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Sustentabilidade

Controle de Spodoptera frugiperda em cereais de inverno – MAIS SOJA

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A lagarta Spodoptera frugiperda (figura 1) é uma das principais pragas que afetam os cereais de inverno, especialmente nas fases iniciais do desenvolvimento das culturas. Seu ataque concentra-se em plântulas e folhas, comprometendo o estande de plantas e reduzindo a capacidade fotossintética, o que pode impactar diretamente o estabelecimento da lavoura. Em muitos casos, a presença da praga já é observada no período de semeadura, resultado da sobrevivência em restos culturais ou falhas de controle na cultura anterior, o que  resulta em danos mais severos comprometendo a lavoura.

Figura 1. Spodoptera frugiperda.

 

Fonte: Marsaro Júnior, Alberto
Monitoramento

Em função da elevada capacidade da Spodoptera frugiperda em causar danos, as recomendações de manejo orientam que o controle da praga deva ocorrer no início da infestação, realizando o monitoramento através da contagem direta no solo, a partir da emergência das plantas (Almeida et al., 2024). A Spodoptera frugiperda possui hábito similar as lagartas Pseudaletia, se abrigando no solo durante as horas mais quentes do dia, enroladas no solo em rachaduras ou sob torrões e restos culturais (Pereira; Salvadori; Lau., 2010).

Figura 2.  Danos de Spodoptera frugiperda em trigo.
Fonte: Alessandro Braucks.

Atualmente, além dos produtos químicos disponíveis para o controle de Spodoptera frugiperda em trigo (Tabela 1), existem produtos biológicos comerciais registrados à base de fungo (Beauveria bassiana, Metarhizium anisopliae e M. rileyi), de bactéria (B. thuringiensis), de vírus (Baculovírus), de nematoides entomopatogênicos (Heterorhabditis bacteriophora e Steinernema carpocapsae) e de parasitoide (Trichogramma pretiosum) (Almeida et al., 2024).

Tabela 1. Inseticidas para o controle da lagarta Spodoptera frugiperda em trigo (pulverização). Ingrediente ativo, grupo químico, marca comercial, formulação e concentração do ingrediente ativo.
Fonte: Almeida (2024)

Em meio a diversidade de produtos disponíveis pra o manejo da Spodoptera frugiperda, definir o inseticida mais eficiente nem sempre é uma tarefa fácil, exigindo conhecimento e perícia. Com o objetivo de gerar informações fidedignas de controle em prol do manejo mais assertivo da Spodoptera frugiperda em cereais de inverno com o trigo, experimentos de campo foram conduzidos nas safras 2021 e 2022 pela Rede Técnica Cooperativa – RTC avaliando a eficiência de diferentes inseticidas no controle da lagarta.

Os ensaios foram realizados nos municípios de Carazinho, Santa Bárbara do Sul, Júlio de Castilhos e Cruz Alta, nas culturas de aveia preta + ervilhaca, aveia branca, aveia preta e trigo. Os inseticidas foram aplicados com a utilização de equipamento CO2, com volume de calda de 150 L/ha.  Para conferência da mortalidade, realizou-se a contagem do número de lagartas vivas em uma área de 4 m² por tratamento.



Eficiência de controle

No geral, os resultados obtidos no ensaio demonstram que os inseticidas clorfenapir (Pirate) clorantraniliprole (Premio/Ampligo), indoxacarbe + Novalurom (Plethora) e metomil (Lannate) foram os que apresentaram a melhor performance nas doses testadas (Stürmer, 2022).

Figura 3. Média da população e da eficiência de controle de Spodoptera frugiperda, com inseticidas aplicados nas culturas de Aveia preta. Júlio de Castilhos – RS. Safra 2021.
*Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Scott-knott (P≤0,05)
Fonte: Stürmer (2022)
Figura 4. Média da população e da eficiência de controle de Spodoptera frugiperda, com inseticidas aplicados nas culturas de trigo (Cultivar ORS Senna, semeado no verão/outono). Cruz Alta- RS. Safra 2022.
*Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Scott-knott (P≤0,05).
Fonte: Stürmer (2022)

Sob elevada pressão de lagartas (com 42,3 lagartas/m²), os melhores índices de controle foram observados com o emprego de clorantraniliprole (Ampligo), ciclaniliprole (Hayate), metomil (Lannate), Flubendiamida (Takumi) e Metoxifenozida (Intrepid)  (Stürmer, 2022).

