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Do encanto pelas abelhas ao mel que realiza sonhos

Foi a partir de um curso de apicultura que uma antiga admiração ganhou força. Para Laura Aparecida Alves de Oliveira, a paixão pelas abelhas vem desde a infância e, com o tempo, acabou se transformando em renda extra para a família. Mais que isso: a produção de mel abriu caminhos para a realização de um sonho.
Às margens da BR-163, em Jaciara, onde o cultivo de grãos é a principal atividade, dona Laura e o marido, Francisco Ferreira Rocha, encontraram na apicultura um novo propósito. A propriedade onde vivem abriga hoje o apiário que simboliza não apenas trabalho, mas também perseverança e amor.
Filha de produtor rural, Laura cresceu no campo, acompanhando o pai no cuidado com gado e galinhas. O encanto pelas abelhas começou cedo, quando observava o pai extrair mel no sítio da família. Apesar de não poder participar, por ser criança, ficava fascinada. Até mesmo quando encontrava enxames sem ferrão no mato, ficava lá “futricando” até conseguir tirar mel das delas, como diz.
A vida adulta a levou para outros caminhos. Entre mudanças de cidade, abriu restaurante e marmitaria para garantir sustento às filhas. Foi durante essa fase que conheceu Francisco, então caminhoneiro, com quem passou a dividir as estradas e os desafios. Juntos, construíram uma nova história.
O reencontro de Laura com a apicultura veio por acaso. Um cunhado a incentivou a participar de um curso do Senar Mato Grosso em Jaciara. Ela se inscreveu e dali em diante não largou mais a atividade. Logo comprou as primeiras caixas e passou a integrar uma associação de apicultores.
“Me apaixonei pelas abelhas. Hoje faço por amor, porque gosto de fazer. É fascinante mexer com elas”, conta a apicultora ao programa Senar Transforma.
Técnica e desafios no apiário
Já são três anos de dedicação. Nesse tempo, Laura passou a contar com a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) em Apicultura do Senar Mato Grosso, sob orientação do técnico de campo Marcos Aurélio. Foi ele quem ajudou a transformar o aprendizado inicial em manejo mais estruturado. Cuidados como ordenação e numeração das caixas, troca de cera, alimentação em períodos de escassez e avaliação da qualidade das rainhas passaram a fazer parte da rotina.
A região onde o casal vive também favorece a atividade: por ser rota de enxames, basta instalar uma caixa para que, em pouco tempo, ela seja ocupada. Ainda assim, os desafios não são poucos. Predadores da fauna local derrubam colmeias inteiras, o que exige adaptações, como erguer as caixas em cavaletes mais altos para evitar perdas.
Mesmo diante das dificuldades, os resultados têm aparecido. A primeira safra rendeu 30 quilos de mel. No ano seguinte, 45. Para 2025, a expectativa era ultrapassar os 100 quilos, apesar das baixas.
A comercialização acontece principalmente em Jaciara: enquanto o mel é vendido a R$ 70, Laura também mantém a produção de pães, que chegam a restaurantes da região. Foi com o dinheiro dessas duas atividades que a família conseguiu dar um passo importante: comprar uma chácara própria, onde planejam ampliar a produção e cultivar hortas.
O acompanhamento técnico também inclui gestão. Todos os custos e receitas são registrados em sistemas e aplicativos do Senar Mato Grosso, o que permite ao produtor visualizar gastos e rentabilidade. Para Marcos, o futuro de Laura é promissor.
“Ela tem garra, força de vontade e não desiste, mesmo diante dos contratempos. É um exemplo, ainda mais por ser mulher em uma atividade onde predominam os homens”, afirma ao programa do Canal Rural Mato Grosso.
Francisco reforça a admiração pela esposa. “Ela é muito guerreira. Às vezes pensa em desistir, mas eu incentivo a continuar. O que for para ser, Deus dá a oportunidade”, diz.
Na propriedade, a cena já virou rotina: ao invés de cães de guarda, quem chega é recebido por colmeias. E dona Laura sonha mais alto. Quer que filhos e netos sigam com a paixão pela natureza e aprendam desde cedo a importância da preservação. “É cuidar, é preservar, para não ficarmos sem as abelhas. O sabor do mel é único”, completa.
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Congresso de Agronomia: produtividade com sustentabilidade

