Sustentabilidade
Vai inocular a soja? Atenção com alguns cuidados para garantir a eficácia da inoculação – MAIS SOJA

Tanto a inoculação da soja com bactérias fixadoras de Nitrogênio (Bradyrhizobium spp.) quanto a coinoculação com bactérias promotoras do crescimento (Azospirillum spp.), são indispensáveis para a obtenção de boas produtividades em soja. Estudos desenvolvidos pela Embrapa demonstram ganhos médios de produtividade de 8% em função da inoculação e até 16% em função da coinoculação (Bradyrhizobium + Azospirillum) (Prando et al., 2019).
Diferentes métodos de inoculação podem ser empregados na cultura da soja, ambos com suas vantagens e limitações, sendo que, ao definir o método de inoculação, deve-se considerar o sistema de produção, o custo envolvido, a disponibilidade de mão de obra, o histórico de inoculação e o nível tecnológico da propriedade .
Em áreas que não são inoculadas há vários anos, particularmente em solos arenosos, ou em áreas novas, por exemplo, deve-se usar no mínimo, o dobro da dose recomendada do inoculante (Hungria & Nogueira, 2020). Dos métodos de inoculação mais utilizados em soja, podemos destacar a inoculação padrão (via semente), a inoculação no sulco de semeadura e a inoculação por pulverização. Ainda que sementes pré-inoculadas possam ser adquiridas, ao se optar por essa modalidade, deve-se priorizar a aquisição de sementes oriundas de empresas que empregam alta tecnologia para garantir a viabilidade das bactérias pré-inoculadas.
Inoculação via sulco
No caso da inoculação via sulco de semeadura, além da qualidade do inoculante utilizado, deve-se atentar para o ajusto do volume de calda e funcionamento do equipamento. Em áreas em que não há histórico de inoculação, recomenda-se elevar a dose do inoculante, além de trabalhar com volume de calda igual ou superior a 50 L ha-1, para permitir a boa distribuição das bactérias no solo, salvo em caso de equipamento que garanta a distribuição homogênea com menor volume (Hungria & Nogueira, 2020).
Inoculação padrão
A inoculação via sementes pode ser realizada tanto via indústria quanto na propriedade (On Farm), utilizando inoculantes líquidos ou turfosos. Contudo, para assegurar uma boa qualidade da inoculação, independentemente da forma de inoculação (industrial ou On Farm) e do inoculante utilizado (líquido ou turfoso), é fundamental atentar para a uniformidade da inoculação.
Na inoculação On Farm, recomenda-se realizar a inoculação de forma homogênea e posteriormente secar as sementes á sombra. Se tratando do uso de inoculantes turfosos, os cuidados são ainda maiores. Além de atentar para a dose e homogeneidade da inoculação, é essencial utilizar substancias adesivas para garantir a boa aderência do inoculante na semente.
Caso não seja recomendada nenhuma substância adesiva pelo fabricante do inoculante, é possível utilizar solução açucarada a 10%. Para isso, recomenda-se o umedecimento das sementes com a solução açucarada antes da adição do inoculante turfoso. O preparo da solução consiste na adição de 100 g de açúcar para cada 1 litro de água utilizado, ou seja, 10 %. Mas atenção, o volume total de líquidos adicionados às sementes, considerando inoculantes e agroquímicos não pode ser superior a 300 ml para cada 50 kg de sementes.
Deve-se realizar o tratamento de sementes (TS) com inseticidas e fungicidas e após secar, realizar a inoculação das sementes (separadamente). Não é recomendada a adição do inoculante diretamente na caixa de sementes da semeadora, tão pouco a adição de inoculantes concomitantemente ao tratamento de sementes com defensivos agrícolas, o famoso “sopão”.
Figura 1. Sementes de soja sem inoculação (esquerda); apenas inoculante turfoso aplicado sobre as sementes (centro); inoculante turfoso aplicado após umedecimento das sementes com solução açucarada a 10% (direita) (A); sedimentação do inoculante sem solução açucarada no fundo do frasco central (B).

Inoculação por pulverização
A inoculação via pulverização na pós-emergência da soja é uma alternativa viável, entretanto, com resultados inferiores aos obtidos pela inoculação padrão (Zilli et al.,2008), e portanto, deve-se utilizada apenas como medida complementar de manejo, em casos de falha na inoculação padrão ou via sulco. Nesse cenário, é essencial que a pulverização atinja o solo, para tanto, deve ser realizada nos estádios iniciais do desenvolvimento da soja, utilizando elevadas doses de inoculante (6 a 10 doses) e grande volume de calda (150 a 200 L.ha-1), além disso, também é importante considerar a umidade do solo, e qualidade do inoculante utilizado.
Veja mais: Inoculação via pulverização é alternativa complementar para mitigar efeitos da baixa nodulação
Referências:
HUNGRIA, M.; NOGUEIRA, M. A. FIXAÇÃO BIOLÓGICA DE NITROGÊNIO. Tecnologias de Produção de Soja, Embrapa, Sistemas de Produção, n. 17, cap. 8, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/223209/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 15/10/2025.
PRANDO, A. M. et al. COINOCULAÇÃO DA SOJA COM Bradyrhizobium e Azospirillum NA SAFRA 2018/2019 NO PARANÁ. Embrapa, Circular Técnica, n. 156, 2019. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1117312/1/Circtec156.pdf >, acesso em: 15/10/2025.
PRANDO, A. M. et al. COINOCULAÇÃO DA SOJA COM Bradyrhizobium E Azospirillum NA SAFRA 2019/2020 NO PARANÁ. Embrapa, Circular Técnica, n. 166, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/220542/1/CIrc-Tec-166.pdf >, acesso em: 15/10/2025.
ZILLI, J. É. et al. INOCULAÇÃO DE Bradyrhizobium EM SOJA POR PULVERIZAÇÃO EM COBERTURA. Pesq. agropec. bras., Brasília, v.43, n.4, p.541-544, abr. 2008. Disponível em: < https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-204X2008000400014 >, acesso em: 15/10/2025.

