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Sustentabilidade

Mercado de carbono ainda convive com falsas compensações e práticas enganosas – MAIS SOJA

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Embora o mercado de compensação de carbono seja um dos pilares da transição climática global, ele ainda enfrenta sérios desafios de credibilidade. Com a crescente demanda por soluções que neutralizem emissões de gases de efeito estufa, aumentam também os casos de falsas compensações – práticas que iludem consumidores e empresas com promessas de neutralização que, na prática, não se concretizam.

Um dos principais problemas identificados são os chamados créditos de carbono “fantasmas” ou inexistentes. Tratam-se de créditos que não representam, de fato, uma remoção de carbono da atmosfera. Em muitos casos, os projetos declarados nunca foram implementados, foram inflados ou já não estão mais ativos. Um exemplo comum é o de áreas de reflorestamento prometidas que nunca saíram do papel ou acabaram sendo desmatadas posteriormente, anulando qualquer benefício ambiental alegado.

Outro risco recorrente é a chamada dupla contagem de créditos. A mesma tonelada de carbono “reduzida” pode ser contabilizada por duas partes – como um país e uma empresa –, o que distorce os registros de impacto real. Essa prática fere diretamente as regras do Acordo de Paris, que exige um sistema de contabilidade transparente para evitar que uma mesma ação seja usada mais de uma vez como justificativa para neutralização de emissões.

Há também casos em que os projetos, embora reais, oferecem um impacto climático mínimo ou nulo. Isso acontece quando as iniciativas creditadas já estavam em operação e não foram criadas com o objetivo de compensar emissões adicionais. Um exemplo são usinas hidrelétricas ou parques eólicos que já produziam energia limpa e continuam operando normalmente, mas agora vendem créditos retroativos sem qualquer nova contribuição para a redução de emissões.

O que agrava ainda mais a situação é a ausência de um sistema internacional padronizado e obrigatório de verificação e rastreabilidade. Embora existam certificadoras reconhecidas, muitos créditos oferecidos no mercado voluntário não passam por auditorias rigorosas. Isso abre espaço para greenwashing, que é quando empresas compram créditos baratos e de baixa qualidade apenas para declarar neutralidade de carbono, sem reduzir suas emissões diretas ou adotar ações estruturais mais eficazes.

Solução brasileira

A RDG Eco Finance, líder em projetos de comercialização de créditos de carbono, tem transformado a relação dos produtores rurais com suas áreas de preservação por meio da Lei de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). Os agricultores podem monetizar as áreas que mantêm preservadas em suas propriedades, gerando renda adicional e incentivando práticas agrícolas mais sustentáveis.

Para Ivan Pinheiro, criador do app Carbono Neutro, o modelo de negócio permite que os produtores rurais comercializem o carbono de suas propriedades, oferecendo uma solução sustentável que beneficia tanto o meio ambiente quanto a economia local. “Com a implementação da Lei do PSA, os fazendeiros agora têm a oportunidade de remunerar suas áreas preservadas, incentivando a conservação, evitando o desmatamento e gerando receita adicional ao negócio”, destaca.

Sobre as falsas compensações, Pinheiro alerta que o consumidor deva estar atento, sempre verificando a origem dos créditos, a certificação do projeto, a localização e o tipo de compensação envolvida. “Compensações que resultam em remoção direta de carbono, como reflorestamento monitorado ou tecnologias de captura de carbono, tendem a oferecer mais segurança do que aquelas baseadas apenas em ‘evitar emissões’, como preservação de florestas já protegidas”.

Outro ponto importante destacado por ele é desconfiar de promessas genéricas e simplificadas, como selos “neutro em carbono” obtidos com apenas um clique. Com a expansão acelerada desse mercado, especialistas defendem mais regulação, mecanismos de transparência e ferramentas tecnológicas, como blockchain, para garantir que as compensações sejam reais, mensuráveis e permanentes. Afinal, diante da urgência climática, não há espaço para ilusões ambientais.

