Agro Mato Grosso
Pesquisa coloca Mato Grosso entre estados pioneiros no registro da doença conhecida como “paracoco”

No Brasil, apenas seis estados adotam notificação compulsória da doença fúngica que afeta trabalhadores rurais
Mato Grosso é um dos seis estados brasileiros que realizam a notificação compulsória dos casos de Paracoccidioidomicose (PCM), conhecida popularmente como “paracoco”, uma doença fúngica infecciosa que afeta trabalhadores rurais expostos ao solo. A prática, ainda rara no Brasil, garante aos pacientes tratamento gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e coloca o estado entre os pioneiros no enfrentamento da doença.
Além de Mato Grosso, apenas Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso do Sul, Rondônia e, desde abril deste ano, São Paulo notificam oficialmente o Ministério da Saúde sobre os casos da doença.
Segundo a pesquisadora Rosane Hahn, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o registro das notificações é fundamental para garantir acesso ao tratamento. “O tratamento não é barato. Com as notificações sendo registradas, acionamos o Ministério da Saúde para oferecer medicamento gratuito ao trabalhador rural”, explica.
Com mestrado e doutorado sobre a PCM, Rosane lidera um projeto de pesquisa voltado ao diagnóstico precoce da doença em agricultores familiares da Baixada Cuiabana. A iniciativa conta com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa de Mato Grosso (Fapemat) e apoio da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf-MT), na captação dos produtores e produtoras nas regiões mapeadas.
A pesquisa inclui palestras de conscientização e coleta de sangue em comunidades rurais de Cuiabá, Várzea Grande, Chapada dos Guimarães, Santo Antônio do Leverger, Nossa Senhora do Livramento, Jangada, Acorizal, Barão de Melgaço e Poconé. A meta é examinar 500 agricultores. Até o momento, 260 já passaram pelos testes.
Na última semana, 20 trabalhadores da Associação de Agricultura Familiar da Mineira, no distrito do Aguaçu (Cuiabá), e outros 40 da Associação de Produtores da Gleba Resistência, em Santo Antônio do Leverger, participaram das coletas. O encerramento da pesquisa está previsto para setembro, e os dados coletados servirão de base para a publicação de um artigo científico com reconhecimento internacional.
A PCM pode afetar pulmões, pele, linfonodos, ossos, sistema nervoso central e até órgãos genitais. A contaminação acontece por meio da inalação de esporos do fungo presentes no solo. O grande desafio é o fato de que a doença pode permanecer assintomática por anos. “Por isso é importante a avaliação periódica. A detecção de anticorpos contra o fungo é uma forma indireta de fazer o diagnóstico precoce”, pontua Rosane Hahn.
Moradora do distrito do Aguaçu, a presidente da associação local, Alessandra Carneiro de Souza, afirma que nunca havia ouvido falar sobre a doença. “Fomos convidados a fazer o exame e fiquei assustada com o que ela pode causar. Nossa comunidade foi conscientizada sobre prevenção com o uso de máscara e o tratamento. Acho importante para nossa saúde”, afirmou.
O Hospital Universitário Júlio Müller, em Cuiabá, é a unidade de referência no estado para atendimento dos casos confirmados. Os agricultores diagnosticados com a doença serão encaminhados diretamente ao hospital, sem necessidade de passar por fila ou regulação.
Agro Mato Grosso
Setor de soja tem como desafio aumentar a produção com maior proteção ambiental

Especialistas acreditam que produtores conseguirão superar produtividade de 300 sacas por hectare
A produção global de soja precisará crescer nas próximas décadas para abastecer a cadeia de proteínas animais e garantir a segurança alimentar da população. Para isso, os produtores têm dois caminhos, aumentar a área plantada ou a produtividade por hectare. Mas isso precisa ser feito aumentando também a proteção ambiental, na avaliação de Tuneo Sediyama, professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e melhorista de plantas da Soygene.
“Não tenho dúvidas de que nós vamos conseguir superar a produtividade de 300 sacas por hectare, com mudanças que vão acontecer nos próximos anos”, afirmou Sediyama, considerado um dos principais nomes da pesquisa de melhoramento de soja.