Sustentabilidade
Algodão/Cepea: Exportações brasileiras da pluma seguem intensas – MAIS SOJA

As exportações brasileiras de algodão estão intensas. Em outubro, o volume embarcado foi o maior para o mês e o segundo maior de 2025 (abaixo apenas do de janeiro). Segundo pesquisadores do Cepea, as vendas externas têm sido favorecidas pelos avanços do beneficiamento e do escoamento do amplo excedente interno e pelo preço mais atrativo que o praticado no spot nacional.
Na parcial de 2025 (até a primeira semana de novembro), a quantidade exportada pelo Brasil (de 2,326 milhões de toneladas) já está acima do volume escoado nos 12 meses de anos anteriores, com exceção de 2024, quando chegou em 2,77 milhões de toneladas foram embarcadas – dados da Secex. No entanto, pesquisadores do Cepea indicam que, considerando-se o intenso ritmo diário das exportações nacionais neste mês de novembro, é muito provável que o volume total a ser escoado em 2025 supere o do ano passado, se configurando como um novo recorde anual.
Fonte: Cepea
Autor:Cepea
Site: CEPEA
Sustentabilidade
Produtores rurais têm direito à suspensão de dívidas em caso de perda de safra, reafirma decisão judicial do TJRS – MAIS SOJA

Produtores rurais que enfrentam frustração de safra ou prejuízos climáticos comprovados têm respaldo legal para suspender as cobranças, a apreensão de maquinário agrícola e manter o nome limpo do produtor até a análise definitiva do processo judicial. A interpretação foi reafirmada pela Justiça em uma decisão concedida recentemente (04/11), que determinou a suspensão imediata da cobrança de um financiamento agrícola e a exclusão do produtor dos cadastros de inadimplentes, evitando apreensões ou penhoras durante o processo.
Para o advogado Rafael Caferati, especialista em Direito Agrário e do Agronegócio, Direito Bancário e Direito Securitário, o caso é emblemático e traz um retorno da segurança jurídica para todo o setor: “A decisão reconhece que o produtor não pode ser penalizado quando há perdas comprovadas na produção. A lei garante o direito de prorrogar a dívida rural nesses casos e os bancos têm a obrigação de respeitar esse direito, mas é importante que alguns requisitos sejam preenchidos”, explica Caferati.
No processo em questão, o produtor apresentou laudos agronômicos que comprovaram as perdas e havia feito pedido administrativo de prorrogação, negado pelo banco antes do ajuizamento da ação. A Justiça acolheu os argumentos do produtor rural e garantiu a tranquilidade para continuar a produção enquanto o mérito é analisado.
Segundo Caferati, decisões como essa representam um importante recado para o sistema financeiro e um alento para quem vive do agro: “O produtor precisa de estabilidade para produzir e honrar seus compromissos. Quando as instituições financeiras e cooperativas deixam de considerar as condições climáticas e produtivas, a Justiça se torna o único caminho para restabelecer o equilíbrio contratual”, afirma.
O advogado reforça que cada caso deve ser analisado individualmente, com base em documentos técnicos e na legislação rural vigente.“Nosso escritório segue à disposição para avaliar situações semelhantes e garantir que os direitos dos produtores estejam bem informados e sejam respeitados, especialmente diante das instabilidades climáticas que afetam o agronegócio brasileiro”, conclui Caferati.
Nota: Rafael Caferati é advogado especialista em Direito Agrário, Bancário, Securitário e Consumidor, com atuação no escritório Jobim Advogados.
Fonte: Assessoria de Imprensa
Sustentabilidade
Até 2030, soluções de uso da terra podem responder por 20% a 30% da mitigação climática no Brasil, aponta estudo – MAIS SOJA

