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Doce de leite, coco e superação: o sabor de uma nova vida

Quem vê a casa simples no loteamento Bom Jardim, em Sinop, talvez nem imagine que ali, por trás das paredes, acontece uma história de superação e empreendedorismo que inspira. A residência é, na verdade, a sede da GilCla, uma agroindústria familiar que transforma leite, coco e açúcar em doces deliciosos que, além de agradar o paladar, geram renda e oportunidades.
A jornada do casal começou de forma inesperada há 20 anos. Gilberto de Oliveira Santos, que trabalhava em uma serraria, viu a chance de mudar de vida quando a empresa fechou as portas. Ele começou a vender doces e salgadinhos em Sinop e, com a escassez de produtos, decidiu fabricá-los por conta própria, comprando a fábrica do fornecedor.
“Eu vim da madeireira. Trabalhava em serraria aqui. Aí a serraria fechou e eu migrei para outro ramo”, conta Gilberto ao programa Senar Transforma desta semana, que na época não sabia nada sobre a produção de doces. Ele começou a empreitada “com a vontade”, como ele mesmo diz.
O início, porém, foi bem difícil. A falta de experiência fazia com que o casal perdesse muita matéria-prima. “O início foi bem difícil. No início só ele trabalhava. A gente tinha uma mercearia aqui mesmo e aí eu cuidava da mercearia e ele cuidava da fábrica de doce”, explica Clair Pereira de Oliveira. “Então, como não sabia, perdia muito. Secava o doce, ou ficava muito mole. A gente jogava tudo fora”.
Foi só quando venderam a mercearia e Clair se juntou a Gilberto na fábrica que as coisas começaram a mudar. “Aí eu fui trabalhar com ele na fábrica e aí que a gente começou a fazer dar certo”, ela relata. Juntos, eles foram ajustando as receitas e, de 2005 até 2011, buscaram a perfeição. “Por exemplo, você morder, comer um doce e ele amargar sua garganta, então você não vai querer comer mais. Então a gente foi modificando, até acertar o ponto certo”, afirma Clair.
Com o tempo, a gama de produtos foi crescendo. De uma única cocada escura, a agroindústria passou a produzir cocada escura, cocada branca, doce de leite e a invenção da casa, a cocada com doce de leite, que hoje é a mais vendida. “A gente pegou, espalhou o doce de leite na mesa, aí fizemos uma receita de cocada e jogamos em cima. Aí ficou muito grosso. Aí ele falou: ‘Não, tem que abrir mais na mesa’”, recorda Clair ao programa do Canal Rural Mato Grosso. A experiência rendeu uma receita de sucesso que, junto aos outros doces, alcança a marca de 100 bandejas produzidas por dia.
Cada bandeja é vendida por R$ 50 e contém 30 unidades de doces, com pesos que variam de 47 a 60 gramas cada, conforme o tipo.

Apesar do sucesso em vendas, o casal esbarrava em um obstáculo que parecia intransponível: a falta de certificação. Eles não conseguiam acesso a mercados maiores e chegaram a perder grandes parcerias por causa disso, o que desmotivou o casal. “Eu não consegui. Eu fui atrás da Vigilância Sanitária, lá eu não consegui nenhuma resposta”, diz Gilberto, que chegou a cogitar fechar a fábrica. “Chegou de algum mercado grande do nosso estado a comprar mercadoria com a gente, eu mandar 80 bandeja de doce para esse mercado. O mercado girar a mercadoria, achar bom o doce, o doce vender, mas não tinha o selo”.
Quando Karen Gimenez, técnica de campo da ATeG Agroindústria do Senar Mato Grosso, entrou em contato, houve certa resistência. Gilberto tinha receio de ter mais custos. “A gente já não estava bem das pernas, então a gente não quis”, ele admite. Karen, no entanto, não desistiu. Ela insistiu e, após um primeiro encontro, o casal aceitou a ajuda.
“Eu já estava desistindo da fábrica já. A gente ia migrar para outra coisa”, revela Gilberto. Ele estava disposto a ser motorista de caminhão. Mas a chegada do Senar deu um novo gás. “Abriu mais a visão de negócio. Melhorou bastante o desempenho também do pessoal, até os funcionários estavam desistindo porque não via crescimento”, conta. Para Clair, a diferença foi imediata. “Tipo assim, final de mês era uma guerra fazer o pagamento deles e depois que a Karen veio a gente consegue todo mês certinho”, comemora.

