Sustentabilidade
Moratória da Soja: Presidente da Aprosoja MT expõe ameaça à segurança alimentar global no Fórum internacional de Lisboa – MAIS SOJA

Nesta quarta-feira (02.07), o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), Lucas Costa Beber, participou do XIII Fórum de Lisboa, evento que neste ano trouxe como tema central “O Mundo em Transformação – Direito, Democracia e Sustentabilidade na Era Inteligente”. A presença da entidade reforçou a importância de colocar o agro brasileiro no centro do debate internacional sobre sustentabilidade, cooperação e segurança alimentar.
O presidente da entidade foi um dos palestrantes do painel “Agronegócio e Segurança Alimentar Global: Desafios para a Cooperação”, ao lado do governador de Mato Grosso, Mauro Mendes; da deputada estadual de MT, Janaína Riva; e do professor da UERJ, Marco Marrafon; com moderação do mestre e doutor em Direito, Sidney Pereira de Souza Junior. Em sua fala, o presidente da Aprosoja MT destacou os impactos diretos da Moratória da Soja sobre o setor produtivo e a segurança alimentar global. “O tema aqui foi segurança alimentar e coloquei justamente que a moratória da soja prejudica a segurança alimentar.”
Lucas Costa Beber apresentou dados que mostram o crescimento da produção agrícola em Mato Grosso nos últimos anos, mesmo diante de restrições impostas por grandes empresas compradoras. “Falamos do acréscimo que tivemos de 2019 para cá: de 9,6 milhões de hectares de soja para 13 milhões, e do milho, de 4,5 para 7,2 milhões de hectares. Este ano, a previsão é de 51 milhões de toneladas de milho e 50 milhões de soja. Para os próximos 10 anos, esperamos ultrapassar 80 milhões de toneladas de milho e 54 milhões de soja”, disse o presidente da Aprosoja MT.
Ele também pontuou o impacto direto da moratória em Mato Grosso. “A moratória da soja tem afetado mais de 2,7 milhões de hectares no estado, em 85 municípios. Está interferindo em mais de R$ 20 bilhões que deixam de circular na economia por conta da moratória. 127 câmaras de vereadores se opuseram à medida, assim como mais de 100 prefeituras.”
Lucas explicou ainda que a Aprosoja MT está atuando firmemente no campo jurídico contra essa medida. “Estamos atuando tanto na ação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) quanto na Justiça. Já pedimos R$ 1,1 bilhão de indenização por danos morais, e vamos pedir o ressarcimento por danos materiais causados em mais de 20 anos de prejuízos.”
Além dos impactos econômicos sobre a moratória da soja, o presidente também alertou para os efeitos sociais da moratória, que aprofunda desigualdades regionais e ignora o Código Florestal Brasileiro, já considerado um dos mais rigorosos do mundo. “A moratória causa desigualdades sociais regionais. E quem veio para controlar o desmatamento ilegal foi o Código Florestal. O produtor tem consciência de que, se desrespeitar a lei, tem áreas embargadas, não produz, não acessa crédito.”
Lucas também defendeu os avanços sustentáveis do agro em Mato Grosso, destacando dados comprovados cientificamente sobre o sistema de produção e criticou a incoerência da moratória frente à realidade da produção brasileira. “A moratória da soja é uma hipocrisia. Temos a legislação ambiental mais restritiva do mundo. Preservamos 64% do território em Mato Grosso e 66% no Brasil, enquanto os Estados Unidos preservam menos de 20%. E ainda assim, nossa área de produção é de apenas 7,8%, contra quase 18% nos EUA.”
Já o governador Mauro Mendes afirmou no painel que Mato Grosso tem papel fundamental para a garantia da paz mundial, em razão da larga produção de alimentos. “Mato Grosso é o maior produtor do Brasil e faz isso preservando mais de 60% do seu território. Produzir alimentos, garantir esta tranquilidade na segurança alimentar é uma forma de garantir a própria paz do planeta. Quem conhece um pouquinho de história sabe que há milhares de anos, além de uma visão expansionista de alguns impérios, de algumas civilizações, a briga por alimentos sempre movimentou guerras e atrocidades dentro da história da humanidade. Então hoje a paz mundial está diretamente ligada a essa questão”, relatou o governador.
