Sustentabilidade
Perdas de produtividade da soja em função do amassamento – MAIS SOJA

O manejo e controle de pragas, doenças e plantas daninhas em lavouras agrícolas é determinante para reduzir o impacto desses agentes bióticos sobre a produtividade e qualidade dos grãos produzidos. Embora diferentes estratégias de manejo possam ser empregadas no manejo fitossanitário da cultura da soja, o controle químico via pulverização de defensivos agrícolas ainda é o método mais usual em escala comercial.
Diferentes métodos de pulverização podem ser utilizados no programa fitossanitário da soja, incluindo pulverizações áreas e terrestres, ambos apresentando vantagens e desvantagens. Dentre os métodos mais utilizados, a pulverização terrestre se destacar por sua maior acessibilidade e versatilidade, atendendo desde pequenas a grandes propriedades.
Contudo, embora mais acessível, esse método apresenta algumas desvantagens, dentre elas: maior necessidade de manipulação de agrotóxicos; maior mão de obra, amassamento/quebra de plantas em função do trafego de tratores e pulverizadores, bem como limitada atuação sob condições de solo úmido. Embora com o aprimoramento das tecnologias de georreferenciamento o tráfego de pulverizadores tenha sido otimizado em áreas agrícolas, o amassamento das plantas é inevitável em pulverizações terrestres, e impacta a produtividade da cultura, reduzindo o potencial produtivo da lavoura.
Figura 1. Rastros oriundos do tráfegos de máquinas para pulverização. Amassamento de plantas.
Impacto do amassamento da produtividade da soja
Embora o impacto do amassamento de planta na produtividade da soja possa variar de acordo com fatores bióticos e abióticos, bem como características da cultivar e índice de amassamento, Oliveira et al. (2014) destacam que plantas amassadas tendem a apresentar uma redução acentuada do potencial produtivo, ao ponto em que, o amassamento das linhas pelo rodado do trator reduz em 50% a produção das linhas amassadas.
Vale destacar que o tipo de equipamento também influencia no índice de perdas por amassamento. Equipamentos com barras de maior comprimento tendem a reduzir o amassamento, uma vez que reduzem a necessidade de tráfego por proporcionarem um maior rendimento operacional nas aplicações. Da mesma forma, pulverizadores equipados com GPS (Global Positioning System) minimizam as perdas ao otimizar o aproveitamento da área tratada. Além disso, o número de aplicações impacta diretamente o amassamento das plantas, sendo que normalmente, quanto menor o número de pulverizações, menor o amassamento.
Pesquisas apontam que as perdas por amassamento em lavouras de soja, causadas por aplicações terrestres de defensivos agrícolas, podem variar de 4% a 7%, especialmente quando são realizadas entre três e cinco aplicações ao longo do ciclo da cultura (Costa, 2017). Considerando uma produtividade média de 60 sc ha⁻¹ (3.600 kg ha⁻¹) e uma taxa de amassamento de 5%, a perda pode chegar a aproximadamente 3 sc ha⁻¹ (180 kg ha⁻¹), o que representa uma redução expressiva na produtividade e, consequentemente, na rentabilidade da lavoura.
A um preço médio da saca de soja de R$ 138,68 (CEPEA/ESALQ – Paranaguá, 28/07/2025), a perda de 3 sc ha-1 equivale a uma redução da receita bruta de R$416,04. Em uma área de 100 hectares, essa perda de produtividade representa um impacto negativo de mais de 41 mil reais, que ocorre exclusivamente em função amassamento da soja.
Nesse sentido, o planejamento das pulverizações visando reduzir a intensidade do tráfego nas áreas agrícolas, o adequado posicionamento de defensivos agrícolas para um controle mais efetivo de pragas, doenças e plantas daninhas, o ajuste da bitola dos tratores e pulverizadores bem como o uso de rodados mais estreitos, são estratégias importantes para reduzir as perdas por amassamento.