A produtividade média atualmente é de 60,5 sacas por hectare. Ele citou como mudanças que vão acontecer no mercado de soja a adoção de manejo mais adequado com práticas de agricultura regenerativa, adoção de fertilizantes alternativos e de menor custo, uso de produtos biorreguladores mais eficientes, desenvolvimento de variedades mais tolerantes a adversidades climáticas, resistentes a pragas e doenças, com melhores níveis de fotossíntese e menos uso de fertilizantes, entre outras mudanças.
O engenheiro-agrônomo Romeu Afonso de Souza Kiihl, considerado o “pai da soja tropical”, responsável por desenvolver mais de 150 variedades de soja em 60 anos dedicados à área, disse ver um futuro muito interessante para o melhoramento genético da soja.
“Tem muita coisa para se fazer em soja. A quantidade de genes disponíveis nos bancos de germoplasma é gigantesca. Se tiver gente trabalhando, vamos fazer grandes progressos, porque as ferramentas disponíveis hoje são poderosas. Onde uns veem desafios eu vejo oportunidades”, afirmou Kiihl.
Kiihl citou como um dos desafios que podem ser resolvidos em breve é a questão da queda do teor de proteína da soja à medida que a planta cresce em produtividade.
Rodolfo Rossi, presidente da Associação da Cadeia da Soja Argentina (ACSoja), disse que na Argentina não há tantos questionamentos sobre desmatamento como no Brasil e, por isso, o país vê oportunidades para expandir a área plantada com soja e também de melhorar a produtividade com o desenvolvimento de novas variedades.
Em relação aos desafios do setor, Rossi cita a carga tributária alta e o desrespeito à propriedade intelectual, com grande volume de uso de sementes pirateadas.
“Por causa dos problemas com a propriedade intelectual, temos visto uma queda dos investimentos em melhoramento genético pelas empresas. O número de lançamentos também diminuiu. Falta uma política pública que promova a produção de forma mais sustentável”, disse Rossi.
Gerardo Bartolomé, presidente do Grupo Don Mario (GDM), considerou que o futuro do melhoramento da soja passa pela adoção de novas tecnologias, como uso de inteligência artificial, edição gênica, ciência de dados.
Silvia Massruhá, presidente da Embrapa, defendeu avanços na agricultura de baixo carbono. “Em 50 anos, o Brasil cresceu a área plantada em 140% e a produção de grãos em 580%. Nossa agricultura já é sustentável, temos agora que avançar na agricultura de baixo carbono”, disse.
Os executivos participaram da cerimônia de abertura do X Congresso Brasileiro da Soja 2025, realizado pela Embrapa Soja, em Campinas (SP) entre os dias 21 e 24 de julho.
*A Embrapa forneceu a hospedagem
Agro Mato Grosso
Governo do Estado apresenta resultados na Conferência Brasileira Clima e Carbono

Entre os estados da Amazônia Legal, Mato Grosso lidera com o maior percentual de ações de fiscalização e ou autorização sob a área de desmatamento, com uma média de 87% nos últimos 4 anos.
O Governo do Estado de Mato Grosso emitiu 20.483 autos de infração por desmatamento ilegal, exploração e incêndios florestais entre os anos de 2019 a 2024. O total de áreas embargadas nesse período foi de 1.932.943 milhão de hectares. Os resultados foram apresentados pela secretária de Estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, na III Conferência Brasileira Clima e Carbono (CBCC), que começou nesta terça-feira (22.7), em São Paulo.
“Pelo relatório do MapBiomas, Mato Grosso tem umas das melhores performances nacionais no combate ao desmatamento ilegal. Entre os estados da Amazônia Legal, Mato Grosso lidera com o maior percentual de ações de fiscalização e ou autorização sob a área de desmatamento, com uma média de 87% nos últimos 4 anos, bem acima da média nacional que foi de 54%”, enfatizou a secretária.
