Connect with us

Business

organização, estratégia e sucesso no campo

Published

on

A gestão no agronegócio deixou de ser um diferencial para se tornar uma necessidade. Mais do que plantar e colher, é preciso entender o negócio como uma empresa rural, com metas, indicadores, fluxo de caixa e estratégia.

Segundo Vanessa Sabioni, especialista em liderança e fundadora do Clube Agromulher, o primeiro passo para uma boa gestão é ter clareza sobre onde o produtor está e onde quer chegar.

“Muitos focam só na parte técnica, mas esquecem de anotar os dados e planejar com base neles”, afirma.

Os principais erros na gestão rural

Ainda é comum encontrar produtores que:

  • Não separam as finanças pessoais das da fazenda.
  • Não controlam o fluxo de caixa diário.
  • Tomam decisões com base em achismos, sem analisar dados.
  • Fazem compras sem planejamento.
  • Não integram a equipe na rotina de trabalho.

Essas falhas comprometem a saúde financeira e o crescimento da propriedade.

Boas práticas para transformar a propriedade rural

Vanessa compartilha dicas práticas para quem quer iniciar ou aprimorar sua gestão:

1. Controle de entradas e saídas

Anote diariamente receitas e despesas. A base de qualquer negócio é saber para onde vai o dinheiro.

2. Inventário de insumos

Mantenha controle de estoque. Saber o que já foi comprado evita desperdícios e gastos desnecessários.

3. Mural de tarefas e responsabilidades

Crie um quadro visível com tarefas e responsáveis. Isso melhora a comunicação e o engajamento da equipe.

4. Separar CPF e CNPJ

Misturar contas pessoais e empresariais é um dos maiores erros. Gestão profissional exige contas separadas.

5. Planejamento baseado em dados

Seja para aumentar produtividade ou investir em tecnologia, tudo precisa ser baseado em dados concretos.

O papel da tecnologia e das mulheres na gestão rural

Hoje, softwares de gestão agrícola ajudam desde a emissão de notas fiscais até o controle de talhões e previsão de safra.

“Começamos no caderno, passamos para a planilha e depois migramos para plataformas digitais”, explica Vanessa.

As mulheres no agro têm se destacado nesse movimento. Enquanto muitos homens seguem à frente da operação de campo, muitas mulheres têm assumido a liderança da gestão, inovação e estratégia das propriedades.

Gestão é para todos os tamanhos de propriedade

Engana-se quem pensa que apenas grandes propriedades precisam de gestão profissional. A eficiência produtiva pode ser muito maior em pequenas áreas com alto valor agregado, como cafés especiais ou hortifrúti orgânicos, do que em grandes fazendas com baixa lucratividade.

Mais do que tamanho, o que importa é a eficiência da gestão e o planejamento estratégico com os recursos disponíveis.

Continue Reading

Business

Aprosoja-MT diz que licenciamento ambiental trará agilidade para obras e produtores

Published

on

O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Costa Beber, defendeu nesta sexta-feira (18) a aprovação do projeto de lei que altera as regras do licenciamento ambiental no Brasil e disse que a medida representa um avanço para o desenvolvimento do país, especialmente em obras de infraestrutura e no campo. Em vídeo publicado nas redes sociais, o dirigente afirmou que o licenciamento atual é um entrave que “precisa ser destravado com responsabilidade”.

Segundo ele, projetos como o da Ferrogrão, que poderá evitar a emissão de mais de 3,4 milhões de toneladas de carbono por ano ao substituir o transporte rodoviário, dependem do novo marco legal para avançar. Beber também citou outras obras paradas ou dificultadas pelas exigências atuais, como asfaltamentos, estradas vicinais, hospitais e sistemas de saneamento básico.

“Obras estruturantes dependem desse PL para termos a mesma agilidade de países como os Estados Unidos, Europa e China”, disse.

O projeto foi aprovado na madrugada de quinta-feira (17), na Câmara dos Deputados, por 267 votos a favor e 116 contra. O texto já havia passado pelo Senado e agora segue para sanção presidencial. O governo é contrário à proposta e indicou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode vetá-la. O Ministério do Meio Ambiente também se posicionou contra, assim como a bancada do PT.

Na avaliação de Beber, a legislação atual dificulta até obras simples dentro das propriedades rurais, como tanques de piscicultura e a instalação de secadores. Ele afirmou que pequenos, micro e médios produtores poderão ser diretamente beneficiados. “Muitas vezes levam anos para conseguir o licenciamento, e agora, de forma organizada e coordenada, isso poderá andar mais rápido, respeitando o meio ambiente e a vontade do povo”, declarou.