Mais sobre a RDG:

A RDG Eco Finance é uma Green Tech de capital fechado, estruturada como uma S.A., que se dedica ao avanço sustentável nos setores de extrativismo e agronegócio por meio de investimentos diretos. A empresa desenvolveu uma plataforma escalável, que facilita o acesso ao mercado de crédito de carbono para clientes, investidores e colaboradores. Com o uso da Cédula de Produto Rural (CPR) Verde e Tokens de CPR Verde, a RDG Eco Finance oferece uma abordagem inovadora e sustentável para a gestão de recursos e investimentos. Comprometida com a liderança em mudanças ambientais positivas, a RDG Eco Finance busca contribuir para um futuro mais sustentável e responsável, apoiando práticas econômicas que agregam valor ao ecossistema global. Mais informações em https://www.rdgecofinance.com/

Fonte: Assessoria de Imprensa RDG



 

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Sustentabilidade

USDA decepciona, mas soja sobe e anima mercado brasileiro

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A semana foi marcada pela tentativa de reação dos preços futuros da soja na Bolsa de Chicago. Com dólar em alta e preços firmes, as cotações domésticas melhoraram, assim como o ritmo dos negócios. O relatório de julho do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgado no dia 11, teve pouco impacto no mercado.

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O relatório indicou que a safra norte-americana de soja deverá ficar em 4,335 bilhões de bushels em 2025/26, o equivalente a 117,98 milhões de toneladas. A produtividade foi estimada em 52,5 bushels por acre. No relatório anterior, os números eram de 4,340 bilhões (118,11 milhões) e 52,5 bushels, respectivamente. O mercado esperava uma produção de 4,331 bilhões ou 117,87 milhões.

Os estoques finais estão projetados em 310 milhões de bushels ou 8,44 milhões de toneladas, contra 295 milhões do relatório anterior, 8,03 milhões. O mercado apostava em carryover de 304 milhões de bushels ou 8,27 milhões de toneladas. O USDA está trabalhando com esmagamento de 2,540 bilhões de bushels e exportações de 1,745 bilhão. Em junho, os números eram de 2,490 bilhões e 1,815 bilhão.

Para a temporada 2024/25, o USDA indicou estoques de passagem de 350 milhões de bushels, abaixo da estimativa do mercado de 358 milhões. As exportações estão projetadas em 1,865 bilhão e o esmagamento em 2,420 bilhões de bushels.

O USDA projetou safra mundial de soja em 2025/26 de 427,68 milhões de toneladas. Para 2024/25, a previsão é de 422 milhões de toneladas. Os estoques finais para 2025/26 estão estimados em 126,1 milhões de toneladas, acima da previsão do mercado de 125,5 milhões de toneladas. Os estoques da temporada 2024/25 estão estimados em 124,3 milhões de toneladas, contra expectativa de 125,1 milhões de toneladas.

Para a safra brasileira de 2025/26, foi projetada a produção de 175 milhões de toneladas. Já para 2024/25, a estimativa foi mantida em 169 milhões de toneladas, levemente abaixo da expectativa do mercado, que era de 169,4 milhões.

No caso da Argentina, a projeção para 2025/26 é de 48,5 milhões de toneladas. Para a safra 2024/25, houve revisão para cima: de 49 milhões para 49,9 milhões de toneladas, superando a média das projeções do mercado, que apontava para 49,3 milhões.

As importações chinesas foram estimadas em 112 milhões de toneladas para 2025/26, mesma previsão do relatório anterior. Para 2024/25, houve ajuste para baixo: de 108 milhões para 106,5 milhões de toneladas.

Mercado

O mercado brasileiro de soja registrou grande volume de negócios, tanto nos portos quanto no interior do país nesta semana. De acordo com o analista Rafael Silveira, da consultoria Safras & Mercado, a combinação de alta na Bolsa de Chicago e dólar favorável ao longo da semana contribuiu para o avanço das negociações.

Os prêmios nos portos apresentaram pouca oscilação, sustentados por uma demanda firme. Já no interior, o basis permaneceu fortalecido, com boas oportunidades de venda, o que incentivou os produtores a comercializar o grão. “Como resultado, tivemos um spread positivo e um dia de forte movimentação no mercado”, conclui.

Cotações de soja

  • Passo Fundo (RS): R$ 132,00
  • Rio Grande (RS – porto): R$ 140,00
  • Cascavel (PR): R$ 131,00
  • Paranaguá (PR): de R$ 138,00 para R$ 139,00
  • Rondonópolis (MT): R$ 120,00
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Sustentabilidade

Posicionamento de híbridos de milho contribui para o manejo dos enfezamentos – MAIS SOJA

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Dentre as principais pragas da cultura do milho, as cigarrinhas Dalbulus maidis adulto e Leptodelphax maculigera são os principais vetores da transmissão dos enfezamentos no milho. Os enfezamentos são doenças causadas pela infecção da planta de milho por microrganismos denominados molicutes, que são um espiroplasma (Spiroplasma kunkelii) e um fitoplasma (Maize bushy stunt). Os dois tipos mais comuns são o enfezamento-pálido (causada por espiroplasma) e o enfezamento-vermelho (causada por fitoplasma) (Embrapa).

