Agro Mato Grosso
Cooperativas são investigadas por extração ilegal de minérios em MT

Investigações começaram em junho deste ano, após denúncias sobre um cenário preocupante de degradação ambiental provocado por atividades de mineração nas proximidades dos rios Peixoto e Peixotinho.
Cooperativas de Peixoto de Azevedo e Matupá foram alvos de uma operação da Polícia Civil que investiga a extração ilegal de minérios em áreas de preservação permanente nos municípios, nesta segunda-feira (20). Na ação, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão.
Segundo a Polícia Civil, a suspeita é que, no local, era realizado atividade minerária sem licença ambiental emitida pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema).
A Justiça ainda determinou a inutilização das balsas encontradas no local, o bloqueio das atividades das cooperativas, a interdição dos empreendimentos até que regularizem a situação junto aos órgãos ambientais competentes
Além disso, ficou proibido a emissão de notas fiscais, sob pena de multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.
Investigação
Segundo a Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema), as investigações começaram em junho deste ano, após denúncias sobre um cenário preocupante de degradação ambiental provocado por atividades de mineração ilegal nas proximidades dos rios Peixoto e Peixotinho.
Conforme investigado pela polícia, a extração clandestina vem causando uma série de impactos ambientais que comprometem não apenas o equilíbrio ecológico local, mas também a qualidade da água que abastece a população dos dois municípios.
As investigações apontaram que as áreas de preservação permanente foram invadidas e degradadas por maquinários utilizados em garimpo, resultando em processos erosivos.
Agro Mato Grosso
Indústrias chinesas destacam qualidade da soja mato-grossense e reforçam parceria com o Brasil

Farelo de soja produzido em Mato Grosso alimenta milhões de suínos na China e é considerado essencial para a segurança alimentar do país asiático.
Nos maiores complexos industriais da China, onde são produzidas cerca de 7 milhões de toneladas de ração por ano, a soja brasileira, onde a maior parte vem do campo mato-grossense, é responsável por essa produção.
O grão, que passa por um rigoroso processo de higienização e desinfecção antes de entrar na linha de produção, é considerado estratégico por empresas chinesas que atuam na criação de suínos e na fabricação de óleo vegetal.
Segundo Ren Jianbo, diretor de pesquisa e desenvolvimento de rações para suínos, o farelo de soja é a principal fonte de proteína para os animais.
“Temos quatro granjas e mais de 10 mil suínos. Acompanhamos o peso individual de cada um e, com base nesses dados, conseguimos estimar o orçamento aplicado. O farelo de soja é extremamente importante para toda nossa alimentação animal”, afirmou.
Ainda segundo Ren, a expectativa das indústrias chinesas é de que o Brasil continue fornecendo soja de qualidade e com estabilidade.
“Atualmente, o uso desse alimento está diretamente ligado à quantidade de soja brasileira importada pela China”, informou
🚢 Brasil é principal fornecedor
O Brasil, os Estados Unidos e a Argentina são os três maiores produtores de soja do mundo. A China, apesar de ocupar a quarta posição, é o maior consumidor global da oleaginosa. Mais de 70% da soja exportada pelo Brasil tem como destino o país asiático.
Em alguns portos chineses, mais de 20 navios vindos do Brasil atracam todos os anos. Cada embarcação pode transportar até 70 mil toneladas de soja. Em uma das indústrias visitadas pela equipe do Mais Agro, há 30 silos com capacidade para armazenar 7 mil toneladas cada, todos abastecidos, em grande parte, por soja brasileira.
🏭 Indústria automatizada e dependente do Brasil
A indústria, Nantong Yide Industry, que atua na produção de óleo e farelo de soja, logística e armazenagem de grãos, possui 60 mil metros quadrados de área construída.
