Tecnologia do Agro
Fundação Eco+ e Quintessa lançam estudo sobre como integrar cadeias da sociobiodiversidade amazônica à indústria

São Paulo, agosto de 2025 – A relação entre a indústria brasileira e a sociobiodiversidade amazônica ainda é inicial em termos de sustentabilidade dos negócios e do meio ambiente, mas já existem caminhos possíveis para aproximar esses dois mundos. É o que mostra a análise de como cadeias produtivas amazônicas podem ser integradas às estratégias de suprimento e inovação das empresas, de forma planejada, sustentável e com geração de valor compartilhado, lançada pela Fundação Eco+, em parceria com o Quintessa, aceleradora de inovação e impacto positivo.
A publicação “Da Floresta à Indústria: como viabilizar cadeias amazônicas sustentáveis” parte da constatação de que, apesar do crescente interesse do setor privado por práticas ESG, ainda há barreiras significativas para que empresas estabeleçam relações comerciais estruturadas, transparentes e duradouras com cadeias produtivas amazônicas. O estudo busca justamente superar essa lacuna, oferecendo um olhar aplicado e sistêmico sobre o tema.
Para isso, a pesquisa iniciou através de um diagnóstico do setor industrial ligado à análise de cadeias produtivas da região, como castanha, açaí, andiroba, cumaru e cacau, que embasou a posterior realização de entrevistas com representantes de negócios comunitários, organizações intermediárias e grandes indústrias dos setores de alimentos, cosméticos, têxtil e automobilístico. A metodologia foi baseada na ferramenta “Hot Spot Analysis”, da própria Fundação Eco+, com apoio técnico do time do Quintessa.
“Este estudo se diferencia por sua abordagem prática. Mais do que reforçar a importância da sociobioeconomia, ele traz soluções já testadas por empresas que conseguiram superar desafios logísticos, jurídicos e culturais para construir relações sustentáveis com a Amazônia”, afirma Ana Paula Barbosa de Almeida, coautora do material e analista de sustentabilidade da Fundação Eco+.
Gabriel Costa, coautor e gestor de Projetos no Quintessa, reforça que o estudo se baseia na experiência do Quintessa em projetos de inovação aberta e impacto positivo em grandes empresas e busca apoiá-las a alinhar suas estratégias ESG com melhores resultados financeiros e operacionais “Partimos da perspectiva que a indústria é um grande vetor de demanda para insumos e inovações das cadeias da sociobiodiversidade amazônica. Assim, a intenção foi entender como as empresas podem se conectar de forma estruturada com cadeias amazônicas, respeitando as particularidades do território e promovendo valor para todos os elos da cadeia”, comenta Costa.
Entre as práticas mapeadas estão o uso de projetos-piloto em inovação aberta, a articulação entre áreas internas (como sustentabilidade, suprimentos e jurídico), a presença local e diálogo transparente para formação e pagamento de preço justo às comunidades produtoras, a priorização de cadeias produtivas já estruturadas e o fortalecimento de arranjos financeiros que garantam previsibilidade aos fornecedores.
Também são abordadas estratégias para mitigar riscos operacionais e reputacionais, como a adoção de certificações, a atuação territorial e o apoio de organizações intermediárias. Ao fomentar conexões sustentáveis entre indústria e Amazônia, o estudo contribui para a construção de um ambiente de negócios mais inclusivo, resiliente e alinhado à transição para uma economia de baixo carbono.
A publicação está disponível para download gratuito no site da Fundação Eco+.
Sobre a Fundação Eco+
Somos uma consultoria e centro de excelência em sustentabilidade para a América do Sul, instituída e mantida pela BASF em 2005. Orientamos e impulsionamos a jornada sustentável de empresas que pensam no longo prazo e querem desenvolver, ao mesmo tempo, valor econômico, social e ambiental de forma integrada e alinhados a estratégias de governança. Somos facilitadores da transformação de cada cliente e temos como foco três temáticas estratégicas correlacionadas ao conceito de Avaliação de Ciclo de Vida: valor compartilhado, práticas regenerativas e estratégias de governança. Acompanhamos empresas e organizações em diferentes estágios de maturidade nesses temas, alinhando as demandas das empresas aos grandes temas que afetam nosso futuro. Além disso, incentivamos o intercâmbio e a produção de conhecimentos de ponta na área, articulando e fortalecendo o setor, reforçando seu caráter como OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.
Sobre o Quintessa
O Quintessa é um ecossistema de soluções para os desafios sociais e ambientais centrais da sociedade. Há mais de 15 anos atua pela integração estratégica entre impacto positivo e inovação, junto a empreendedores, grandes empresas, governo, institutos e fundações
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Nova soja com resistência a nematoides chega ao Brasil até o fim da década

