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Congelamento de valores do Fethab é aprovado em primeira votação na ALMT

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) aprovou em primeira votação a proposta do governo de Mato Grosso para congelar valores do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab). O projeto de lei foi encaminhado pelo Poder Executivo do estado ao Legislativo no último dia 2 de julho.
Agora, a proposta passará por análise junto à Comissão de Constituição, Justiça e Redação e voltará, para segunda e última votação, para o plenário da ALMT. Após a aprovação, a matéria seguirá para sanção do governador Mauro Mendes.
O projeto de lei, como destacado anteriormente pelo Canal Rural Mato Grosso, atende a um pedido do setor produtivo diante dos aumentos do Fethab, decorrente de sua vinculação ao índice inflacionário.
Conforme o governo do estado, o projeto tem como intuito “alterar a metodologia de periodicidade de correção do valor cobrado dos produtores rurais. Atualmente, o valor da contribuição é corrigido em janeiro e julho, de acordo com os valores vigentes da Unidade de Padrão Fiscal (UPF) para os respectivos meses, referentes ao mesmo ano”.
Com isso, a correção da contribuição do Fethab “cobrada entre janeiro e junho considerará o valor da UPF de julho do ano anterior; e de julho a dezembro, o fundo estadual levará em consideração o valor da unidade de padrão fiscal de janeiro do mesmo ano”.
Positivo, mas insuficiente
Apesar de positivo para o setor, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) aponta que o congelamento “não resolve os problemas enfrentados pelo setor produtivo rural”.
Na avaliação da entidade, o valor cobrado do Fethab “precisa ser compatível com as variações nos preços das commodities, respeitando a dinâmica do mercado e a realidade econômica dos produtores”.
Durante a sessão ordinária na ALMT, a deputada estadual Janaina Riva pontuou que “é hora de repensar a forma como o Fethab é cobrado em Mato Grosso”.
“O congelamento é importantíssimo para a classe produtora do estado de Mato Grosso. Esse pedido foi feito pelas entidades em dezembro de 2023. Precisa ser aprovado, mas não resolve o problema”.
Segundo a parlamentar, já foi solicitado ao senador Wellington Fagundes para que trate do tema do endividamento dos produtores de Mato Grosso junto com o estado do Rio Grande do Sul, que trabalha a securitização, e também com o Mato Grosso do Sul, que está trabalhando também para que haja um alargamento das dívidas dos produtores, “entendendo que quando a safra foi plantada, as commodities estavam em alta, portanto os insumos foram a um custo alto e hoje o cenário é diferente”.
Ainda conforme Janaina Riva, aprovando a proposta de congelamento do Fethab hoje é indispensável a criação de um índice, “um percentual na nota fiscal dos produtos para não penalizar quem produz”.
“O produto está mais caro? A soja valorizou? O gado está mais caro? Cresce também a contribuição do Fethab. Mas, o preço caiu, precisa também cair a contribuição do Fethab. Isso é importantíssimo para o futuro da produção agrícola do estado de Mato Grosso e a agropecuária”.
Ainda em uso da tribuna na sessão ordinária da ALMT nesta quarta-feira (9), a deputada estadual declarou considerar uma “arbitrariedade a Assembleia, assim como vota o RGA todo ano, ela não votar também o índice de reajuste do Fethab todos os anos. Uma prerrogativa que poderia ser dessa Casa Legislativa, mas que está sendo feito através de decretos, fazendo com que assim o setor produtivo viesse aqui para dentro”.
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Agro Mato Grosso
MT se consolida como um dos maiores produtores de gergelim do País I MT

