Connect with us

Sustentabilidade

Eficiência de fungicidas no controle da ferrugem-asiática – MAIS SOJA

Published

on


A ferrugem-asiática, causada pelo fungo (Phakopsora pachyrhizi) é uma doença responsável por perdas substanciais na produtividade da soja. Com elevada agressividade, os danos em decorrência da ferrugem-asiática podem chegar a 90% em casos mais severos (Godoy et al., 2024).

Ainda que distintas estratégias de manejo possam ser empregadas de forma integrada para o manejo da ferrugem-asiática em soja, o controle químico com o emprego de fungicidas é o método mais utilizado para reduzir os danos em decorrência da doença em lavouras comerciais. Em função da agressividade do fungo e dificuldade em controlar a ferrugem, recomenda-se que todas as medidas de controle da doenças sejam adotadas de forma preventiva a sua  ocorrência.

Figura 1. Sintomas típicos de ocorrência de ferrugem-asiática em soja.

Atualmente, 251 produtos apresentam registro no Ministério da Agricultura e Pecuária para o controle da ferrugem-asiática em soja (Agrofit, 2025). Além desses, há também fungicidas em fase de registro para uso na cultura da soja. Em meio a essa diversidade de produtos disponíveis para o manejo da ferrugem-asiática, posicionar os fungicidas que irão compor o programa fitossanitário pode ser uma tarefa complexa, exigindo perícia e cautela para definir as melhores opções.

Nesse sentido, conhecer a eficiência dos fungicidas no controle da ferrugem-asiática em soja é crucial para determinar o programa de fungicidas da lavoura, bem como posicionar fungicidas a fim de aumentar o desempenho no controle da doença e manejar a resistência do fungo aos fungicidas. Para avaliar a eficiência dos fungicidas no controle da ferrugem-asiática, experimentos em rede vêm sendo realizados desde a safra 2003/2004 (Godoy et al., 2025).

Na safra 2024/2025, os experimentos conduzidos por 23 instituições, contemplaram os estados do Mato Grosso, Paraná, Goiás, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Bahia e Tocantins. Os fungicidas avaliados pertencem aos grupos: inibidores da desmetilação (IDM – tebuconazol, protioconazol, ciproconazol e difenoconazol); inibidores da quinona externa (IQe – azoxistrobina, trifloxistrobina, picoxistrobina, metominostrobina e piraclostrobina), inibidores da succinato desidrogenase (ISDH – fluxapiroxade, bixafem e impirfluxam), ditiocarbamato (mancozebe), cloronitrila (clorotalonil), inorgânico (oxicloreto de cobre) e 2,6-dinitro-anilina (fluazinam) (Godoy et al., 2025). Os fungicidas com registro avaliados nos experimentos estão apresentados na tabela 1.

Para os fungicidas registrados foram avaliadas misturas de IDM + cloronitrila (T2 a T4), ISDH + IQe + cloronitrila (T5), IDM + IQe + inorgânico (T6), IDM + IQe + ISDH (T7), IDM + IQe + ISDH e ditiocarbamato (T8), ISDH + IDM e ditiocarbamato em mistura pronta (T13) e em mistura em tanque (T9 e T10), IQe + IDM + ditiocarbamato (T11, T12, T14 e T15). O tratamento 16 (programa FRAC) foi realizado com rotação de fungicidas comerciais, sendo realizados diferentes programas em cada experimento, mas sumarizados sem a separação por programa. Os programas utilizaram a sequência de ingredientes ativos dos grupos ISDH + IDM + multissítio ou ISDH + IQe + multissítio ou ISDH + IQe + IDM + multissítio (aplicação 1), ISDH + IDM + multissítio ou ISDH + IQe + IDM + multissítio (aplicação 2), IDM + IQe + multissítio (aplicação 3) e IDM + IQe + multissítio ou IDM + multissítio (aplicação 4). Além da rotação dos ingredientes ativos dos diferentes grupos, os programas também incluíram a rotação dos multissítios (oxicloreto de cobre, mancozebe e clorotalonil) (Godoy et al., 2025).

