Tecnologia do Agro
Mestre Tomateiro: Como o Pequeno Produtor Aliomar se Tornou um Gigante da Basf

O engenheiro agrônomo Francisco Aliomar Albuquerque Feitosa, “seu” Aliomar, tem 70 anos e vive na Serra da Ibiapaba, também chamada de Chapada da Ibiapaba, um conjunto de planaltos na divisa entre os estados do Ceará e Piauí, a 350 quilômetros de Fortaleza. Entre 700 e 1.100 metros acima do nível do mar, de terras férteis, o lugar se tornou um polo de fruticultura, hortaliças, café, flores e produção de hortigranjeiros no Nordeste. “Seu Aliomar” se tornou um mestre tomateiro, embora seja um craque também em maracujá e pimentão há 40 anos. O tomate é a hortaliça mais consumida no país: 4 milhões de toneladas por ano.
“A revolução científica é impressionante. De quando comecei até aqui, tudo mudou e para melhor”, diz ele, com tomates na mão enquanto explica para a Forbes as evoluções que a cultura sofreu ao longo dos anos. “Antigamente produzíamos tomates grandes, redondos e muito saborosos, mas que duravam somente quatro dias.”
A expertise de Aliomar não passou despercebida para a gigante alemã de insumos químicos e biológicos Basf, que há 26 anos trouxe o produtor para seu time de consultores agronômicos em tecnologia de aplicação, uma das áreas mais sensíveis da produção de hortifrutis. E não ficou restrita à região da serra. Hoje, ele realiza, em média, 60 mentorias por ano, para produtores em todo o país.
Na semana passada, em uma madrugada fria na qual a temperatura chegou a 5 graus com geada, ele estava em uma plantação de tomates em Santo Antônio de Posse, município do interior de São Paulo. “Se esses tomates fossem cultivados em estufas, a geada não teria causado estrago e a produtividade não seria afetada”, disse. O tomate é uma cultura sensível a extremos climáticos e a estufa criaria um microclima ideal e permitindo produzir sem o impacto de chuvas e ventos fortes, por exemplo.
Mas não são somente as estufas que ajudam na produção. Para Aliomar, também estão entre os principais avanços no manejo as carreiras largas para passar máquinas, redução do número de plantas por hectare e a utilização de enxertia, técnica que confere resistência a doenças de solo ou pragas, aumenta as raízes da planta e provoca maior absorção de água e nutrientes, melhorando a produtividade.

Julia Maciel Aliomar começou a plantar tomates depois de uma tentativa mal sucedida de cultivar mandioca
Ensinar os produtores rurais a aplicar essas e outras práticas de manejo e utilizar defensivos agrícolas ou tecnologias de forma correta é parte do trabalho de consultor. “Às vezes, as informações ou inovações demoram a chegar, especialmente para os pequenos. Então, meu papel é visitar a propriedade, fazer o diagnóstico e oferecer a solução. Meu maior prazer é receber mensagens dizendo que eu os ajudei. É melhor do que ser agricultor”, diz ele.
De bancário à produtor de HF
Aliomar conta que seus pais até tentaram “fazer sua cabeça” para um concurso público e “ficar rico”. Mas, segundo ele, o que o deixou rico foi a agricultura. Com a influência do avô, aos 24 anos, começou a plantar mandioca na Chapada do Araripe, também no Ceará. “Foi a minha primeira cultura, mas desisti porque tinha pouco valor agregado”, disse. Depois, trabalhou em uma empresa familiar espanhola, que produzia e exportava frutas e hortaliças nos anos 1980. “Foi nessa empresa que aprendi a plantar tomate de verdade. Cheguei à conclusão que em vez de lucrar com o tomate para eles, ia fazer para mim mesmo”, afirma.
Aliomar possui 30 hectares de tomate em estufa, e cultivos a pleno sol, com maracujá em 18 hectares, pimentão em 8 hectares e 1 hectare de pepino. Apesar de sua propriedade não chegar a 100 hectares, ele é fornecedor de tomate para um grande nome, o Grupo Mateus, controlador de 277 lojas divididas entre atacarejos, supermercados, mercadinhos, empórios e conveniências no Norte e Nordeste. É o terceiro maior do setor, ficando atrás do Carrefour e Assaí, segundo a Associação Brasileira de Supermercados.
Hoje, com tantas viagens pelo Brasil, Aliomar divide as tarefas da lavoura com o filho, mas não pretende tirar as mãos da terra. “Agricultura é um vício. É fazendo ela que a gente aprende de verdade, aplica conceitos e vê se realmente funcionam. Foram esses aprendizados que me levaram à consultoria. Só vou parar quando o corpo não aguentar mais”, disse ele.
Lavoura experimental
Com 26 anos de experiência na Basf, Aliomar organiza sua agenda entre visitas a fazendas de produtores, palestras e consultorias nas instalações de desenvolvimento de soluções para HF da empresa. Uma delas é Estação Experimental Agrícola da Basf, que fica em Santo Antônio de Posse, onde estava na semana passada. Há outra estação em Goiás, estado forte na produção de tomate industrial.

