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Avanço sob pressão: chuva irregular ameaça soja e janela do milho em Mato Grosso

O avanço no plantio da soja em Mato Grosso não elimina a crescente preocupação dos produtores com o clima. Enquanto a semeadura da safra 2025/26 atingiu 60,05% da área prevista de 13 milhões de hectares até o dia 24 de outubro, as chuvas irregulares e o calor acima da média em várias regiões do estado têm gerado déficit hídrico, afetando a germinação e o desenvolvimento das lavouras.
De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o plantio está 4,32 pontos percentuais mais adiantado em comparação ao ciclo 2024/25, que registrava 55,73% no mesmo período. A média histórica dos últimos cinco anos também é superada, que é de 57,27%.
Apesar do ritmo acelerado em regiões como o médio-norte (84,50%), a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja Mato Grosso) alerta que o cenário climático tem provocado lavouras “travadas” e feito produtores interromperem a semeadura pela falta de umidade.
Nordeste e Sudeste em atraso devido à falta de chuva
A evolução do plantio ocorre de forma desigual no estado. Enquanto o médio-norte lidera o avanço, as regiões nordeste e sudeste são as mais atrasadas, com 33,24% e 36,35% de suas áreas semeadas, respectivamente. A falta de regularidade nas chuvas nessas regiões tem feito os produtores aguardarem a umidade ideal no solo para colocar as máquinas em campo.
Além destas, as regiões noroeste e norte somam 77,21% e 72,34% de suas respectivas áreas cultivadas, enquanto a oeste conta com 67,10% e a centro-sul com 57,16%, segundo o Imea.
Estresse hídrico reduz plantas e ameaça produtividade
O presidente da Aprosoja Mato Grosso, Lucas Costa Beber, destaca que a irregularidade das precipitações atinge diversos municípios. “Este ano a chuva realmente não está sobrando, ela tem vindo a conta-gotas. Em regiões como Sorriso, Diamantino, Lucas do Rio Verde, Colíder e Campo Verde, o cenário é o mesmo, lavouras travadas e produtores interrompendo o plantio pela falta de chuva”.
Ele ressalta que a situação atual é atípica: “Diferente de outros anos, quando a chuva podia até atrasar, mas depois firmava, agora ela vem, o produtor acredita que vai continuar, planta uma parte e logo precisa parar e parte dessa soja já plantada germina mal, fica com estande mal distribuído, as plantas com porte reduzido. É um ano totalmente diferente”.
Mesmo nos municípios mais adiantados, o problema persiste. Beber reforça que “o relato dos produtores do estado é que, mesmo em municípios mais adiantados, como Sorriso, que na semana passada já tinha cerca de 85% da área plantada, as plantas estão sofrendo estresse hídrico e, por calor, apresentando porte reduzido, o que pode diminuir a área foliar e comprometer também a produtividade final da lavoura”.
Alerta para o milho e custo do replantio
O atraso e o estresse das lavouras de soja acendem um alerta para o milho de segunda safra. A situação, se persistir, pode reduzir a janela ideal de plantio do cereal.
“A partir de agora, cada dia é menos produção no milho e essa soja semeada mais tarde também tem o problema de ataque de pragas, como mosca branca, além dos impactos na produtividade”, alerta Lucas Costa Beber.
Em Campo Verde, o delegado coordenador do núcleo da Aprosoja Mato Grosso, Rafael Marsaro, confirma a gravidade da situação. “A soja de 30 dias está com crescimento muito abaixo do esperado. O solo está seco e não retém umidade. O plantio avança, mas a produtividade está em risco. A janela do algodão já passou e a do milho começa a ficar comprometida”.
O produtor ainda aponta que os dados oficiais de plantio não refletem o desenvolvimento real no campo, já que muitas áreas semeadas enfrentam condições desfavoráveis. “Os dados mostram que a soja está plantada, mas com desenvolvimento muito aquém do esperado. Há áreas com quase um mês de plantio e crescimento limitado, outras com 15 dias ainda saindo do chão, e lavouras recém-plantadas que nem germinaram”, relata Marsaro.
