Sustentabilidade
Níveis adequados de Boro são determinantes para a obtenção de boas produtividades em soja – MAIS SOJA

De todos os nutrientes essenciais para a planta, o Boro (B) é o que apresenta função fisiológica e bioquímica menos compreendida (Paulilo; Viana; Randi, 2015). No entanto, sabe-se que, embora requerido em pequenas quantidades, esse micronutriente é essencial para a obtenção de altas produtividades em soja. Fisiologicamente, o Boro está envolvido na estrutura da parede celular e em processos do crescimento celular, tais como a divisão celular, elongamento celular, translocação de açucares e funcionamento das hormonas das plantas (Tagliapietra et al., 2022).
Em casos de deficiência desse micronutriente na cultura da soja, pode-se observar sintomas como engrossamento e enrugamento das folhas, a clorose internerval, pontas curvadas para baixo, morte dos ponteiros, inibição do florescimento e paralização do crescimento radicular (Santos & Consonni, 2024).
Figura 1. Sintomas de deficiência de Boro em folhas de soja.
De acordo com Oliveira Junior et al. (2016), durante o período reprodutivo, ocorre o maior requerimento de Boro pela soja. Esse nutriente é considerado essencial durante o período do florescimento da cultura para garantir a boa formação das sementes, e portanto, sua deficiência nesse período pode ser fator limitante da produção (Furlani et al., 2001).
Figura 2. Marcha de absorção de Boro em distintas cultivares de soja.

No entanto, mesmo que a soja responda positivamente a adubação com Boro, cabe destacar que elevadas doses desse micronutriente também podem desencadear sintomas de fitotoxicidade nas plantas, afetando assim, sua capacidade produtiva. Dentre os principais sintomas de fitotoxicidade de Boro em soja, destacam-se o surgimento de manchas marrons nas bordas das folhas, que evoluem para necrose e pontuações entre as nervuras (Santos & Consonni, 2024).
Figura 3. Sintomas de excesso de Boro em soja.

Para evitar tanto a deficiência quando o excesso de Boro, antes de realizar a adubação com esse micronutriente, é essencial adequar o pH do solo aos níveis considerados ideais para o cultivo da soja. De acordo com Lima Filho (2020), a toxidez de Boro pode ser evitada por meio da calagem. No geral, recomenda-se trabalhar com solos de pH 5,5 a 6,5 para o cultivo da soja.
Já se tratando da deficiência desse micronutriente, a adubação com fontes de Boro pode ser uma alternativa interessante para elevar os níveis desse nutriente no solo. Em média, são requeridos cerca de 82 g de Boro para a produção de cada tonelada de grãos de soja (Oliveira Junior et al., 2020).
Ainda que distintas fontes de Boro (Tabela 1) possam ser utilizadas na agricultura, as fontes mais utilizadas incluem Bórax, Ácido bórico e Solubor®, com respectivamente 11%, 17% e 20-21% de Boro em suas formulações. As recomendações de manejo sugerem que a adubação com Boro em soja seja realizada em V2 ou R2 (início do florescimento).
Por se tratar de pequenas doses, é comum que essa adubação seja realizada em conjunto com a aplicação de defensivos agrícolas em pós-emergência. No entanto, alguns cuidados necessitam ser adotados ao associar fontes de Boro a determinados defensivos agrícolas, em especial, a herbicidas.
Tabela 1. Fontes de Boro e teores mínimos de B e outros nutrientes.

