Sustentabilidade
Trigo/RS: Condições de solo possibilitaram grande avanço na área de plantio, que atingiu 82% – MAIS SOJA

O predomínio de tempo seco e a melhoria das condições de solo para a trafegabilidade possibilitaram grande avanço na área de plantio, que chegou a 82%. Dessa forma, foi possível recuperar parcialmente o atraso no cronograma de implantação das lavouras, ocasionado pelas recorrentes e elevadas precipitações pluviométricas, registradas durante o mês de junho. A proporção de área semeada aproximou-se da média histórica para o período (86%) e equiparou-se ao índice verificado na safra de 2024 (82%).
Também foi possível a retomada dos tratos culturais, como as aplicações de herbicidas e de adubação nitrogenada em cobertura. Foram realizadas operações de replantio em áreas severamente afetadas pelas chuvas torrenciais da segunda quinzena de junho.
As lavouras estão em desenvolvimento vegetativo. As áreas afetadas por estresse hídrico, decorrente do excesso de umidade, apresentam sinais de recuperação. As temperaturas negativas e as geadas impactaram as lavouras localizadas em partes mais baixas do terreno, onde havia maior teor de umidade, mas, de modo geral, no Estado, não deverão causar danos significativos.
Em termos fitossanitários, o frio, o aumento da incidência solar e a redução da umidade relativa do ar devem favorecer a manutenção da sanidade das plantas. Porém, em algumas áreas, foi necessária a aplicação de fungicidas em função da incidência de doenças foliares.
Em razão do tempo mais seco, a finalização da semeadura deve ocorrer dentro do período estabelecido pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). A previsão de área cultivada no Estado, conforme a Emater/RS-Ascar, é de 1.198.276 hectares. A estimativa inicial de produtividade é de 2.997 kg/ha.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, o tempo seco foi benéfico para o avanço das atividades de semeadura. Em São Borja, foram implantados aproximadamente 60% dos 30.000 hectares previstos, mas há atraso em comparação ao mesmo período de 2024, quando atingiu cerca de 95%. Em São Gabriel, a semeadura dos 9.000 hectares previstos foi finalizada, pois os produtores efetuaram a operação logo no início do período recomendado pelo Zarc, em 21/05. Foram retomadas as aplicações de fertilizantes em cobertura e, em algumas áreas, de fungicidas, em função da incidência de doenças fúngicas.
Na Campanha, o plantio se intensificou no início de julho, período considerado mais adequado para a implantação, segundo grande parte dos produtores. Há perspectiva de avanço significativo da semeadura nos próximos dias, diante da manutenção de tempo seco, que também deve permitir o acesso às áreas de maior teor de argila, onde há dificuldades operacionais decorrentes do excesso de umidade no solo.
Na de Caxias do Sul, os níveis de umidade do solo se reduziram gradativamente, possibilitando a retomada da semeadura a partir do dia 03/07 e o avanço expressivo nos dias subsequentes. Nos Campos de Cima da Serra, onde a semeadura tradicionalmente se concentra no mês de julho, a expectativa é de que os trabalhos se estendam até os primeiros dias de agosto.
Na de Frederico Westphalen, a semeadura, entre 03 e 06/07, evoluiu 17%, alcançando 63% dos 131.350 hectares previstos para esta safra. As baixas temperaturas não ocasionaram efeitos negativos sobre a cultura. Nessa fase, as temperaturas mais amenas podem, inclusive, ser benéficas, favorecendo o afilhamento e diminuindo a pressão de doenças.
Na de Ijuí, a semeadura foi retomada na tarde do dia 03/07 e intensificada no final do período, alcançando 90% da área prevista. A emergência dos cultivos segue uniforme, considerada muito adequada. Em lavouras com maior ocorrência de erosão, foram necessários pequenos replantios. As fortes geadas provocaram queimaduras foliares nas partes mais baixas das plantas. Em locais com maior concentração de frio e acúmulo de umidade no solo, em pontos isolados de baixadas, houve morte da parte aérea das plantas.
