Sustentabilidade
Governo lança Plano Safra de R$ 516,2 bilhões para agronegócio – MAIS SOJA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou, nesta terça-feira (1º), o Plano Safra 2025/2026, com R$ 516,2 bilhões para o financiamento da agricultura e da pecuária empresarial no país. O crédito vai apoiar grandes produtores rurais e cooperativas com R$ 447 bilhões, e produtores enquadrados no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) com R$ 69,1 bilhões.
O valor é R$ 8 bilhões maior em relação à safra anterior e contempla operações de custeio, comercialização e investimento. As condições variam de acordo com o perfil do beneficiário e o programa acessado.
O crédito de custeio também poderá ser destinado à produção de sementes e mudas de essências florestais, nativas ou exóticas, e ao reflorestamento, com o objetivo de valorizar iniciativas voltadas à preservação ambiental. Ainda nesse contexto, será permitido o financiamento de culturas de cobertura, que ajudam a preservar o solo entre uma safra e outra.
Durante evento no Palácio do Planalto, Lula afirmou que a produtividade agrícola do Brasil está diretamente ligada à capacidade de proteção ao meio ambiente. Para ele, essa compreensão deve permear todo o setor e a sociedade, colocando o país como líder na produção de alimentos.
“O grande sucesso não é só o aumento da capacidade produtiva ou o aumento da quantidade de mercados que nós conseguimos. O grande sucesso é um aprendizado de todos nós. É o aprendizado de que fazer a preservação adequada e necessária ao país, de preservar os nossos rios e os nossos mananciais, de recuperar a terra degradada, a gente vai percebendo, com o tempo, que está produzindo mais em menos hectares”, disse, lembrando que o país ainda tem 40 milhões de hectares de terras degradadas.
“A gente está ganhando mais porque aumentou a qualidade dos produtos que nós estamos plantando, por conta dos avanços genéticos e tecnológicos. E a gente está percebendo que o mundo tinha ojeriza ao Brasil, que era conhecido como país do desmatamento, o país do fogo, do desrespeito. E é essa compreensão que a sociedade brasileira, os empresários, o pequeno e médio agricultor foram tendo que permite que o Brasil passe a ser um país respeitado e, cada vez mais, as pessoas têm menos medo da gente”, acrescentou.
Do total disponibilizado neste Plano Safra, R$ 414,7 bilhões serão para custeio e comercialização e R$ 101,5 bilhões para investimentos. As taxas de juros para custeio e comercialização serão de 10% ao ano para os produtores do Pronamp e de 14% ao ano para os demais produtores. Já para investimentos, as taxas de juros variam entre 8,5% ao ano e 13,5% ao ano, de acordo com o programa.
“Os produtores que adotarem práticas sustentáveis terão acesso a condições diferenciadas, como juros reduzidos”, destacou o governo.
O governo prorrogou para o período de 1º de julho de 2025 a 30 de junho de 2026 a aplicação do desconto de 0,5 ponto percentual na taxa de juros das operações de crédito rural de custeio. A medida vale para produtores enquadrados no Pronamp e para os demais produtores que investirem em atividades sustentáveis, respeitados os limites definidos em cada instituição financeira para o ano agrícola.
Sustentabilidade
Também a partir deste ano, o crédito rural de custeio agrícola passa a exigir as recomendações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), ferramenta que identifica áreas e épocas de plantio com menor risco de perdas devido a eventos climáticos adversos.
Anteriormente, a exigência era restrita a operações de até R$ 200 mil contratadas por pequenos agricultores do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) com enquadramento no seguro rural do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Agora, ela se estende a financiamentos acima desse valor e a contratos em que o Proagro não é exigido.
“O objetivo é evitar a liberação de crédito fora dos períodos indicados ou em áreas com restrições, e contribuir para maior segurança e sustentabilidade na produção”, explicou o governo. A exceção é para os casos em que não houver zoneamento disponível para o município ou para a cultura agrícola financiada.
O subprograma RenovAgro Ambiental, voltado a práticas agropecuárias ambientalmente sustentáveis, passa a contemplar ainda ações de prevenção e combate a incêndios no imóvel rural, além de recuperação de áreas protegidas. Entre as novidades, está a possibilidade de uso dos recursos para a aquisição de caminhões-pipa ou carretas-pipa e, entre os itens financiáveis, mudas de espécies nativas para a reposição e recomposição de áreas de preservação permanente e reservas legais.