Durante a participação no painel “Redução do desmatamento e ação climática: compromissos e resultados”, a secretária de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso enfatizou que a mudança do uso do solo é um dos fatores que mais contribuem para as emissões em Mato Grosso, razão pela qual o combate do desmate ilegal está nas estratégias prioritárias de descarbonização do estado.
A secretária apresentou um ranking de produtividade do órgão ambiental na parte de fiscalização, monitoramento e responsabilização das infrações ambientais. Entre os anos de 2018 a 2021, o aumento do índice de produtividade da Sema foi de mais de 660%. Nos anos seguintes, a produtividade saltou de 3.804 em 2022 para 4.792 em 2024.
“Com a modernização da fiscalização ambiental ampliamos consideravelmente a atuação no combate aos crimes ambientais. Os resultados obtidos com a utilização das imagens e alertas do satélite Planet possibilitaram ao Estado de Mato Grosso o reconhecimento nacional com a conquista do primeiro lugar no Prêmio Brasil Mais”, acrescentou Lazzaretti.
Conferência
Com mais de 20 painéis distribuídos em dois dias, a III Conferência Brasileira Clima e Carbono (CBCC) foi dividida em dois grandes blocos temáticos: “Multisetorialidade e Ambição Climática”, nesta terça-feira (22), e “Oportunidades e Caminhos para Implementação do Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE)”, no dia 23 de junho.
“Programamos uma agenda fundamental para quem lidera a transição climática brasileira, unindo as visões de diferentes setores para construir um diálogo plural em direção à regulamentação eficiente do mercado. Entendendo o protagonismo brasileiro atual, com a realização da COP30, queremos proporcionar um ambiente único de enriquecimento e atualização sobre soluções climáticas”, avaliou Julie Messias, diretora-executiva da Aliança Brasil NBS, associação sem fins lucrativos dedicada a fortalecer as soluções baseadas na natureza (Nature-Based Solutions – NBS) no país.
Agro Mato Grosso
Dow apresenta portfólio de tecnologias para formulações agrícolas, com foco em bio-compatibilidade e performance para adjuvantes

Entre os destaques estão a linha de coformulantes POWERBLOX™ BC, voltado ao segmento de biológicos e soluções da linha XIAMETER™, com aplicações em defensivos, fertilizantes e adjuvantes tank-mix
São Paulo, julho de 2025 – A Dow, líder em ciência dos materiais, anuncia a expansão de seu portfólio de soluções para o agronegócio, com foco em tecnologias que elevam a compatibilidade e a performance das formulações agrícolas. Entre os destaques estão a linha de coformulantes POWERBLOX™ BC, desenvolvido especialmente para aplicações com biodefensivos, e os produtos da linha XIAMETER™, voltados ao uso em defensivos (formulações In-can e setor de biológicos), fertilizantes e adjuvantes tank-mix.
Tendências no campo
De acordo com o balanço da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em 2024, o Valor Bruto da Produção (VBP) Agropecuária do Brasil alcançou R$ 1,34 trilhão, ficando praticamente estável em relação a 2023. Os preços mais baixos dos produtos agrícolas mantiveram o VBP de 2024 no mesmo patamar do ano anterior. Nesse cenário, a busca por inovação se torna cada vez mais relevante, como estratégia que gera mais eficiência e produtividade das lavouras – por exemplo, uma publicação da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sobre a cultura da soja mostra que a produção aumentou 1000% em 50 anos com apenas 400% a mais de área, graças aos avanços científicos.
Vale destacar também que os biodefensivos emergiram como motor de inovação no agro brasileiro. Em 2024, ocorreu um recorde de 106 novos registros de defensivos biológicos aprovados pelo Ministério da Agricultura – 18% a mais que 2023, que teve cerca de 90 registros.
O gerente de Marketing da Dow para o setor agrícola na América Latina, Henrique Alves, destaca que a companhia trabalha em parceria com os formuladores para criar soluções que não apenas atendam às exigências regulatórias, mas também contribuam para o aumento da eficiência agronômica em diferentes condições de aplicação. “Transformamos o campo com soluções inteligentes que melhoram a performance e tornam a indústria mais eficiente com suas formulações”
Soluções que impulsionam o crescimento
Focada no avanço dos defensivos biológicos, a linha de produtos POWERBLOX™ BC é um novo portfólio de coformulantes agrícola que confere uma alta compatibilidade com inúmeras cepas, quando usada na formulação contribui para preservar a estabilidade e a eficácia de bactérias e fungos desde a etapa de formulação até a aplicação no campo.