O gerente-geral da empresa, He Xian, destacou a dependência da matéria-prima brasileira, já que todos os anos são importados cerca de 100 milhões de toneladas de soja. Quase 80% vem de fora. E o Brasil, que hoje é o maior produtor do mundo, é o principal parceiro da china.
O vice-gerente Liu Yi disse que de todas as commodities, a soja é a mais importante para o chinês. O farelo e o óleo de soja que eles fornecem, fazem parte da produção diária.
🍽️ Soja na mesa dos chineses
Além da ração animal, o óleo de soja também é amplamente utilizado na culinária chinesa. Kong Li Jun, a vice-presidente da revista China Record, afirmou que o alimento é nutritivo e saboroso.
“As frituras são uma delícia. O óleo de soja ajuda a baixar o colesterol, não é gorduroso e é fácil de digerir”, contou.
O diretor de trading da Shangai Goodsoy, Ken Wu, explicou que a tradição alimentar chinesa é baseada em vegetais e fibras, e por isso, a proteína da soja é uma fonte importante na dieta chinesa, tornando-a bastante especial.
Para o gerente de comércio internacional, Hou Kun, a proteína da soja pode até substituir a carne. Para ele é uma opção muito saudável e rico em proteína.
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A soja brasileira é transformada em oléo de soja que é considerado produção diária da China — Foto: TVCA/Reprodução
Agro Mato Grosso
Conheça a jornada da soja do campo de Mato Grosso até o Porto de Santos

Com 12 milhões de toneladas embarcadas em 2024, a ferrovia que liga Rondonópolis ao Porto de Santos se consolida como eixo estratégico na exportação da soja mato-grossense.
A cada safra, milhões de toneladas de soja colhidas em Mato Grosso percorrem milhares de quilômetros até alcançar o litoral paulista. Em 2024, cerca de 28% da exportação do grão no estado foi escoada pela malha ferroviária, com destaque para o terminal de Rondonópolis, que embarcou aproximadamente 7 milhões de toneladas rumo ao Porto de Santos.
Além do grão in natura, os vagões transportam também o farelo de soja, resultado do esmagamento realizado nas indústrias da região.
Segundo o diretor de terminais da Rumo, João Marcelo Alves da Silva, foram 12 milhões de toneladas entre soja e farelo embarcadas pelo terminal, representando 60% de tudo que chegou ao porto paulista vindo do estado.
🚛Da lavoura ao trilho: o papel dos caminhoneiros
O processo logístico começa na lavoura ou em armazéns de comercializadoras. Após a emissão da nota fiscal, os caminhões entram no sistema de agendamento. O motorista Paulo Luiz Gonçalves de Almeida contou que fazem o caregamento, o elonamento e depois tem que ahuardar no pátio.
“Assim que sai a nota, somos chamados pela balança, pegamos a nota e seguimos viagem. Depois de descarregar e receber a nota carimbada, voltamos em busca de nova carga”, disse.
O terminal de Rondonópolis tem capacidade para descarregar cerca de 1,5 mil caminhões por dia, garantindo agilidade no fluxo de entrada dos grãos.
🚆 A jornada ferroviária até o litoral
Ainda segundo o João Marcelo, após a chegada ao terminal, os grãos são avaliados e direcionados aos comboios ou silos. Entre sete e oito composições partem diariamente para Santos, levando cerca de 80 horas para completar o trajeto.
Ronaldo Pereira, condutor de uma das locomotivas contou que durante o percurso, são feitos várias trocas de maquinistas em pontos estratégicos.
“O trem sai de Rondonópolis e há em média seis trocas. Em Bugoacsu é a penúltima, e em Paratinga eu assumo para levar até a entrada do Porto”, explicou.
O maquinista Felipe Pinheiro, responsável pelo trecho final, disse que a função dele é trazer a carga desde a entrada do Porto de Santos até os terminais, onde o produto é descarregado e embarcado nos navios rumo ao exterior.
