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Plantio de soja avança no Brasil, mas La Niña pode comprometer safra; o que esperar?

O mercado de soja encerrou a primeira semana de outubro influenciado por fatores externos e internos. Enquanto nos Estados Unidos o anúncio de Donald Trump sobre negociações com a China trouxe algum alívio às cotações em Chicago, o impasse político que levou ao shutdown do governo aumentou a volatilidade do dólar e a cautela dos agentes.
Segundo a plataforma Grão Direto, no Brasil, o destaque foi o avanço do plantio da safra 2025/26, ainda marcado pela irregularidade climática e pela expectativa de uma produção recorde.
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Saiba detalhes do mercado de soja
O mercado da soja acompanhou declarações do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que afirmou discutir o tema com Xi Jinping em quatro semanas e sinalizou que parte das tarifas aplicadas à China será destinada ao apoio de produtores norte-americanos. O anúncio trouxe leve otimismo às cotações em Chicago.
Shutdown nos EUA
Pela primeira vez em quase sete anos, os Estados Unidos entraram em shutdown devido à falta de acordo sobre o orçamento de 2026. A paralisação afetou serviços públicos e funcionários federais, aumentando a volatilidade no dólar e gerando incertezas adicionais ao mercado de commodities.
Plantio de soja avança no Brasil
Com o fim do vazio sanitário em praticamente todos os estados produtores, o plantio da safra 2025/26 ganhou ritmo, principalmente no Paraná, Mato Grosso e Goiás. Apesar disso, os agricultores seguem atentos às condições climáticas e ao cenário internacional.
Nos preços, a semana foi marcada por oscilações moderadas. Em Chicago, o contrato de soja para novembro/25 encerrou a US$ 10,17 por bushel, com alta de 0,30% na semana. Já o contrato para março/26 avançou 0,19%, fechando a US$ 10,51 por bushel. Por sua vez, o dólar recuou 0,19%, encerrando cotado a R$ 5,33, o que pressionou as cotações internas em diversas regiões do Brasil.
O que esperar?
Agora, a atenção se volta ao plantio da commodity, pois o ritmo de semeadura começa a se intensificar. Em Mato Grosso, as chuvas recentes melhoraram a umidade do solo e incentivaram o avanço das máquinas.
No Sul, Santa Catarina atingiu 2,3% da área e o Paraná chegou a 11%. Já em São Paulo (3,4%) e no Mato Grosso do Sul, a atividade segue mais restrita devido à irregularidade das chuvas.
Clima
A semana deve manter tempo seco em boa parte do país, com chuvas concentradas no Paraná e Santa Catarina. A perspectiva de La Niña preocupa, pois pode comprometer o desenvolvimento das lavouras e colocar em risco a projeção de safra recorde.
Exportações de soja
O Brasil já embarcou 101,4 milhões de toneladas de soja em 2025, um volume histórico segundo Secex e Anec. A China segue como principal destino, respondendo por cerca de 75% das compras.
No entanto, a competitividade aumentou. Com a suspensão temporária das retenções na Argentina, a soja do país vizinho passou a ser oferecida a preços mais baixos, especialmente para novembro, pressionando os prêmios da soja brasileira e reduzindo preços internos.
Possíveis consequências do shutdown
O bloqueio do governo dos EUA traz impactos diretos no câmbio e na disponibilidade de dados econômicos, fundamentais para orientar os preços agrícolas. Para o Brasil, um dólar mais fraco pode significar menor ganho em reais nas exportações, mas também redução nos custos de importação de insumos.
No curto prazo, as cotações em Chicago tendem a permanecer próximas de US$ 10,00 por bushel, enquanto no Brasil a expectativa é de relativa estabilidade, com o câmbio atuando como fator de compensação.
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À espera por cotações melhores, produtores de soja focam no plantio; confira os preços do dia

