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Expoagro 2025 movimenta cerca de R$ 30 milhões e atrai milhares em Cuiabá

“Para cada R$ 1 investido, a expectativa é que tenha sido movimentado R$ 2. Como o investimento foi de R$ 10 milhões, estima-se que teremos a fomentação de pelo menos R$ 30 milhões”, explica o diretor financeiro do Sindicato Rural de Cuiabá, Vicente Falcão.
A 57ª Exposição Industrial, Comercial e Agropecuária de Mato Grosso (Expoagro) foi realizada com dezenas de parceiros. De acordo com Falcão, este valor inclui todas as negociações feitas deste o início da montagem da feira, em junho, até o final de julho, quando se concluem os negócios iniciados durante o evento.
A estimativa de público foi superada. O parque recebeu cerca de 30 mil visitantes por dia, ultrapassando as expectativas da organização. Realizada no Centro de Eventos Senador Jonas Pinheiro desde o dia 10 de julho, a feira reuniu negócios, entretenimento, formação técnica e ações sociais.
“Mais do que o fechamento de negócios, comemoramos as parcerias estabelecidas e as concretizadas durante a feira. Tivemos a participação de instituições, entidades e empresas que há muitos anos não vinham para da Expoagro”, enfatiza o diretor.
Com entrada gratuita em sete dos dez dias de programação, mediante doação de 2 quilos de alimentos, o evento reforçou seu compromisso social. A ação, além de democratizar o acesso, arrecadou alimentos para o Programa Sesc Mesa Brasil, iniciativa do Sesc, que faz parte do Sistema Comércio, e ainda promoveu sorteios diários de iPhones entre os visitantes solidários. De acordo com a organização, a quantidade de alimentos arrecadados supera a do ano passado.
Três noites foram reservadas para shows com ingressos pagos, com destaque para Ana Castela, Maiara & Maraísa, Léo Santana, Ferrugem, Zé Neto & Cristiano e Hugo & Guilherme. O encerramento contou com espaço para a música católica, com apresentações do Padre Adriano Zandoná e da Irmã Ana Paula, além da tradicional Noite Gospel.
A programação técnica teve como destaque o Fórum Agro e Clima, promovido em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), reunindo 14 palestras sobre temas como gestão sustentável, crédito rural, sequestro de carbono, ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), mercado de carbono, sucessão familiar e protagonismo feminino.
O projeto ConectZooAgro foi outra atração que mobilizou não só o público infantil, como o adulto também. As visitas eram guiadas e os participantes podiam interagir com os animais, aprender sobre a rotina do campo e até vivenciar a ordenha de uma vaca. “Uma experiência educativa e afetiva que eles vão levar para o resto da vida”, destaca o professor da UFMT e coordenador do ConectZooAgro, professor João Costa Júnior.
Os produtores participantes da Feira da Agricultura Familiar da Prefeitura de Cuiabá e os da “Natural do Campo”, da Assistência Técnica e Gerencial do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (ATeG/Senar), alcançaram uma média diária de vendas em torno de R$ 1.500,00. Foram comercializados produtos como frutas, verduras, queijos, doces e artesanatos.
Segundo o diretor financeiro do Sindicato Rural de Cuiabá, Vicente Falcão, a parceria com a prefeitura deverá ser ampliada para fortalecer ainda mais a comercialização dos pequenos agricultores nas próximas edições.
Na praça de alimentação, o público teve a oportunidade de experimentar uma diversidade de sabores, com lanches típicos, maçã do amor, algodão-doce, churrasco e outras guloseimas. Já no Rancho Expoagro, a música ao vivo e os cortes diferenciados assados na brasa atraíram grande público, que pôde degustar carnes preparadas de forma especial, valorizando a gastronomia mato-grossense.
Outro destaque foram as oficinas do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT). A turma formada por 15 participantes aprendeu a confeccionar peças artesanais, além das aulas-show da “Vitrine da Carne”, onde os visitantes puderam conhecer novos cortes e saborear os resultados ao final de cada demonstração.
O reforço na segurança foi outro diferencial: mais de 500 policiais militares atuaram no local em regime de escala, com apoio da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros. A estrutura incluiu pontos de registro de ocorrências, policiamento interno e vigilância em todo o perímetro da feira.
A 57ª Expoagro é realizada pelo Sindicato Rural de Cuiabá em parceria com a Ditado Produções. O evento recebe apoio do Governo do Estado de Mato Grosso, da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) e das federações do setor produtivo: Famato, Fiemt e Fecomércio.
Agro Mato Grosso
Setor de soja tem como desafio aumentar a produção com maior proteção ambiental