O custo do replantio também se soma às preocupações dos produtores neste início de safra. “Em alguns pontos do estado houve relato de replantio, apesar dos números não serem significativos, e também é importante considerar que o produtor tem que fazer a conta: onde ele realiza o plantio, há um custo aproximado de 10 sacas por hectare, além do risco de atrasar ainda mais a janela de semeadura do milho safrinha”, conclui o presidente da entidade.
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Agro Mato Grosso
Com raízes no campo, produtora de Vera transforma ensinamentos dos pais em propósito de vida

Raissa Boeing Hepp Dassi é o exemplo de como o compromisso de uma filha com o legado dos pais pode moldar uma trajetória familiar de orgulho e propósito
Hoje, aos 25 anos, é engenheira agrônoma atua como delegada da Aprosoja MT, no núcleo de Vera. “Cresci ouvindo todas as histórias e lutas que eles passaram, todas as dificuldades daquela época, que não foram poucas. Ele e minha mãe, com muito esforço, com muita luta foram desbravando, e graças ao esforço deles e a Deus que os sustentou, hoje estamos aqui em família, temos uma terra abençoada para produzir e crescer nesse meio. Saber dessa história faz com que eu sinta muita gratidão, me faz valorizar cada grão que a gente consegue plantar, colher e admirar esse mundo tão especial que é o do agronegócio”, conta a jovem produtora.
Seus pais vieram de Cunha Porã, Santa Catarina, onde Enio trabalhou em diversas atividades desde muito novo. Em 1989, com 24 anos, ele se mudou para o município de Vera, como gerente de uma filial de uma madeireira em Mato Grosso, até que a oportunidade de adquirir uma terra para construir sua fazenda. Durante a semana trabalhava na madeireira e aos finais de semana trabalhava com sua esposa Sandra, na construção da sua fazenda.
“Essa transição da madeira para a agricultura se fez pelo motivo de termos muita dificuldade na época da madeira e o grande potencial das nossas terras planas fez com que a gente olhasse com outros olhos para a agricultura e decidimos fazer essa mudança. Nos casamos no ano de 1995 e ela me ajudou muito”, relata o produtor.
Com orgulho, ele conta que a mudança não foi fácil, mas que agora colhe os frutos de todo suor derramado, e que o destino que suas filhas decidiram seguir, o deixa feliz e realizado. “Foi uma transição muito difícil, mas que hoje a gente colhe esses frutos essa dificuldade nos fez crescer e fez com que a gente melhorasse o manejo da nossa lavoura. É uma satisfação hoje temos a nossa família, minhas filhas a minha esposa no campo comigo e estamos felizes por ter insistido no Mato Grosso. Nossas filhas vêm com as ideias novas, trazendo implementação, trazendo melhorias para a nossa agricultura. Então é muito importante tê-los nesse processo”, diz o produtor.
Raissa valoriza a família que tem, reforçando a importância de estar presente e fazer parte do futuro de um legado que seus pais estão construindo em Mato Grosso. Para o futuro, espera que seus filhos sigam os mesmos passos que está seguindo com dedicação.
“Acredito que o mais importante é que as novas gerações saibam equilibrar o conhecimento e a experiência de quem veio antes com a tecnologia e as inovações atuais. Quando conseguimos equilibrar tudo isso, é uma receita de sucesso. Para os meus futuros filhos, vou fazer de tudo para que eles sigam esse mesmo caminho e que eles possam, assim como eu, se orgulhar da trajetória de vida da nossa família”, destaca Raissa.
A produtora destaca o valor de estar presente e contribuir para o futuro da família. Para ela o verdadeiro legado que carrega é um projeto vivo, que está sendo moldado por ela e por cada geração que escolhe honrá-lo e reinventá-lo.
