Featured
Distribuição de insumos agropecuários fatura R$167 bi em 2024

Pesquisa Nacional da Distribuição aponta relevância e potencial de crescimento do setor
O mercado de Distribuição de Insumos Agropecuários é fundamental para o desenvolvimento sustentável do agro brasileiro. Com abrangência nacional, os associados da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav) registraram um faturamento de R$ 167 bilhões em 2024. Essa informação, apresentada no Congresso Andav 2025, uma realização da Andav e organizado pela Zest Eventos, faz parte da Pesquisa Nacional da Distribuição, que será divulgada nesta quinta-feira (7/8).
Outro dado da pesquisa da Andav aponta que em torno de 50% do total de insumos chega as propriedades rurais através do distribuidor. “As políticas comerciais precisam ser bem definidas com estratégia para gerar valor. A relação com seu cliente precisa ser de confiança baseada em uma política comercial direta, objetiva e transparente que a longo prazo é benéfico para a viabilidade do negócio”, contou Benhur Vione, diretor de Insumos da 3Tentos, no Painel do Distribuidor “Acesso ao Mercado”.
Ângelo Siqueira, diretor geral da Crop Agrícola, acrescentou que a disciplina comercial está atrelada à valorização das pessoas investindo em treinamentos para uma consultoria de excelência. “No Nordeste, onde atuamos, o produtor espera que nossa distribuição auxilie o seu dia a dia de forma eficiente”, disse.
A Agroshop, que atua em Minas Gerais, busca profissionais qualificados no mercado para trabalhar em áreas de pessoas e logística. “Definimos processos internos, planos de sucessão e isso ajudou muito a relação com o fornecedor e acesso ao crédito”, afirmou Mário Augusto, CEO da Agroshop.
O moderador Alberto Yoshida, gerente de Relações Institucionais e Novos Negócios da Adubos Real, trouxe um dado que 77% das empresas associadas à Andav possuem mais de 11 anos de atuação no mercado com uma relação de confiança e escuta ativa.
Nesse sentido, Ricardo Bonacin, CEO da Núcleo Agrícola, disse que utiliza ferramentas para ajudar nas avaliações e nas respostas dos seus clientes, contribuindo para aprimorar o plano de Governança e entender o que pensa o produtor e o futuro da empresa. “Uma governança bem alinhada institucionalmente abre portas, auxiliando fornecedores, envolvendo a comunidade local e, por fim, gerando valor para o produtor rural”, complementou.
Yoshida trouxe também um dado recente da Andav, que mostra que 32% dos distribuidores têm como objetivo a expansão e a diversificação do portfólio de produtos e serviços.
Cenário para o agronegócio
A produção de soja no Brasil segue em expansão, mesmo em ritmo mais moderado, enquanto Estados Unidos e Argentina não tem avançado na produção. “Como planta soja no verão e milho na segunda safra, a escala é cada vez maior e o País pode se dar ao luxo de avançar na soja e avançar no milho simultaneamente. Há ainda uma oportunidade no mercado futuro, em que pese o lucro líquido da soja estar baixo, na casa de 1,3% este ano e de 2,4% na safra 2025/2026”, constatou Carlos Cogo, sócio-diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, durante o Congresso Andav 2025.
O milho também apresenta perspectivas positivas, com expansão da produção e do mercado para etanol. A oferta para 2025 é de 135,1 milhões de toneladas, há 47 usinas em atividade e em produção, com 8,2 bilhões de litros e 7,3 milhões de toneladas de DDGS (Dry Distillers Grains with Solubles).
Em sua apresentação, Cogo afirmou que o Brasil precisa retomar o pragmatismo diplomático da negociação. “Hoje, no mundo, temos 33 guerras e mais uma guerra comercial tarifária com escala global. O Brasil tem de buscar negociar sem se envolver na guerra”, afirmou.
Ele encerrou sua abordagem listando os cinco macrodesafios para o Brasil até 2035: evolução da área irrigada, crescimento da capacidade de armazenagem, melhoramento na logística, formação, captação e retenção de mão de obra e crédito.
Superando os desafios
“Sorria pra a vida” foi o tema da palestra motivacional de Daniel Dias, marcando o encerramento do primeiro dia do Congresso Andav 2025. Para ele, desafios fazem parte do cotidiano, e precisam ser superados na busca pela medalha de ouro, com planejamento, processo, foco e determinação, inclusive porque nem todos os dias é possível acordar motivado para conquistar algo.
A receita de Dias para se posicionar acima da média também envolve saber onde quer chegar, aprender a agradecer, trabalhar em equipe, porque o mesmo propósito traz unidade, e sorrir, pois “o sorriso faz você aproveitar o momento presente, gera endorfina e dá bem-estar, aproxima, apaixona, traz alegria e felicidade. O sorriso deixa o processo mais leve.”
O Congresso Andav 2025 acontece até o dia 7 de agosto, no Transamerica Expo Center, em São Paulo e está reunindo 250 marcas nacionais e internacionais e 15 mil profissionais, um público altamente qualificado, formado por distribuidores, agrônomos, consultores, representantes técnicos de vendas, pesquisadores e especialistas das áreas relacionadas. O principal ponto de encontro para networking e atualização de conhecimento do setor de Distribuição de Insumos Agropecuários no país conta com o patrocínio da Basf, Bayer, GiroAgro, Ourofino, Syngenta, Ceres Agrobank, Ecoagro e Aliare.
Featured
À espera por cotações melhores, produtores de soja focam no plantio; confira os preços do dia