⚓ Santos: destino final e ponto de retorno
O diretor de operações da ferrovia interna do porto, Edson Citelli, informou que o Porto de Santos movimenta cerca de 100 milhões de toneladas de graneis por ano, sendo 30 a 35% proveniente da soja, e que Mato Grosso representa entre 70% e 80% dessa soja.
Ainda de acordo com o Edson, além da soja, o porto também recebe fertilizantes. Na margem esquerda, no Guarujá, são cerca de 120 vagões por dia; na margem direita, 20. Após a descarga, os vagões são limpos e recarregados com fertilizantes para o interior.
Agro Mato Grosso
Com raízes no campo, produtora de Vera transforma ensinamentos dos pais em propósito de vida

Raissa Boeing Hepp Dassi é o exemplo de como o compromisso de uma filha com o legado dos pais pode moldar uma trajetória familiar de orgulho e propósito
Hoje, aos 25 anos, é engenheira agrônoma atua como delegada da Aprosoja MT, no núcleo de Vera. “Cresci ouvindo todas as histórias e lutas que eles passaram, todas as dificuldades daquela época, que não foram poucas. Ele e minha mãe, com muito esforço, com muita luta foram desbravando, e graças ao esforço deles e a Deus que os sustentou, hoje estamos aqui em família, temos uma terra abençoada para produzir e crescer nesse meio. Saber dessa história faz com que eu sinta muita gratidão, me faz valorizar cada grão que a gente consegue plantar, colher e admirar esse mundo tão especial que é o do agronegócio”, conta a jovem produtora.
Seus pais vieram de Cunha Porã, Santa Catarina, onde Enio trabalhou em diversas atividades desde muito novo. Em 1989, com 24 anos, ele se mudou para o município de Vera, como gerente de uma filial de uma madeireira em Mato Grosso, até que a oportunidade de adquirir uma terra para construir sua fazenda. Durante a semana trabalhava na madeireira e aos finais de semana trabalhava com sua esposa Sandra, na construção da sua fazenda.
“Essa transição da madeira para a agricultura se fez pelo motivo de termos muita dificuldade na época da madeira e o grande potencial das nossas terras planas fez com que a gente olhasse com outros olhos para a agricultura e decidimos fazer essa mudança. Nos casamos no ano de 1995 e ela me ajudou muito”, relata o produtor.
Com orgulho, ele conta que a mudança não foi fácil, mas que agora colhe os frutos de todo suor derramado, e que o destino que suas filhas decidiram seguir, o deixa feliz e realizado. “Foi uma transição muito difícil, mas que hoje a gente colhe esses frutos essa dificuldade nos fez crescer e fez com que a gente melhorasse o manejo da nossa lavoura. É uma satisfação hoje temos a nossa família, minhas filhas a minha esposa no campo comigo e estamos felizes por ter insistido no Mato Grosso. Nossas filhas vêm com as ideias novas, trazendo implementação, trazendo melhorias para a nossa agricultura. Então é muito importante tê-los nesse processo”, diz o produtor.
Raissa valoriza a família que tem, reforçando a importância de estar presente e fazer parte do futuro de um legado que seus pais estão construindo em Mato Grosso. Para o futuro, espera que seus filhos sigam os mesmos passos que está seguindo com dedicação.
“Acredito que o mais importante é que as novas gerações saibam equilibrar o conhecimento e a experiência de quem veio antes com a tecnologia e as inovações atuais. Quando conseguimos equilibrar tudo isso, é uma receita de sucesso. Para os meus futuros filhos, vou fazer de tudo para que eles sigam esse mesmo caminho e que eles possam, assim como eu, se orgulhar da trajetória de vida da nossa família”, destaca Raissa.
A produtora destaca o valor de estar presente e contribuir para o futuro da família. Para ela o verdadeiro legado que carrega é um projeto vivo, que está sendo moldado por ela e por cada geração que escolhe honrá-lo e reinventá-lo.
Ana Frutuoso
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