Especialistas acreditam que produtores conseguirão superar produtividade de 300 sacas por hectare
A produção global de soja precisará crescer nas próximas décadas para abastecer a cadeia de proteínas animais e garantir a segurança alimentar da população. Para isso, os produtores têm dois caminhos, aumentar a área plantada ou a produtividade por hectare. Mas isso precisa ser feito aumentando também a proteção ambiental, na avaliação de Tuneo Sediyama, professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e melhorista de plantas da Soygene.
“Não tenho dúvidas de que nós vamos conseguir superar a produtividade de 300 sacas por hectare, com mudanças que vão acontecer nos próximos anos”, afirmou Sediyama, considerado um dos principais nomes da pesquisa de melhoramento de soja.
A produtividade média atualmente é de 60,5 sacas por hectare. Ele citou como mudanças que vão acontecer no mercado de soja a adoção de manejo mais adequado com práticas de agricultura regenerativa, adoção de fertilizantes alternativos e de menor custo, uso de produtos biorreguladores mais eficientes, desenvolvimento de variedades mais tolerantes a adversidades climáticas, resistentes a pragas e doenças, com melhores níveis de fotossíntese e menos uso de fertilizantes, entre outras mudanças.
O engenheiro-agrônomo Romeu Afonso de Souza Kiihl, considerado o “pai da soja tropical”, responsável por desenvolver mais de 150 variedades de soja em 60 anos dedicados à área, disse ver um futuro muito interessante para o melhoramento genético da soja.
“Tem muita coisa para se fazer em soja. A quantidade de genes disponíveis nos bancos de germoplasma é gigantesca. Se tiver gente trabalhando, vamos fazer grandes progressos, porque as ferramentas disponíveis hoje são poderosas. Onde uns veem desafios eu vejo oportunidades”, afirmou Kiihl.
Kiihl citou como um dos desafios que podem ser resolvidos em breve é a questão da queda do teor de proteína da soja à medida que a planta cresce em produtividade.
Rodolfo Rossi, presidente da Associação da Cadeia da Soja Argentina (ACSoja), disse que na Argentina não há tantos questionamentos sobre desmatamento como no Brasil e, por isso, o país vê oportunidades para expandir a área plantada com soja e também de melhorar a produtividade com o desenvolvimento de novas variedades.
Em relação aos desafios do setor, Rossi cita a carga tributária alta e o desrespeito à propriedade intelectual, com grande volume de uso de sementes pirateadas.
“Por causa dos problemas com a propriedade intelectual, temos visto uma queda dos investimentos em melhoramento genético pelas empresas. O número de lançamentos também diminuiu. Falta uma política pública que promova a produção de forma mais sustentável”, disse Rossi.
Gerardo Bartolomé, presidente do Grupo Don Mario (GDM), considerou que o futuro do melhoramento da soja passa pela adoção de novas tecnologias, como uso de inteligência artificial, edição gênica, ciência de dados.
Silvia Massruhá, presidente da Embrapa, defendeu avanços na agricultura de baixo carbono. “Em 50 anos, o Brasil cresceu a área plantada em 140% e a produção de grãos em 580%. Nossa agricultura já é sustentável, temos agora que avançar na agricultura de baixo carbono”, disse.
Os executivos participaram da cerimônia de abertura do X Congresso Brasileiro da Soja 2025, realizado pela Embrapa Soja, em Campinas (SP) entre os dias 21 e 24 de julho.
*A Embrapa forneceu a hospedagem
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Brasil conseguirá salvar a soja do tarifaço de Trump?

O tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que deve entrar em vigor no início de agosto, pode aplicar taxas de até 50% sobre as exportações brasileiras de soja e outros produtos. A grande questão é se o Brasil conseguirá reverter essa medida a tempo.
A avaliação é do coordenador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Guilherme Bastos, feita durante o Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja), que começou nesta segunda-feira (21), em Campinas (SP). Segundo ele, embora haja rumores sobre uma possível prorrogação do tarifaço, não existem sinais concretos de recuo por parte da Casa Branca. “A tática é de guerra, pois os Estados Unidos são mais fortes que nós”, destacou Bastos.
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“A disputa vai ser dolorida”, afirmou Bastos à Safras News, após sua participação na conferência ‘A geopolítica da cultura da soja’. O especialista mostrou preocupação especial com as exportações de produtos perecíveis, que já estariam sendo afetadas. “Já há embarques de produtos agropecuários que não estão acontecendo, pois não há garantias de que serão recebidos nos Estados Unidos”, relatou.
Para o coordenador da FGV, o episódio reflete um momento global de instabilidade. “Estamos em mares revoltos em termos mundiais”, comentou. Ele chamou a atenção para o enfraquecimento das instituições multilaterais, como ONU, FAO e OMC, entidades criadas sob liderança dos Estados Unidos e da Europa, mas que hoje enfrentam perda de influência frente ao novo cenário geopolítico.
Evento aborda o protagonismo da soja brasileira
Começou o X Congresso Brasileiro de Soja (CBSoja) e Mercosoja 2025, no Centro de Exposições e Convenções Expo Dom Pedro, em Campinas (SP). A programação técnica iniciou na terça-feira (22), com painéis que discutiram temas estratégicos, como os impactos das mudanças climáticas, produção irrigada e qualidade de sementes.
Com os 100 anos da soja no Brasil e os 50 anos da Embrapa Soja, o evento, que vai até o dia 24, reunirá cerca de 2 mil participantes, entre pesquisadores, técnicos, produtores e representantes da indústria. A programação inclui quatro conferências, 15 painéis temáticos e mais de 50 palestras nacionais e internacionais, além do espaço Mãos à Obra, que aborda desafios práticos e o workshop internacional Soybean2035.
Agro Mato Grosso
EUA estão entre os menores importadores de produtos do agronegócio de MT, apenas 1% I MT