BASF, Corteva e M.S. Technologies anunciam acordo para desenvolvimento
BASF, Corteva Agriscience e M.S. Technologies anunciaram acordo de licenciamento para incorporar característica (trait) de resistência a nematoides nas variedades de soja Enlist E3 e Conkesta E3. A novidade destina-se ao mercado brasileiro. Conforme as empresas, a tecnologia oferece a primeira solução biotecnológica contra os nematoides das lesões-radiculares (Pratylenchus brachyurus) e do cisto-da-soja (Heterodera glycines).
A nova característica foi desenvolvida pela BASF. A empresa registrou mais de 90% de eficácia no controle de P. brachyurus em mais de 160 ensaios de campo realizados nos últimos sete anos. A combinação dessa inovação com as tecnologias Enlist E3 e Conkesta E3 promete ampliar a proteção e o potencial produtivo das lavouras brasileiras.
O sistema Enlist E3 é adotado por agricultores nos Estados Unidos. Está em expansão na América Latina. As sementes apresentam tolerância a três herbicidas: 2,4-D sal colina, glifosato e glufosinato, permitindo maior flexibilidade no manejo de plantas daninhas resistentes. A variedade Conkesta E3 ainda agrega duas proteínas Bt (Cry1F e Cry1Ac), destinadas ao controle de lagartas.
As tecnologias transgênicas usadas nas variedades Enlist E3 e Conkesta E3 são de propriedade conjunta da Corteva e da M.S. Technologies. A incorporação do trait da BASF à base genética dessas variedades visa elevar o nível de proteção contra nematoides para os produtores da América do Sul.
As empresas preveem que as sementes com a nova característica cheguem ao mercado brasileiro até o fim desta década ou início da próxima. A liberação depende das aprovações regulatórias e da finalização dos testes de campo. A comercialização em outros países também está em análise.
Os termos financeiros do acordo não foram divulgados.
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Bayer submete pedidos de registro para novo herbicida em quatro grandes mercados

O Icafolin-metil é um herbicida inédito para aplicação em pós-emergência das plantas daninhas, primeiro princípio ativo desenvolvido para este fim em mais de 30 anos
Monheim am Rhein, agosto de 2025 – A Bayer avança com seu pipeline de sucesso, submetendo pedidos de registro para Icafolin-metil na União Europeia, após a conclusão das submissões no Brasil, Estados Unidos e Canadá. O Icafolin é o primeiro novo mecanismo de ação em mais de 30 anos para o controle em pós-emergência das plantas daninhas recomendado em culturas anuais e perenes. Com potencial de vendas globais estimado em torno de € 750 milhões, a Bayer espera que seja lançado a partir de 2028, com disponibilidade inicial no Brasil.
O Icafolin pertence a uma nova classe química que oferece propriedades únicas que permitem doses mais baixas e aplicações direcionadas, além de um perfil excepcional de segurança e sustentabilidade. Além disso, a molécula complementa herbicidas existentes, como o glifosato, adicionando uma solução inovadora no combate à resistência de plantas daninhas, uma prioridade para os agricultores. O avanço global da resistência de plantas daninhas nos últimos anos ameaça a produção de alimentos, uma vez que essas espécies competem com as culturas agrícolas por luz e nutrientes, impactando negativamente o rendimento e a qualidade da produção.
“As plantas daninhas ameaçam a segurança alimentar e a subsistência dos agricultores, e é por isso que investir em inovações disruptivas como o Icafolin é tão vital”, disse Mike Graham, líder global de Pesquisa e Desenvolvimento da divisão agrícola da Bayer. “O acesso a uma classe de herbicidas totalmente nova, que complementa as ferramentas existentes, não só ajuda os agricultores a combater e prevenir a resistência de ervas daninhas, como também a adotar e manter práticas de plantio direto e cultivo reduzido, que melhoram a saúde do solo, um pilar fundamental da agricultura regenerativa.”
O Icafolin foi desenvolvido para uso inicial em soja, cereais, leguminosas e oleaginosas, bem como em frutas de caroço e de pomar, nozes, uvas e cítricos. Como um mecanismo de ação único, possui propriedades e benefícios únicos. As ervas daninhas tratadas ficam “congeladas” nos campos, o que significa que param de competir com as culturas por água, nutrientes e luz solar, mas as plantas daninhas controladas permanecem no campo por mais tempo formando uma cobertura que ajuda a prevenir a erosão e a reter a umidade no solo. Ao proporcionar um controle eficaz de ervas daninhas, reduz a necessidade de preparo do solo, apoiando práticas de agricultura regenerativa que podem melhorar a saúde do solo.
Além disso, as propriedades intrínsecas do Icafolin o tornam adequado para aplicações localizadas e doses mais baixas. O Icafolin é o primeiro produto a utilizar o CropKey, a abordagem inovadora de P&D da Bayer para o desenvolvimento de novos produtos de proteção de cultivos, que otimizou a formulação considerando múltiplas dimensões, que incluem critérios de eficácia, segurança e sustentabilidade, além da conveniência para o agricultor. O CropKey continuará a acelerar a forma como os pesquisadores projetam, em vez de rastrear, novas moléculas, apoiando o desenvolvimento mais rápido de produtos futuros que visam proteínas específicas em plantas daninhas, pragas e doenças de cultivos.
“Com o CropKey, não estamos apenas respondendo aos desafios agrícolas atuais com mais rapidez, mas também sendo proativos e antecipando necessidades futuras”, disse Rachel Rama, vice-presidente global sênior e líder de Pequenas Moléculas da divisão agrícola da Bayer. “Utilizar a inteligência artificial acelera significativamente nossa jornada do conceito ao mercado, permitindo que os agricultores tenham acesso aos produtos de proteção de cultivos mais eficazes e ambientalmente responsáveis.”
Após o primeiro lançamento previsto para 2028 no Brasil, a Bayer prevê vender o Icafolin nos EUA, Canadá, UE e outras regiões nos próximos anos.
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Bayer eleva projeções para o ano de 2025

