Sustentabilidade
Setor têxtil mundial vem ao Brasil para conhecer o modelo de produção do algodão do país – MAIS SOJA

De 20 a 25 de julho, 15 representantes do setor têxtil global e de organizações ambientais com atuação internacional estarão no Brasil para conhecer, de perto, o modelo de produção do algodão brasileiro. Iniciativa promovida pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), através do programa de promoção internacional Cotton Brazil, a primeira edição do “Brazilian Cotton Dialogues” inclui visita a fazendas, algodoeiras e laboratórios distribuídos em cinco municípios de três estados brasileiros (Mato Grosso, Bahia e Goiás).
A comitiva internacional é formada por representantes da International Textile Manufacturers Federation (ITMF), da Better Cotton e da IDH, além de executivos de marcas e grupos têxteis com atuação global, como IKEA, Premier Mills, Lacoste, Karsu e Glossy Impex. Consultores internacionais e líderes de empresas de certificação socioambiental também integram a delegação.
Para o presidente da Abrapa, Gustavo Piccoli, o “Brazilian Cotton Dialogues” representa mais um importante passo no posicionamento internacional da pluma brasileira. “Será uma grande oportunidade de abrirmos as portas das nossas propriedades para mostrarmos, na prática, o modelo brasileiro de produção”, pontuou.
Os 3 pilares do algodão brasileiro
Um dos principais objetivos do evento será mostrar aos clientes da fibra brasileira quais são os principais pilares que direcionam a produção no país, que são a rastreabilidade, a qualidade e a sustentabilidade.
Ao todo, serão visitadas três fazendas nos municípios de Primavera do Leste (MT), Luís Eduardo Magalhães (BA) e Cristalina (GO), onde os representantes poderão conhecer os processos da produção responsável do algodão brasileiro, que atualmente conta com certificação socioambiental para 85% da sua produção. Os visitantes também conhecerão as usinas de beneficiamento de algodão de cada unidade produtiva, etapa essencial para a rastreabilidade do algodão brasileiro. A partir dali todos os fardos ganham a etiqueta do Sistema Abrapa de Identificação (SAI).
Além disso, haverá dois workshops técnicos, o primeiro deles acontecerá na sede da Associação Mato-grossense de Produtores de Algodão (Ampa), em Cuiabá, e o outro será na sede da Abrapa, em Brasília (DF). Entre os temas dos workshops, será discutida a qualidade da pluma brasileira, momento em que os compradores serão atualizados sobre os resultados das análises laboratoriais e de todas as ações do setor cotonicultor que envolvem a melhoria da fibra nacional. Os clientes também poderão dar feedbacks que serão úteis para a otimização do produto nacional.
“Construímos a programação para que todos possam vivenciar as diferentes realidades da cotonicultura brasileira, com ênfase nas práticas de sustentabilidade, rastreabilidade e controle de qualidade”, explicou Marcelo Duarte Monteiro, diretor de Relações Internacionais da Abrapa.
Diálogo com entidades internacionais
A ação faz parte das estratégias do Cotton Brazil, programa da Abrapa que promove o algodão brasileiro em escala mundial. Fernando Rati, gerente do programa, explica que a agenda inclui uma sessão de feedback entre a equipe da Abrapa e os participantes, para a troca de informações e esclarecimento de dúvidas. “Essa escuta é fundamental para mantermos o programa alinhado com as demandas da indústria têxtil, das marcas e das certificadoras de sustentabilidade”, explicou.
Idealizado e coordenado pela Abrapa, o programa Cotton Brazil é realizado em parceria com Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) com apoio da Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea).
Em números.
De agosto de 2024 a junho de 2025, o Brasil exportou 2,708 milhões de toneladas de algodão. Embora ainda falte um mês para encerrar o ano comercial 2024/25, o País já superou a performance de 2023/24 (2,689 milhões de toneladas), quando assumiu a liderança na exportação de pluma.
Fonte: Abrapa
Sustentabilidade
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Biodiversidade de Mato Grosso é destaque na maior feira mundial de observação de aves

Evento internacional reúne operadores e entusiastas de viagens voltadas à vida selvagem e conservação ambiental
Com um dos maiores potenciais de biodiversidade do Brasil, Mato Grosso participou da Global BirdFair 2025, realizada de 11 a 13 de julho, em Rutland, no Reino Unido, com o objetivo de fortalecer sua presença no turismo internacional de natureza e se consolidar como destino de safári e observação de aves.
O evento é considerado a principal feira mundial dedicada à avifauna e à conservação ambiental, reunindo operadores, especialistas e entusiastas do ecoturismo de diversos países.
Abrangendo Pantanal, Cerrado e Amazônia, Mato Grosso reúne condições únicas para o ecoturismo, com experiências que vão desde o avistamento da arara-azul nas planícies pantaneiras até a busca pelo som encantador do uirapuru em meio à floresta amazônica.
Representando a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), a superintendente de Política e Promoção do Turismo, Júlia Assis, participou da programação com foco em promover o estado como um dos destinos mais promissores da América do Sul para o birdwatching e o ecoturismo de safári.
“Quando a gente mostra os nossos biomas, a nossa extensão territorial e a nossa quantidade de espécies registradas aqui no nosso estado, impressiona. Em Mato Grosso, nós temos 909 espécies registradas. Então eu tenho certeza que a gente vai conseguir atrair com mais potência esse turista para vir para cá e conhecer seja Pantanal, seja Cerrado, seja Amazônia, porque a nossa diversidade de espécies é um potencial”, afirma.
Além de reunir características ecológicas excepcionais, o estado também tem investido na estruturação do turismo internacional. Um exemplo disso é o reconhecimento do Cristalino Lodge, em Alta Floresta, que possui representante no Reino Unido e articula diretamente com os turistas britânicos.
A presença na feira integra uma agenda estratégica de promoção do turismo internacional, coordenada pela Sedec em parceria com a Embratur. Dados recentes apontam que o número de turistas estrangeiros entrando diretamente em Mato Grosso aumentou mais de 19% em 2024, tendência que se mantém forte em 2025.
Próxima parada: Nova York
As ações de divulgação internacional continuam no segundo semestre, com a participação do estado na Galeria Visit Brasil, que será realizada entre os dias 29 de outubro e 2 de novembro, em Nova York (EUA).
Durante o evento, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul se reúnem para promover o pantanal como destino de safári sul-americano, com destaque para espécies emblemáticas como onça-pintada, lobo-guará e tamanduá-bandeira, além de apresentar ao público norte-americano elementos culturais e gastronômicos da região.
Sustentabilidade
Polinização por abelhas e animais contribui com até 25% do valor da produção do agro