Finalizando sua fala, o presidente da Aprosoja MT reforçou o papel do Brasil na segurança alimentar global. “Alimentamos mais de um bilhão de pessoas no mundo. A moratória da soja é um inimigo direto da segurança alimentar. Essas empresas, que representam 94% do mercado comprador, poderiam criar protocolos de segregação logística e rastreabilidade, em vez de restringirem a produção dos nossos agricultores.”
Estiveram também presentes no evento, representando a Aprosoja Mato Grosso, o diretor administrativo Diego Bertuol, o vice-presidente Norte Ilson Redivo, e o diretor executivo Wellington Andrade, fortalecendo a posição da entidade em fóruns internacionais e estratégicos para o futuro do agro.
Sustentabilidade
USDA reduz números de soja nos EUA e Brasil em ‘modo turbo’ na comercialização

O ritmo dos negócios da soja no Brasil em junho apresentou boa evolução, com preços oscilando em uma margem estreita, próxima da estabilidade. Os dados divulgados pela consultoria Safras & Mercado apontam que, apesar da queda dos preços em Chicago e do dólar mais baixo, os prêmios positivos no mercado interno superaram esses efeitos, favorecendo a continuidade das negociações.
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Com a ampla oferta da commodity, o produtor brasileiro tem aproveitado o momento para avançar nas vendas, garantindo maior rentabilidade. No cenário internacional, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmou uma redução na área plantada naquele país, dentro das expectativas do mercado e com impacto limitado nas cotações globais.
Conforme o relatório da consultoria, com dados até 4 de julho, a comercialização da safra brasileira 2024/25 já alcança 69,8% da produção projetada, avanço em relação aos 64% registrados em 6 de junho. No mesmo período do ano passado, o percentual era de 77,5%, enquanto a média dos últimos cinco anos para o período é de 82,1%. Considerando uma safra estimada em 172,45 milhões de toneladas, isso equivale a 120,43 milhões de toneladas comercializadas até agora.
Além disso, a comercialização antecipada, que inclui soja que ainda será colhida na safra 2025/26, representa 16,4% da produção projetada, ou 25,28 milhões de toneladas, um avanço em relação aos 10,8% registrados em 6 de junho. No ano passado, o percentual era de 18,2%, com média histórica de 23,2%.
No cenário dos Estados Unidos, o USDA estimou que a área plantada com soja em 2025 totalizará 83,4 milhões de acres, 4% menor que os 87,05 milhões de acres cultivados em 2024. O número ficou ligeiramente abaixo da expectativa do mercado, que apontava para 83,65 milhões de acres, e também inferior à estimativa do relatório de intenções de plantio divulgado em março, que indicava 83,495 milhões de acres.
A redução ou estabilidade da área ocorreu em 25 dos 29 estados produtores, refletindo ajustes regionais e tendências de mercado. Em relação aos estoques trimestrais de soja em grão dos EUA, dados de 1º de junho indicam um total de 1,008 bilhão de bushels, volume 4% superior ao do mesmo período de 2024 e acima da expectativa do mercado, que era de 971 milhões de bushels.
Sustentabilidade
Análise Ceema: Cotações do milho subiram nesta semana, fechando a quinta-feira em US$4,31 em Chicago – MAIS SOJA

Por Argemiro Luís Brum
A cotação do milho, para o primeiro mês em Chicago, igualmente subiu nesta semana, com o bushel do cereal fechando a quinta-feira (03) em US$ 4,31, contra US$ 4,09 uma semana antes. A média de junho ficou em US$ 4,30/bushel, registrando um recuo de 4,2% sobre a média de maio.
O relatório de plantio, divulgado no dia 30/06, confirmou um aumento de área semeada nos EUA em 5% sobre o ano anterior, enquanto os estoques, na posição de 1º de junho, somaram 117,9 milhões de toneladas, significando um recuo de 7% sobre a mesma época de 2024.
Enquanto isso, no Brasil os preços do milho cederam mais um pouco. A média gaúcha fechou em R$ 62,45/saco, enquanto nas principais praças o produto ficou em R$ 60,00. Nas demais regiões do país os valores oscilaram entre R$ 45,00 e R$ 63,00/saco.