Sobretudo, além de definir o inseticida adequado para o controle, é necessário posicionar o defensivo no momento adequado, dando preferencia para o controle no início das infestações. Sendo assim, o monitoramento periódico das áreas de cultivo é determinante para o sucesso do controle.

Referências:

ALMEIDA, J. L. INFORMAÇÕES TÉCNICAS PARA TRIGO E TRITICALE: SAFRAS 2024 & 2025. Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária, 2024. Disponível em: < https://static.conferenceplay.com.br/conteudo/arquivo/infotecnitrigotriticalesafras20242025livrodigitalfinal-1721832775.pdf >, acesso em: 01/07/2025.

PEREIRA, P. R. V. da S.; SALVADORI, J. R.; LAU, D. TRIGO: MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS. Senar – PR, Embrapa Trigo, 2010. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/busca-de-publicacoes/-/publicacao/887068/trigo-manejo-integrado-de-pragas >, acesso em: 01/07/2025.

STÜRMER, G. R. CONTROLE DE Spodoptera frugiperda EM CEREAIS DE INVERNO. CCGL P            esquisa e Tecnologia, Coletim Técnico, n. 103, 2022. Disponível em: < https://maissoja.com.br/controle-de-spodoptera-frugiperda-em-cereais-de-inverno/ >, acesso em: 01/07/2025.

 

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Sustentabilidade

Semana decisiva para o agro e para a soja com possíveis tarifas dos EUA; confira a análise completa

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O comércio exterior brasileiro vive uma semana decisiva, marcada pelos desdobramentos das possíveis tarifas que os Estados Unidos planejam impor aos produtores brasileiros. No mercado da soja, o comentarista Miguel Daoud, do Canal Rural, ressaltou o impacto que essas medidas podem gerar.

”A soja tem uma demanda muito grande. Não é fácil, mas precisamos buscar alternativas. Caso a tarifa seja efetivamente aplicada, deve haver uma redução nos prêmios nos portos”, afirmou.

Para Daoud, o momento exige visão estratégica do setor. “É fundamental compreender a dimensão da demanda. Quem já está se preparando para a próxima safra tem uma noção do que esperar. Assim, é possível ajustar a oferta e ficar atento às oportunidades”, concluiu.

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Semana de desdobramentos

Segundo Daoud, os senadores brasileiros enfrentam dificuldades no diálogo com a Casa Branca, que mantém uma postura rígida. ”Existe um obstáculo político que não faz sentido. É um obstáculo de raiva, de ódio, que não cabe nesse tipo de negociação’, afirmou.”

Entre as estratégias do governo Lula para amenizar os possíveis impactos está a possibilidade de desvalorização do real, o que aumentaria a competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo. No entanto, o acordo em negociação com a União Europeia tem gerado descontentamento em alguns países do bloco, que sentem estar sob pressão dos Estados Unidos.

Daoud ressaltou que a dependência norte-americana de produtos brasileiros, como carne, café e suco de laranja, pode pesar nas negociações. “A Austrália não tem condições de suprir a demanda que o Brasil deixaria de atender”, disse.

O comentarista alerta que, caso as tarifas norte-americanas sejam mantidas, a medida pode acelerar a criação de mecanismos de comércio internacional fora da dependência do dólar. “Os países punidos podem buscar alternativas para escapar do dólar. Aí fica difícil para os Estados Unidos investirem. Isso fragilizaria a hegemonia dos EUA no médio e longo prazo. Torcemos para que se perceba isso antes e que seja corrigido”, pontuou.

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Sustentabilidade

Etanol de milho de segunda safra tem uma das menores emissões de gases de efeito estufa comparado a outros biocombustíveis – MAIS SOJA

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(*) Autoras: Luciane B. Chiodi e Sofia M. Arantes

Dentro do contexto das mudanças climáticas e redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE), os biocombustíveis desempenham um papel central na transição energética. Apesar dos diversos caminhos para alcançar a neutralidade climática é extremamente importante adequar as estratégias à especificidade e potencial local. Nesse cenário, as emissões de GEE e a pegada de carbono são métricas essenciais para avaliar o impacto ambiental da produção de biocombustíveis.

