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Baiano vê vida tomar novos rumos após investir no café em Mato Grosso

A produção de café em Mato Grosso está em franco crescimento, principalmente nas regiões noroeste e norte. Juína é considerado um dos principais municípios produtores e foi nele que há oito anos um baiano, que trabalhou praticamente a vida toda com construção civil em sua terra natal, decidiu apostar na lavoura e na cultura, mesmo sem saber um dos principais insumos para o sucesso na cafeicultura: a informação.
Pedreiro em São Gabriel, sua cidade natal no norte da Bahia, Carlos Jair Pereira Rocha migrou para Juína após convite dos pais e do irmão que há cerca de 30 anos já estavam no município.
O sorriso estampado hoje no rosto revela mais do que satisfação com o desempenho da safra. retrata a alegria de quem teve coragem para dar novos rumos para a própria vida, sem ter medo de recomeçar.
“O início foi difícil. Plantei cinco mil pés de café. Não sabia nada de café. Nem conhecia um pé, vim a conhecer aqui”, comenta Jair ao programa Senar Transforma desta semana.
A produção de café é o foco do produtor há oito anos. Segundo ele, o conhecimento da adubação correta, de como podar corretamente, espaçamento entre os pés chegou há três anos na Chácara do Barulho, propriedade localizada no Distrito de Terra Roxa, quando tomou conhecimento do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar Mato Grosso, por meio da associação dos cafeicultores de Juína.
“Mudou demais. A produção de café aumentou para todos [da região] depois do técnico”.
Conhecimento que eleva sonhos
Os atendimentos da ATeG Cafeicultura na Chácara do Barulho, que hoje está em plena colheita do café, tiveram início em 2022.
O produtor é atendido pelo técnico de campo do programa do Senar Mato Grosso, Davi Gomes Ferraz. Conforme ele, quando o produtor começou a ser atendido, entre as orientações passadas estavam melhorias na adubação, implantação de ferramentas tecnológicas, melhorias na irrigação, além de caixas de abelhas para auxiliar na polinização e, consequentemente, na produtividade, entre outras.
Na propriedade são cultivados o chamado café comum e o café clonal.
“O ano passado tivemos uma colheita de 160 sacas por hectare. Uma das maiores colheitas que ele teve. Este ano teremos uma colheita similar, mesmo com aqueles 140 dias de seca”, diz ao Canal Rural Mato Grosso o técnico de campo da ATeG Cafeicultura.
O Distrito de Terra Roxa é uma região, explica o técnico, que chove dois mil milímetros e possui uma saturação de terra entre 70% e 80%, considerados ideias para o cultivo da cultura, além de um solo com 50% a 60% de argila.

Café em expansão no estado
A cafeicultura na região de Juína vem forte, de acordo com o técnico de campo da ATeG, tendo se renovado nos últimos 10 anos com a implantação do café clonal.
Hoje, a ATeG Cafeicultura atende 29 produtores na região do Distrito de Terra Roxa. A partir do próximo mês uma nova frente com 30 produtores irá iniciar.
A supervisora da ATeG do Senar Mato Grosso na região, Flávia Firmini de Lima Souza, pontua à reportagem que a cafeicultura vem ganhando espaço principalmente pelos preços pagos pela saca nos últimos anos, bem como pela praticidade de implantação da cultura em pequenas propriedades.
“A nossa região tem essa predominância de ter pequenos produtores. O Senar está com sete frentes em andamento, com perspectivas de mais duas até o final do ano. Atualmente, atendemos entre 200 e 210 produtores”.
A supervisora comenta ainda que além das regiões noroeste e norte de Mato Grosso, também já é possível ver o cultivo de café em regiões da BR-163 e Tangará da Serra.
Além das orientações técnicas, os produtores assistidos pelo programa também recebem informações e orientações quanto a parte de gestão durante as visitas mensais dos técnicos de campo, o que permite ao produtor saber o seu custo de produção, rentabilidade e até onde ele pode investir, principalmente em tempos de flutuação do preço dos insumos e clima.
Um futuro de muito café e felicidade
Com quase 15 mil pés de café, entre normal e clonal, o produtor Carlos Jair Pereira Rocha revela ao Canal Rural Mato Grosso planos de plantar mais cinco mil pés ainda em 2025 e outros cinco mil em 2006.
Quando olha para o cafezal ele afirma que “a gente fica realizado” e que chega a não acreditar “que é da gente”.
“Na Bahia a gente não tinha isso. Um lugar muito seco. A gente fica muito alegre. Casei com o café. Estou feliz. Faria tudo de novo”.
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Do ringue ao campo: atletas que cultivam raízes no agro