Dentro dos limites para a cultura da soja, estudos demonstram que a adubação com Boro pode resultar em incrementos significativos de produtividade, desde que não haja outra fonte limitante da produção. Conforme observado por Santini et al. (2015), e corroborado por Saldanha (2024), em condições não limitantes ao crescimento e desenvolvimento vegetal, a adubação com Boro, dentro dos níveis considerados adequados para a cultura, pode resultar em incrementos de produtividade superiores a 10% em comparação a soja não adubada com o micronutriente.
No entanto, vale destacar que, para resultados positivos, deve-se evitar tanto o excesso quando o déficit do nutriente, ajustando a adubação à expectativa de produtividade e aos teores nutricionais do solo, atentando também para o pH do solo, uma vez que, o pH exerce influência sobre a disponibilidade do Boro na solução do solo.
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Referências:
FURLANI, A. M. C. et al. EXIGÊNCIA A BORO EM CULTIVARES DE SOJA. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 2001. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/rbcs/a/fBcQt6NPdJbdCHQsMwtw4Xr/?format=pdf&lang=pt >, acesso em: 25/06/2025.
LIMA FILHO, O. F. DESORDENS NUTRICIONAIS EM PLANTAS. Embrapa, Comunicado Técnico, n. 257, 2020. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1122027/1/COT-257-2020.pdf >, acesso em: 25/06/2025.
OLIVEIRA JUNIOR, A. et al. ESTÁDIOS FENOLÓGICOIS E MARCHA DE ABSORÇÃO DE NUTRIENTES DA SOJA. Embrapa Soja, 2016. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1047123/estadios-fenologicos-e-marcha-de-absorcao-de-nutrientes-da-soja >, acesso em: 25/06/2025.
OLIVEIRA JUNIOR, A. et al. FERTILIDADE DO SOLO E AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DA SOJA. Embrapa, Tecnologias de Produção de Soja, Sistemas de produção, n. 17, cap. 7, 2020. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/223209/1/SP-17-2020-online-1.pdf >, acesso em: 25/06/2025.
PAULILO, M. T. S.; VIANA, A. M.; RANDI, Á M. FISIOLOGIA VEGETAL. Universidade Federal de Santa Catarina, 2015.
SALDANHA, E. C. M. FERTILIZAÇÃO BORATADA AUMENTA PRODUTIVIDADE DA SOJAEM SOLO ARGILOSO. Agropecuária Catarinense, Florianópolis, v.37, n.1, 2024. Disponível em: < https://publicacoes.epagri.sc.gov.br/rac/article/view/1798/1657 >, acesso em: 25/06/2025.
SANTINI, J. M. K. et al. ADUBAÇAO BORATADA NA CULTURA DA SOJA EM ÁREA DE CERRADO. XXXV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, 2015. Disponível em: < SANTINI, J. M. K. et al. ADUBAÇAO BORATADA NA CULTURA DA SOJA EM ÁREA DE CERRADO. XXXV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo, 2015. Disponível em: < https://www.eventossolos.org.br/cbcs2015/arearestrita/arquivos/843.pdf >, acesso em: 25/06/2025.
SANTOS, M. S.; CONSONI, A. C. GUIA ILUSTRADO DE DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS DA SOJA. Métrics, 2024. Disponível em: < https://conteudo.maissoja.com.br/guia-ilustrado-de-deficiencias-nutricionais >, acesso em: 25/06/2025.
TAGLIAPIETRA, E. L. et al. ECOFISIOLOGIA DA SOJA: VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES. Santa Maria, ed. 2, 2022.

Sustentabilidade
Mercado doméstico de algodão registra oscilações de preços, acompanhando movimento das bolsas internacionais – MAIS SOJA

O mercado físico de algodão registrou oscilações de preços ao longo da semana, acompanhando a volatilidade observada nas bolsas internacionais. Apesar das variações, a demanda pontual garantiu algum movimento nas principais praças de comercialização.
No mercado spot, o algodão posto CIF em São Paulo foi negociado na quinta-feira (23) a cerca de R$ 3,56/libra-peso sem ICMS, ligeiramente acima dos R$ 3,52/libra-peso da semana anterior — variação equivalente a alta de 0,57%.
Em Rondonópolis, Mato Grosso, a pluma foi cotada a R$ 110,00 por arroba (R$ 3,33/libra-peso), ante R$ 111,38/arroba (R$ 3,34/libra-peso) na semana passada, representando queda semanal de R$ 0,38 por arroba.
Preço da pluma em MT – Imea
A alta disponibilidade no mercado de algodão em Mato Grosso pressionou as cotações internas, fazendo o preço Imea pluma recuar 1,69% no comparativo semanal, ficando em R$ 108,28/@.
A demanda pelo óleo de algodão no estado continuou fortalecida, de modo que o coproduto valorizou 1,00% no comparativo semanal, ficando cotado a R$ 6.085,71/t. As informações constam no Boletim Semanal do Imea – Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola.
Exportações brasileiras – Secex
As exportações brasileiras de algodão somaram 177,221 mil toneladas em outubro (13 dias úteis), com média diária de 13.632 toneladas. A receita com as vendas ao exterior totalizou US$ 288,799 milhões, com média de US$ 22,215 milhões. As informações são do Ministério da Economia.
Em relação à igual período do ano anterior, houve um alta de 6,8% no volume diário exportado (12,770 mil toneladas diárias em outubro de 2024). Já a receita diária teve queda de 2,8% (US$ 22,864 milhões diários em outubro de 2024).
Fonte: Sara Lane – Safras News
Sustentabilidade
Mercado brasileiro de trigo tem mais uma semana de negociações lentas com atenção voltada à colheita e à Abitrigo – MAIS SOJA