Tabela 1. Produtos comerciais (ingredientes ativos) e doses dos fungicidas registrados para controle da ferrugem-asiática, Phakopsora pachyrhizi, na cultura da soja. Protocolo para os experimentos com FUNGICIDAS REGISTRADOS realizados na safra 2024/2025.
Fonte: Godoy et al. (2025)

De acordo com os resultados observados na safra 2024/2025, todos os tratamentos apresentaram severidade inferior à testemunha sem fungicida (T1). A porcentagem de controle dos fungicidas registrados variou de 63% (T7 – Fox Ultra e T14 – Evolution) a 76% (T11 – Blindado TOV). As maiores porcentagens de controle foram observadas para os tratamentos com Blindado TOV (T11 – 76%), Fox Ultra e Milcozeb (T8 – 75%), Fox Supra e Milcozeb (T9 – 74%), Curatis (T15 – 73%), Almada (T13 – 73%) e Excalia Max e Tróia (T10 – 73%) (Godoy et al., 2025).

De acordo com Godoy et al. (2025), a associação de fungicidas multissítios a fungicidas sítio-específicos (Milcozeb + Fox Ultra (T7)), aumentou o controle de 63% para 75% além de reduzir a fitotoxicidade de 9,4% para 2,7%. Com relação a produtividade da soja, os maiores rendimentos foram observados nos tratamentos com os fungicidas Fox Ultra e Milcozeb (T8 – 4.028 kg/ha), Fox Supra e Milcozeb (T9 – 3.957 kg/ha), Almada (T13 – 3.949 kg/ha), Excalia Max e Tróia (T10 – 3.926 kg/ha), Proteus (T3 – 3.904 kg/ha), para o programa FRAC (T16 – 3.884 kg/ha), Tridium (T12 – 3.875 kg/ha), Curatis (T15 – 3.857 kg/ha) e Cortina Gold (T4 – 3.855 kg/ ha). A redução de produtividade do tratamento sem fungicida (T1 – 3003 kg/ha) em relação ao tratamento com a maior produtividade (T8) foi de 25,4%. Confira os resultados na tabela 2.

Tabela 2. Severidade da ferrugem-asiática (SEV), porcentagem de controle (C) em relação à testemunha sem fungicida, fitotoxicidade média das plantas causada pela aplicações dos fungicidas (FITO), produtividade (PROD) e porcentagem de redução de produtividade (RP) em relação ao tratamento com a maior produtividade, no protocolo com FUNGICIDAS REGISTRADOS. Média de 15 experimentos para severidade, 11 para produtividade e 10 para fitotoxicidade, safra 2024/2025.
Fonte: Godoy et al. (2025)

Além dos fungicidas registrados para a cultura da soja, os ensaios da safra 2024/2025 também avaliaram a eficiência de fungicidas em fase de registro e a sensibilidade do fungo Phakopsora pachyrhizi a ingredientes ativos isolados. Com relação aos fungicidas em fase de registro, todos os tratamentos apresentaram severidade inferior à testemunha sem fungicida, com porcentagem de controle variando de 59% a 80%, sendo que as maiores porcentagens de controle foram observadas para os tratamentos com picoxistrobina + tebuconazol + clorotalonil (Godoy et al., 2025).

Já com relação a sensibilidade do fungo Phakopsora pachyrhizi a ingredientes ativos isolados, Godoy et al. (2025) observaram que, entre os inibidores da desmetilação, a maior porcentagem de controle foi observado para tebuconazol (54%), seguido de protioconazol (45%), e que ciproconazol apresentou o menor controle. Entre os inibidores da quinona externa, a maior porcentagem de controle foi observada para picoxistrobina (41%), seguido de metominostrobina (36%), enquanto a menor porcentagem de controle foi observada para azoxistrobina (27%). Entre os fungicidas multissítios, a maior porcentagem de controle foi observada para clorotalonil (55%), seguido de mancozebe (46%) e oxicloreto de cobre (46%). Fluazinam apresentou 51% de controle, sendo inferior somente a clorotalonil e tebuconazol (Godoy et al., 2025).