Na de Passo Fundo, houve avanço significativo na área cultivada, que chegou a 50%. O início dos trabalhos foi retardado pelo excesso de chuvas em junho. A área prevista para esta safra é de 108.000 hectares.
Na de Pelotas, foram semeados 63% dos 13.430 hectares previstos. Em decorrência das condições climáticas, a área cultivada deverá ser inferior à inicialmente estimada. Parte deve ser destinada à pecuária, por ser uma atividade mais atrativa economicamente e de menor risco, já que houve frustrações nas três últimas safras de trigo.
Na de Santa Rosa, 86% foram semeados, após a intensificação recente do plantio. O tempo firme deverá permitir a conclusão da operação nesta semana. Em algumas áreas, foi necessário replantio devido à compactação do solo e à erosão, causadas pelas chuvas após a semeadura, que comprometeram a germinação. As geadas intensas causaram queima superficial de folhas em áreas de baixada, efeito incomum para a cultura na fase vegetativa, que normalmente tolera esse evento climático.
Na de Soledade, a janela de tempo firme permitiu avanço significativo na semeadura, que atingiu 90% da área prevista. As lavouras implantadas no início de junho apresentam boa recuperação, favorecidas por condições climáticas ideais — frio, tempo seco e radiação solar —, que contribuem para emergência vegetativa vigorosa. Em algumas áreas, foi necessário o replantio devido à erosão hídrica, que, somada à perda de nutrientes por erosão laminar, pode impactar negativamente a produtividade.
Comercialização (saca de 60 quilos)
O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, reduziu em 0,58% quando comparado à semana anterior, de R$ 70,50 para R$ 70,09. Em Cruz Alta, o preço para produto disponível foi cotado em R$ 76,00.
Confira o Informativo Conjuntural n° 1875 completo, clicando aqui!
Fonte: Emater RS
Autor:Informativo Conjuntural 1875
Site: Emater RS
Sustentabilidade
Dólar e Chicago recuam e travam mercado brasileiro de soja – MAIS SOJA

O mercado brasileiro de soja teve uma semana de preços entre estáveis e mais baixos. O ritmo dos negócios seguiu restrito, refletindo a cautela dos negociadores e a diferença entre as bases de compra e de venda. A combinação de baixa do dólar e desvalorização dos contratos futuros na Bolsa de Chicago pressionou o mercado. Os prêmios firmes evitaram uma baixa generalizada nas cotações internas.
A saca de 60 quilo seguiu na casa de R$ 132,00 na região de Passo Fundo (RS). Em Cascavel (PR), o preço permaneceu em R$ 131,00. Em Rondonópolis (MT), a cotação se manteve em R$ 120,00. No Porto de Paranaguá, mercado também sem alteração, com preço a R$ 138,00.
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em novembro, os mais negociados, operavam na manhã da sexta, 25, a US$ 10,17 1/2 por bushel, acumulando uma desvalorização semanal de 1,76%. Apesar de importantes avanços nas negociações de tarifas entre Estados Unidos e importantes parceiros comerciais, o clima favorável ao desenvolvimento das lavouras americanas seguiu sendo um ponto de pressão sobre a soja.
Durante a semana, o presidente americano Donald Trump anunciou acordo comercial com o Japão, com tarifa recíproca de 15%. Os japoneses são importantes consumidores de produtos agrícolas americanos. No período, houve sinalização de que as conversar avançam também entre Estados Unidos, União Europeia e China.
Mas as atenções, no momento, estão voltadas para o clima. As temperaturas subiram no cinturão produtor americano, mas acompanhadas de chuvas. Até o momento, as lavouras evoluem bem e a perspectiva é de uma safra cheia, que se soma a um quadro de ampla oferta mundial. Por isso, a pressão sobre as cotações.
CBSoja
Infelizmente, o armazenamento de grãos no Brasil não acompanha a evolução da produção. A afirmação foi feita por Edenilson Carlos de Oliveira, diretor de Logísticas e Operações da Coamo Agroindustrial Cooperativa, que palestrou sobre o “Estado atual da infraestrutura de armazenamento de grãos no Brasil”, no Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja), em Campinas (SP). “No Centro Oeste a situação piora”, lamenta.