Divulgação – Basf Estação Experimental Agrícola da BASF em Santo Antônio, no interior de São Paulo
A estação paulista é a mais importante do país, por estar localizada no chamado cinturão verde de São Paulo, com 78 municípios que abastecem de hortifrútis a sua região metropolitana. No Brasil, o setor de hortifruti movimentou em 2024 estimados US$ 25,8 bilhões (R$ 141,9 bilhões na cotação atual), em 2024, e deve chegar em 2029 com US$ 33,6 bilhões (R$ 183,4 bilhões), segundo a consultoria global Mordor Intelligence.
É por isso que aqueles tomates expostos à geada, dos quais Aliomar falava, não estavam lá por acaso, ou por falta de estufas. A estação da Basf tem 110 hectares de área, dos quais em 57 hectares, além de tomate, são cultivadas cebola, cenoura, batata, uva, pimentão e couve, mais café e citrus. É nessa área que a Basf realiza parte de testes para o desenvolvimento de inseticidas, fungicidas e herbicidas para o setor. O local também serve para testar sementes híbridas da Nunhems, marca global da Basf.
No caso dos bioinsumos, a multinacional faz as pesquisas na Alemanha e as tropicaliza para o Brasil. “O mercado de HF no Brasil é muito expressivo. O produtor de frutas e hortaliças está buscando cada vez mais inovação, o que justifica o investimento da empresa em tecnologias de melhorias, para garantir maior produtividade e comercialização”, diz Katty Corrente, líder de marketing para HF, café e cana da Basf Soluções para Agricultura.
A estação experimental no Brasil tem 44 anos – a empresa está no país há 114 anos – e recentemente realizou investimentos da ordem de 7,6 milhões de euros (R$ 48,6 milhões) na reforma dos laboratórios e em novos equipamentos para testes e estudos em inovações que tornaram frutas e vegetais mais doces ou com mais tempo de prateleira. No ano passado, a empresa faturou globalmente 63,5 bilhões de euros (R$ 407,7 bilhões). Em pesquisa e desenvolvimento foram 915 milhões de euros (R$ 5,88 bilhões).
Para Aliomar, aplicar em ciência vai garantir o futuro. “A evolução dos alimentos hoje corresponde às pesquisas que foram feitas há 10, 20 anos”, disse ele, que faz um alerta: “As tecnologias no setor estão mudando a cada dois anos. Isso vai obrigar o produtor a estudar. E eu também.”
Tecnologia do Agro
BASF tem nova gestão no marketing de herbicidas Latam

Maurício Feijo assume liderança estratégica da área após quase dois anos à frente dos sistemas produtivos
Com ampla experiência no setor de insumos agrícolas, Maurício Feijo (na foto) assume o cargo de gerente de Marketing Estratégico para Herbicidas na América Latina (Strategic Marketing Manager – Herbicides Latam) na BASF. O executivo já atua na companhia há mais de cinco anos e ocupava, até então, o posto de líder regional de Sistemas Produtivos (Regional Crop System Lead) para arroz e sistemas integrados na América Latina.
Engenheiro agrônomo formado pela Esalq/USP e com mestrado pela Texas A&M University, Feijo possui carreira consolidada no agronegócio, com atuação em empresas como Sumitomo Chemical, Nutrien e no Ministério da Agricultura, onde liderou equipes técnicas nas áreas de sanidade vegetal e insumos agrícolas.
Na BASF, além das funções anteriores em marketing estratégico, também esteve à frente do planejamento de médio e longo prazo para culturas como arroz e trigo, liderando estratégias de desenvolvimento de produtos, posicionamento de mercado e soluções conectadas.
Com a nova posição, Feijo assume a responsabilidade de liderar as estratégias de marketing para o portfólio de herbicidas na América Latina, com foco em inovação, gestão de ciclo de vida de produtos e aumento da competitividade regional.
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Novo fungicida para combater ferrugem asiática da soja I MT