Divisão Crop Science impulsiona resultado com alta nas vendas de sementes de milho
A Bayer revisou para cima suas projeções de vendas e lucros ajustados para 2025. O anúncio ocorreu após resultados positivos no primeiro semestre, especialmente no setor farmacêutico. A divisão agrícola também contribuiu com crescimento, puxado pelas sementes de milho. A empresa prevê dificuldades com flutuações cambiais e segue pressionada por litígios nos Estados Unidos.
As vendas do grupo somaram € 10,739 bilhões no segundo trimestre, alta de 0,9% em termos ajustados por câmbio e portfólio. O EBITDA ajustado ficou em € 2,105 bilhões, queda de 0,3%. Houve impacto negativo cambial de € 184 milhões. O lucro líquido foi negativo em € 199 milhões, afetado por provisões judiciais e reestruturações.
A dívida financeira líquida caiu 2,9% frente ao primeiro trimestre, somando € 33,274 bilhões. Em relação a junho de 2024, a redução foi de 9,5%, puxada por efeitos cambiais favoráveis.
A Bayer ampliou em € 1,2 bilhão as provisões para processos envolvendo o herbicida glifosato. Também adicionou € 530 milhões em provisões para casos ligados a PCBs. A empresa realizou acordos confidenciais com milhares de autores nos EUA, com baixo custo médio por caso. Um tribunal do Missouri manteve condenação no caso Anderson. A Bayer segue recorrendo e aguarda decisão da Suprema Corte dos EUA no processo Durnell. No caso Erickson, aguarda julgamento da Suprema Corte de Washington.
No setor agrícola (Crop Science), as vendas subiram 2,2%, atingindo € 4,788 bilhões. As vendas de sementes de milho cresceram 29,5%, impulsionadas por reajustes de preços e expansão de área. A divisão se beneficiou da reorganização da rede de distribuição na América do Norte. As vendas de soja e algodão caíram 18,1% e 25,5%, respectivamente, após a suspensão do registro do dicamba nos EUA.
A queda nas vendas de inseticidas foi de 13,1%, afetada por questões de registro do inseticida Movento (spirotetramat) na Europa. As vendas de herbicidas subiram 1,4%. Os produtos à base de glifosato mantiveram o nível de vendas do ano anterior, com aumento de volume e queda nos preços.
O EBITDA ajustado da divisão agrícola aumentou 32,3%, alcançando € 693 milhões. O desempenho refletiu o adiamento de volumes do primeiro trimestre, redução de custos e compensou impactos regulatórios. A margem EBITDA subiu 4 pontos percentuais, para 14,5%.
A Bayer informou que mantém o foco em mitigar riscos judiciais até o fim de 2026. Também segue investindo em inovação, especialmente nas áreas de proteção de cultivos e novos medicamentos. A empresa destacou o progresso no pipeline farmacêutico e o envio do herbicida icafolin para aprovação nos EUA, Canadá, Brasil e União Europeia.


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