Outras ações
Uma das novas possibilidades do Plano Safra é a ampliação do limite de renda para enquadramento no Pronamp, que passou de R$ 3 milhões para R$ 3,5 milhões por ano, permitindo que mais produtores tenham acesso às condições diferenciadas oferecidas pelo programa.
Outra mudança na edição deste ano do plano é a autorização para o financiamento de rações, suplementos e medicamentos adquiridos até 180 dias antes da formalização do crédito, o que flexibiliza o acesso aos insumos.
Já os programas voltados à modernização e inovação tecnológica no campo ─ ModerAgro e InovAgro ─ foram unificados para simplificar o acesso ao crédito. Com isso, segundo o governo, houve aumento do limite disponível para investimentos em granjas, possibilitando que essas estruturas se mantenham sempre atualizadas em relação à sanidade animal.
O programa de armazenagem (PCA) também foi ampliado. O limite de capacidade por projeto passou de 6 mil para 12 mil toneladas, com o objetivo de melhorar a infraestrutura de estocagem e escoamento da produção rural.
Além disso, o novo ciclo do Plano Safra traz medidas para facilitar a renegociação de dívidas, oferecendo aos produtores que enfrentaram dificuldades em safras anteriores mais flexibilidade para reorganizar passivos e retomar o fluxo produtivo.
Complementando os valores para o setor rural, nesta segunda-feira (30), Lula anunciou o Plano Safra da Agricultura Familiar, com R$ 89 bilhões em recursos e taxas de juros menores [] para o financiamento de pequenos produtores na produção de alimentos, aquisição de máquinas e práticas sustentáveis, como bionsumos, sociobiodiversidade e transição agroecológica.
Fonte: Agência Brasil
Autor:Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
Site: Agência Brasil
Sustentabilidade
Aprosoja MT destaca união de produtores contra o fogo durante o período da estiagem – MAIS SOJA

Durante o período da estiagem, as altas temperaturas, a baixa umidade do ar e a vegetação ressecada criam um cenário altamente propício para a rápida propagação de incêndios. Diante desse panorama, a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) destaca o compromisso coletivo dos agricultores do interior do estado, que vêm se organizando em uma verdadeira força conjunta para conter e prevenir o avanço das chamas.
A aliança entre os produtores evidencia não só o senso de responsabilidade compartilhado, mas também o poder transformador da cooperação em defesa da preservação ambiental e da proteção dos patrimônios locais.
O delegado do núcleo de Querência, Valdair Hauenstein Granja, relata que o apoio mútuo entre vizinhos tem sido essencial no enfrentamento aos focos de incêndio. Na região, foi criado um grupo com mais de 300 produtores voltado exclusivamente para esse propósito.
“Estamos sempre ativos para ajudar o vizinho, ou para que o vizinho venha nos ajudar, se surgir o fogo, é muito importante estar unido, isso é básico e essencial para controlar o incêndio o mais rápido possível. Quanto mais rápido, menor o prejuízo. É preciso pensar também no vizinho. A qualquer mensagem no grupo de WhatsApp do fogo, todos ficam em alerta, e não importa quem vai ajudar, quem estiver mais próximo deve agir rapidamente”, enfatiza Valdair.
Já o delegado de Lucas do Rio Verde, Gilberto Eberhardt, destaca que essa mobilização começa antes mesmo da temporada seca. Em parceria com o Corpo de Bombeiros, os produtores locais participaram de reuniões para mapear propriedades com geolocalização e identificar equipamentos disponíveis para o combate ao fogo.
“O que vemos é a união de todos para se preparar no combate aos incêndios. Recentemente, tivemos uma reunião com o Corpo de Bombeiros, no Sindicato Rural, para mapear todas as propriedades com geolocalização. A ideia é que cada produtor informe os equipamentos disponíveis em sua propriedade para o combate ao fogo. É fundamental que todos os produtores acessem o site da Aprosoja MT, onde estão disponíveis informações para prevenir e saber onde buscar ajuda”, ressalta Gilberto.