A polinização animal tem ganhado protagonismo na produção agropecuária brasileira. Segundo estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a contribuição dos polinizadores como abelhas, borboletas e morcegos representou, em média, 16,14% do valor da produção agrícola e extrativista do Brasil em 2023 — um aumento em relação aos 14,4% registrados em 1996.
Nos cenários mais favoráveis, essa participação pode chegar a 25% do valor total da produção nacional. O estudo “Contribuição dos Polinizadores para as Produções Agrícola e Extrativista do Brasil 1981-2023” considerou dados da Produção Agrícola Municipal (PAM) e da Produção da Extração Vegetal e Silvicultura (PEVS).
Dos 89 produtos analisados, 48,3% têm algum grau de dependência da polinização animal. O efeito é mais acentuado nas culturas permanentes, como frutas e café, e no extrativismo vegetal, com destaque para o açaí e o babaçu.
Em 2023, a contribuição dos polinizadores no extrativismo alcançou 47,2%, mais que o dobro do índice observado em 1996 (21,8%). Nas lavouras permanentes, o índice ficou em 38,7%, enquanto nas temporárias, como soja e feijão, chegou a 12%. Apesar disso, os cultivos temporários dominam a área plantada e a produção nacional.
Soja: baixa dependência, mas alta influência
Principal cultura temporária do Brasil, a soja possui dependência considerada modesta da polinização. Ainda assim, por seu elevado volume de produção e expansão territorial, ela contribui significativamente para a ampliação da área agrícola com algum nível de dependência de polinizadores.
A soja aparece entre os cinco principais produtos com dependência de polinizadores em todas as regiões do Brasil.
Mesmo com dependência modesta dos polinizadores, devido ao volume produzido e valor de produção, a expansão da soja para além de suas áreas tradicionais de cultivo, na região Sul, teve duas consequências: por um lado, contribuiu para o aumento da área ocupada por culturas que dependem de polinizadores e, por outro, substituiu cultivos com maior dependência desses agentes, reduzindo a participação de produtos associados à polinização animal, especialmente aqueles de menor valor comercial.
Na região Norte, o açaí – com alta dependência de polinização – é o principal destaque. Já no Nordeste, frutas como manga, cacau e uva se sobressaem. No Sudeste, produtos como o café e a laranja lideram a lista. No Sul, a maçã é uma das mais dependentes da polinização. E no Centro-Oeste, soja e algodão dominam, mesmo com dependência modesta.
Municípios mais dependentes de polinizadores crescem no Brasil
Entre 1996 e 2023, houve aumento de quase 6 pontos percentuais na proporção de municípios cuja produção agrícola e extrativista depende, em mais de 5%, da polinização. O Nordeste, com sua forte produção de frutas, foi a região com maior destaque nesse crescimento.
O estudo do IBGE destaca que até mesmo culturas de menor expressão nacional podem ter impacto estratégico local. “Além de contribuírem para a agricultura, os polinizadores são vitais para a manutenção dos ecossistemas”, reforça Leonardo Bergamini, analista do IBGE.
Mais da metade da área colhida tem dependência modesta
Em 2023, 53,5% da área colhida no Brasil era ocupada por produtos classificados com dependência modesta de polinização, como soja e feijão. A expansão dessa classe é um dos destaques da série histórica, que aponta crescimento constante desde 1975.
Nas lavouras permanentes, embora a classe com dependência modesta represente apenas 19,4% dos produtos, ela ocupa 41,2% da área plantada — com destaque para o café arábica e a laranja. Já as classes com alta ou essencial dependência, como o cacau e o caju, têm ampliado sua área cultivada ao longo dos anos.
Produtos dependentes de polinização representam 17,6% da produção
Apesar de a maioria da produção agrícola brasileira (82,4%) ainda ser formada por produtos sem dependência de polinizadores, o grupo com dependência modesta já responde por 15,9%. As classes com alta ou essencial dependência somam 1,6%, mas são fundamentais para determinadas regiões e produtos estratégicos.
No extrativismo, mais de 40% da quantidade coletada vem de produtos com dependência alta ou essencial, como açaí e babaçu. Embora a erva-mate — sem dependência de polinizadores — continue sendo o produto mais coletado, a tendência é de crescimento das culturas dependentes.
Ameaças aos polinizadores exigem atenção
A crescente dependência da polinização animal contrasta com a redução das populações de polinizadores, ameaçadas por perda de habitat, uso de agrotóxicos, doenças, mudanças climáticas e espécies invasoras.
“Garantir a continuidade desse serviço essencial exige investimentos em pesquisa e políticas públicas”, conclui Bergamini.
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