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Mato Grosso amplia área de eucalipto, mas corre risco de déficit energético

A área de eucalipto plantada em Mato Grosso registrou em 2024 um aumento de 21,03% em relação a 2023 e a projeção para 2025 é que haja um incremento de 11,40% em relação ao ano anterior. Apesar dos crescimentos observados nos últimos anos, ainda é insuficiente para atender a demanda industrial no estado, em especial a de etanol de milho que prevê uma alta na produção do bicombustível de 133,78% entre as safras 2025/26 e 2033/24.
Segundo especialistas, atualmente Mato Grosso enfrenta dois problemas na cadeia produtiva do eucalipto: o resgate do produtor desestimulado antes de 2017, ano em que iniciou o uso da biomassa para a produção de etanol de milho no estado, e uma cadeia financeira para apoiar e financiar o produtor.
“Eu entrei neste mercado em 2004. Plantei bastante até 2010 e quando comecei a colher não tinha quem comprava. Isso traumatizou o produtor. Agora está difícil resgatar essas pessoas, porque é um investimento de longo prazo”, salientou Clair Bariviera, presidente da Associação de Reflorestadores de Mato Grosso (Arefloresta).
Crescimento positivo, mas ainda insuficiente no curto prazo
Em 2025, Mato grosso deve alcançar uma área total de eucalipto de 165 mil hectares pautado pela viabilidade da expansão da oferta, conforme dados apresentados pelo superintendente do Sistema Famato, Cleiton Gauer, durante o painel “Diagnóstico – oferta e demanda: desafios do abastecimento e oportunidades no cultivo do eucalipto”, no Florestar 2025, promovido pela Arefloresta, em Sinop, nesta quinta-feira (28).
De acordo com ele, em 2024 o estado contava com 148,12 mil hectares e em 2023 uma extensão de 122,38 mil hectares.
No que tange a produção de etanol de milho, a produção na safra 2025/26 está prevista em 5,62 milhões de litros e para 2033/24 é de 13,14 milhões de litros no estado. Cleiton Gauer destacou ainda que no mesmo período analisado em relação ao esmagamento de soja, cujas indústrias também demandam biomassa, a previsão é de crescimento de 39,50%.
Apesar do crescimento observado, na avaliação do gerente executivo de biomassa da FS Florestal, Leonardo Pacheco, ainda é insuficiente. “O milho chegou a 54 milhões de toneladas e tem capacidade para expandir ainda mais, mas a biomassa não acompanhou”.
Leonardo pontuou que ao se olhar para Mato Grosso a moagem de milho para a produção de etanol e seus coprodutos, como o DDG, já está na casa das 15 milhões de toneladas e a previsão para 2027 é de aproximadamente 22 milhões de toneladas.
“Já em 2027 nós precisaríamos estar com uma base florestal plantada de 500 mil hectares. Nós como agroindústria plantamos 86 mil hectares. No início tínhamos que trazer a biomassa do sul do estado para o norte, mas agora o fluxo vai ter que ser o inverso para atender a demanda das esmagadoras do sul do estado. Cada vez maior a distância. Então, o estado tem que acordar. A agroindústria vai ter que fazer o dever de casa, se não fizer ela está sujeita a ter um bom problema que é um monte de ferro velho parado. Vai ter milho para esmagar, mas não vai ter energia para rodar”, alertou Leonardo.
De acordo com o gerente executivo de Biomassa da FS Florestal, o Brasil passa por um momento interessante na questão da agroindústria, da demanda pela biomassa, inclusive quanto a viabilidade econômica para a sua produção. “Mas, se não vier uma política governamental de estímulo para essa cadeia… Esse momento de base florestal não vai vir do produtor independente. Vai vir pelos Fundos ou pelas indústrias”.
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Congresso de Agronomia: produtividade com sustentabilidade

A engenharia agrônoma e toda a cadeira produtiva do agro brasileiro volta o foco para Maceió, Alagoas, a partir deste dia 14 de outubro, para difundir conhecimento, inovação e experiências que pretendem moldar o futuro da agronomia no Brasil. Em sua trigésima quarta edição, o Congresso Brasileiro de Agronomia – CBA 2025 – tem como tema Produtividade com Sustentabilidade.
Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), através da Sociedade dos Engenheiros Agrônomos de Alagoas (Seagra) realiza o evento com 6 salas temáticas simultâneas, mais de 65 palestras e painéis, mais de 300 trabalhos científicos apresentados, 130 palestrantes especialistas entre eles, Roberto Rodrigues, ex-ministro da agricultura e embaixador da FAO para o cooperativismo, falando sobre o tema: O Engenheiro Agrônomo do Futuro, e Aldo Rebelo, ex-ministro, que falará sobre “A Importância do Engenheiro Agrônomo para a Segurança Alimentar”.
Entre os temas também figuram os debates, trabalhos e exposições do evento a nanotecnologia e robótica para agricultura sustentável, startups e inovação no campo, agronomia como protagonista da transição energética, políticas públicas, e muito mais.
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Aprosoja-MT pede revisão na MP que renegocia dívidas rurais