Conforme Oliveira, a região teve um grande crescimento de área plantada e de produtividade nos últimos anos, gerando uma produção gigantesca. “Mas os investimentos em armazenagem não tiveram a mesma intensidade”, pondera.
A situação é pior, segundo o palestrante, em Mato Grosso. “Em Mato Grosso do Sul, tem uma característica de produção mais diversificada”, explica, o que diminuiu o gargalo. Já no Sul do país não há tanta dificuldade em armazenar. “Mas ainda temos distorções entre os estados”, frisa.
Outro destaque trazido pelo palestrante é o principal alicerce para a evolução da produção brasileira de soja, que na sua opinião acompanha o Produto Interno Bruto (PIB) da China. “Os gráficos de aumento do PIB chinês refletem no incremento da produção do Brasil”, afirma.
Fonte: Dylan Della Pasqua e Rodrigo Ramos / Safras News
Sustentabilidade
Colheita do milho segunda safra registra atraso em MS – MAIS SOJA

A colheita do milho segunda safra 2025 segue em ritmo lento em Mato Grosso do Sul. De acordo com dados divulgados pela Aprosoja/MS, por meio do Projeto SIGA-MS, até a terceira semana de julho foram colhidos 20,1% da área total cultivada, o equivalente a 422 mil hectares. Em comparação com o mesmo período do ciclo anterior, o atraso chega a 30 pontos percentuais.
“Na fase final da safra, o excesso de chuvas em determinadas localidades elevou a umidade dos grãos e dificultou a entrada das máquinas nas lavouras. Essa situação acaba impactando diretamente no ritmo da colheita”, explicou o assessor técnico da Aprosoja/MS, Flávio Aguena.
A região Sul lidera os trabalhos no Estado, com média de 21,4%. Em seguida estão as regiões Centro, com 19,5%, e Norte, com 12,8%. A previsão do SIGA-MS é que a colheita se estenda até o final do mês de agosto. Com base no histórico das últimas cinco safras, Mato Grosso do Sul deve produzir 10,1 milhões de toneladas em uma área de 2,1 milhões de hectares, com produtividade média estimada em 80,8 sacas por hectare.
Para acessar o boletim completo, com informações sobre condições das lavouras, clima e mercado de grãos, clique aqui.
Fonte: Joélen Cavinatto/Aprosoja MS
Autor:Joélen Cavinatto/APROSOJA MS
Site: Aprosoja MS
Sustentabilidade
Passado o anúncio formal, Plano Safra tem seus desdobramentos analisados em meio ao tarifaço – MAIS SOJA

Por Marcelo Sá – jornalista/editor e produtor literário
Ausência de seguro rural e juros altos repercutiram
Com o tarifaço anunciado por Donald Trump e a votação do novo marco para o licenciamento ambiental, que mobilizaram as atenções nas últimas semanas, alguns dos desdobramentos do Plano Safra ficaram em segundo plano nas análises de mercado. Ainda não há indicações de que o pacote passará por mudanças, caso a alíquota de 50%, anunciada pelo presidente americano para todos os produtos brasileiros, de fato vigore. Mas o Portal SNA traz agora as principais manifestações do setor e as perspectivas de cada avaliação, ora críticas, ora reconhecendo certos avanços.
Vencida a etapa do anúncio oficial, dividido em duas cerimônias, o Plano Safra 2025/2026 teve seus números assimilados por produtores, empresários, entidades de representação e bancadas parlamentares. Conforme o Portal SNA mostrou, a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) reservou palavras duras ao pacote, na figura de seu presidente, deputado federal Pedro Lupion (PP – PR).