No caso do etanol de milho produzido no Brasil, os principais fatores que contribuem para suas baixas emissões de GEE e pegada de carbono incluem o uso de milho de segunda safra e de biomassa. O milho utilizado como insumo para a produção de etanol é cultivado como segunda safra, em terras que anteriormente cultivavam uma única safra de soja ou que plantavam uma segunda safra com a finalidade de cobertura do solo. Com isso, não gera emissões diretas de GEE associadas à mudança de uso da terra (MUT), otimizando o ciclo produtivo e os recursos no processo de produção agrícola com a diminuição do uso de fertilizantes a partir da técnica de plantio direto.

Vale mencionar que a cultura do milho de segunda safra no Brasil ganhou representatividade no passado, principalmente em função dos benefícios agronômicos decorrentes da proteção física que a palhada pós-colheita tanto da soja como do milho confere ao solo, permitindo a proteção e manutenção dos nutrientes no solo no período pós-colheita, proporcionando uma melhor produtividade da safra principal, no caso a soja. O plantio direto diminui significativamente a exposição do solo agrícola ao risco de erosão e contribui para a fixação de nutrientes no solo (MAGALHÃES et al., 2020; DA SILVA et al., 2020).

O etanol de milho de segunda safra utiliza como fonte de energia em seu processo a biomassa, principalmente cavaco de eucalipto, bambu, resíduos agroindustriais e agrícolas para a cogeração de energia. O sistema energético é otimizado de maneira que a eletricidade gerada pela termoelétrica é superior que a demanda dos processos de produção, exportando a eletricidade excedente para o grid (MOREIRA et al., 2020; ARANTES, 2023).

Estas características apresentadas acima impactam a pegada de carbono do etanol de milho de segunda safra brasileiro, que está entre as mais baixas do setor, entre 18,3 e 25,9 gCO2e/MJ (Moreira et al., 2020), comparável ao etanol de cana-de-açúcar e inferior à do etanol de milho produzido em sistemas tradicionais, como o norte-americano.

Outro fator que contribui consideravelmente para a pegada de carbono dos biocombustíveis é o impacto direto e indireto[1] que a expansão do uso dos biocombustíveis causa sobre a MUT. Estudo publicado na Nature Sustainability mostra que ao adicionar tais efeitos, a pegada de carbono do etanol de milho de segunda safra poderia ser reduzida para 9,8 gCO2e/MJ ou até mesmo 0,8 gCO2e/MJ, dependendo da taxa de substituição considerada para a composição soja e milho, destinados para nutrição animal, devido à utilização de Dried Distillers Grains (DDG), coproduto gerado no processo produtivo do etanol de milho, utilizado como ração animal (Moreira et al., 2020). Com a adição de tecnologias como Bioenergy with carbon capture and storage (BECCS) e a contabilização de MUT, a pegada de carbono do etanol de milho pode reduzir ainda mais, com potencial para alcançar cerca de -19,8 gCO₂e/MJ.

No contexto da neutralidade climática é extremamente importante conciliar estratégias com potencial local, além da maior diversificação e complementariedade entre as diferentes fontes para a produção de biocombustíveis, que serão fundamentais para a transição energética, principalmente no longo prazo.

Referências

ARANTES, S. M. (2023). Análise socioeconômica e de uso da terra da produção de etanol de milho segunda safra, no Centro-Oeste Brasileiro. Tese de doutorado. Faculdade de Engenharia Mecânica – UNICAMP. Campinas- SP. Disponível em: <Link>.

DA SILVA, P., C., G., TIRITAN, C., S., ECHER, F., R., CORDEIRO, C., F., S., REBONATTI, M., D., DOS SANTOS, C., H., No-tillage and crop rotation increase crop yields and nitrogen stocks in sandy soils under agroclimatic risk, Field Crops Research, Volume 258, 2020, 107947, ISSN 0378-4290, Link.

