Business
Presidente da Abag considera tarifaço de Trump um ‘desastre’ para o agro brasileiro

O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag),Luiz Carlos Corrêa Carvalho, disse em entrevista para o programa WW da CNN que a situação é “extremamente preocupante”, referindo-se à proximidade do início da taxa de 50% imposta por Donald Trump ao Brasil entrar em vigor. “Nós estamos há alguns dias do que vai ser um desastre para o agro”, alertou Carvalho.
Veja em primeira mão tudo sobre agricultura, pecuária, economia e previsão do tempo: siga o Canal Rural no Google News!
O líder da Abag citou o café como exemplo da complexidade da situação. De acordo com Carvalho, o produto não apenas representa um terço das exportações brasileiras para os EUA, mas também é responsável por significativa geração de empregos em território americano, demonstrando a interdependência entre os dois países no setor.
A situação do etanol também ilustra os desafios nas relações comerciais entre os dois países. Os EUA enfrentam anualmente o desafio de encontrar mercado para cerca de 7 bilhões de litros de etanol. Carvalho ressalta que existem diversas oportunidades de cooperação entre Brasil e EUA, especialmente na abertura de mercados asiáticos para produtos comuns.
Business
Importadores de manga dos EUA estão prontos para receber, mas Brasil não entregará

A sobretaxa às exportações brasileiras imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, coloca em risco 77 mil toneladas de frutas que teriam o mercado norte-americano como destino.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho, o caso da manga é o que mais aflige o setor.
Isso porque a cada 100 contêineres exportados com a fruta, 92 saem da região do Vale do São Francisco, maior polo produtor do país. “A gente tem nos Estados Unidos uma safra com vários países que participam, então é uma safra compacta, com duração de três meses, período em que chegamos a enviar 2.500 contêineres, mais ou menos 12 milhões de caixas”, detalha.
Coelho ressalta que o México forneceu aos norte-americanos a variedade de manga tomy durante os meses de maio, junho e julho. Na sequência, seguindo o curso natural do setor, seria a vez do Brasil.
“É importante dizer que a colheta da manga ainda não começou, não tem contêiner em porto, não tem nada disso ainda. Está tudo programado como há décadas para começar na primeira semana de agosto.”
Contudo, as incertezas a respeito da viabilidade da venda aos Estados Unidos tem colocado em risco um cronograma que o setor segue à risca há anos.
De acordo com o presidente da Abrafrutas, a caixaria, ou seja, embalar a fruta de acordo com cada estabelecimento de destino, sejam supermercados ou distribuidores, é o primeiro passo. Essa etapa já é previamente organizada por conta do curto período de operacionalização da venda externa.
Coelho conta que os importadores nos Estados unidos também já estão organizados para receber os contêineres e fazer a logística das frutas para distribui-las. Entretanto, com a tarifa de 50%, fica inviável exportar. “É colher para ter prejuízo”, resume.
Manga para outros destinos?
A respeito da possibilidade de realocar o destino da manga, o presidente da Abrafrutas diz ser inviável por conta do tamanho da produção. “A Europa é um grande cliente, mas já está abastecida. Além disso, não recebem a mesma variedade de frutas que vendemos aos Estados Unidos”, conta.
De acordo com ele, despachar a manga ao mercado interno também não é viável devido à alta quantidade de fruta para consumo em curto espaço de tempo. “Vamos abarrotar o país, o preço vai desabar, nós vamos encher o mercado de manga e o custo para produzir, digamos, um quilo de manga será maior do que o preço de venda”, contextualiza.
Apesar do momento crítico, Coelho ainda acredita em uma flexibilização no prazo para o início da tarifa e que, nesse intervalo, Brasil e Estados Unidos cheguem a um acordo.
Business
Santa Catarina prorroga redução de ICMS sobre insumos agropecuários, diz Ocesc

A Organização das Cooperativas de Santa Catarina (Ocesc) informou que a Assembleia Legislativa do Estado (Alesc) aprovou o Projeto de Lei 403/2024, que prorrogou para dezembro de 2025 a redução de 60% do ICMS cobrado sobre os insumos agropecuários na venda para outros Estados.
O PL foi elaborado pelo Sistema Ocesc com a Frencoop/SC. “Essa medida evita impactos retroativos, protege os resultados dos exercícios anteriores e dá fôlego para que as cooperativas se adaptem com responsabilidade às novas exigências fiscais”, disse em nota o coordenador Contábil e Tributário da Ocesc, João Antônio Zerbielli.
Conforme a entidade, outros seis projetos de lei que afetam o cooperativismo catarinense também foram aprovados:
- PL 412/2025, que prorroga até o final de 2028 o crédito presumido de ICMS para fabricantes de farinha de trigo, de mandioca e derivados;
- PL 415/2025, que zera a alíquota do ICMS em produtos da cesta básica nas operações internas até abril de 2026;
- PL 433/2025, que possibilita a transferência de crédito presumido de ICMS acumulado para abatedores de suínos e aves que compram animais produzidos em Santa Catarina;
- PL 435/2025, com remissão de ICMS devido pelos produtos de leite;
- PL 472/2025, que institui o Programa Estrada Boa Rural; e
- PL 426/2025, que define a Secretaria do Meio Ambiente e da Economia Verde (SEMAE) como responsável pela execução do Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Business
Frete sobe até 46% com colheita de milho e logística com soja, diz Conab

