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Acricorte abre com alertas sobre crise hídrica e reforça chamada por nova mentalidade na pecuária

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O primeiro dia do Acricorte 2025, maior encontro técnico da pecuária de corte do Brasil, foi marcado por alertas contundentes e um convite à mudança de postura por parte dos pecuaristas.

Realizado no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá, o evento é promovido pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e reuniu mais de mil pessoas no auditório na abertura nesta quinta-feira (10).

Durante a solenidade de abertura, o presidente da Acrimat, Oswaldo Pereira Ribeiro Júnior, destacou a força da união entre os produtores rurais e os avanços obtidos em pautas relevantes, como a diferenciação da cobrança do Fethab sobre o abate de fêmeas bovinas, que agora aguarda sanção do Governo do Estado.

“É por esta união que conseguimos avançar em pautas importantes, tanto em âmbito estadual como nacional”, declarou.

Outro marco celebrado foi a criação da Associação Nacional da Pecuária (Anapec), que reúne seis entidades representativas do setor. Além da Acrimat, são membros fundadores Acrimasul, Acripará, Assocon, Apron e Anpto. Juntas, essas instituições representam 45% do rebanho bovino brasileiro, o equivalente a 107 milhões de cabeças de gado.

Entre os destaques da programação técnica, o pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, Júlio Palhares, fez um alerta urgente sobre o uso dos recursos hídricos. Segundo ele, Mato Grosso perdeu 291 mil hectares de superfície de água em 2024, uma redução de 34% em relação ao ano anterior, conforme dados do MapBiomas.

A queda no volume hídrico afeta diretamente a produção pecuária, porém, a preocupação com os recursos hídricos ainda não está na rotina do produtor rural. “Não há o hábito de se medir o consumo de água na propriedade, mas o fato de eu ter sido chamado para o Acricorte reflete o que vocês, pecuaristas, estão sentindo na fazenda: estresse hídrico”, afirmou o pesquisador.

Palhares ainda alertou que as regiões com maior estresse hídrico no estado coincidem com aquelas de maior potencial de intensificação da pecuária. “No passado, predominou a atenção hídrica, mas este século demanda ação hídrica, concreta”, reforçou.

Clima instável, política incerta e a urgência da comunicação

Outro palestrante do evento, o meteorologista Luiz Carlos Molion, PhD em Meteorologia, mostrou que nos próximos anos o clima tende a se manter mais seco, mas sem grandes riscos para a produção agropecuária. “Não se preocupem, pois o sistema climático se auto regula”, afirmou. O meteorologista, entretanto, chamou a atenção para a inexatidão nos modelos meteorológicos largamente adotados.

No campo político, o ex-ministro da Agricultura, Antônio Cabrera, reforçou a importância de os pecuaristas estarem atentos às decisões de Brasília.

“Já tivemos preços tabelados, confisco cambial e hoje se fala em restringir as exportações. Mas foi na abertura comercial que o agro brasileiro se desenvolveu”, salientou Cabrera.

Para Cabrera, a comunicação com o consumidor precisa ser prioridade. “Quem domina a informação, orienta os negócios. Precisamos virar o disco e nos comunicarmos melhor com o consumidor final, falando mais sobre os diferenciais do agro brasileiro e adotando uma nova perspectiva. Acho que faz muito mais sentido, por exemplo, termos um Ministério da Comida, ou do Alimento no Prato, do que da Agricultura”, provocou.

Tecnologia, gestão e sucessão familiar em pauta

A programação do primeiro dia contou ainda com palestras sobre pecuária de precisão, com o diretor da Acrimat e pecuarista, Marco Túlio Duarte Soares, que defendeu o uso de tecnologias como mapeamento genético e ultrassonografia de carcaça para melhorar a produtividade e a imagem do setor.

Encerrando o ciclo de palestras, o advogado Luiz Paulo Jorge Gomes abordou o planejamento patrimonial e sucessório, reforçando que o melhor momento para planejar o futuro da propriedade é enquanto tudo está sob controle.

“Não adianta ir atrás de mágica. O melhor caminho para proteger seu patrimônio é investir no planejamento e pensar desde já sobre como será a sucessão dos negócios rurais”, observou.

O Acricorte segue com programação nesta sexta-feira (11). Esta é a quinta edição do evento, que conta com mais de 75 marcas expositoras na feira comercial montada no local.


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Congresso de Agronomia: produtividade com sustentabilidade

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A engenharia agrônoma e toda a cadeira produtiva do agro brasileiro volta o foco para Maceió, Alagoas, a partir deste dia 14 de outubro, para difundir conhecimento, inovação e experiências que pretendem moldar o futuro da agronomia no Brasil. Em sua trigésima quarta edição, o Congresso Brasileiro de Agronomia – CBA 2025 – tem como tema Produtividade com Sustentabilidade.

Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab), através da Sociedade dos Engenheiros Agrônomos de Alagoas (Seagra) realiza o evento com 6 salas temáticas simultâneas, mais de 65 palestras e painéis, mais de 300 trabalhos científicos apresentados, 130 palestrantes especialistas entre eles, Roberto Rodrigues, ex-ministro da agricultura e embaixador da FAO para o cooperativismo, falando sobre o tema: O Engenheiro Agrônomo do Futuro, e Aldo Rebelo, ex-ministro, que falará sobre “A Importância do Engenheiro Agrônomo para a Segurança Alimentar”.

Entre os temas também figuram os debates, trabalhos e exposições do evento a nanotecnologia e robótica para agricultura sustentável, startups e inovação no campo, agronomia como protagonista da transição energética, políticas públicas, e muito mais.  

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Aprosoja-MT pede revisão na MP que renegocia dívidas rurais

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A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) cobrou do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a revisão dos critérios de acesso ao crédito rural previstos na Medida Provisória nº 1.314/2025, que renegocia dívidas rurais.

A entidade enviou ofício à pasta defendendo que os bancos possam avaliar individualmente os pedidos de produtores, com base em comprovação técnica de perdas, sem restrições territoriais impostas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Critérios territoriais e impacto no campo

Publicada em setembro, a MP 1.314/2025 criou linhas de crédito com juros subsidiados entre 2% e 6% ao ano para produtores que tiveram perdas em duas ou mais safras entre 2020 e 2025 por causa de eventos climáticos extremos. As regras do CMN, no entanto, limitam o acesso aos produtores localizados em municípios listados pelo Ministério da Agricultura, de acordo com percentuais médios de perdas apurados pelo IBGE.

Para a Aprosoja-MT, o critério desconsidera casos de perdas comprovadas fora desses recortes estatísticos. A entidade afirma que a medida acaba excluindo agricultores que enfrentaram seca, excesso de chuva e queda nos preços da soja e do milho, comprometendo a viabilidade econômica das propriedades.

“Produtores com laudos técnicos e comprovação de prejuízos deveriam ter o mesmo direito ao crédito equalizado. O objetivo é garantir fôlego financeiro para continuar produzindo”, afirmou Diego Bertuol, diretor administrativo da Aprosoja-MT.

Endividamento e burocracia

Dados do Banco Central mostram que cerca de 15% da carteira de crédito rural de Mato Grosso, o equivalente a R$ 14 bilhões, está em atraso ou renegociação. Segundo a Aprosoja, o cenário reforça a necessidade de juros acessíveis e prazos adequados, conforme previsto na MP.

Bertuol também destacou a burocracia e as exigências excessivas como entraves ao crédito rural. “A demora nos processos, a falta de recursos e as altas garantias exigidas impedem o acesso às linhas emergenciais. Em muitos casos, bastaria o alongamento das dívidas com carência e prazos adequados para evitar a falência de produtores”, afirmou.

Pedido de revisão

A entidade solicita que o Mapa reavalie as normas complementares e autorize expressamente as instituições financeiras a realizarem a análise individualizada dos pedidos de crédito, conforme a comprovação técnica das perdas. Para a Aprosoja-MT, o foco da MP deve permanecer em atender produtores em situação de vulnerabilidade, independentemente da localização geográfica.

Caso os critérios não sejam revistos, produtores afetados por secas, chuvas intensas e incêndios podem ser obrigados a renegociar suas dívidas em linhas de mercado, com juros superiores a 16% ao ano, o que, segundo a entidade, aumentaria o risco de insolvência no campo.

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Agricultura regenerativa cresce no Cerrado e melhora resultados nas lavouras

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O Cerrado brasileiro passa a ganhar protagonismo na agricultura regenerativa. O projeto Regenera Cerrado, iniciativa do Fórum do Futuro em parceria com universidades e empresas, concluiu a primeira fase em setembro, abrangendo mais de 8 mil hectares de fazendas no sudoeste de Goiás.

Durante essa etapa, foram validadas práticas que diminuíram o uso de insumos químicos, como fertilizantes (-20%), fungicidas (-30%) e inseticidas (-50%), ao mesmo tempo em que aumentaram o uso de bioinsumos e técnicas de controle biológico, mantendo a produtividade das culturas de soja e milho.

O projeto também monitorou serviços ecossistêmicos, como a preservação de polinizadores, mostrando aumento de produtividade próximo a áreas de mata nativa, e melhorias na estruturação do solo e na mitigação de gases de efeito estufa.

Agora, a segunda fase do Regenera Cerrado, iniciada em outubro, ampliará o estudo para cinco pilares: saúde do solo e da água, práticas agrícolas regenerativas, conservação da biodiversidade, produção de alimentos seguros e sustentáveis e fortalecimento do mercado regenerativo.

O objetivo é coletar dados integrados sobre solo, biodiversidade, polinização, carbono, fitossanidade e qualidade dos grãos, consolidando evidências para ampliar a adoção de práticas regenerativas em todo o país.

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