A transição climática é um imperativo ambiental que representa, principalmente, um desafio econômico e institucional de grande escala. Devido a seu perfil climático singular, o Brasil tem o potencial de se tornar o principal fornecedor de soluções baseadas na natureza, contribuindo de forma desproporcional para o combate às mudanças climáticas até 2030, ressalta um estudo da consultoria estratégica global Bain & Company em parceria com o BNDES.
Apesar de sua matriz energética predominantemente renovável e um capital natural estratégico para soluções climáticas de relevância global, o país demanda investimentos massivos estimados entre R$ 1 trilhão e R$ 1,2 trilhão até 2030 para atingir seus compromissos relacionados à transição para uma economia de baixo carbono, indica a pesquisa.
Cerca de um terço desse capital, por volta de R$ 400 bilhões, seriam necessários para destravar soluções baseadas na natureza. De acordo com o IPCC, as soluções baseadas no uso da terra e manejo do solo podem contribuir com 20% a 30% das ações de mitigação e adaptação até o final desta década.
“Devido ao volume de investimentos necessários, é impraticável pensar que o setor público dará conta de tudo. Por outro lado, a disposição do mercado em financiar soluções de transição climática ainda é limitada, especialmente em setores emergentes ou com maior complexidade técnica. Esse desinteresse reflete uma equação risco-retorno ainda desbalanceada para grande parte das soluções climáticas. Para resolver isso, será preciso fortalecer no Brasil quatro pilares fundamentais: padronização de normas, tecnologia, cadeia de valor e fomento institucional”, detalha Daniela Carbinato, sócia e líder da prática de sustentabilidade da Bain na América do Sul.
A análise da Bain identificou 15 soluções-chave para a descarbonização, categorizadas em quatro arquétipos de maturidade: rotas tecnológicas concorrentes, soluções emergentes, cadeias nascentes e mercados em desenvolvimento. Cada arquétipo apresenta desafios específicos para mobilização de capital, alinhamento regulatório e consolidação de cadeias produtivas. A complexidade para transpor esses entraves vai além da dimensão financeira e exige uma combinação de ações técnicas, institucionais e de mercado, adaptadas à realidade de cada solução – não há uma resposta única que sirva para todos os contextos.
O estudo aponta que, para superar esses desafios, existem três elementos-chave:
- Desenvolvimento de instrumentos financeiros calibrados por arquétipo: no caso de rotas tecnológicas concorrentes, é fundamental priorizar subsídios e grants para pesquisa e desenvolvimento, além de mecanismos como seguros e garantias que mitiguem os riscos dos primeiros projetos. Nesse cenário, contratos de compra e o envolvimento de empresas já estabelecidas também exercem um papel importante ao sinalizar demanda futura e reduzir incertezas. Já para soluções emergentes, que exigem grande volume de capital, destacam-se o uso de equity catalítico e dívida concessional para absorver riscos mais intensos, junto a mandatos de demanda que ofereçam maior previsibilidade de receita. Quando se trata de cadeias produtivas nascentes, a combinação de dívida concessional, equity estratégico e contratos de offtake de longo prazo pode viabilizar a integração da cadeia, promovendo redução de custos e aumento de escala. Por fim, nos mercados em desenvolvimento, instrumentos como garantias, dívida concessional e contratos de offtake são essenciais para mitigar riscos de demanda e viabilizar a restauração ecológica, especialmente em um contexto no qual o mercado de carbono ainda é predominantemente voluntário.
- Aprofundamento do modelo de Hub Climático: é essencial consolidar plataformas nacionais que facilitem a conexão entre projetos climáticos e capital comercial, promovendo padronização, validação técnica e replicabilidade de projetos-piloto. Além de mobilizar recursos financeiros, essas plataformas têm um papel essencialmente catalisador, ao gerar repertórios de financiamento robustos, reduzir o risco percebido pelos investidores e criar referências comparativas para avaliação de desempenho ambiental e econômico, em consonância com práticas internacionais de blended finance e mecanismos de descarbonização setorial.
- Coordenação público-privada para acelerar a agenda climática do Brasil: combater as mudanças climáticas e posicionar o Brasil como protagonista nessa agenda significa promover um novo paradigma tecnológico-produtivo que reconstrua as bases do crescimento e do desenvolvimento socioeconômico do país. Com a atuação conjunta entre setores privado (produtivo e financeiro) e público, será possível equacionar desafios regulatórios, estruturar planos setoriais com perspectiva de cadeia produtiva e implementar instrumentos de fomento de mercado eficientes será fundamental. Neste novo paradigma, o setor privado é mais que um agente executor, agindo ativamente na construção da agenda de transição. Seu envolvimento garante que as soluções propostas sejam economicamente viáveis, tecnicamente escaláveis e institucionalmente sustentáveis – o que gera retorno e cria oportunidades de crescimento.
A presidência brasileira na COP30 constitui um momento estratégico para posicionar o país como protagonista global, apresentar suas soluções climáticas ao mundo e atrair capital adicional para impulsionar a agenda. Por meio dos três pilares propostos pela Bain, será possível criar previsibilidade, reduzir riscos e acelerar a implementação de soluções climáticas no Brasil, consolidando o país como hub de inovação e liderança na transição para uma economia de baixo carbono, com impactos significativos no desenvolvimento socioeconômico brasileiro.
Fonte: Assessoria de Imprensa Bain & Company
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