Dito isso, a Stone X avança que a safra de verão brasileira teria ficado em 25,6 milhões de toneladas, enquanto a segunda safra seria de 108,2 milhões (em números revisados). Assim, a produção total de milho, em 2024/25, chegaria a 136,1 milhões de toneladas (incluindo pouco mais de 2 milhões de toneladas da terceira safra nacional). Diante disso, o consumo interno seria de 89,5 milhões de toneladas, sustentado pela produção de etanol. Já as exportações somariam 42 milhões de toneladas.
Por outro lado, a colheita de milho da safrinha teria chegado a 19,5% da área semeada, contra 47,1% no ano passado nesta época e 27,3% na média histórica (cf. PátriaAgroNegócios).
Já a colheita no Centro-Sul brasileiro teria alcançado a 18% da área até o dia 26/06, contra 49% no mesmo período do ano anterior (cf. AgRural). Para esta consultoria, a safrinha chegaria a 103 milhões de toneladas e a produção total nacional alcançaria a 130,6 milhões de toneladas.
E a Conab informa que, até o dia 28/06, apenas 17% das lavouras da segunda safra haviam sido colhidas no país todo, contra 47,9% no mesmo período do ano passado e 28,2% na média das últimas cinco safras. A destacar que as recentes geadas provocaram prejuízos nas lavouras do Paraná.
Neste sentido, o Deral indicou que 68% das áreas a colher estavam em boas condições, 18% regulares e 14% como ruins.
Por sua vez, o Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) indicou que o preço médio do saco de milho no Mato Grosso fechou a semana anterior em R$ 39,84, deixando o produto abaixo dos R$ 39,91/saco estipulado como mínimo pela Conab. Lembrando que, quando o preço médio fica abaixo do Preço Mínimo, o governo pode intervir com políticas públicas como leilões para formação de estoque regulador, a fim de assegurar uma remuneração mínima ao produtor.
Enfim, estudos recentes indicam que, em relação a safra 2025/26, a combinação de custos elevados, oscilações cambiais e incertezas no mercado internacional tem preocupado especialistas e agricultores, especialmente nas regiões do Cerrado, Sul e Sudeste do país. Como o Brasil importa entre 70% a 75% dos feritilizantes que consome, um aumento de 10 centavos na taxa de câmbio pode significar quase R$ 5,00 a menos no preço do saco de milho (cf. Céleres). Em tal contexto, os produtores precisam de um rigoroso planejamento financeiro para fazer frente aos desafios do mercado do milho, o que vale igualmente para a soja e o trigo.
Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).
Sustentabilidade
Preços domésticos de algodão encerram junho em queda, acompanhando perdas em Nova York – MAIS SOJA

O mercado de algodão encerrou junho com preços fracos no físico brasileiro, em linha com as perdas na Bolsa de Nova York. A demanda doméstica esteve mais presente no início do mês, trabalhando com preços firmes, mas foi diminuindo o ritmo ao longo dos últimos dias e, com isso, derrubou suas bases. Do lado da oferta, os vendedores mantiveram uma postura cautelosa, o que limitou o volume comercializado, informou a Safras Consultoria.
Em Rondonópolis, no Mato Grosso, os preços da pluma em junho ficaram em torno de R$ 4,23/libra-peso, caindo para R$ 3,94/libra-peso nesta quinta-feira, 3 de julho. Já na comparação com a semana passada, o recuo foi de 0,58%.
Para o algodão entregue à indústria em São Paulo, o valor alcançou R$ 4,09/libra-peso na quinta-feira (3), com desvalorização semanal de 0,49% e mensal de 6,62%, quando trocava de mãos, respectivamente, a R$ 4,11/libra-peso e a R$ 4,38/libra-peso.
USDA
A área total plantada com algodão nos Estados Unidos em 2025 deverá ocupar 10,120 milhões de acres. A previsão é do relatório de área plantada do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado nesta segunda-feira (30). O número representa um recuo na área frente a 2024, quando foram cultivados 11,183 milhões de acres.
Analistas consultados por agências internacionais apontavam de 8,8 a 9,985 milhões de acres em junho, com média de 9,735 milhões de acres.
Contando apenas o algodão upland, a área deve chegar a 9,949 milhões de acres, recuo frente a 2024, quando somou 10,976 milhões. A área do algodão pima também deve registrar queda, atingindo 171 mil acres – em 2024 foram 207 mil acres.
Fonte: Sara Lane – Safras News
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