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Soja tem alta na demanda e preços estabilizam

A firme demanda por soja para o esmagamento vem sustentando os preços internos e externos do grão. É isso o que indicam os levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Ainda assim, os pesquisadores do instituto destacam, contudo, que a alta nos valores da oleaginosa acaba sendo limitada pela oferta global elevada.
De acordo com o relatório deste mês do Usda, a produção mundial de soja em grão deve passar de 421,99 milhões de toneladas na temporada 2024/25. O relatório prevê que o valor suba para 427,68 milhões de toneladas na safra 2025/26, configurando um novo recorde.
No Brasil, na parcial deste mês (até o dia 17), os Indicadores Cepea/Esalq – Paranaguá (PR) e Cepea/Esalq – Paraná avançaram 1,8% e 1,3%, respectivamente.
*Sob supervisão de Luis Roberto Toledo
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Santa Catarina prorroga redução de ICMS sobre insumos agropecuários, diz Ocesc

A Organização das Cooperativas de Santa Catarina (Ocesc) informou que a Assembleia Legislativa do Estado (Alesc) aprovou o Projeto de Lei 403/2024, que prorrogou para dezembro de 2025 a redução de 60% do ICMS cobrado sobre os insumos agropecuários na venda para outros Estados.
O PL foi elaborado pelo Sistema Ocesc com a Frencoop/SC. “Essa medida evita impactos retroativos, protege os resultados dos exercícios anteriores e dá fôlego para que as cooperativas se adaptem com responsabilidade às novas exigências fiscais”, disse em nota o coordenador Contábil e Tributário da Ocesc, João Antônio Zerbielli.
Conforme a entidade, outros seis projetos de lei que afetam o cooperativismo catarinense também foram aprovados:
- PL 412/2025, que prorroga até o final de 2028 o crédito presumido de ICMS para fabricantes de farinha de trigo, de mandioca e derivados;
- PL 415/2025, que zera a alíquota do ICMS em produtos da cesta básica nas operações internas até abril de 2026;
- PL 433/2025, que possibilita a transferência de crédito presumido de ICMS acumulado para abatedores de suínos e aves que compram animais produzidos em Santa Catarina;
- PL 435/2025, com remissão de ICMS devido pelos produtos de leite;
- PL 472/2025, que institui o Programa Estrada Boa Rural; e
- PL 426/2025, que define a Secretaria do Meio Ambiente e da Economia Verde (SEMAE) como responsável pela execução do Cadastro Ambiental Rural (CAR).
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Frete sobe até 46% com colheita de milho e logística com soja, diz Conab