O mercado brasileiro de soja começou a semana com baixa oferta e poucas indicações de negócios. Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Rafael Silveira, os produtores permanecem concentrados no plantio da nova safra e mais cautelosos nas vendas, à espera de cotações mais atrativas.
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Silveira explica que não houve grandes movimentações nem no porto e nem na indústria, com prêmios praticamente estáveis. A leve alta registrada na Bolsa de Chicago (CBOT) limitou-se a ajustes técnicos, sem força para alterar o cenário doméstico. “Os preços tiveram apenas pequenas oscilações”, resume o analista.
Preços de soja no Brasil
- Passo Fundo (RS): manteve em R$ 133,00
- Santa Rosa (RS): manteve em R$ 134,00
- Cascavel (PR): caiu de R$ 135,00 para R$ 134,00
- Rondonópolis (MT): manteve em R$ 126,00
- Dourados (MS): caiu de R$ 126,00 para R$ 125,00
- Rio Verde (GO): manteve em R$ 126,00
- Paranaguá (PR): manteve em R$ 138,00
- Rio Grande (RS): manteve em R$ 139,00
Soja em Chicago
Os contratos futuros da soja fecharam em leve alta na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta sexta-feira. Após a queda expressiva do pregão anterior, o mercado reagiu a declarações mais conciliatórias do presidente Donald Trump e do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que amenizaram o tom das tensões comerciais com a China.
A recuperação, no entanto, foi limitada pelo cenário fundamental, ou seja, avanço da colheita norte-americana e boas condições para o plantio no Brasil. A paralisação parcial do governo americano segue no radar e afeta a divulgação de dados importantes de oferta, demanda e embarques.
Contratos futuros
O contrato de novembro subiu 1,00 centavo de dólar (0,09%), fechando a US$ 10,07 ¾ por bushel. A posição janeiro encerrou a US$ 10,25 ¼, com ganho de 2,00 centavos (0,19%).
Nos subprodutos, o farelo para dezembro caiu US$ 0,90 (0,32%), a US$ 274,10 por tonelada, enquanto o óleo fechou a 50,60 centavos de dólar por libra-peso, com alta de 0,63 centavo (1,26%).
Câmbio
O dólar comercial encerrou o dia em queda de 0,80%, cotado a R$ 5,4593 para venda e R$ 5,4573 para compra, após oscilar entre R$ 5,4412 e R$ 5,4997.
Agro Mato Grosso
Como os pulgões vencem as defesas naturais das plantas I MT

Pesquisa revela estratégias moleculares e comportamentais para neutralizar compostos tóxicos produzidos por culturas agrícolas
Estudo detalhou como os pulgões superam os compostos tóxicos defensivos produzidos por plantas. Esses compostos, chamados metabólitos secundários (PSMs), deveriam funcionar como uma barreira natural contra pragas. Mas os pulgões desenvolvem mecanismos de resistência que reduzem a eficácia das substâncias.
Pesquisadores da Universidade de Yangzhou, na China, apresentaram revisão sobre os mecanismos fisiológicos, bioquímicos e comportamentais que permitem aos pulgões sobreviver, se multiplicar e continuar a transmitir vírus mesmo sob pressão de defesas vegetais complexas.
Enzimas contra venenos
As plantas produzem compostos químicos como terpenoides, fenóis e alcaloides que atuam como inseticidas naturais. Em resposta, os pulgões ativam enzimas de desintoxicação, como as citocromo P450, transferases de glutationa (GSTs) e UDP-glicosiltransferases (UGTs), capazes de neutralizar os efeitos tóxicos desses compostos.
O processo ocorre em três fases.
Primeiro, as toxinas sofrem transformações químicas para se tornarem mais solúveis.
Em seguida, essas substâncias são ligadas a outras moléculas que facilitam sua eliminação.
Por fim, o organismo excreta os resíduos por transportadores de membrana celular, como os ABC transporters.