Figura 2. Média da porcentagem de controle da ferrugem-asiática com os fungicidas tebuconazol (TBZ), ciproconazol (CPZ), tetraconazol (TTZ), protioconazol (PTZ), azoxistrobina (AZ), picoxistrobina (PCZ) e metominostrobina (MTM) nos experimentos (n) cooperativos nas safras: 2003/2004 (n=11), 2004/2005 (n=20), 2005/2006 (n=15), 2006/2007 (n=10), 2007/2008 (n=7), 2008/2009 (n=23), 2009/2010 (n=15), 2010/2011 (n=11), 2011/2012 (n=11), 2012/2013 (n=21), 2013/2014 (n=16), 2014/2015 (n=21), 2015/2016 (n=23), 2016/2017 (n=32), 2017/2018 (n=26), 2018/2019 (n=25), 2019/2020 (n=14), 2020/21 (n=19), 2021/2022 (n=19), 2022/2023 (n=18), 2023/2024 (n=12) e 2024/2025 (n=13) em diferentes regiões produtoras de soja no Brasil.
Fonte: Godoy et al. (2025)

Com base nos aspectos observados, pode-se dizer que misturas comerciais ou de tanque de diferentes princípios ativos, incluindo fungicidas multissítios, tendem a resultar em uma maior eficiência de controle da ferrugem-asiática. Vale destacar que os resultados apresentados nos ensaios cooperativos não constituem uma recomendação de manejo, contudo, podem auxiliar no posicionamento de fungicidas em soja.

Confira todos os resultados sumarizados dos ensaios cooperativos da safra 2024/2025 clicando aqui!

Referências:

GODOY, C. V. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA FERRUGEMASIÁTICA DA SOJA, Phakopsora pachyrhizi, NA SAFRA 2023/2024: RESULTADOS SUMARIZADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS. Embrapa Soja, Circular Técnica n. 206, 2024. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1165843/1/CT-206-Claudia-Godoy.pdf >, acesso em: 23/07/2025.

GODOY, C. V. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA O CONTROLE DA FERRUGEM-ASIÁTICA DA SOJA, Phakopsora pachyrhizi, NA SAFRA 2024/2025: RESULTADOS SUMARIZADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS. Embrapa Soja, Circular Técnica n. 219, 2025. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1177349/1/Circ-Tec-219.pdf >, acesso em: 23/07/2025.

Continue Reading

Sustentabilidade

Cooperativa Agrária fecha com sucesso evento “WinterShow – excelência em cereais de inverno” – MAIS SOJA

Published

on


Ocorreu no Distrito de Entre Rios, na paranaense Guarapuava, principal região produtora de cevada do Brasil, a edição 2025 do celebrado evento WinterShow. Realizado pela Cooperativa Agrária e pela Fundação de Pesquisa Agrária (Fapa), o encontro, voltado à cadeia produtiva de cereais de inverno, reuniu principalmente empresas dos setores de insumos e máquinas agrícolas. A programação abrangeu exposições e apresentações com ênfase nas culturas de aveia, cevada, centeio, milho, trigo e outras.

Entre as empresas de agroquímicos, a Sipcam Nichino Brasil levou um amplo portfólio de soluções fungicidas ao WinterShow. De acordo com o engenheiro agrônomo José de Freitas, da área de desenvolvimento de mercado, a companhia apresentou a tecnologia para tratamento de sementes com a Plataforma Seed Pro, formada pelos fungicidas Torino® e Tiofanil®, além dos também fungicidas foliares Domark® Excell, Fezan® Gold e Support®.