Ana Frutuoso
Agro Mato Grosso
Insumos aumentaram custo da safra de milho em Mato Grosso em 2,8%

Os custos com insumos do milho da safra 25/26 em Mato Grosso ficaram, em média, em R$ 2.922,01/ha, alta de 2,85% frente ao ano anterior. O avanço foi motivado pela valorização dos gastos com sementes (1,09%) e, pelo aumento nos macronutrientes, que subiram 10,12% no comparativo anual, alcançando R$ 1.289,31/hectare. Diante desse cenário e da necessidade de aquisições de insumos, a relação de troca (RT) torna-se ainda mais relevante para a tomada de decisão. Nesse contexto, para adquirir uma tonelada de ureia e uma de MAP, o produtor precisa entregar, respectivamente, 76,66 e 102,79 sacas de milho.
Ao comparar com o mesmo período de 2024, a relação de troca da ureia apresentou alta de 13,62%, enquanto a MAP recuou 3,39%, movimento considerado favorável ao produtor. Por fim, é essencial que o produtor aproveite às oportunidades do mercado neste início de safra, período em que se concentra a aquisição da maior parte de seus insumos, com o objetivo de minimizar riscos e otimizar os custos produtivos.
A informação é do IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).
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Mais de 40 municípios de Mato Grosso são beneficiados com entrega máquinas do Promaq

Na sexta-feira (24), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou a entrega de 50 máquinas agrícolas para 41 municípios de Mato Grosso, no âmbito do Programa Nacional de Modernização e Apoio à Produção Agrícola, o Promaq. A iniciativa é mais um passo do Governo do Brasil em busca da modernização do setor agropecuário e do aumento da produtividade rural, promovendo o desenvolvimento local e reduzindo as desigualdades regionais.
“Esse programa é muito importante para as pequenas famílias do estado e vai ajudar especialmente o nosso município, onde nos esforçamos para oferecer uma melhor qualidade de vida ao produtor rural. Esse trator será de grande ajuda para as nossas famílias”, comemorou o prefeito de Bom Jesus do Araguaia, Marcilei Alves, ao receber a chave do trator, destacando que o município é um importante produtor de leite e que, com o novo equipamento, será possível aprimorar o plantio e garantir melhores condições para o cuidado com o gado.
A cerimônia de entrega ocorreu na Superintendência de Agricultura e Pecuária do estado (SFA/MT), em Várzea Grande. Ao todo, foram entregues 31 tratores, oito pás carregadeiras, nove motoniveladoras (patrol) e duas escavadeiras hidráulicas, com investimento adquirido pelo Mapa por meio de emendas parlamentares.
O secretário-executivo da Pasta, Irajá Lacerda, enfatizou que o governo vem trabalhando em prol do fortalecimento das cadeias produtivas das regiões, entendendo a peculiaridade de cada uma e a importância do investimento no setor. “As entregas de hoje são reflexo da boa política, o reflexo da junção de esforços para trabalhar em prol da nossa gente, dos nossos municípios e pelo Brasil”, disse Irajá.
Nesta etapa, além do município de Várzea Grande, outros 40 foram beneficiados: Alta Floresta, Alto Araguaia, Alto Boa Vista, Araguainha, Araputanga, Aripuanã, Boa Esperança do Norte, Bom Jesus do Araguaia, Brasnorte, Carlinda, Colniza, Confresa, Cotriguaçu, Diamantino, Feliz Natal, Gaúcha do Norte, Juara, Juruena, Nossa Senhora do Livramento, Nova Maringá, Nova Nazaré, Nova Olímpia, Novo Horizonte, Paranatinga, Peixoto de Azevedo, Poconé, Porto Alegre do Norte, Porto Esperidião, Porto da Estrela, Poxoréu, Primavera do Leste, Querência, Rosário Oeste, Santa Cruz do Xingu, Santo Antônio do Leverger, São José dos Quatro Marcos, União do Sul, Vale de São Domingos e Várzea Grande.
“Estamos fazendo uma grande entrega de equipamentos para os municípios. São tratores e máquinas que vão atender as estradas vicinais e melhorar a infraestrutura no campo”, destacou o superintendente de Agricultura e Pecuária em Mato Grosso, Edson Paulino.
A meta é entregar mais de 20 mil equipamentos em municípios de todo o Brasil. “É uma ação extraordinária, que leva soluções diretamente para onde os problemas acontecem: nos municípios, perto das pessoas que mais precisam”, completou o superintendente.
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