Figura 1. Comparação de Dalbulus maidis adulto com Leptodelphax maculigera.
Fonte: Ferreira et al. (2023)

Embora o controle químico do vetor com o emprego de inseticidas durante o período crítico seja o método mais utilizado para reduzir as população da cigarrinha-do-milho, diferentes estratégias de manejo atreladas a boas práticas podem ser utilizadas de forma integrada para reduzir as perdas de produtividade em função dos enfezamentos.

Dentre as boas práticas relacionadas ao manejo dos enfezamentos e da cigarrinha-do-milho, o posicionamento de híbridos de milho é uma das mais importantes.

Figura 2. Boas práticas para o manejo dos enfezamentos e da cigarrinha-do-milho.
Fonte: Alves et al. (2020)

Conforme observado por Cota et al. (2018), há uma diferença substancial de produtividade entre genótipos de milho em função da suscetibilidade aos enfezamentos quando a cultura é afetada pela doença. Avaliando a produção de milho e os danos em decorrência dos enfezamentos em diferentes genótipos, os autores observaram variação de produtividade de 321,6 kg ha-1 a 8.114,4 kg ha-1 dependendo da intensidade dos danos e suscetibilidade do híbrido, demonstrando que há uma relação entre produtividade e tolerância aos enfezamentos, quando as plantas são acometidas pela doença.

Figura 3. Produção de grãos (A) e Notas de enfezamento (B) em genótipos de milho plantados em Sete Lagoas-MG. Barras verticais representam o desvio padrão das médias. Para as notas de severidade, médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste de Scott & Knott P=0,05).
Fonte: Cota et al. (2018)

Nesse sentido, fica evidente a necessidade de posicionar preferencialmente híbridos de milho com maior tolerância aos enfezamentos, especialmente se tratando de áreas de produção com histórico da ocorrência das cigarrinhas, uma vez que as perdas podem chegar a 90% em híbridos suscetíveis e entre 15% e 30% em híbridos com maior grau de tolerância (Stürmer & Goral, 2023).

Nesse sentido, é consenso que alguns híbridos de milho performam melhor sob a ocorrência dos enfezamentos, deve-se portanto, dar preferencial pelo cultivo desses genótipos em áreas cujo complexo de enfezamentos é um problema frequente. Para tanto, deve-se conhecer o nível de tolerância dos híbridos disponíveis para cultivo. Embora o melhoramento genético tenha contribuído com o surgimento de novos híbridos safra após safra, conhecer a tolerância de alguns dos principais híbridos de milho já disponíveis no mercado pode auxiliar no posicionamento desses híbridos no campo.

Avaliando a tolerância de diferentes híbridos de milho ao complexo de enfezamentos, Stürmer & Goral (2023) observaram haver diferenças significativas entre os genótipos, podendo classifica-los quanto ao nível de tolerância aos enfezamentos em tolerante, intermediário e sensível. Confira abaixo a nível de tolerância de diferentes híbridos de milho ao complexo dos enfezamentos, conforme apresentados por Stürmer & Goral (2023).

Figura 4. Avaliação da tolerância de híbridos hiperprecoces e superprecoces ao complexo de enfezamento. Dados compilados de 9 locais distintos de avaliação. Número entre parênteses representa o número de locais em que o híbrido foi avaliado.
Fonte: Stürmer & Goral (2023)
Figura 5. Avaliação da tolerância de híbridos de ciclo precoce e médio ao complexo de enfezamento. Dados compilados de 9 locais distintos de avaliação. Número entre parênteses representa o número de locais em que o híbrido foi avaliado.
Fonte: Stürmer & Goral (2023)

Veja mais: Monitoramento e controle químico da cigarrinha-do-milho


Referências:

EMBRAPA. ENFEZAMENTOS POR MOLICUTES E CIGARRINHA NO MILHO. Embrapa. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/controle-da-cigarrinha-do-milho >, acesso em: 09/07/2025.