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) cobrou do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a revisão dos critérios de acesso ao crédito rural previstos na Medida Provisória nº 1.314/2025, que renegocia dívidas rurais.
A entidade enviou ofício à pasta defendendo que os bancos possam avaliar individualmente os pedidos de produtores, com base em comprovação técnica de perdas, sem restrições territoriais impostas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Critérios territoriais e impacto no campo
Publicada em setembro, a MP 1.314/2025 criou linhas de crédito com juros subsidiados entre 2% e 6% ao ano para produtores que tiveram perdas em duas ou mais safras entre 2020 e 2025 por causa de eventos climáticos extremos. As regras do CMN, no entanto, limitam o acesso aos produtores localizados em municípios listados pelo Ministério da Agricultura, de acordo com percentuais médios de perdas apurados pelo IBGE.
Para a Aprosoja-MT, o critério desconsidera casos de perdas comprovadas fora desses recortes estatísticos. A entidade afirma que a medida acaba excluindo agricultores que enfrentaram seca, excesso de chuva e queda nos preços da soja e do milho, comprometendo a viabilidade econômica das propriedades.
“Produtores com laudos técnicos e comprovação de prejuízos deveriam ter o mesmo direito ao crédito equalizado. O objetivo é garantir fôlego financeiro para continuar produzindo”, afirmou Diego Bertuol, diretor administrativo da Aprosoja-MT.
Endividamento e burocracia
Dados do Banco Central mostram que cerca de 15% da carteira de crédito rural de Mato Grosso, o equivalente a R$ 14 bilhões, está em atraso ou renegociação. Segundo a Aprosoja, o cenário reforça a necessidade de juros acessíveis e prazos adequados, conforme previsto na MP.
Bertuol também destacou a burocracia e as exigências excessivas como entraves ao crédito rural. “A demora nos processos, a falta de recursos e as altas garantias exigidas impedem o acesso às linhas emergenciais. Em muitos casos, bastaria o alongamento das dívidas com carência e prazos adequados para evitar a falência de produtores”, afirmou.
Pedido de revisão
A entidade solicita que o Mapa reavalie as normas complementares e autorize expressamente as instituições financeiras a realizarem a análise individualizada dos pedidos de crédito, conforme a comprovação técnica das perdas. Para a Aprosoja-MT, o foco da MP deve permanecer em atender produtores em situação de vulnerabilidade, independentemente da localização geográfica.
Caso os critérios não sejam revistos, produtores afetados por secas, chuvas intensas e incêndios podem ser obrigados a renegociar suas dívidas em linhas de mercado, com juros superiores a 16% ao ano, o que, segundo a entidade, aumentaria o risco de insolvência no campo.
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Agricultura regenerativa cresce no Cerrado e melhora resultados nas lavouras

O Cerrado brasileiro passa a ganhar protagonismo na agricultura regenerativa. O projeto Regenera Cerrado, iniciativa do Fórum do Futuro em parceria com universidades e empresas, concluiu a primeira fase em setembro, abrangendo mais de 8 mil hectares de fazendas no sudoeste de Goiás.
Durante essa etapa, foram validadas práticas que diminuíram o uso de insumos químicos, como fertilizantes (-20%), fungicidas (-30%) e inseticidas (-50%), ao mesmo tempo em que aumentaram o uso de bioinsumos e técnicas de controle biológico, mantendo a produtividade das culturas de soja e milho.
O projeto também monitorou serviços ecossistêmicos, como a preservação de polinizadores, mostrando aumento de produtividade próximo a áreas de mata nativa, e melhorias na estruturação do solo e na mitigação de gases de efeito estufa.
Agora, a segunda fase do Regenera Cerrado, iniciada em outubro, ampliará o estudo para cinco pilares: saúde do solo e da água, práticas agrícolas regenerativas, conservação da biodiversidade, produção de alimentos seguros e sustentáveis e fortalecimento do mercado regenerativo.
O objetivo é coletar dados integrados sobre solo, biodiversidade, polinização, carbono, fitossanidade e qualidade dos grãos, consolidando evidências para ampliar a adoção de práticas regenerativas em todo o país.
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