Quando pensamos em atletas de elite, logo vêm à mente estádios lotados, câmeras e medalhas. Mas o que poucos sabem é que alguns desses nomes também têm uma forte conexão com o agro — seja por raízes familiares, paixão pelos animais ou vontade de viver de forma mais sustentável.
Veja 5 atletas que mantêm (ou mantiveram) o pezinho na terra — no melhor estilo agro:
- Ronda Rousey — do UFC ao rancho orgânico
Primeira mulher a lutar no UFC e ícone do MMA, Ronda Rousey fez história no octógono e em Hollywood. Mas fora dos holofotes, vive uma vida simples e sustentável.
Ela e o marido vivem em um rancho nos Estados Unidos, onde criam galinhas, cabras e cultivam alimentos orgânicos. O local é exemplo de agricultura regenerativa, e a conexão com a terra se tornou parte do estilo de vida do casal.
- Nikola Jokić — o MVP que ama cavalos
Tricampeão MVP ( jogador mais valioso) da NBA, Nikola Jokić é astro do Denver Nuggets — e também um apaixonado por cavalos de corrida.
Na Sérvia, administra um haras e participa ativamente de competições equestres. Mesmo no auge da carreira no basquete, mantém sua rotina rural sempre que pode. Por lá, é conhecido com orgulho como “o fazendeiro”.
- Rogério Ceni — entre o campo de futebol e o campo de soja
Antes de se tornar ídolo do São Paulo e técnico do Bahia, Rogério Ceni já conhecia o mundo agro. Nascido em uma família que cultiva soja no Mato Grosso, aprendeu desde cedo a dirigir trator e acompanhar o ritmo da lavoura.
Mesmo com a agenda cheia no futebol, sempre que pode ele volta às origens para recarregar as energias no campo.
- Jota — dos gramados ao agronegócio de precisão
O espanhol Jota, ex-jogador de futebol, se reinventou após a aposentadoria. Criou uma agrotech que fornece dados sobre irrigação, fertilização e produtividade agrícola por meio de monitoramento remoto.
Sua empresa já projeta lucros na casa de 1 bilhão de libras, e mostra como tecnologia e agro podem caminhar juntos — e rápido.
- Fabrizio Bartoli — do esporte de elite à gastronomia do campo
Na Itália, o ex-triatleta Fabrizio Bartoli deixou o esporte de alto rendimento para dedicar-se à agricultura orgânica e à gastronomia de origem.
Em sua propriedade de 8 hectares na Toscana, cultiva alimentos e prepara refeições com ingredientes frescos, colhidos a poucos metros da cozinha. O projeto une tradição rural, sustentabilidade e experiência sensorial.
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‘Precisamos parar de ter vergonha do agro’, diz novo secretário-executivo da Agricultura de SP