O mercado brasileiro de soja começou a semana com baixa oferta e poucas indicações de negócios. Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado, Rafael Silveira, os produtores permanecem concentrados no plantio da nova safra e mais cautelosos nas vendas, à espera de cotações mais atrativas.
- Fique por dentro das novidades e notícias recentes sobre a soja! Participe da nossa comunidade através do link! 🌱
Silveira explica que não houve grandes movimentações nem no porto e nem na indústria, com prêmios praticamente estáveis. A leve alta registrada na Bolsa de Chicago (CBOT) limitou-se a ajustes técnicos, sem força para alterar o cenário doméstico. “Os preços tiveram apenas pequenas oscilações”, resume o analista.
Preços de soja no Brasil
- Passo Fundo (RS): manteve em R$ 133,00
- Santa Rosa (RS): manteve em R$ 134,00
- Cascavel (PR): caiu de R$ 135,00 para R$ 134,00
- Rondonópolis (MT): manteve em R$ 126,00
- Dourados (MS): caiu de R$ 126,00 para R$ 125,00
- Rio Verde (GO): manteve em R$ 126,00
- Paranaguá (PR): manteve em R$ 138,00
- Rio Grande (RS): manteve em R$ 139,00
Soja em Chicago
Os contratos futuros da soja fecharam em leve alta na Bolsa de Chicago (CBOT) nesta sexta-feira. Após a queda expressiva do pregão anterior, o mercado reagiu a declarações mais conciliatórias do presidente Donald Trump e do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que amenizaram o tom das tensões comerciais com a China.
A recuperação, no entanto, foi limitada pelo cenário fundamental, ou seja, avanço da colheita norte-americana e boas condições para o plantio no Brasil. A paralisação parcial do governo americano segue no radar e afeta a divulgação de dados importantes de oferta, demanda e embarques.
Contratos futuros
O contrato de novembro subiu 1,00 centavo de dólar (0,09%), fechando a US$ 10,07 ¾ por bushel. A posição janeiro encerrou a US$ 10,25 ¼, com ganho de 2,00 centavos (0,19%).
Nos subprodutos, o farelo para dezembro caiu US$ 0,90 (0,32%), a US$ 274,10 por tonelada, enquanto o óleo fechou a 50,60 centavos de dólar por libra-peso, com alta de 0,63 centavo (1,26%).
Câmbio
O dólar comercial encerrou o dia em queda de 0,80%, cotado a R$ 5,4593 para venda e R$ 5,4573 para compra, após oscilar entre R$ 5,4412 e R$ 5,4997.
Agro Mato Grosso
Como os pulgões vencem as defesas naturais das plantas I MT

Pesquisa revela estratégias moleculares e comportamentais para neutralizar compostos tóxicos produzidos por culturas agrícolas
Estudo detalhou como os pulgões superam os compostos tóxicos defensivos produzidos por plantas. Esses compostos, chamados metabólitos secundários (PSMs), deveriam funcionar como uma barreira natural contra pragas. Mas os pulgões desenvolvem mecanismos de resistência que reduzem a eficácia das substâncias.
Pesquisadores da Universidade de Yangzhou, na China, apresentaram revisão sobre os mecanismos fisiológicos, bioquímicos e comportamentais que permitem aos pulgões sobreviver, se multiplicar e continuar a transmitir vírus mesmo sob pressão de defesas vegetais complexas.
Enzimas contra venenos
As plantas produzem compostos químicos como terpenoides, fenóis e alcaloides que atuam como inseticidas naturais. Em resposta, os pulgões ativam enzimas de desintoxicação, como as citocromo P450, transferases de glutationa (GSTs) e UDP-glicosiltransferases (UGTs), capazes de neutralizar os efeitos tóxicos desses compostos.
O processo ocorre em três fases.
Primeiro, as toxinas sofrem transformações químicas para se tornarem mais solúveis.
Em seguida, essas substâncias são ligadas a outras moléculas que facilitam sua eliminação.
Por fim, o organismo excreta os resíduos por transportadores de membrana celular, como os ABC transporters.