“Oferece controle de amplo espectro e proteção contra cepas mutantes do fungo”
A empresa BASF deu início ao processo de registro do Adapzo® Active (Flufenoxadiazam), novo fungicida desenvolvido para enfrentar a ferrugem asiática da soja, uma das doenças mais severas que afetam a cultura na América do Sul. Segundo o Consórcio Antiferrugem, a doença pode causar perdas de até 90% se não controlada adequadamente. O novo ingrediente ativo foi submetido às autoridades regulatórias no Brasil e no Paraguai, com previsão de envio à Bolívia.
Desenvolvido especificamente para as necessidades dos agricultores sul-americanos, o Adapzo® Active é o primeiro inibidor de histona desacetilase (HDAC) do setor. Seu novo modo de ação contribui para o manejo da resistência de importantes doenças da soja, como a própria ferrugem e a mancha-alvo. A expectativa da empresa é que os produtos com essa molécula estejam disponíveis no mercado a partir de 2029.
“Usamos nosso profundo conhecimento da agricultura local e ouvimos cuidadosamente nossos clientes, desenvolvendo um ingrediente ativo adaptado às necessidades dos produtores de soja no Brasil, Paraguai e Bolívia”, diz Ademar De Geroni Junior, vice-presidente de Marketing Estratégico para a América Latina da BASF Soluções para Agricultura. “Com o Adapzo® Active, reafirmamos nosso compromisso com o desenvolvimento de uma agricultura sustentável, especialmente para os produtores de soja na América do Sul”, afirma.
Além de seu uso individual, o Adapzo® Active foi concebido para integrar o portfólio da BASF, potencializando resultados quando combinado com outras tecnologias. “Oferece controle de amplo espectro e proteção contra cepas mutantes do fungo, protegendo o potencial produtivo da soja”, destaca Ulf Groeger, vice-presidente de Pesquisa de Fungicidas da BASF.
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BASF aposta em inovação genética e manejo integrado na Hortitec

Empresa lança o tomate híbrido com alta resistência a doenças e soluções completas para citros, hortaliças e tubérculos
Terceiro maior produtor de frutas do mundo, o Brasil reforça sua relevância no cenário agrícola global ao sediar, entre os dias 25 e 27 de junho, a 30ª edição da Hortitec, maior feira de horticultura da América Latina , em Holambra, interior de São Paulo.
De olho nos desafios e nas oportunidades do setor, a BASF Soluções para Agricultura marca presença no evento com o lançamento do tomate híbrido Strongton®, desenvolvido para oferecer produtividade e resistência genética frente a importantes viroses.
“Queremos reforçar que por trás de cada fruta saudável que chega à mesa do consumidor, existe um conjunto de inovações no campo que começa ainda na escolha das sementes. O Strongton® oferece segurança ao produtor com resistência genética de ponta, qualidade superior e excelente apelo comercial”, afirmou Antonio Pierro, líder de desenvolvimento de produtos na Nunhems.
Além disso, a empresa apresenta um portfólio integrado de sementes, porta-enxertos, inseticidas e fungicidas voltado a culturas como tomate, batata e citros, reforçando seu compromisso com a inovação no campo. Também se destacam as soluções formuladas com o ingrediente ativo Revysol®, direcionadas ao controle de doenças em frutíferas e hortaliças, além do enfrentamento de desafios como o greening na citricultura.
“É essencial que o produtor tenha boas ferramentas em mãos porque em tempos de incertezas climáticas as plantas ficam mais vulneráveis a ataques de pragas, principalmente em períodos de calor intenso e baixa umidade. O Vinquo® chega como uma solução inovadora para apoiar os produtores com estes desafios no campo”, explicou Juliana Massoni, gerente de Marketing de Cultivos e Portfólio Hortifruti e Citros da BASF Soluções para Agricultura
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