O mercado brasileiro de trigo foi caracterizado mais uma vez pela lentidão e baixa liquidez nas negociações durante a semana. Com a entrada gradual da safra nacional e a pressão de cotações internacionais em baixa, compradores mantiveram uma postura de cautela.
De acordo com o analista de Safras & Mercado, Elcio Bento, os compradores adotam uma postura defensiva, aguardando por melhores momentos para negociar. A indústria moageira, em sua maioria ainda abastecida, optou por se manter fora das aquisições na maior parte da semana, acompanhando de perto a evolução da colheita antes de retomar os negócios.
“A cautela dos moinhos também foi observada em virtude da participação no 32º Congresso Internacional da Indústria da Abitrigo, período em que muitos aguardavam uma melhor definição do cenário da safra para retomar as compras”, relatou.
Enquanto os compradores apostavam em maior recuo dos preços, os produtores, por sua vez, mantiveram pedidas acima de R$ 1.100 por tonelada. Bento observou que os preços atuais não agradam aos produtores, tampouco aos moinhos, que seguem apostando em maior recuo das cotações conforme a colheita avança e a oferta se intensifica”. As atenções dos agricultores estavam, primariamente, voltadas aos trabalhos de colheita e ao armazenamento dos grãos.
No Sul do país, o avanço da colheita se deu em ritmos muito distintos. No Paraná, o trabalho se aproximou de 80% da área cultivada, com os grãos colhidos apresentando, até o momento, boa qualidade e produtividade. Já no Rio Grande do Sul, a ceifa avançou lentamente, atingindo apenas cerca de 4% a 5% da área plantada até meados da semana, reflexo do atraso decorrente do excesso de chuvas no período de plantio.
As análises iniciais da qualidade do trigo gaúcho trouxeram preocupações. Em diversas regiões, a umidade e a neblina afetaram a qualidade dos grãos. O problema mais relevante reportado foi o glúten baixo, com análises apontando variação entre 25 e 27, abaixo da faixa de 30 a 32 desejada pelos moinhos.
Em termos de preços, conforme Bento, o Paraná registrou maior estabilidade, com indicações CIF moinhos variando tipicamente entre R$ 1.220 e R$ 1.230 por tonelada para retirada em novembro e pagamento em dezembro.
No Rio Grande do Sul, onde a liquidez permaneceu reduzida, as indicações para o mercado FOB interior oscilaram amplamente, com o interesse do comprador entre R$ 1.000 e R$ 1.030 por tonelada. Enquanto isso, o mercado de exportação no porto de Rio Grande (RS) permaneceu relativamente firme, com referências oscilando entre R$ 1.155 e R$ 1.170 por tonelada sobre rodas, dependendo do tipo e da data de pagamento.
Fonte: Ritiele Rodrigues – Safras News
Sustentabilidade
Ritmo de negócios no milho segue arrastado no Brasil – MAIS SOJA

O mercado brasileiro de milho registrou mais uma semana de negócios arrastados. De um lado, conforme a Safras Consultoria, os produtores seguem sustentando preços para a venda do cereal, enquanto os consumidores seguem comedidos, sem grande preocupação em relação a formação de estoques de milho. Com isso, os preços tiveram poucas oscilações ao longo dos últimos dias.
Segundo a Safras Consultoria, as atenções dos agentes de mercado estiveram voltadas para os movimentos dos preços futuros do milho, acompanhando também a forte volatilidade cambial, a paridade de exportação e a evolução do clima para o plantio e desenvolvimento do cereal.
No cenário internacional, o mercado continua sem informações importantes dos Estados Unidos por conta da paralisação do governo, o que vem dificultando uma melhor dinâmica nos negócios na Bolsa de Mercadorias de Chicago. O foco dos investidores segue nas tensões globais, especialmente no impasse comercial envolvendo a China e os Estados Unidos.
Preços internos
O valor médio da saca de milho no Brasil foi cotado a R$ 63,53 no dia 23 de outubro, alta de 0,06% frente aos R$ 63,49 registrados na semana passada. No mercado disponível ao produtor, o preço do milho em Cascavel, Paraná, foi cotado a R$ 61,00, alta de 1,67% frente aos R$ 60,00 da última semana.
Em Campinas/CIF, a cotação ficou em R$ 68,00, avanço de 0,74% frente aos R$ 67,50 praticados na semana anterior. Na região da Mogiana paulista, o cereal aumentou 1,54%, de R$ 65,00 para R$ 66,00.
Em Rondonópolis, Mato Grosso, a saca foi cotada a R$ 61,00, inalterado frente à semana passada. Em Erechim, Rio Grande do Sul, o preço ficou em R$ 72,00, sem mudanças frente à última semana.
Em Uberlândia, Minas Gerais, o preço na venda para a saca subiu 3,33%, de R$ 60,00 para R$ 62,00 ao longo da semana. Já em Rio Verde, Goiás, a saca continuou em R$ 58,00.
Exportações
As exportações de milho do Brasil apresentaram receita de US$ 753,951 milhões em outubro até o momento (13 dias úteis), com média diária de US$ 57,996 milhões. A quantidade total de milho exportada pelo país ficou em 3,573 milhões de toneladas, com média de 274,920 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 211,00.
Em relação a outubro de 2024, houve estabilidade no valor médio diário da exportação, perda de 5,6% na quantidade média diária exportada e valorização de 5,9% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.
Fonte: Arno Baasch / Safras News
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