A pesquisa destaca que as enzimas antioxidantes também ajudam os pulgões a suportar o estresse oxidativo causado pelos metabólitos das plantas. Essa combinação bioquímica contribui para a sobrevivência e reprodução dos insetos, mesmo em ambientes hostis.
Bactérias aliadas
Os pulgões também contam com bactérias simbióticas que potencializam suas defesas. Algumas dessas bactérias, como Hamiltonella defensa e Regiella insecticola, interferem nas defesas hormonais das plantas, reduzindo a produção de compostos tóxicos ou neutralizando a resposta do sistema vegetal.
Em experimentos, pulgões com determinadas bactérias simbióticas demonstraram maior sobrevivência em cultivares naturalmente tóxicos. Em casos mais extremos, essas bactérias são capazes de metabolizar inseticidas sintéticos e compostos naturais presentes em folhas e caules.
Efeito viral
Além das enzimas e das bactérias, os pulgões também se beneficiam da ação de vírus que transmitem às plantas.
Muitos desses vírus enfraquecem as defesas vegetais ao suprimir vias hormonais importantes, como as de ácido jasmônico e ácido salicílico.
O resultado é duplo: plantas menos resistentes e maior atratividade para novos pulgões. Em testes com plantas infectadas por vírus como o Turnip mosaic virus ou o Potato leafroll virus, os insetos apresentaram aumento na fecundidade e maior tempo de permanência sobre a planta.
Comportamento estratégico
O comportamento dos pulgões também contribui para o sucesso da infestação. Eles evitam tecidos vegetais ricos em compostos tóxicos e preferem variedades com menor teor de PSMs. Essa seleção ocorre durante a alimentação, quando os insetos sondam os tecidos com seus estiletes e recuam diante de sinais químicos indesejáveis.

Certas linhagens ou haplótipos de pulgões mostram preferência por cultivares específicas. Essa seleção reflete não apenas adaptação fisiológica, mas também uma capacidade comportamental refinada para escapar de defesas vegetais mais eficazes.
Sequestro químico
Em algumas espécies, os pulgões acumulam compostos tóxicos das plantas sem sofrer efeitos adversos. O sequestro de metabólitos secundários, como glucosinolatos e alcaloides, pode inclusive servir como mecanismo de defesa contra predadores.
O pulgão Brevicoryne brassicae, por exemplo, armazena compostos de mostarda em seu corpo e libera substâncias tóxicas quando atacado.
Esse comportamento transforma o inseto em uma espécie de “bomba química ambulante”.
Em outras espécies, como Acyrthosiphon pisum, o sequestro de compostos como L-DOPA mostrou efeitos antioxidantes e até reparação tecidual.
Outras informações em doi.org/10.1093/hr/uhaf267
Agro Mato Grosso
Sistema CNA/Senar lança cartilha para tirar dúvidas sobre segurança e saúde no trabalho rural

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) lançaram uma cartilha com respostas às perguntas frequentes (FAQ) dos produtores e trabalhadores rurais sobre os principais pontos da Norma Regulamentadora (NR) nº 31.
A norma traz as regras sobre segurança e saúde no trabalho da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura.
O documento elaborado pela CNA está disponível no portal Senar Play, com informações que explicam o que são as NR’s, para que servem, e responde dúvidas mais complexas sobre obrigações do empregador e do trabalhador rural.
A cartilha traz ainda detalhes sobre o Programa de Gerenciamento de Riscos no Trabalho Rural, o Serviço Especializado em Segurança no Trabalho Rural e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio do Trabalho Rural (Cipatr), além de esmiuçar o uso correto do Equipamento de Proteção Individual (EPI) e as condições sanitárias e de conforto no trabalho rural.
É necessário fazer o cadastro no portal Senar Play para acessar a cartilha. Além do FAQ, o portal traz cursos de curta e média duração e outros materiais sobre a temática. Saiba mais em senarplay.org.br .
- Sustentabilidade13 horas ago
Capal: safra de trigo em SP se destaca pela qualidade e encosta em 100 mil toneladas – MAIS SOJA
- Business6 horas ago
Chuva sem trégua? Frente fria segue no Brasil e muda o tempo nos próximos dias
- Sustentabilidade9 horas ago
Mato Grosso semeou 21,22% da área prevista de soja na safra 2025/26
- Sustentabilidade9 horas ago
Bioinsumos ganham força como pilar da sustentabilidade no agro brasileiro – MAIS SOJA
- Agro Mato Grosso13 horas ago
Com apoio da Aprosoja MT, 6º Encontro Mulheres do Agro reúne mais de 400 participantes em Lucas do Rio Verde
- Agro Mato Grosso13 horas ago
Sistema CNA/Senar lança cartilha para tirar dúvidas sobre segurança e saúde no trabalho rural
- Business13 horas ago
Indicador do milho volta a superar os R$ 65 por saca
- Sustentabilidade14 horas ago
Plantio de algodão cresce 6,7% e ultrapassa 2,15 milhões de hectares, segundo dados de satélite monitorados pela Serasa Experian – MAIS SOJA