Conforme Freitas, a solução Torino® conta com registro para tratamento de sementes na cultura do trigo e há expectativa de que em breve também será estendido para a cevada. “À base dos compostos fluazinam e tiofanato metílico, age para eliminar fungos das sementes, além de proteger as plantas frente a patógenos de solo e manter o potencial germinativo das lavouras, que é fundamental em um bom estabelecimento de estande inicial”, ele resume.

Ainda para o trigo, a companhia tratou dos benefícios associados ao fungicida Domark® Excell, recomendado no tratamento das doenças ferrugem da folha, mancha amarela e oídio. “Domark® Excell registra elevados indicadores de controle do oídio, considerada hoje a mais desafiadora da triticultura”, enfatiza Freitas.

Para aveia, centeio, cevada, milho e trigo, continua Freitas, a Sipcam Nichino ressaltou diferenciais do fungicida Fezan® Gold, solução com indicação em bula para diferentes ferrugens e também a cercoporiose do milho. “A tecnologia de base desse fungicida de ponta, pioneira no mercado, foi a primeira a conter o ativo clorotalonil na formulação. A solução reúne as propriedades sistêmica e protetora com ação multissítio”, esclarece o agrônomo.

“Fezan® Gold segue um dos poucos fungicidas do mercado a deter tais características e permanece no mercado com desempenho robusto em áreas de cereais de inverno”, ele acrescenta.

Já em relação ao fungicida Support®, para trigo e cevada, a Sipcam Nichino salientou a ação curativa da solução, bem como sua formulação, líquida, que facilita o manuseio e entrega efetividade no manejo preventivo de doenças, entre estas a giberela em trigo e cevada e a fusariose do milho.

Ainda de acordo com Freitas, a Sipcam Nichino deverá trazer a mercado, entre este ano e o próximo, novas soluções para os produtores de cereais de inverno e cultivos de verão”, finaliza José de Freitas.

Criada no Brasil em 1979, a Sipcam Nichino resulta da união entre a italiana Sipcam, fundada em 1946, especialista em agroquímicos pós-patentes e a japonesa Nihon Nohyaku (Nichino). A Nichino tornou-se a primeira companhia de agroquímicos do Japão, em 1928, e desde sua chegada ao mercado atua centrada na inovação e no desenvolvimento de novas moléculas para proteção de cultivos.

Fonte: Assessoria de Imprensa Sipcam Nichino 



 

Continue Reading

Sustentabilidade

Milho irrigado é alternativa para rotação na lavoura de arroz no RS – MAIS SOJA

Published

on


O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) disponibiliza a Nota Técnica nº 003/2025, que apresenta o milho irrigado como opção de rotação de culturas nas áreas de arroz irrigado do Rio Grande do Sul. O documento reúne informações técnicas sobre o cultivo, benefícios agronômicos e econômicos, e orientações para produtores que desejam adotar o sistema.

A nota técnica completa pode ser acessada aqui.

Fonte: IRGA



 

FONTE

Autor:Instituto Rio Grandense do Arroz

Site: Irga

Continue Reading

Sustentabilidade

Line-up prevê embarques de 6,656 milhões de toneladas de milho pelo Brasil em outubro – MAIS SOJA

Published

on


O line-up, a programação de embarques nos portos brasileiros, indicou que poderão ser exportadas 6,656 milhões de toneladas de milho em outubro, conforme levantamento de Safras & Mercado.

Desse total previsto, 2,245 milhões de toneladas foram embarcadas e 4,210 milhões de toneladas ainda estão previstas para serem exportadas.

Para novembro, o line-up prevê embarques de 608,440 mil toneladas de milho.

Entre fevereiro/25 e janeiro/26, o line-up sinaliza embarques acumulados de 28,137 milhões de toneladas do cereal.

Fonte: Arno Baasch / Safras News



 

Continue Reading
Advertisement

Agro MT