.206 unidades exportadas, 11,6% abaixo das 2.496 unidades em igual momento de 2024.

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