Gestão, planejamento e o futuro brilhante
A primeira grande mudança promovida por Karen foi na gestão da empresa. Eles começaram a anotar tudo, a controlar os gastos e a organizar a produção. “A primeira parte que a gente mudou foi a parte da gestão, que é o nosso foco com uma parte da empresa com a assistência técnica gerencial”, explica Karen. Eles também receberam um treinamento em boas práticas de fabricação, com foco na higienização, no uso de uniformes e equipamentos de proteção individual (EPIs), o que foi fundamental para os funcionários e para o casal.
A meta agora é obter o selo do SIAPP (Sistema de Inspeção Agroindustrial de Pequeno Porte). Com essa certificação, eles poderão vender seus produtos em todo o estado de Mato Grosso e alcançar os mercados que antes não puderam pela ausência da certificação. “Esse é o foco, né? O foco é a gente conseguir alcançar mais comércios”, diz Clair.
A matéria-prima utilizada nos doces também tem um toque especial. O coco vem de um coqueiral com 1,3 mil pés em uma área arrendada por Gilberto. Essa estratégia ajudou a reduzir o custo do insumo adquirido no hortifruti de R$ 5 para menos de R$ 1 por unidade. O leite vem de um parceiro de longa data, o senhor Eloi Reneu Butner, produtor rural que também foi atendido pela ATeG Pecuária Leiteira do Senar, na área de pecuária leiteira. “É um dos primeiros clientes meu”, conta Eloi, que chega a entregar até 250 litros de leite para o casal diariamente.
Com o controle financeiro, a profissionalização e a motivação renovada, o casal Gilberto e Clair vê o futuro com otimismo. “O futuro deles é brilhante. Assim, eu vendo a história… para eles o céu é o limite”, diz Karen a reportagem do Canal Rural Mato Grosso.
O casal sonha em expandir a fábrica, que atualmente emprega parentes, mostrando que a união familiar, mesmo com os desafios, dá certo. “Geralmente dizem que família não dá certo, né? Então a gente está quebrando essa barreira. E então, assim, sem eles, a gente também não conseguiria, porque seríamos só nós dois”, afirma Clair.

O futuro, segundo Gilberto, é sem limites. “Eu tenho 10 metros de terreno ali ainda. Eu quero construir tudo. Fazer tudo fábrica de doce”, sonha. Clair completa, segura: “Eu acredito que com o selo vai abrir as portas, vai expandir e a gente vai chegar longe”. E para quem cogitou desistir, a felicidade de Gilberto mostra que o caminho, embora doce, é feito de esforço e superação. “Estou feliz. Eu acho que vai dar uma qualidade de vida melhor também para os funcionários, para a gente”, ele diz.
No Sindicato Rural de Sinop, a mobilizadora Mariana Gonçalves Rosa destaca que o Senar oferece cursos e assistência técnica em diversas áreas, como fruticultura, olericultura, gado de corte, leiteiro, piscicultura e apicultura. “Nos procurem que vamos ver a sua necessidade, o que você produz para a gente estar abrindo novas frentes”, ela reforça.
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venda da pluma da safra 2024/25 em MT atinge 70%, aponta Imea