Com ênfase na versatilidade, o portfólio POWERBLOX™ BC foi testado com uma ampla gama de microrganismos agrícolas, demonstrando elevada compatibilidade tanto com bactérias quanto com fungos. Ensaios conduzidos pela Dow, utilizando o método de luminescência HTR, evidenciaram excelente desempenho frente a cepas como Pseudomonas fluorescens e Azospirillum brasilense, entre outras.
Essa compatibilidade é crucial para assegurar a viabilidade da formulação final e garantir sua atividade até o momento da aplicação. Além disso, por ser composto por uma combinação estratégica de coformulantes, o POWERBLOX™ BC viabiliza formulações mais eficientes, alinhadas às exigências regulatórias e aos avanços da agricultura regenerativa.
Já a linha XIAMETER™ reúne superespalhantes e antiespumantes de silicones que potencializam o desempenho das misturas agrícolas, especialmente em aplicações foliares. Os superespalhantes XIAMETER™ promovem cobertura uniforme das folhas, otimizando a absorção de nutrientes e aumentando a eficácia dos defensivos. Os antiespumantes, por sua vez, asseguram o controle da formação de espuma durante o preparo e a aplicação das caldas, contribuindo para um processo mais seguro e eficiente.
A linha é compatível com diversos tipos de formulações — herbicidas, fungicidas, inseticidas e fertilizantes — e, ao combinar tensoativos especializados, tecnologias de aplicação avançadas e agentes compatíveis com uma ampla gama de ingredientes ativos, as soluções da Dow atendem às crescentes demandas do setor agrícola, promovendo lavouras mais produtivas, bem nutridas e com maior controle operacional.
“A linha XIAMETER™ reforça nosso compromisso em oferecer soluções que apoiam a eficiência no campo. Com superespalhantes e antiespumantes de silicone, ela contribui para uma aplicação mais uniforme e um preparo de calda mais controlado, além de ser compatível com diferentes tipos de formulações.” destaca Felipe Notário, gerente de Marketing para soluções de silicones no setor agrícola.
Dow no V Workshop sobre Adjuvantes em Caldas Fitossanitárias
As soluções POWERBLOX™ BC e XIAMETER™ serão apresentadas no V Workshop sobre Adjuvantes em Caldas Fitossanitárias, que acontece entre os dias 31 de julho e 1º de agosto, em Ribeirão Preto (SP). Promovido pelo Nedta da Unesp Jaboticabal, o evento é referência no setor e deve reunir mais de 500 profissionais, entre pesquisadores, técnicos, estudantes e representantes da indústria. Com essa participação, a Dow reafirma seu papel como fornecedora de soluções estratégicas para a indústria agrícola, focando na colaboração com formuladores de agroquímicos e agricultores.
Sobre a Dow
A Dow (NYSE: DOW) é uma das principais empresas de ciência dos materiais do mundo, atendendo a clientes em mercados de alto crescimento, como embalagens, infraestrutura, mobilidade e soluções de consumo. Nossa atuação global, integração e escala de ativos, bem como nosso foco em inovação, liderança em diferentes mercados e compromisso com a sustentabilidade, nos permitem alcançar crescimento rentável e contribuir para a construção de um futuro mais sustentável. Operamos em unidades fabris em 30 países e empregamos aproximadamente 36 mil pessoas. Em 2024, a companhia entregou aproximadamente US$ 43 bilhões em vendas. Referências à “Dow” e/ou à “Companhia” se referem à Dow Inc. e às suas subsidiárias. Saiba mais sobre a Dow e nossa ambição de sermos a empresa de ciênciados materiais mais inovadora, centradano cliente, inclusiva e sustentável do mundo acessando www.dow.com.
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