O presidente da Aprosoja-MT também agradeceu à senadora Tereza Cristina (PP-MS), relatora do texto no Senado, e ao deputado Zé Vitor (PL-MG), que relatou o projeto na Câmara. Segundo ele, ambos tiveram papel decisivo na construção de um texto que traz “justiça” e racionaliza um sistema que hoje acumula, segundo Beber, mais de 100 mil regras. “Essa lei tira todo esse emaranhado, essa confusão, e organiza de forma mais simples, sem perder a responsabilidade ambiental”, disse.

O projeto aprovado prevê a criação de novas categorias de licenciamento, como a Licença Ambiental por Compromisso (LAC), a Licença Ambiental Especial (LAE) e a Licença Ambiental Única (LAU), além da dispensa de licenciamento para atividades agropecuárias de baixo impacto, obras de saneamento e renovação automática de licenças em casos específicos. Também estabelece prazos para os órgãos ambientais analisarem os pedidos, variando de três a dez meses, a depender da complexidade da atividade.

Agenda ambiental

A votação ocorre em um momento de atenção internacional sobre a agenda ambiental brasileira, às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP-30), marcada para novembro em Belém (PA).

Entidades ambientalistas e parte do empresariado temem retrocessos e aumento da insegurança jurídica. Já o setor produtivo e representantes da infraestrutura veem na proposta uma oportunidade de dar mais previsibilidade aos investimentos.

Continue Reading

Business

Cerrado lidera irrigação no Brasil e movimenta mercado potencial de R$ 14,4 bilhões

Published

on

O Cerrado brasileiro se destaca como a região brasileira com a maior cobertura de irrigação agrícola do país, segundo levantamento da EEmovel Agro.

Com mais de 50% de seu território disponível para a tecnologia, atualmente são 1.460.386 hectares irrigados por pivô central, distribuídos em 20.517 equipamentos em operação, conforme os dados da datatech de soluções agropecuárias.

Contudo, o número representa apenas 4,16% da superfície irrigável total, revelando um potencial de expansão significativo.

O estudo da empresa projeta um mercado potencial de até R$ 14,4 bilhões para o setor de irrigação no Cerrado. O dado considera os 34,3 milhões de hectares de cultivos temporários e os 751 mil hectares de plantações perenes, com base em um custo operacional médio de R$ 6.202,00/ha em áreas de 50 a 100 hectares.

“A região central do país possui cerca de 76% mais área plantada do que o Sul. Tanto uma quanto a outra [região] lideram na produção de grãos, especialmente soja, e apresentam grandes oportunidades de mercado para irrigação”, afirma o diretor de Operações Agro da EEmovel Agro, Luiz Almeida.

Potencial de irrigação em outras áreas

O levantamento da datatech mostra que a Região Sul conta com 418.077 hectares irrigados por pivôs centrais e 7.159 equipamentos em operação — apenas 2,10% da área irrigável local, um desempenho ainda distante da realidade do centro-oeste e do norte de Minas Gerais.

Contudo, a maior concentração de equipamentos está em Minas Gerais, Goiás e no Distrito Federal, responsáveis por 84% dos pivôs instalados no bioma Cerrado.

“Os dados mostram que ainda temos mais de 93% da área apta à irrigação sem uso de pivô central, o que comprova o imenso potencial de crescimento do setor nessa parte do país”, finaliza Almeida.

Continue Reading

Business

Método de fermentação transforma grãos imaturos em café especial

Published

on

Na seleção de cafés especiais, aqueles que ganham acima de 80 pontos em testes cegos não têm defeitos físicos nem sensoriais. Os grãos de aparência esverdeada são conhecidos por darem um sabor adstringente (áspero, pungente e ressecante) à bebida e por isso são descartados com os quebrados, pretos, ardidos, brocados ou abaixo de um certo tamanho.

Mas, em estudo publicado na revista Food and Bioprocess Technology, pesquisadores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Patos de Minas (MG), realizaram uma série de fermentações com frutos maduros e imaturos da cultivar Arara do café arábica (Coffea arabica). Como resultado, obtiveram bebidas comparáveis, e mesmo superiores, às preparadas somente com grãos resultantes de frutos maduros e seguindo todos os protocolos da Specialty Coffee Association (SCA), organização internacional que estabelece padrões para cafés especiais.

Nos testes de xícara, às cegas, em que se avalia o café quanto a seus atributos sensoriais, os degustadores profissionais (conhecidos como Q-graders) atribuíram a algumas bebidas que continham uma porcentagem de grãos de frutos imaturos notas acima de 80 – que definem um café especial.

