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Sustentabilidade

As daninhas e as resistências – MAIS SOJA

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O manejo e controle de plantas daninhas é determinante para reduzir a matocompetição e os danos á produtividade das lavouras. Algumas espécies de plantas daninhas apresentam elevada habilidade competitiva, podendo reduzir significativamente a produtividade de lavoura. Dependendo da espécie daninha, da densidade populacional e do período de matacompetição com a cultura agrícola, perdas de produtividade superiores a 90% podem ser observadas caso as devidas medidas de controle não sejam adotadas (Gazziero & Silva, 2017).

Embora várias estratégias de manejo possam ser utilizadas para o controle e redução populacional das plantas daninhas, em escala comercial o controle químico com o emprego de herbicidas é o método mais utilizado de controle das plantas daninhas em lavouras agrícolas. No entanto, o uso indiscriminado e equivocado dos herbicidas tem contribuído para o avanço dos casos de resistência de plantas daninhas a esses herbicidas.

A resistência de uma planta daninha a herbicidas é definida como a habilidade hereditária de uma planta sobreviver e se reproduzir, após exposição a uma dose de herbicida normalmente letal para o biótipo selvagem da planta. Essa resistência pode ocorrer de forma natural (selecionada em populações de plantas daninhas de ocorrência natural no campo através do uso de herbicida) ou induzida por técnicas como engenharia genética ou seleção de variantes produzidas por culturas de tecidos ou mutagênesis (Christoffoleti & Nicolai, 2016).

O crescente aumento das áreas de produção atrelado ao uso inadequado dos herbicidas, resultou num aumento expressivo dos casos de resistência das plantas daninhas aos herbicidas utilizados na agricultura. Atualmente, são conhecidos 534 resistências de plantas daninhas a herbicidas a nível global (figura 1).

Figura 1. Aumento cronológico dos casos de resistência de plantas daninhas a herbicidas.
Fonte: Heap (2025)

Os casos estão distribuídos globalmente, com ocorrência em culturas produtoras de grãos, perenes e frutíferas de interesse agrícola. Dentre os países com maior ocorrência, destacam-se os Estados Unidos com 132 casos relatados, seguido pela Austrália com 91 casos, Canadá com 56, China e Brasil com 50 casos cada (Heap, 2025).

Figura 2. Distribuição global dos casos de resistência de plantas daninhas a herbicidas.
Fonte: Heap (2025)

Embora representam cerca de 50% das plantas daninhas do mundo, juntas, as famílias Poaceae, Asteraceae, Brassicaceae, Amaranthaceae e Chenopodiaceae, respondem por cerca de 70% de todos os casos de resistência a herbicidas do mundo. Dentre as famílias com maior propensão a desenvolver casos de resistência a herbicidas, destacam-se as gramíneas (Poaceae), as crucíferas (Brassicaceae) e o caruru (Amaranthaceae) (Heap, 2025).

Figura 3. % de espécies resistentes a herbicidas por famílias de plantas daninhas (Top 10).
Fonte: Heap (2025)

Dentre as espécies com mais relatados de resistência, destacam-se espécies de azevém, caruru, buva, capim-arroz, capim-pé-de-galinha e losna-do-campo (figura 4). Essas espécies apresentam características comuns como elevada habilidade competitiva, grande produção e dispersão de sementes e rápido crescimento e desenvolvimento, o que contribui para a persistência dessas espécies em áreas agrícolas, dificultando o controle efetivo, especialmente se tratando de populações resistentes.



Figura 4. Espécies resistentes por número de locais de ação (top 15).
Fonte: Heap (2025)

Cereais como trigo, milho, arroz e soja, são as culturas com maior número de espécies de plantas daninhas resistentes a herbicidas. Dentre os  herbicidas com maios casos relatados de resistência, destacam-se a atrazina, o glifosato, imazetapyr e metsulfuron-methyl (figura 5). Com o advento da soja RR (Roundup Ready), o glifosato passou a ser o herbicida pós-emergência mais utilizado para o controle de plantas daninhas em soja. Contudo, seu uso indiscriminado acelerou a seleção de biótipos resistentes ao herbicida, elevando os casos de resistência de plantas daninhas a esse herbicida, alterando o cenário de controle na pós-emergência da soja.

Figura 5. Número de espécies resistentes a herbicidas ativos individuais (top 15).
Fonte: Heap (2025)

Além dos inúmeros casos de resistência simples a herbicidas, ainda há relatos de casos de resistência múltipla de plantas daninhas a herbicidas, contemplando dois ou mais mecanismos de ação de herbicidas. Em conjunto, casos de resistência a distintos princípios ativos de um mesmo mecanismo de ação tem sido observados, limitando ainda mais as opções de herbicidas para o manejo das plantas daninhas.

Atualmente, diversas espécies de plantas daninhas apresentam algum grau de resistência a herbicidas, seja por resistência ou por resistência múltipla. Diante da complexidade, do alto custo e do longo tempo exigido para o desenvolvimento e a regulamentação de novas moléculas herbicidas, é fundamental adotar estratégias que preservem a eficácia das tecnologias já disponíveis no mercado.