A intensificação da colheita da segunda safra de milho e a grande quantidade de soja ainda estocada nas propriedades têm elevado os preços dos fretes rodoviários em diversos estados do país. Segundo o Boletim Logístico de julho da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a disputa por caminhões se acirra em estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, com aumentos que chegaram a 46% em junho.
A pressão sobre o mercado de transporte reflete a combinação entre a produção de 132 milhões de toneladas de milho na safra 2024/25, segundo a Conab, e a retenção de parte da soja pelos produtores, que aguardam melhores cotações após as quedas dos últimos meses.
“Para junho e julho, a alta nos preços deverá ser registrada de modo mais ampliado diante da entrada da oferta de milho, da necessidade de atendimento a compromissos previamente firmados e da disputa por caminhões para atendimento a distintas demandas”, informou a Conab no relatório.
Em Mato Grosso, onde apenas 1% da segunda safra de milho havia sido colhida até junho, a situação já mostra sinais de tensão. O estado, que responde por 43,12% das exportações brasileiras do cereal, registra comportamento de estabilidade nos fretes com tendência de alta. “O arrefecimento momentâneo registrado para novos negócios deverá promover a extensão do aquecimento do mercado de fretes para todo o segundo semestre, pois essa enorme safra deverá ser contratada e escoada em sua totalidade”, destaca o documento.
A situação se complica com a divisão dos corredores logísticos entre soja remanescente e a produção do milho segunda safra. As baixas cotações da oleaginosa fizeram com que parte relevante do produto não tenha sido comercializada, criando competição por espaço logístico. “Do ponto de vista logístico, o fato implica divisão dos corredores e do espaço logístico com a enorme produção vindoura do milho segunda safra”, aponta a Conab.
No Distrito Federal, o boletim registra aumento generalizado nos fretes em junho, com destaque para as rotas com destino a Araguari e Uberaba, em Minas Gerais, que apresentaram variações de 5% e 4%, respectivamente. “A maior movimentação de grãos devido ao escoamento da soja e do início do milho segunda safra, cuja colheita está em andamento, além de uma oferta restrita dos prestadores de serviço de transporte, refletindo positivamente nas cotações de frete”, informou a estatal.
Em Mato Grosso do Sul, os aumentos foram ainda mais expressivos. A rota Aral Moreira-Maringá (PR) disparou 46% no mês, passando de R$ 90 para R$ 131 a tonelada. Para Paranaguá, a mesma origem registrou alta de 31%, de R$ 200 para R$ 261. “A redução no preço da soja nos últimos meses vem provocando um comportamento mais cauteloso por parte dos vendedores, que optam por comercializar gradualmente a produção em busca de melhores oportunidades de negócios”, disse a Conab. O estado movimentou 774.292 toneladas de soja em junho, ante 620.421 toneladas em maio, um crescimento que justifica parte da pressão sobre os fretes.
Goiás também registra aquecimento na demanda por transporte. Nas principais rotas com origem em Rio Verde, os aumentos chegaram a 9% em junho na comparação mensal. A rota para Araguari (MG) subiu de R$ 117 para R$ 127 a tonelada, enquanto o destino Santos (SP) passou de R$ 284 para R$ 308. “Apesar disso, o mês deve encerrar com menos de 10% da segunda safra de milho colhida, um contraste com os 30% registrados no mesmo período da safra anterior”, observou a Conab.
A comercialização do milho em Goiás atingiu 35% da safra, impulsionada pela necessidade de os produtores cobrirem custos e adquirirem insumos para a próxima safra. A soja apresenta índice de comercialização de 85%, com o restante da produção retido na expectativa de melhores oportunidades de venda.
No Paraná, o cenário se mostra mais heterogêneo. A soja apresentou impacto positivo nos preços de fretes em Cascavel, com alta de 24%, e em Ponta Grossa, com aumento de 9%. Porém, o milho variou negativamente em 7% para o destino Rio Grande do Sul e 11% para Paranaguá, em virtude das chuvas e diminuição dos fretes na região.
A cultura do milho segunda safra 2024/25 tem 18,9% da produção comercializada, com apenas 12% da área colhida na região de Toledo. Em relação ao feijão de primeira safra 2024/25, a colheita está finalizada com 96,1% da produção comercializada.
Mesmo com a redução no preço do diesel e o reajuste para baixo do piso mínimo de fretes pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a Conab avalia que os custos continuam pressionados por fatores estruturais. A necessidade de liberar espaço em armazéns para recebimento do milho, somada à quantidade produzida pela agricultura em 2025, mantém suporte no nível de preços.
“O mercado trabalha, de modo geral, com a previsão de preços elevados atribuídos aos fretes rodoviários, a se observar a partir de junho, com potenciais efeitos ao longo de todo o segundo semestre de 2025”, destacou o relatório.
A expectativa é de que as cotações dos fretes apresentem suporte durante todo o ano, uma vez que ainda há parcela da soja a ser escoada, além da safra de milho a ser destinada aos mercados interno e externo.
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Governo de MT revoga taxa sobre irrigação após demanda de produtores rurais liderada pela Famato

Atendendo a uma solicitação do setor produtivo rural, o governador Mauro Mendes sancionou o Projeto de Lei nº 975/2025, de autoria do deputado estadual Gilberto Cattani, que revoga o artigo 27 da Lei nº 12.717/2024 e elimina a taxa sobre o uso de sistemas de irrigação em Mato Grosso. A decisão foi comemorada pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), que teve papel decisivo na condução dessa demanda até sua aprovação final.
A Famato atuou de forma técnica e estratégica ao longo de todo o processo, ouvindo os produtores, reunindo informações detalhadas e dialogando com os parlamentares para demonstrar os impactos negativos da cobrança. A entidade destacou que a taxa, que em alguns casos ultrapassava R$ 60 por hectare, representava mais um peso sobre os custos de produção num momento em que os agricultores já enfrentam desafios com margens apertadas, alta dos insumos e necessidade de constantes investimentos em tecnologia e sustentabilidade.
“Essa é mais uma vitória do setor produtivo. A irrigação é uma ferramenta essencial para garantir a produtividade e a segurança alimentar, especialmente em um estado que precisa conviver com irregularidades climáticas. A Famato mobilizou sua área técnica, que apresentou dados e argumentos sólidos, e foi ouvida. Agradecemos ao deputado Gilberto Cattani pela sensibilidade ao tema e ao governador Mauro Mendes pela sanção que corrige uma distorção prejudicial”, afirmou o presidente da Famato, Vilmondes Tomain.
O deputado estadual Gilberto Cattani, autor do projeto, reforçou que a medida visa corrigir um erro da legislação anterior. Para ele, a cobrança instituída pela Lei nº 12.717/2024 era inadequada e afetava diretamente a viabilidade de projetos de irrigação, fundamentais para o aumento da produtividade no campo. “A revogação representa um alívio para os produtores e reafirma o compromisso do legislativo com o fortalecimento do agronegócio de Mato Grosso”, destacou.
Para os analistas do Núcleo Técnico da Federação a irrigação é uma das tecnologias mais importantes para o desenvolvimento da agricultura moderna, permitindo estabilidade na produção mesmo em períodos de estiagem. Com a revogação da taxa, produtores terão mais segurança para seguir investindo em sistemas que contribuem para o crescimento sustentável da agropecuária mato-grossense.
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