Veja em primeira mão tudo sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no Google News!

Para chegar a esses resultados, os pesquisadores utilizaram a chamada fermentação anaeróbica autoinduzida (SIAF, na sigla em inglês), em que os frutos são colocados após a colheita em biorreatores, barris de poliestireno de 200 litros hermeticamente fechados por até 96 horas. Nesses biorreatores não há entrada de oxigênio e o gás carbônico sai por uma válvula. Os microrganismos naturalmente presentes nos frutos de café realizam, então, uma série de processos bioquímicos que resultam em sabor diferenciado do café. Nesse tipo de fermentação, em alguns experimentos, foram adicionados inóculos, microrganismos específicos previamente isolados para esse fim.

“Com o trabalho, vimos que utilizar a SIAF em diferentes tempos de fermentação, com controle de temperatura e pH e adição ou não de inóculo, pode não apenas minimizar os efeitos deletérios dos grãos imaturos na bebida como torná-la superior, agregando valor ao produto ainda na fazenda”, afirma Luiza Braga, primeira autora do estudo, realizado como parte do seu mestrado no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos da Faculdade de Engenharia Química (FEQ-UFU), em Patos de Minas.

O trabalho integra projeto apoiado pela Fapesp no âmbito de acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), numa parceria entre a UFU e a Universidade Federal de Lavras. O estudo teve ainda financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

“A fermentação anaeróbica, realizada logo após a colheita e antes da secagem, não é um processo tradicional. No entanto, cafeicultores e especialistas têm buscado conhecimento sobre o processo por conta do ganho de sabor e aroma provocado na bebida, que assim pode atingir preços superiores aos praticados no mercado usualmente”, diz Líbia Diniz Santos, professora da FEQ-UFU e coordenadora do estudo.

Os autores do trabalho integram o grupo de pesquisa Da Semente à Xícara, criado em 2019 para reunir em torno da cafeicultura pesquisadores, alunos, pós-graduandos e técnicos tanto da FEQ como do Instituto de Genética e Bioquímica e das faculdades de Engenharia Elétrica e de Computação, todas no campus de Patos de Minas da UFU. O grupo tem, inclusive, uma marca de café especial, o Porandu, que em tupi significa “pesquisar”, “investigar”.

Análises

A cultivar Arara foi lançada em 2012 pela Fundação Procafé após 15 anos de estudos na busca de um café resistente a doenças e adaptado a diversas condições climáticas do Cerrado. A bebida é valorizada pelas notas cítricas e corpo robusto, o que a torna atrativa tanto para o mercado doméstico quanto para exportação.

Usando uma ferramenta de inteligência artificial desenvolvida pelo grupo de pesquisadores, os autores do estudo notaram que 70% dos frutos utilizados nos experimentos, colhidos na Fazenda Chuá, em Patos de Minas, eram imaturos.

Os autores ressaltam que, apesar de terem usado grãos verdes nas bebidas provadas pelos degustadores, os outros critérios da SCA continuaram sendo seguidos à risca. Dessa forma, grãos quebrados e pequenos foram descartados na preparação. Com isso, os grãos verdes na bebida representaram 13% a 30% do total. “Acreditamos que se fossem 70% de grãos verdes na bebida, mesmo fermentados, isso seria perceptível no produto final”, ressalva Santos.

No total, 32 tratamentos foram testados: diferentes tempos de fermentação, que variaram de 24 a 96 horas, com e sem controle de temperatura. As combinações contaram ainda com presença ou ausência de inóculo e fermentação submersa (com 30% do biorreator com água) ou em estado sólido, sem água.

O pH e a temperatura foram monitorados por meio de um dispositivo eletrônico desenvolvido pelo grupo que transmite o dado para um monitor externo a partir de sensores no interior do biorreator. Com isso, não há necessidade de abrir o barril e interferir no experimento para coletar a informação.

“Quando fizemos o controle da temperatura externa a 27 °C, observamos que as pontuações foram maiores, inclusive com notas superiores às de preparos em que só havia grãos maduros. Com isso, podemos demonstrar que a fermentação anaeróbica, principalmente em estado sólido, acrescenta atributos sensoriais que elevam o café para a categoria especial”, explica Braga.

Agora o grupo pretende entender qual ou quais compostos gerados no grão verde fermentado fornecem os atributos sensoriais que o tornam um café com atributos especiais. Os próximos trabalhos devem, ainda, explorar o efeito da fermentação anaeróbica em outras variedades de café.

Continue Reading
Advertisement

Agro MT