COTA, L. V. et al. RESISTENCIA DE GENÓTIPOS DE MILHO AOS ENFEZAMENTOS. Embrapa, Circular Técnica, n. 247, 2018. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/194219/1/circ-247.pdf >, acesso em: 09/07/2025.

ALVES, A. P. et al. GUIA DE BOAS PRÁTICAS PARA O MANEJO DOS ENFEZAMENTOS E DA CIGARRINHA-DO-MILHO. Embrapa Cerrados, 2020. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1129511/guia-de-boas-praticas-para-o-manejo-dos-enfezamentos-e-da-cigarrinha-do-milho >, acesso em: 09/07/2025.

FERREIRA, K. R. et al. FIRST RECORD OF THE AFRICAN SPECIES Leptodelphax maculigera (Stål, 1859) (Hemiptera: Delphacidae) IN BRAZIL. Research Square, 2023. Disponível em: < https://www.researchsquare.com/article/rs-2818951/v1 >, acesso em: 09/07/2025.

STÜRMER, G. R.; GORAL, A. L. TOLERÂNCIA DE HÍBRIDOS À CIGARRINHA-DO-MILHO (Dalbulus maidis). ATUALIZAÇÃO SAFRA 2022/2023. CCGL Pesquisa e Tecnologia, Boletim Técnico, n. 116, 2023.

Foto de capa: Fabiano Bastos

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Sustentabilidade

Bom ritmo de exportação e avanço da colheita de milho deixam preços em patamares mistos no Brasil – MAIS SOJA

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O mercado brasileiro de milho registrou uma semana de patamar misto de preços ao longo da semana. De modo geral os preços subiram, por conta da boa movimentação de negócios na exportação, muito embora o melhor andamento da colheita da safrinha tenha contribuído para a queda das cotações em algumas regiões.

De acordo com a Safras Consultoria, os consumidores continuam atuando com pouca força nas negociações, com expectativas em torno do avanço de oferta em breve com colheita da safrinha. Já os produtores estão avançando na fixação de oferta, mas carregam certo tom de cautela, diante do bom movimento de embarques nos portos, o que contribuiu para um avanço na paridade de exportação nos últimos dias.

Fatores como a variação do dólar, o movimento dos preços futuros do milho na Bolsa de Chicago, a paridade de exportação e as notícias envolvendo a adoção de tarifas seguem no radar do mercado.

A tendência de clima favorável para a colheita em grande parte do Centro-Sul do Brasil nos próximos dias pode atuar como um fator de pressão às cotações.

No cenário internacional, a semana foi marcada por um cenário geral de recuperação nos preços em meio ao indicativo de queda nos números de produção e de exportação da safra norte-americana e mundial de milho, assim como por compras de barganha.

Preços internos

O valor médio da saca de milho no Brasil foi cotado a R$ 60,83 no dia 17 de julho, alta de 0,72% frente aos R$ 60,39 registrados no fechamento da semana passada. No mercado disponível ao produtor, o preço do milho em Cascavel, Paraná, foi cotado a R$ 58,00, queda de 3,33% frente aos R$ 60,00 da última semana.

Em Campinas/CIF, a cotação ficou em R$ 66,00, estável frente à semana anterior. Na região da Mogiana paulista, o cereal recuou 3,23%, passando de R$ 62,00 para R$ 60,00.

Em Rondonópolis, Mato Grosso, a saca foi cotada a R$ 54,00 por saca, alta de 3,85% frente aos R$ 52,00 da semana passada. Em Erechim, Rio Grande do Sul, o preço ficou em R$ 68,00, queda de 1,45% frente aos R$ 69,00 da semana anterior.

Em Uberlândia, Minas Gerais, o preço na venda para a saca permaneceu em R$ 59,00. Já em Rio Verde, Goiás, a saca avançou 5,88% de R$ 51,00 para R$ 54,00.

Exportações

As exportações de milho do Brasil apresentaram receita de US$ 73,818 milhões em julho (9 dias úteis), com média diária de US$ 8,202 milhões. A quantidade total de milho exportada pelo país ficou em 338,425 mil toneladas, com média de 37,602 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 218,80.

Em relação a julho de 2024, houve baixa de 73,1% no valor médio diário da exportação, perda de 75,7% na quantidade média diária exportada e valorização de 10,6% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

Fonte: Arno Baasch/Safras News



 

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