Outra alterativa é a pulverização aérea, utilizando aviões e/ou drones. Esse método não gera amassamento de plantas, entretanto, normalmente representa um maior custo por pulverização. Logo, deve-se analisar as perdas observadas pelo amassamento, considerando a realidade logística e estrutural da propriedade, a fim de adotar estratégias de manejo que reduzam as perdas pelo amassamento, como as estratégias supracitadas.
Veja mais: Drones ganham espaço nas lavouras brasileiras e viram opção para agricultores e prestadores de serviço
Referências:
CEPEA/ESALQ. SOJA: INDICADOR DA SOJA CEPEA/ESALQ – PARANAGUÁ. Cepea, 2025. Disponível em: < https://www.cepea.org.br/br/indicador/soja.aspx >, acesso em: 29/07/2025.
COSTA, C. C. CUSTOS E BENEFÍCIOS DO SUO DA PULVERIZAÇÃO AÉREA DE AGROTÓXICOS NA AGRÍCULTURA. Embrapa, Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, n. 39, 2017. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1085336/1/BoletimPD39Custoebeneficio….pdf >, acesso em 29/07/2025.
OLIVEIRA, S. et al. AMASSAMENTO DURANTE O MANEJO DO CULTIVO: EFEITO NO RENDIMENTO E NA QUALIDADE DE SEMENTES DE SOJA. Biosci. J., 2014. Disponível em: < https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/10/948362/amassamento-durante-o-manejo-do-cultivo-efeito-no-rendimento-e-_IEAqC3z.pdf >, acesso em: 29/07/2025.
Sustentabilidade
Chuvas voltam ao Paraná e São Paulo, mas tempo seco persiste em outras áreas

O tempo seco segue predominante em áreas centrais do país nos próximos dias. Essa condição favorece a colheita da segunda safra em regiões do Matopiba, especialmente para culturas como milho, algodão, sorgo e feijão. Produtores que já estão colhendo devem ser beneficiados pela ausência de chuvas, que evita perdas por excesso de umidade.
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No entanto, a falta de precipitações ainda preocupa aqueles que dependem de umidade para o enchimento de grãos, principalmente nas lavouras em final de ciclo. O déficit hídrico pode impactar a produtividade em algumas áreas.
Em Roraima, onde a safra de soja ainda está em andamento, a previsão indica uma diminuição no volume de chuvas. A expectativa é de que chova menos do que o normal para o período, o que pode acelerar o término do ciclo, mas também limitar o desenvolvimento das lavouras ainda em crescimento.
Chuvas previstas
No Sul do país, uma mudança importante está prevista. A entrada de umidade deve provocar um aumento nas chuvas no Paraná e em parte de São Paulo. Em algumas cidades paranaenses, por exemplo, onde o normal para agosto é de 30 mm, os volumes podem superar 35 mm. Esse reabastecimento hídrico é bem-vindo, especialmente após semanas de solo mais seco.
Além disso, a passagem de uma nova frente fria ao longo da próxima semana deve levar chuva ao Sul e, posteriormente, ao Sudeste. Embora os volumes ainda não sejam suficientes para repor totalmente a umidade do solo, ajudam a melhorar a qualidade do ar.
Sustentabilidade
Mercado de soja tem julho arrastado e com dificuldade para fixar preços no Brasil; Chicago cai por clima favorável – MAIS SOJA

O mercado brasileiro de soja foi marcado por um julho de escassos negócios. Os preços no interior oscilaram entre estáveis e mais baixos, mas ganharam força nos portos. Com a colheita da safrinha avançando, os produtores optaram por negociar o milho e deixar a soja em segundo plano, em meio a um período de perdas nos contratos futuros na Bolsa de Mercadorias de Chicago. Prêmios e dólar subiram e amenizaram o impacto da queda externa.
A saca de 60 quilos recuou de R$ 135,00 para R$ 132,00 em Passo Fundo (RS), em julho. No mesmo período, o preço seguiu em R$ 130,00. Em Rondonópolis (MT), a cotação subiu de R$ 115,00 para R$ 122,00. No Porto de Paranaguá, a saca avançou de R$ 133,50 para R$ 138,00.