Nesse sentido, a integração de métodos de controle, como o controle cultural, mecânico e biológico, é indispensável para o manejo sustentável das plantas daninhas e para retardar a seleção de biótipos resistentes. No entanto, a escolha e a implementação dessas práticas devem considerar uma série de fatores agronômicos, ambientais e operacionais, que determinam sua viabilidade e efetividade em diferentes sistemas produtivos.

A seleção de plantas daninhas resistentes é um processo evolutivo impulsionado por múltiplos fatores, que podem atuar de forma isolada ou sinérgica, influenciando a velocidade com que a resistência se estabelece em uma população. Assim, compreender profundamente esses fatores, como o uso repetido de herbicidas com o mesmo mecanismo de ação, o histórico da área, a dinâmica das espécies infestantes e a ausência de rotação de culturas; é essencial para o desenvolvimento de estratégias de manejo mais eficientes e duradouras.

Figura 6. Fatores de maior risco num sistema de cultivo e a classificação do risco de resistência como baixo, médio e alto.
Fonte: HRAC-BR (2023)
Referências:

CHRISTOFFOLETI, P. J.; NICOLAI, M. ASPÉCTOS DE RESISTÊNICA DE PLANTAS DANINHAS A HERBICIDAS. Associação Brasileira de Ação à Resistência de Plantas Daninhas aos Herbicidas (HRAC-BR), 2016. Disponível em: < https://drive.google.com/file/d/1UQXUzwbobVl7R2GUHQ-PSWV7ykxypBvN/view >, acesso em: 14/07/2025.

GAZZIERO, D. L. P.; SILVA, A. F. CARACTERIZAÇÃO E MANEJO DE Amaranthus palmeri. Embrapa Soja, Documentos, n. 384, 2017. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1069527/1/Doc384OL.pdf >, acesso em: 14/07/2025.

HEAP. I. The International Herbicide-Resistant Weed Database, 2025. Disponível em: < https://weedscience.org/Pages/Graphs.aspx >, acesso em: 14/07/2025.

HRAC-BR. AVALIAÇÃO DE RISCO DE DESENVOLVIMENTO DA RESISTÊNCIA DE PLANTAS DANINHAS. Comitê de Ação a Resistência aos Herbicidas, 2023. Disponível em: < https://www.hrac-br.org/post/avalia%C3%A7%C3%A3o-de-risco-de-desenvolvimento-da-resist%C3%AAncia-de-plantas-daninhas >, acesso em: 14/07/2025.

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Sustentabilidade

Milho irrigado é alternativa para rotação na lavoura de arroz no RS – MAIS SOJA

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O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) disponibiliza a Nota Técnica nº 003/2025, que apresenta o milho irrigado como opção de rotação de culturas nas áreas de arroz irrigado do Rio Grande do Sul. O documento reúne informações técnicas sobre o cultivo, benefícios agronômicos e econômicos, e orientações para produtores que desejam adotar o sistema.

A nota técnica completa pode ser acessada aqui.

Fonte: IRGA



 

FONTE

Autor:Instituto Rio Grandense do Arroz

Site: Irga

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Sustentabilidade

Line-up prevê embarques de 6,656 milhões de toneladas de milho pelo Brasil em outubro – MAIS SOJA

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O line-up, a programação de embarques nos portos brasileiros, indicou que poderão ser exportadas 6,656 milhões de toneladas de milho em outubro, conforme levantamento de Safras & Mercado.

Desse total previsto, 2,245 milhões de toneladas foram embarcadas e 4,210 milhões de toneladas ainda estão previstas para serem exportadas.

Para novembro, o line-up prevê embarques de 608,440 mil toneladas de milho.

Entre fevereiro/25 e janeiro/26, o line-up sinaliza embarques acumulados de 28,137 milhões de toneladas do cereal.

Fonte: Arno Baasch / Safras News



 

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Sustentabilidade

Arroz/Cepea: Preço médio é o menor em 14 anos – MAIS SOJA

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A média do Indicador do arroz em casca CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros; pagamento à vista) está no menor patamar real desde setembro/11, ou seja em 14 anos, aponta levantamento do Cepea. Segundo o Centro de Pesquisas, além da dificuldade de acesso ao crédito rural entre os produtores, os valores de compra não têm coberto os custos, o que desanima orizicultores e reforça a tendência de redução da área cultivada.

Entre os compradores, as pressões nos valores do arroz beneficiado no atacado e varejo têm limitado elevações da matéria-prima. Desde 6 de outubro, com o início da fiscalização da tabela de fretes da ANTT, houve aumento nos custos logísticos, em razão das exigências de seguros e da observância aos valores mínimos de frete, elevando o custo final do produto.

Fonte: Cepea



 

FONTE

Autor:Cepea

Site: CEPEA

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