O Brasil dobrou o número de estabelecimentos autorizados a exportar gergelim para a China. A nova lista divulgada pela Administração-Geral das Alfândegas da China (GACC) passou de 31 para 61 unidades habilitadas, representando um avanço expressivo nas relações comerciais com o maior consumidor mundial da oleaginosa.
Hoje, o Brasil ocupa a sétima posição entre os maiores exportadores globais de gergelim, com 5,31% do comércio mundial. Com a nova habilitação, o país amplia sua capacidade de atender à crescente demanda chinesa, que representa 38,4% do consumo global da semente.
De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a ampliação é resultado da cooperação entre o Ministério, a Adidância Agrícola e a Embaixada do Brasil em Pequim, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o setor privado.
A habilitação da China ao gergelim brasileiro foi anunciada em novembro de 2024, durante visita oficial do presidente chinês Xi Jinping ao Brasil. À época, o acordo representou a 200ª abertura de mercado da atual gestão federal.
Business
Uso misto de bactérias e nitrogênio reduziria custo do milho em R$ 2,8 bilhões ao ano

O nitrogênio, ao lado do potássio e do fósforo, forma a trinca de macronutrientes primários que atuam no desenvolvimento vegetal conhecido como NPK.
Entre esses três elementos essenciais, contudo, o nitrogênio costuma ser o mais caro e o que demanda o maior investimento por parte do produtor rural. Ao mesmo tempo, também é o mais exigido pelas plantas, sendo fundamental para o crescimento, desenvolvimento das raízes, colaborando para a fotossíntese.
Se a fertilização nitrogenada é essencial para a maior parte da produção agrícola, ela não vem sem um custo. Sua eficiência raramente supera os 50% em virtude de perdas ocorridas nos processos de lixiviação, volatilização e desnitrificação. Ainda mais, o uso do adubo por períodos prolongados ou em doses excessivas pode acarretar em sérios impactos ambientais.
Assim, os bioinsumos têm se mostrado uma alternativa eficiente, sustentável e que coloca o Brasil na vanguarda. Um estudo da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) conseguiu demonstrar que o produtor de milho pode ter significativa economia com o uso de duas bactérias.
“Imagine você produzir uma cultura tão importante para o Brasil e para o mundo como a soja e, ao invés de aplicar 400 ou 500 quilos de fertilizante nitrogenado por hectare, você aplica uma bactéria capaz de tirar o nitrogênio da atmosfera e entregar para a planta em troca de alimento e proteção. Isso já acontece no Brasil há muitos anos, não é algo novo”, conta o professor do Departamento de Produção Vegetal da Faculdade de Ciências Agrárias e Tecnológicas (FCAT) da Unesp no câmpus de Dracena Fernando Shintate Galindo.
Segundo ele, nos últimos dez ou 15 anos houve uma evolução em metodologias e técnicas que têm permitido aos pesquisadores entender que existe uma infinidade de microrganismos que podem beneficiar outros cultivos além da oleaginosa.
Inoculação de bactérias no milho
Em um de seus trabalhos, publicado na revista Plant Biology, da BioMed Central (BMC), Galindo, ao lado de uma equipe de pesquisadores, buscou avaliar os benefícios da inoculação de duas bactérias ao mesmo tempo na cultura do milho: a Azospirillum brasilense, conhecida pela sua capacidade de fixar nitrogênio no solo e no estímulo ao crescimento da planta, e a Bacillus subtilis, promotora do crescimento radicular e capaz de atuar na resistência a pragas e doenças.
O trabalho durou cerca de dois anos e fez parte de um estágio de pós-doutorado com apoio da Fapesp. O ensaio de campo, realizado em três localidades diferentes, envolveu quatro configurações para o plantio do milho: um grupo controle, um grupo que recebeu apenas a aplicação da Azospirillum brasilense, um que recebeu apenas a aplicação de Bacillus subtilis, e por fim, um quarto grupo que recebeu ambos os microrganismos. Além disso, testaram-se diferentes taxas de aplicação de fertilizantes nitrogenados em cada grupo.
A partir de então, os pesquisadores acompanharam cada etapa do crescimento dos lotes para poder comparar as respostas fisiológicas e bioquímicas das plantas sob cada um dos cenários, incluindo parâmetros relacionados à fotossíntese, ao estresse oxidativo e ao uso do nutriente, como a sua capacidade de recuperar o nitrogênio do solo e aumentar a eficiência do seu uso.
Entre os principais resultados encontrados pela equipe está a confirmação de que o consórcio de bactérias, mesmo com algumas características distintas, juntamente com uma dose ideal de nitrogênio, foi capaz de melhorar a eficiência no uso do macronutriente, bem como foi capaz de promover o crescimento aéreo e radicular das plantas.
A inoculação combinada de Azospirillum brasilense e de Bacillus subtilis também teve efeito sobre parâmetros relacionados à fotossíntese, aumentando a captação e assimilação de CO2, a transpiração e a eficiência do uso da água, enquanto diminuiu o estresse oxidativo.
“Nesse estudo, nós observamos que de fato a inoculação complementa a adubação nitrogenada com excelentes resultados, mas não a substitui. E quando é aplicado muito nitrogênio associado a esses microrganismos, a atuação deles é prejudicada, como uma espécie de overdose”, compara Galindo. “É um balanço em que existe uma faixa ideal para a resposta da planta aos nutrientes e à coinoculação das bactérias”.
Os resultados indicaram que é possível reduzir ainda mais a ótima taxa de aplicação de nitrogênio dos convencionais 240 kg N/ha para 175 kg N/ha, reduzindo custos e ainda aumentando a produtividade do milho em 5,2%. Além disso, a fórmula reduziria a emissão de dióxido de carbono em 682,5 kg CO2e/ha.
Segundo o pesquisador do câmpus de Dracena, a redução de aproximadamente 25% na adubação nitrogenada na cultura do milho traria uma economia para o produtor de aproximadamente R$ 130 por hectare.
“Se nós extrapolarmos estes valores para um modelo hipotético considerando toda a área cultivada com milho no Brasil, que atualmente está em torno de 22 milhões de hectares, nós estamos falando de uma economia de cerca de R$ 2,86 bilhões anuais”, projeta o docente.
“Isso é o visível, aquilo que conseguimos mensurar. Existem ainda questões ambientais e climáticas que nós ainda não conseguimos mensurar tão bem, mas que precisam ser levadas em consideração”.
*Sob supervisão de Victor Faverin
Business
Quatro décadas de experiência revelam como a tradição familiar evoluiu com a avicultura brasileira