A engenharia agrônoma e toda a cadeira produtiva do agro brasileiro volta o foco para Maceió, Alagoas, a partir deste dia 14 de outubro, para difundir conhecimento, inovação e experiências que pretendem moldar o futuro da agronomia no Brasil. Em sua trigésima quarta edição, o Congresso Brasileiro de Agronomia – CBA 2025 – tem como tema Produtividade com Sustentabilidade.
Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), através da Sociedade dos Engenheiros Agrônomos de Alagoas (Seagra) realiza o evento com 6 salas temáticas simultâneas, mais de 65 palestras e painéis, mais de 300 trabalhos científicos apresentados, 130 palestrantes especialistas entre eles, Roberto Rodrigues, ex-ministro da agricultura e embaixador da FAO para o cooperativismo, falando sobre o tema: O Engenheiro Agrônomo do Futuro, e Aldo Rebelo, ex-ministro, que falará sobre “A Importância do Engenheiro Agrônomo para a Segurança Alimentar”.
Entre os temas também figuram os debates, trabalhos e exposições do evento a nanotecnologia e robótica para agricultura sustentável, startups e inovação no campo, agronomia como protagonista da transição energética, políticas públicas, e muito mais.
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Aprosoja-MT pede revisão na MP que renegocia dívidas rurais

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) cobrou do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a revisão dos critérios de acesso ao crédito rural previstos na Medida Provisória nº 1.314/2025, que renegocia dívidas rurais.
A entidade enviou ofício à pasta defendendo que os bancos possam avaliar individualmente os pedidos de produtores, com base em comprovação técnica de perdas, sem restrições territoriais impostas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Critérios territoriais e impacto no campo
Publicada em setembro, a MP 1.314/2025 criou linhas de crédito com juros subsidiados entre 2% e 6% ao ano para produtores que tiveram perdas em duas ou mais safras entre 2020 e 2025 por causa de eventos climáticos extremos. As regras do CMN, no entanto, limitam o acesso aos produtores localizados em municípios listados pelo Ministério da Agricultura, de acordo com percentuais médios de perdas apurados pelo IBGE.
Para a Aprosoja-MT, o critério desconsidera casos de perdas comprovadas fora desses recortes estatísticos. A entidade afirma que a medida acaba excluindo agricultores que enfrentaram seca, excesso de chuva e queda nos preços da soja e do milho, comprometendo a viabilidade econômica das propriedades.
“Produtores com laudos técnicos e comprovação de prejuízos deveriam ter o mesmo direito ao crédito equalizado. O objetivo é garantir fôlego financeiro para continuar produzindo”, afirmou Diego Bertuol, diretor administrativo da Aprosoja-MT.
Endividamento e burocracia
Dados do Banco Central mostram que cerca de 15% da carteira de crédito rural de Mato Grosso, o equivalente a R$ 14 bilhões, está em atraso ou renegociação. Segundo a Aprosoja, o cenário reforça a necessidade de juros acessíveis e prazos adequados, conforme previsto na MP.
Bertuol também destacou a burocracia e as exigências excessivas como entraves ao crédito rural. “A demora nos processos, a falta de recursos e as altas garantias exigidas impedem o acesso às linhas emergenciais. Em muitos casos, bastaria o alongamento das dívidas com carência e prazos adequados para evitar a falência de produtores”, afirmou.
Pedido de revisão
A entidade solicita que o Mapa reavalie as normas complementares e autorize expressamente as instituições financeiras a realizarem a análise individualizada dos pedidos de crédito, conforme a comprovação técnica das perdas. Para a Aprosoja-MT, o foco da MP deve permanecer em atender produtores em situação de vulnerabilidade, independentemente da localização geográfica.
Caso os critérios não sejam revistos, produtores afetados por secas, chuvas intensas e incêndios podem ser obrigados a renegociar suas dívidas em linhas de mercado, com juros superiores a 16% ao ano, o que, segundo a entidade, aumentaria o risco de insolvência no campo.
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Agricultura regenerativa cresce no Cerrado e melhora resultados nas lavouras

O Cerrado brasileiro passa a ganhar protagonismo na agricultura regenerativa. O projeto Regenera Cerrado, iniciativa do Fórum do Futuro em parceria com universidades e empresas, concluiu a primeira fase em setembro, abrangendo mais de 8 mil hectares de fazendas no sudoeste de Goiás.
Durante essa etapa, foram validadas práticas que diminuíram o uso de insumos químicos, como fertilizantes (-20%), fungicidas (-30%) e inseticidas (-50%), ao mesmo tempo em que aumentaram o uso de bioinsumos e técnicas de controle biológico, mantendo a produtividade das culturas de soja e milho.
O projeto também monitorou serviços ecossistêmicos, como a preservação de polinizadores, mostrando aumento de produtividade próximo a áreas de mata nativa, e melhorias na estruturação do solo e na mitigação de gases de efeito estufa.
Agora, a segunda fase do Regenera Cerrado, iniciada em outubro, ampliará o estudo para cinco pilares: saúde do solo e da água, práticas agrícolas regenerativas, conservação da biodiversidade, produção de alimentos seguros e sustentáveis e fortalecimento do mercado regenerativo.
O objetivo é coletar dados integrados sobre solo, biodiversidade, polinização, carbono, fitossanidade e qualidade dos grãos, consolidando evidências para ampliar a adoção de práticas regenerativas em todo o país.
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