Segundo o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso (CBM-MT), 27,7% dos focos registrados em 2024 ocorreram em Terras Indígenas, o que reforça a importância da vigilância constante em áreas limítrofes. A produtora Josi Paula Souza, de Água Boa, convive com esse desafio diariamente. Sua propriedade faz divisa com território indígena, e ela relata perdas significativas causadas por incêndios recorrentes.
“Na nossa propriedade, eventualmente ocorrem incêndios causados por indígenas. É um trabalho constante de vigilância, pois precisamos cuidar da nossa área e da divisa com as terras indígenas. Esse fogo atinge a pastagem, o solo, e esse solo queimado demora muito para se recuperar. Ficamos um ano sem o pasto. É uma perda da pastagem e da terra também, que exige um longo período de recuperação”, explica.
Essas ações demonstram que, frente aos desafios impostos pela seca, a prevenção e o enfrentamento aos incêndios dependem da dedicação e da responsabilidade compartilhada entre produtores rurais. A Aprosoja MT segue fortalecendo essa rede de cooperação, oferecendo suporte técnico através de Cartilhas informativas, disponíveis no site da entidade, articulação com órgãos públicos e informações estratégicas para que os agricultores estejam cada vez mais preparados.
Foto de capa: Mateus Dias/Aprosoja MT.
Sustentabilidade
O papel da pesquisa na evolução da agricultura brasileira – MAIS SOJA

Em 30 anos, a agricultura brasileira cresceu na média de 2,59% ao ano, enquanto o uso de insumos cresceu 0,97% ao ano. O crescimento é resultado dos investimentos em pesquisa e educação. A análise foi apresentada pelo pesquisador Steven Helfand, da Universidade da Califórnia, durante o seminário Mundo Agro, que reuniu lideranças na Embrapa Trigo (Passo Fundo, RS), na tarde de ontem (29/07/25).
A partir da coleta de dados de 1985 a 2017, considerando a escala de 0 a 5, os pesquisadores verificaram um crescimento de 2,59% ao ano na agricultura brasileira e de 1,56% ao ano na produtividade. Contudo, o crescimento não foi uniforme em todos os biomas: enquanto na Caatinga o crescimento em produtividade foi próximo a zero, na Amazônia foi de 1%, na Mata Atlântica foi de 1,25% e no Cerrado chegou a 2,43%. No componente educação, a média de crescimento por bioma foi: Caatinga 0,16; Amazônia 0,17; Mata Atlântica 0,27; e Cerrado 0,30. “O crescimento está diretamente relacionado aos investimentos em pesquisa agropecuária e educação no campo. Verificamos que a maioria dos produtores com baixa produtividade na década de 1980, permanecia com na mesma situação 30 anos depois. Entre os produtores que se mantiveram na baixa produtividade, 80% está na Caatinga. Entre os produtores que começaram baixo e aumentaram a produtividade no período, 60% está no Cerrado”, esclarece Steven Helfand.
A análise dos dados mostra que, até a década de 1990, o componente animal se destacava na produção agropecuária brasileira. A partir de 1996, as culturas anuais, especialmente produção de grãos, despontaram no crescimento da agricultura brasileira.
O pesquisador Antônio Buainain, da Unicamp, lembra que o crescimento da agricultura no Cerrado não ocorreu ao acaso, mas como resultado de políticas públicas e muito planejamento: “O crescimento da agricultura no Cerrado não partiu das empresas privadas. As bases foram determinadas pela Embrapa através do investimento do poder público em pesquisa. Foram decisões políticas tomadas muito tempo atrás que refletem o cenário que estamos vivendo agora”. Ele lembra que ações regionais também resultaram em crescimento, como a produção de maçãs na Região Sul e de flores no Sudeste, por exemplo, mas nada se assemelha às dimensões econômicas e territoriais alcançadas no Cerrado do Brasil Central.
De forma genérica, os pesquisadores traçaram uma linha do tempo para avaliar os impactos dos investimentos em pesquisa: “Os investimentos em pesquisa começam a aparecer após 4 anos, alcançam o auge aos 12 anos e se mantém impactando dos 14 aos 22 anos, quando entram em declínio. O planejamento precisa ser de longo prazo”, explica Steven.