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em novembro apresentaram desvalorização de 3,68%, encerrando julho a US$ 9,8925 por bushel. O principal ponto de pressão é o clima favorável ao desenvolvimento das lavouras americanos, encaminhando uma safra cheia em um quadro de oferta global elevada.
O mercado interno só não sentiu mais o impacto negativo das cotações em Chicago devido a dois fatores: dólar e prêmios. No acumulado do mês, em meio às incertezas sobre as tarifas de Trump, a moeda americana teve valorização de 3% sobre o real, encerrando o mês na casa de R$ 5,60.
Safra brasileira
Os produtores brasileiros de soja deverão cultivar 48,217 milhões de hectares em 2025/26, com crescimento de área de 1,2% sobre o total semeado no ano passado, de 47,641 milhões. A projeção faz parte do levantamento de intenção de plantio de Safras & Mercado.
Com uma possível elevação de produtividade, de 3.627 quilos para 3.749 quilos por hectare, a produção nacional deve ficar acima da obtida na atual temporada. A previsão inicial é de uma safra de 179,875 milhões de toneladas, 4,6% maior que as 171,931 milhões de toneladas colhidas em 2024/25. Se confirmada, será a maior safra da história.
“O ponto central é que deveremos observar aumento de área em muitos estados produtores, especialmente nas regiões Centro-Oeste e Nordeste do país”, aponta o analista e consultor de Safras & Mercado, Rafael Silveira. “No entanto, os custos de produção estão mais elevados, com juros ainda altos, o que pode resultar em redução nos investimentos em tecnologia para a cultura da soja, fator que limita o potencial de produtividade em diversas regiões”.
Não se espera uma expansão de área muito agressiva. Segundo o analista, os preços da soja ao longo do ano foram não foram o principal fator de garantia de rentabilidade, mas, como a maior parte dos estados registrou altas produtividades, o custo médio por saca foi reduzido, o que ainda permite margens positivas.
“No entanto, no Rio Grande do Sul, o cenário é diferente. O estado vem sendo castigado por adversidades climáticas recorrentes, com perdas produtivas importantes nas últimas safras”, destaca Silveira. “Por isso, não há expectativa de aumento de área com soja, e o investimento em tecnologia também deve recuar, deixando as lavouras mais expostas a novos episódios climáticos adversos”, completa.
Nos demais estados, especialmente no Centro-Oeste, há grande disponibilidade de áreas de pastagem que ainda podem ser convertidas para a soja. “Em 2025, tivemos um ano de recuperação de produtividade no Mato Grosso, que deve continuar liderando a produção nacional”, pontua.
Fonte: Dylan Della Pasqua e Rodrigo Ramos / Safras News
Autor: Dylan Della Pasqua e Rodrigo Ramos / Safras News
Site: Safras & Mercado
Sustentabilidade
Prêmios de exportação sustentam os preços físicos de soja no Brasil

O mercado de soja fechou a semana em baixa na Bolsa de Chicago, com as expectativas de uma safra americana robusta. Segundo Rafael Silveira, da Safras & Mercado, embora houvesse preocupações com ondas de calor entre julho e agosto, o mês de julho teve clima positivo e as previsões indicam boas chuvas para agosto, o que reduz riscos de perdas na produção. Saiba mais:
Além do clima, as tensões comerciais entre Estados Unidos e China influenciam o mercado. A falta de um acordo formal mantém a incerteza e alimenta a expectativa de redução nas compras chinesas da safra americana. Isso pressiona os preços para baixo, apesar de possíveis correções pontuais após sequência de quedas nos contratos futuros.
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No Brasil, os prêmios de exportação têm ajudado a sustentar os preços físicos da soja, mantendo estabilidade apesar do cenário desafiador global. Observa-se uma compensação nos prêmios que contribui para essa estabilidade. Porém, a tendência dos preços físicos é de queda à medida que a safra americana se consolida. Com a expectativa de uma safra brasileira recorde, a perspectiva para os preços internos também é de redução.
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