No primeiro semestre deste ano, 1,1% da produção do estado foi enviada aos EUA. A China segue como o principal destino dos produtos mato-grossenses.
As exportações de Mato Grosso para os Estados Unidos representaram 1,1% do total registrado no primeiro semestre de 2025, segundo dados da Comex Stat, do Governo Federal. A China segue como o principal destino dos produtos mato-grossenses, respondendo por 46% das exportações no mesmo período.
O agronegócio lidera a pauta de exportações de Mato Grosso. Os principais produtos enviados ao exterior, neste ano, foram:
- 🌱 Soja: 58%
- 🧶Algodão bruto: 12%
- 🐄 Carne bovina: 10%
- 🌽 Milho não moído: 3,5%
Em 2024, o estado foi o segundo que menos exportou produtos ao mercado norte-americano, enviando 1,5% da produção total (veja ranking abaixo). Já os estados que mais forneceram insumos para os EUA foram São Paulo (19%), Maranhão (13%), Minas Gerais (11%) e Rio Grande do Sul (8,5%).
Os maiores importadores de produtos mato-grossenses em 2024
PAÍS | QUANTIDADE IMPORTADA DE MT |
China | 33% |
Vietnã | 5,8% |
Tailândia | 4,6% |
Turquia | 4% |
Indonésia | 4% |
Nesta quarta-feira (16), o governador Mauro Mendes (União) se manifestou sobre o anúncio feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, da taxação de 50% sobre produtos brasileiros, com vigência a partir de 1º de agosto. A medida, segundo Mendes, deve ter impacto limitado sobre Mato Grosso, já que os EUA não estão entre os maiores compradores dos insumos do estado.
“O ‘tarifaço’ é um problema grave que vai afetar a todos, mas nosso agronegócio é competitivo e, com o nosso apoio, sem dúvidas, vai encontrar outros mercados para compensar as perdas”, escreveu Mendes.
Em contrapartida, os EUA são o quarto país que mais fornecem produtos para MT, em 2024 11% das importações feitas pelo estado vieram dos Estados Unidos, ficando atrás apenas de China, Rússia e Canadá.

Trump diz que prazo de 1º de agosto para novas tarifas não muda mais
Frigoríficos em alerta
Os frigoríficos representaram 10% das exportações totais do estado em 2024. Segundo o presidente do Sindifrigo, Paulo Belincanta, as empresas começaram a reduzir a produção, diante da incerteza sobre a abrangência da nova tarifa.
Ele explicou que ainda não está claro se a taxação incidirá apenas sobre novos embarques a partir de agosto ou também sobre mercadorias já enviadas, mas ainda em trânsito.
“É antes ou depois do BL [o documento de embarque] Até que saibam, é difícil carregarem porque está sujeito à oscilação de preço absurda. O impasse é grande e, para se prevenirem, estão preferindo ou cancelar a produção ou deixar a produção em estoque”, explicou Belincanta.
Em 2024, Mato Grosso exportou o equivalente a US$ 148,5 milhões em carne para os Estados Unidos. Já no primeiro semestre de 2025, o estado embarcou cerca de 37 mil toneladas, com faturamento de aproximadamente US$ 119 milhões. A maior parte corresponde a carnes desossadas de bovinos, frescas, refrigeradas ou congeladas.
Potencial de MT
Mato Grosso representa uma potência agrícola mundial. O estado é líder na produção de soja, milho, algodão e rebanho bovino do país e um dos principais exportadores dos insumos no mundo.
Em pouco mais de duas décadas, o PIB estadual passou de R$ 14,8 milhões (2000) para R$ 233,390 milhões (2021), segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Um crescimento motivado, principalmente, pela agricultura, a principal atividade econômica do estado, que é responsável por mais de 50% do PIB mato-grossense.
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