O engenheiro agrônomo e produtor rural Alberto Amorim assumiu como secretário-executivo da Secretaria de Agricultura de São Paulo com um recado claro: o agronegócio precisa parar de ter vergonha de ser bom e deve buscar se tornar cada vez mais agroindustrial.
Amorim, que estava há mais de dez anos na secretaria e ocupava a coordenação da assessoria técnica, foi escolhido pelo secretário Guilherme Piai e pelo governador Tarcísio de Freitas para ocupar o novo cargo.
“Foi uma honra muito grande, porque mostra o viés técnico que o governador e o secretário querem dar à pasta. Não é só discurso, é estratégia de verdade”, destacou, em entrevista à editora-executiva do telejornal Luiza Cardoso Costa. Segundo ele, a escolha de técnicos para cargos de liderança reforça o compromisso de avançar em programas estruturantes para o agro paulista.
Sobre o Plano Safra 2024/25, Amorim considera positivo haver recursos destinados ao agro, mas acredita que o montante ainda seja insuficiente. “Sempre falam que o agro é subsidiado demais, mas, se compararmos com o resto do mundo, é muito menos. Mesmo assim, o Plano Safra é pouco para o que a gente precisa, principalmente para o pequeno e médio produtor”, disse.
Amorim afirma que esses produtores não conseguem modernizar sua produção nem implementar inovações. “Eles continuam fazendo o mesmo. Precisamos de dinheiro aliado a planos realmente estruturantes para fazer mudança”, disse. Ele defende que próximos planos safras tenham mais diálogo com estados como São Paulo, que já desenvolvem políticas públicas voltadas a melhorar a qualidade e a produtividade no campo.
Entre as mudanças promovidas no estado está o novo modelo de financiamento do Feap com juros subsidiados, alcançando mais produtores de forma mais barata, além de ajustes nos seguros rurais. “Ainda é pouco, mas deve crescer”, disse.
Para Amorim, o Brasil precisa entender sua vocação agrícola e fortalecer a agroindústria. “Tem lugar no Brasil que tira três safras por ano com irrigação. Por que a gente tem vergonha disso? O Plano Safra deveria ser o programa mais importante da federação, porque o agro trabalha sete dias por semana, 24 horas por dia, sem telhado e, em muitos casos, sem energia elétrica.”
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Preço da ureia cai US$ 30, mas Índia determinará novas cotações, diz consultoria

Os preços da ureia no mercado brasileiro estavam disparados, mas, com o acordo de cessar-fogo entre Israel e Irã e a retomada da produção de nitrogenados no mercado egípcio e iraniano, os patamares do fertilizante cederam.
De acordo com o relatório semanal de fertilizantes da consultoria StoneX, a queda observada foi de aproximadamente US$ 30 por tonelada do insumo, o que representa uma variação de pouco mais de 5%.
“Diante disso, a atenção dos investidores agora está voltada para a Índia, onde os importadores buscam fertilizantes para abastecer o mercado doméstico. A demanda por adubos segue aquecida no país e, por isso, a Índia anunciou recentemente uma nova licitação para importação de ureia”, diz o analista de Inteligência de Mercado Tomás Pernías.
Segundo ele, na última licitação, os indianos não conseguiram adquirir o volume desejado, uma vez que a negociação ocorreu durante a escalada das tensões no Oriente Médio. A volatilidade dos preços, somada à cautela dos fornecedores, dificultou as aquisições naquele momento.
“Agora, a Índia volta ao mercado em busca de cargas de ureia para abastecer a demanda doméstica. Contudo, essa nova tentativa de aquisição ocorre em meio a um cenário complexo: a oferta global de nitrogenados continua apertada, com as exportações chinesas ainda limitadas, e há dúvidas no setor, especialmente quanto ao rumo da política comercial dos Estados Unidos nas próximas semanas.”
Dessa forma, o relatório da StoneX indica que os investidores estão atentos à licitação indiana como referência para a formação de preços e compreensão do cenário setorial.
“No Brasil, essa queda nos preços da ureia representa uma boa notícia para os importadores. As importações de nitrogenados costumam crescer ao longo do segundo semestre, à medida que os compradores brasileiros intensificam as aquisições destinadas, principalmente, à safrinha de milho 2025/26”, conclui Pernías.
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