Conforme os pesquisadores, as desigualdades geradas pelo desenvolvimento intenso, desuniforme e heterogêneo das últimas décadas dependem do poder público para estender os resultados da pesquisa aos produtores que continuam na baixa produtividade. Estima-se que 10% dos produtores rurais concentram 85% da produção no Brasil e são esses produtores que determinam o crescimento da agricultura brasileira. “Estamos assistindo a uma crise na agricultura familiar que se reproduz em muitos países, inclusive nos Estados Unidos. Mas é na agricultura de subsistência dos países latino-americanos que está acontecendo com mais intensidade. Além do baixo acesso a políticas públicas e à educação, a agricultura familiar é a que mais sofre com os efeitos do clima”, conta Buainain, e conclui: “A empresa pública precisa investir em pesquisas que nem sempre geram retorno financeiro imediato, em áreas negligenciadas pelo setor privado. O papel de uma empresa pública como a Embrapa é o desenvolvimento da agricultura brasileira nas diferentes esferas”.
Para o Chefe-Geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, o encontro foi uma oportunidade para avaliar como a pesquisa pública realizada na Embrapa pode contribuir para que o Brasil continue crescendo na agropecuária com equilíbrio econômico, social e ambiental: “O papel da pesquisa é atender a demanda da população na produção de alimentos e, como empresa pública, a Embrapa está sempre atenta aos cenários que afetam o produtor rural no presente, sem perder o olhar nas tendências do futuro. Ouvir o que outras instituições estão observando na agropecuária brasileira é imprescindível para a melhor orientação das linhas de pesquisa da Embrapa”.
Fonte: Joseani M. Antunes – Embrapa Trigo
Autor:Joseani M. Antunes – Embrapa Trigo
Site: Embrapa
Sustentabilidade
Irrigação estratégica impulsiona milho para etanol e garante estabilidade produtiva, especialmente no Centro-Oeste do Brasil – MAIS SOJA

A produção de etanol de milho segue em ritmo acelerado no Brasil, principalmente em estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que concentram as maiores áreas plantadas. O aumento do número de usinas e a consolidação do milho como fonte de biocombustível sustentável frente aos combustíveis fósseis mostram o potencial do país no setor. Segundo dados recentes da Pátria Agronegócios, a colheita da segunda safra de milho 2024/25 já atinge 53,30% da área plantada, com expectativa de produtividade recorde em importantes estados produtores.
A consultoria AgRural revisou para cima a projeção de produção total do cereal nesta safra, alcançando 136,3 milhões de toneladas – ante 130,6 milhões estimados anteriormente. A alta está diretamente ligada ao rendimento elevado da safrinha, que deve atingir 108,9 milhões de toneladas, com destaque para Mato Grosso, Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul.
Para William Damas, especialista agronômico da Netafim, empresa líder e pioneira em irrigação por gotejamento, a tecnologia tem papel estratégico para que o crescimento do etanol de milho aconteça de forma sustentável. “O desafio é aumentar a produção sem substituir culturas igualmente importantes, como soja e feijão. A irrigação potencializa a produtividade numa mesma área, evitando que novas áreas precisem ser abertas exclusivamente para milho”, destaca.
Além disso, o Mato Grosso do Sul, estado que vem atraindo novas indústrias de etanol de milho, sofre historicamente com instabilidades climáticas que afetam diretamente a rentabilidade dos produtores. “É comum a produtividade cair para 80 ou 90 sacas por hectare em anos secos. Em áreas irrigadas, de clientes da Netafim as produtividades atingem 140 a 150 sacas, garantindo estabilidade e segurança de fornecimento para as indústrias”, explica Damas.
Além de fortalecer o crescimento sustentável do setor, a irrigação contribui para que o Brasil se consolide como um dos maiores produtores de milho do mundo, atendendo simultaneamente ao mercado de grãos e ao de biocombustíveis.
Sobre a Netafim
Fundada em um pequeno kibbutz em Israel há 60 anos, a Netafim é pioneira e líder mundial em soluções para irrigação. Com atuação em mais de 110 países, chegou ao Brasil na década de 1990, com um portfólio completo de produtos e soluções inovadoras de irrigação por gotejamento, que visam contribuir com o eficiente uso da água, aumentando a produtividade na agricultura e trazendo mais tranquilidade ao produtor rural.
Fonte: Assessoria de Imprensa Netafim
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