A história da família Fuelber na avicultura brasileira é um exemplo de como tradição e inovação podem andar juntas no campo. Tudo começou em 1981, quando seu Adelar, aos 15 anos, acompanhou o pai na construção do primeiro aviário com 6 mil frangos. O que era uma atividade manual, com fornalha a lenha e cortinas puxadas no braço, hoje é uma operação moderna com galpões automatizados e monitoramento remoto.
“Naquela época, levava 45 dias para o frango atingir 1,6 kg. Hoje, alcançamos esse peso com 26 dias”, lembra Adelar, que hoje comanda, ao lado da família, dois aviários com capacidade para 80 mil aves por lote.
Janete é a primeira a ir ao aviário pela manhã. Vinícius cuida do aquecimento e do conforto das aves, inclusive durante a madrugada. Adelar, com sua experiência acumulada, continua orientando a família nos manejos estratégicos.
“Trabalhar em família é nosso maior orgulho. A gente construiu tudo com base nessa união”, destaca Janete.
Reconhecimento e orgulho de alimentar o Brasil e o mundo
Com seis anos consecutivos entre os cinco melhores produtores da Seara, a família Fuelber acumula prêmios e reconhecimento de sua integradora. Mas o maior valor está no que foi construído: a casa, a educação dos filhos e o respeito por uma atividade que transformou a vida da família.
Adelar guarda até hoje documentos, fotos e plantas antigas dos primeiros aviários. “Ver o quanto evoluímos emociona. A avicultura nos deu tudo, e ver meu filho seguindo esse caminho é a maior conquista.”
O orgulho também está na missão: produzir alimento com qualidade e responsabilidade.
“Nossos frangos abastecem o mercado interno e vão para exportação. É muita responsabilidade, mas também um enorme orgulho.”

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