A intensificação da colheita da segunda safra de milho e a grande quantidade de soja ainda estocada nas propriedades têm elevado os preços dos fretes rodoviários em diversos estados do país. Segundo o Boletim Logístico de julho da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a disputa por caminhões se acirra em estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, com aumentos que chegaram a 46% em junho.
A pressão sobre o mercado de transporte reflete a combinação entre a produção de 132 milhões de toneladas de milho na safra 2024/25, segundo a Conab, e a retenção de parte da soja pelos produtores, que aguardam melhores cotações após as quedas dos últimos meses.
“Para junho e julho, a alta nos preços deverá ser registrada de modo mais ampliado diante da entrada da oferta de milho, da necessidade de atendimento a compromissos previamente firmados e da disputa por caminhões para atendimento a distintas demandas”, informou a Conab no relatório.
Em Mato Grosso, onde apenas 1% da segunda safra de milho havia sido colhida até junho, a situação já mostra sinais de tensão. O estado, que responde por 43,12% das exportações brasileiras do cereal, registra comportamento de estabilidade nos fretes com tendência de alta. “O arrefecimento momentâneo registrado para novos negócios deverá promover a extensão do aquecimento do mercado de fretes para todo o segundo semestre, pois essa enorme safra deverá ser contratada e escoada em sua totalidade”, destaca o documento.
A situação se complica com a divisão dos corredores logísticos entre soja remanescente e a produção do milho segunda safra. As baixas cotações da oleaginosa fizeram com que parte relevante do produto não tenha sido comercializada, criando competição por espaço logístico. “Do ponto de vista logístico, o fato implica divisão dos corredores e do espaço logístico com a enorme produção vindoura do milho segunda safra”, aponta a Conab.
No Distrito Federal, o boletim registra aumento generalizado nos fretes em junho, com destaque para as rotas com destino a Araguari e Uberaba, em Minas Gerais, que apresentaram variações de 5% e 4%, respectivamente. “A maior movimentação de grãos devido ao escoamento da soja e do início do milho segunda safra, cuja colheita está em andamento, além de uma oferta restrita dos prestadores de serviço de transporte, refletindo positivamente nas cotações de frete”, informou a estatal.
Em Mato Grosso do Sul, os aumentos foram ainda mais expressivos. A rota Aral Moreira-Maringá (PR) disparou 46% no mês, passando de R$ 90 para R$ 131 a tonelada. Para Paranaguá, a mesma origem registrou alta de 31%, de R$ 200 para R$ 261. “A redução no preço da soja nos últimos meses vem provocando um comportamento mais cauteloso por parte dos vendedores, que optam por comercializar gradualmente a produção em busca de melhores oportunidades de negócios”, disse a Conab. O estado movimentou 774.292 toneladas de soja em junho, ante 620.421 toneladas em maio, um crescimento que justifica parte da pressão sobre os fretes.
Goiás também registra aquecimento na demanda por transporte. Nas principais rotas com origem em Rio Verde, os aumentos chegaram a 9% em junho na comparação mensal. A rota para Araguari (MG) subiu de R$ 117 para R$ 127 a tonelada, enquanto o destino Santos (SP) passou de R$ 284 para R$ 308. “Apesar disso, o mês deve encerrar com menos de 10% da segunda safra de milho colhida, um contraste com os 30% registrados no mesmo período da safra anterior”, observou a Conab.
A comercialização do milho em Goiás atingiu 35% da safra, impulsionada pela necessidade de os produtores cobrirem custos e adquirirem insumos para a próxima safra. A soja apresenta índice de comercialização de 85%, com o restante da produção retido na expectativa de melhores oportunidades de venda.
No Paraná, o cenário se mostra mais heterogêneo. A soja apresentou impacto positivo nos preços de fretes em Cascavel, com alta de 24%, e em Ponta Grossa, com aumento de 9%. Porém, o milho variou negativamente em 7% para o destino Rio Grande do Sul e 11% para Paranaguá, em virtude das chuvas e diminuição dos fretes na região.
A cultura do milho segunda safra 2024/25 tem 18,9% da produção comercializada, com apenas 12% da área colhida na região de Toledo. Em relação ao feijão de primeira safra 2024/25, a colheita está finalizada com 96,1% da produção comercializada.
Mesmo com a redução no preço do diesel e o reajuste para baixo do piso mínimo de fretes pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a Conab avalia que os custos continuam pressionados por fatores estruturais. A necessidade de liberar espaço em armazéns para recebimento do milho, somada à quantidade produzida pela agricultura em 2025, mantém suporte no nível de preços.
“O mercado trabalha, de modo geral, com a previsão de preços elevados atribuídos aos fretes rodoviários, a se observar a partir de junho, com potenciais efeitos ao longo de todo o segundo semestre de 2025”, destacou o relatório.
A expectativa é de que as cotações dos fretes apresentem suporte durante todo o ano, uma vez que ainda há parcela da soja a ser escoada, além da safra de milho a ser destinada aos mercados interno e externo.
- Sustentabilidade22 horas ago
Manejo eficaz com biológicos garante impulsionar a produtividade no campo – MAIS SOJA
- Sustentabilidade9 horas ago
Sustentabilidade da cadeia da soja abre as discussões desta quarta-feira no Congresso Brasileiro de Soja – MAIS SOJA
- Featured9 horas ago
Mercado brasileiro de algodão enfrenta desafios e aposta em inovação genética para manter competitividade
- Sustentabilidade23 horas ago
Híbrido brasileiro rende 150% mais em teste com 30 cultivares de sorgo – MAIS SOJA
- Featured10 horas ago
Bayer lança tecnologias no Congresso Brasileiro da Soja 2025
- Agro Mato Grosso10 horas ago
Pesquisa desenvolve mudas de bananeiras com tecnologia in vitro para beneficiar pequenos produtores em MT
- Featured10 horas ago
Governo de MT licita construção de mais sete pontes de concreto em rodovias estaduais
- Featured11 horas ago
VÍDEO: biólogo faz registro raro de tamanduá atravessando rio no Pantanal de MT | MT