A entidade criticou a distorção de certos aportes divulgados, tais como as Cédulas de Produto Rural (CPR). Para a FPA, a inclusão desse tipo de lastro dá a impressão de que o governo arca com a subvenção, quando na verdade são instrumentos privados já usados pelos produtores como garantia de recursos. A FPA também mirou na taxa de contratação das linhas de crédito disponíveis no Plano Safra anterior, encerrado em 30 de junho. Segundo a bancada, houve queda mais significativa na procura pelos recursos, além de menor equalização de juros e maior inadimplência. O seguro rural sequer foi formalmente anunciado, com o Ministro da Agricultura Carlos Fávaro prometendo uma solução até setembro, no máximo.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) também se manifestou, avaliando que os recursos anunciados estão abaixo das necessidades do setor e não acompanham a inflação do período. A expectativa da CNA para 2025 é de que o PIB do agronegócio alcance 29% do PIB total do Brasil. A entidade também lamentou a ausência do seguro rural no pacote, e afirmou que a conjuntura complexa preocupa, com crises geopolíticas, aumento nos custos de produção, fertilizantes, combustíveis e fretes internacionais.
A Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) emitiu comunicado de tom pessimista, ressaltando, além das preocupações levantadas por FPA e CNA, a má condução da política econômica do país, que contribuem para a alta taxa de juros e, com efeito, para a dificuldade na contratação do crédito. Em contrapartida, alguns dos pontos considerados positivos são os aumentos do teto para contratação de financiamentos para médios produtores pelo Pronamp e as mudanças no programa para construção de armazéns, o PCA.
A Sociedade Rural Brasileira (SRB) fez eco tanto às críticas quanto ao reconhecimento de boas notícias. A SRB reconheceu o crescimento nominal do crédito, de 1,5% para a agricultura empresarial e 3% para os produtores familiares. Apesar disso, a entidade lembrou que esses valores ficam abaixo da inflação acumulada (IPCA de 5,2%), fato que reduz o poder real de compra e o impacto efetivo do financiamento, segundo a entidade.
Governo na defensiva
Nas cerimônias de anúncio do Plano, realizadas semana passada, jornalistas e convidados notaram o tom destoante de certos discursos, como do Ministro da Fazenda Fernando Haddad. Ele teceu fortes críticas à gestão federal anterior, que terminou há dois anos e meio. O Banco Central, cujo atual presidente foi indicado pelo governo e vem mantendo a tendência de alta na taxa básica de juros, também não foi poupado. As autoridades presentes culparam a Selic (atualmente em 15%) pelos reflexos negativos na economia em geral e no agronegócio em particular.
Pressionado, o Ministro da Agricultura Carlos Fávaro classificou os juros como “desproporcionais”, e vem insistindo num novo modelo para o seguro rural, objeto de críticas do setor por não ter sido formalmente abordado no Plano Safra. Em entrevista à Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), ele disse que estudos técnicos estão em curso para basear mudanças no programa de subvenção pública das apólices.
“Estamos com estudos técnicos sendo desenvolvidos pelo Ministério da Agricultura. Ficam prontos em 15 a 20 dias, para que possamos, em agosto ou setembro, antes do início da safra de verão, estar ofertando aos produtores um novo modelo de seguro rural brasileiro, que eu espero que seja mais eficiente e tranqüilizador”, disse o Ministro.
Fávaro tem defendido uma integração do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) com o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), mas ainda não apresentou detalhes.
Naturalmente, todas essas avaliações passaram a contabilizar o tarifaço de Donald Trump e o impacto gerado na agropecuária brasileira, antes mesmo do início de sua vigência, programada para 1 de agosto. Produtores, autoridades e entidades de representação refazem diariamente seus cálculos, estimando prejuízos dos embarques já cancelados enquanto alimentam a esperança de um recuo por parte dos americanos. Sem definição, diversas cadeias produtivas têm sua sobrevivência ameaçada, como o Portal SNA vem mostrando, e podem precisar muito mais do que os estímulos habituais do Plano Safra para se recuperarem no curto, médio e logo prazo.
Além dos órgãos já mencionados na matéria, colaboraram com informações complementares o Banco Central e a Agência FPA.
Fonte: SNA
Autor:Marcelo Sá/SNA
Site: SNA
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