A pesquisa destaca que as enzimas antioxidantes também ajudam os pulgões a suportar o estresse oxidativo causado pelos metabólitos das plantas. Essa combinação bioquímica contribui para a sobrevivência e reprodução dos insetos, mesmo em ambientes hostis.
Bactérias aliadas
Os pulgões também contam com bactérias simbióticas que potencializam suas defesas. Algumas dessas bactérias, como Hamiltonella defensa e Regiella insecticola, interferem nas defesas hormonais das plantas, reduzindo a produção de compostos tóxicos ou neutralizando a resposta do sistema vegetal.
Em experimentos, pulgões com determinadas bactérias simbióticas demonstraram maior sobrevivência em cultivares naturalmente tóxicos. Em casos mais extremos, essas bactérias são capazes de metabolizar inseticidas sintéticos e compostos naturais presentes em folhas e caules.
Efeito viral
Além das enzimas e das bactérias, os pulgões também se beneficiam da ação de vírus que transmitem às plantas.
Muitos desses vírus enfraquecem as defesas vegetais ao suprimir vias hormonais importantes, como as de ácido jasmônico e ácido salicílico.
O resultado é duplo: plantas menos resistentes e maior atratividade para novos pulgões. Em testes com plantas infectadas por vírus como o Turnip mosaic virus ou o Potato leafroll virus, os insetos apresentaram aumento na fecundidade e maior tempo de permanência sobre a planta.
Comportamento estratégico
O comportamento dos pulgões também contribui para o sucesso da infestação. Eles evitam tecidos vegetais ricos em compostos tóxicos e preferem variedades com menor teor de PSMs. Essa seleção ocorre durante a alimentação, quando os insetos sondam os tecidos com seus estiletes e recuam diante de sinais químicos indesejáveis.

Certas linhagens ou haplótipos de pulgões mostram preferência por cultivares específicas. Essa seleção reflete não apenas adaptação fisiológica, mas também uma capacidade comportamental refinada para escapar de defesas vegetais mais eficazes.
Sequestro químico
Em algumas espécies, os pulgões acumulam compostos tóxicos das plantas sem sofrer efeitos adversos. O sequestro de metabólitos secundários, como glucosinolatos e alcaloides, pode inclusive servir como mecanismo de defesa contra predadores.
O pulgão Brevicoryne brassicae, por exemplo, armazena compostos de mostarda em seu corpo e libera substâncias tóxicas quando atacado.
Esse comportamento transforma o inseto em uma espécie de “bomba química ambulante”.
Em outras espécies, como Acyrthosiphon pisum, o sequestro de compostos como L-DOPA mostrou efeitos antioxidantes e até reparação tecidual.
Outras informações em doi.org/10.1093/hr/uhaf267
Agro Mato Grosso
Sistema CNA/Senar lança cartilha para tirar dúvidas sobre segurança e saúde no trabalho rural

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) lançaram uma cartilha com respostas às perguntas frequentes (FAQ) dos produtores e trabalhadores rurais sobre os principais pontos da Norma Regulamentadora (NR) nº 31.
A norma traz as regras sobre segurança e saúde no trabalho da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura.
O documento elaborado pela CNA está disponível no portal Senar Play, com informações que explicam o que são as NR’s, para que servem, e responde dúvidas mais complexas sobre obrigações do empregador e do trabalhador rural.
A cartilha traz ainda detalhes sobre o Programa de Gerenciamento de Riscos no Trabalho Rural, o Serviço Especializado em Segurança no Trabalho Rural e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio do Trabalho Rural (Cipatr), além de esmiuçar o uso correto do Equipamento de Proteção Individual (EPI) e as condições sanitárias e de conforto no trabalho rural.
É necessário fazer o cadastro no portal Senar Play para acessar a cartilha. Além do FAQ, o portal traz cursos de curta e média duração e outros materiais sobre a temática. Saiba mais em senarplay.org.br .
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