MAGALHÃES, P. C.; BORGHI, E.; KARAM, D.; PEREIRA FILHO, I. A. V.; RIOS, S. de A.; ABREU, S. l C.; LANDAU, E. C.; GUIMARÃES, L. J. M. PASTINA, M. M; DURÃES, F. O. M. Desenvolvimento do milho segunda safra: fatores genético-fisiológicos, Plataforma de conhecimento e práticas de manejo de cultivo e uso, visando sustentabilidade de produção e produtividade no binômio soja/milho – Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2020. ISSN 1518-4277.

MOREIRA et al. (2020). Socio-environmental and land-use impacts of double-cropped maize ethanol in Brazil. Nature Sustainability, 8.

Autoras (*):

Luciane Chiodi Bachion, sócia da Agroicone

Luciane é especialista em modelagem matemática e econométrica, análise da dinâmica dos setores agrícolas e temas ambientais. Coordena pesquisas na área de sustentabilidade da produção agrícola, de comércio internacional e de inteligência de mercado para as cadeias agrícolas. Participou do desenvolvimento do Modelo de Uso da Terra para a Agropecuária Brasileira (BLUM) e do desenvolvimento do “Outlook Brasil 2022: projeções para o agronegócio”, como responsável pela modelagem e análise do setor de grãos. Possui experiência em modelagem estatística, utilizando a abordagem Bayesiana e de séries temporais em Madrid e São Paulo. Licenciada em matemática pela UNESP e mestre em Comércio Exterior pela Universidade Carlos III de Madrid e em Economia Aplicada pela ESALQ/USP.

Sofia Marques Arantes, pesquisadora da Agroicone

Sofia possui experiência no setor sucroenergético, bioenergia, agricultura e sustentabilidade. Conhecimento em modelagem, com foco em projeções e simulações socioeconômicas e de uso da terra. Bidiplomação em Relações Internacionais e Economia pela FACAMP, com mestrado em Planejamento Energético pela Faculdade de Engenharia Mecânica/UNICAMP e atualmente, estudante de doutorado no mesmo programa e instituição.

Fonte: Assessoria de Imprensa



 

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Sustentabilidade

Cadastro para solicitar antecipação da semeadura da soja começa dia 1º de agosto

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O cadastro para solicitar antecipação da semeadura da soja para a Safra 2025/26, iniciará na próxima sexta-feira, 1º de agosto, por meio de uma página no site oficial da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba).

O período de plantio antecipado foi definido entre 25 setembro a 7 de outubro, conforme portaria Nº 47, de junho de 2025, divulgada pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), que autoriza, em caráter excepcional, a operação.

Além disso, para plantio regular foi estabelecido o calendário convencional de 8 de outubro a 31 de dezembro, com o objetivo de otimizar o calendário agrícola e garantir maior flexibilidade para os produtores da região.

Os produtores rurais interessados, devem realizar o cadastramento das suas áreas entre 1º e 31 de agosto, por meio do link http://tinyurl.com/antecipacaop .

A Adab é o órgão responsável por fiscalizar, avaliar e aprovar os cadastros dos agricultores que pretendem aderir ao plantio antecipado, para assegurar que as práticas agrícolas estejam em conformidade com as diretrizes estabelecidas, e garantir uma safra mais segura e produtiva.

Foto: Embrapa Soja

Em comunicado, a Aiba reforça aos produtores rurais que aderirem ao plantio antecipado para que realizem o cadastramento em tempo hábil, e se atentem às datas do calendário do plantio da soja.

“Aos produtores rurais que tem interesse em realizar o plantio da soja de forma antecipada para essa Safra 25/26, devem solicitar o cadastramento dessas áreas, no período de 1º a 31 de agosto. Podem procurar a sede da Aiba ou também acessar o QR Code por meio do site ou redes sociais da instituição agrícola”, afirma o analista de campo da Aiba, Marcus Neves.

Ao antecipar o plantio da soja o produtor otimiza o uso das áreas pelo encurtamento das janelas produtivas e sucessão de novas culturas.


Você também pode participar deixando uma sugestão de pauta. Siga o Canal Rural Bahia no Instagram e nos envie uma mensagem.



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