De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a comercialização da pluma de algodão safra 24/25, em Mato Grosso, alcançou 69,97% da produção até o fim de setembro. Os números representam um avanço de 1,58 ponto percentual em relação a agosto, embora ainda estejam 6,72 pontos abaixo do mesmo período do ciclo 2023/24, quando o número era de 76,69%.
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Vendas antecipadas
As vendas antecipadas da safra 2025/26 atingiram 31,90% da produção projetada, incremento mensal de 4,64 pontos percentuais, mas ainda 0,68 ponto abaixo de setembro de 2024. O norte lidera as negociações da safra futura com 41,57% vendidos, seguido por nordeste (32,54%), médio-norte (30,97%), centro-sul (26,82%), oeste (24,59%), noroeste (20,41%) e sudeste (19,09%).
Caroço de algodão
No caroço de algodão, a safra 2024/25 registra 67,48% de comercialização, alta de 4,17 pontos no mês, mas ainda 6,61 pontos atrás do ritmo de setembro de 2023. O norte também lidera com 69,41% vendidos, seguido por médio-norte (69,51%), oeste (68,62%), nordeste (61,90%), centro-sul (60,78%), noroeste (56,76%) e sudeste (43,94%). Para a safra 2025/26, o caroço tem 21,11% já comercializados.
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Área colhida da safra 2025 terá aumento de 2,4 milhões de hectares, aponta IBGE

A área a ser colhida na safra agrícola de 2025 deve totalizar 81,4 milhões de hectares, 2,4 milhões de hectares a mais que o desempenho de 2024, um aumento de 3%.
Os números partem do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de setembro, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (14).
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Em relação ao levantamento de agosto, houve uma alta de 102,7 mil hectares na estimativa da área colhida, elevação de 0,1%.
Principais culturas
O Brasil deve colher neste ano um volume recorde de soja, milho, algodão e sorgo, conforme o IBGE:
- Soja: alta de 14,4%, para um recorde de 165,9 milhões de toneladas;
- Milho: 20,7%, para 138,4 milhões de toneladas – milho 1ª safra: alta de 14%, para 26,1 milhões de toneladas – milho 2ª safra: aumento de 22,4%, totalizando 112,3 milhões de toneladas.
- Arroz: 17,2%, para 12,4 milhões de toneladas;
- Algodão: 10,6%, para um novo recorde de 9,8 milhões de toneladas;
- Sorgo: 24,8%, para um recorde de 5 milhões de toneladas; e
- Trigo: 3,6%, para 7,8 milhões de toneladas;
- Feijão: queda de 0,5%, para 3,1 milhões de toneladas.
A safra agrícola de 2025 deve totalizar um recorde ainda maior que o previsto, de 341,9 milhões de toneladas, 49,2 milhões de toneladas a mais que o desempenho de 2024, um aumento de 16,8%.
Em relação ao levantamento de agosto, houve um aumento de 0,2% na estimativa, o equivalente a 660,9 mil toneladas a mais.
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Plantio de milho verão 2025/26 atinge 90% da área no Paraná

O plantio da safra de verão de milho 2025/26 avança em praticamente todas as regiões produtoras do Paraná, com 90% da área prevista semeada até essa segunda-feira (13), segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Estado.
O boletim aponta que 22% das lavouras estão em fase de germinação e 78% em desenvolvimento vegetativo. Em sua maioria, as condições são boas (99%), com apenas 1% em condição média.
Segundo o Deral, as lavouras emergidas apresentam bom desenvolvimento inicial. No entanto, “há relatos de infestações pontuais de pragas, como cigarrinha e tripes, que exigem atenção”, disse o órgão, em relatório. Além disso, em áreas recém-plantadas, a adubação nitrogenada está sendo postergada em virtude do excesso de chuvas.
Colheita do trigo
Sobre a colheita da safra de trigo 2025, o Deral mostra que o cereal foi retirado de 64% da área semeada e que 85% das lavouras têm condição boa, 14% média e 1% ruim.
“A colheita está em fase final ou em andamento na maior parte das regiões”, relatou o Deral.
O órgão aponta que 66% das lavouras estão em fase de maturação, 31% em frutificação e 3% em floração. No entanto, o Deral destaca que as chuvas recorrentes na última semana têm atrasado as operações e comprometido a qualidade dos grãos.
Segundo a entidade, em parte das áreas ainda em campo, há risco de perdas adicionais se as condições climáticas adversas persistirem.
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