Connect with us

Sustentabilidade

Entrevista – John Landers, o “pai” do Sistema Plantio Direto no Cerrado – MAIS SOJA

Published

on


O agrônomo britânico John Nicholas Landers, de 87 anos, tem uma longa trajetória de disseminação das práticas de agricultura conservacionista no Brasil. Nascido em Watford, no Reino Unido, o bacharel em Agricultura pela Universidade de Reading e mestre em Irrigação pela Universidade da Califórnia chegou ao País em 1966 aos 28 anos, a serviço do IRI Research Institute dos Estados Unidos. Durante quase seis décadas, Landers vem contribuindo como pesquisador, consultor e produtor rural para o desenvolvimento da agricultura brasileira, sobretudo no Cerrado e na Amazônia. Na década de 1990, fundou a Associação do Plantio Direto no Cerrado (APDC), que contribuiu para a consolidação do Sistema Plantio Direto (SPD) no Cerrado. Os esforços em mostrar como a agricultura pode conservar os nossos solos lhe renderam diversas homenagens, como o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Goiás, em 2017, pelo pioneirismo no desenvolvimento do SPD na palha. Nesta entrevista, que teve a participação da pesquisadora Ieda Mendes, Landers fala sobre a carreira no Brasil, os desafios na disseminação do SPD, uma curiosidade surpreendente sobre a pré-história da Embrapa Cerrados, além de apontar rumos para a pesquisa agropecuária.

Como surgiu o interesse do senhor pela agricultura?
Meu avô era gerente de uma série de fazendas que se chamava State, na Inglaterra. Com 10 anos de idade, eu dirigia trator. No meu tempo livre, sempre ficava em fazendas. Então, a única escolha que eu achava que tinha e perseguia era estudar Agricultura em Reading.

O senhor veio ao Brasil em 1966 para realizar um trabalho pelo IRI Research Institute. Do que se tratava esse trabalho?
Quem me trouxe ao Brasil foi meu tio. Ele veio em 1934 plantar café no Oeste de São Paulo e depois se mudou para Matão (SP). Era um homem inteligente e que me ajudou muito na forma de pensar sobre agricultura. Fiquei um mês em Matão e, como minha especialidade era irrigação, fui enviado a Recife (PE) para começar meu trabalho com o IRI. Comecei junto com a Sudene (Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste), principalmente nas estações de Mandacaru e Bebedouro, que estavam desenvolvendo a irrigação para difundir na região.

E o que o fez permanecer no País até hoje?
Continuei com o IRI até 1974 e depois dois anos como especialista. Inclusive, implantei, na Estação Experimental de Brasília (atual Embrapa Cerrados), um experimento irrigado de milho com controles de umidade até 40 cm (de profundidade do solo) por tensiômetros e blocos de gesso. No início de 1968, fui transferido para a Venezuela. O IRI tinha captado um contrato para desenvolver a agricultura no delta do rio Orinoco. Fui como chefe de programa e implantei uma estação experimental na Ilha Iguana. Voltei para o Brasil em 1972, como chefe do IRI. O IRI havia perdido o contrato com a USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional) e era difícil buscar recursos. Então, começamos a tornar a estação experimental em comercial, vendendo abacaxi e sementes de forrageiras. Depois, em 1974, o projeto de sementes forrageiras foi comprado por uma grande empresa inglesa, a Nickerson Seeds, que me colocou em São Paulo como encarregado do projeto. Eles também investiram em sementes de soja com um programa no Rio Grande do Sul e no Paraná.

Como o senhor via a agricultura do Brasil no final da década de 1960, em especial no Bioma Cerrado? 
Obviamente, o Brasil era importador de alimentos naquela época e eu via que faltavam as últimas tecnologias para a agricultura evoluir. No Cerrado, a agricultura era mais pobre ainda, (havia) principalmente arroz de sequeiro, que era um desastre em termos econômicos (risos). Mas o IRI foi pioneiro em resolver os problemas da infertilidade dos solos do Cerrado. Eu tinha visto as soluções que o IRI preconizava para tornar os solos do Cerrado produtivos. O IRI descobriu a falta de cálcio, de fósforo e de micronutrientes, que foi a base para torná-los produtivos. Então, vi solos e topografia muito bons em termos de mecanização, mas faltava a parte técnica de adubação e correção de solo.

Naquele momento, o que o fazia acreditar que a agricultura brasileira poderia sofrer uma revolução tão profunda a ponto de transformar o País de importador, como o senhor disse, a grande exportador de alimentos algumas décadas depois?
O IRI havia publicado boletins sobre a correção dos solos do Cerrado. Eu tinha lido tudo isso e estava convicto de que havia um grande futuro para o Cerrado em termos de produtividade.

O senhor sempre demonstrou preocupação com a sustentabilidade da agricultura, o que nos dias de hoje é um discurso comum. Como os produtores e o setor agrícola lidavam com a questão no início dos seus trabalhos aqui no Brasil?
O conceito de sustentabilidade em si começou, me parece, há uns 20 anos. Naquela época, o conceito era de conservar o solo para continuar produzindo.

Quanto ao Sistema Plantio Direto (SPD), o senhor é considerado o pai dessa prática de manejo conservacionista do solo no Cerrado. Mas, no passado, foi considerado louco. Havia, de fato, uma resistência à adoção do SPD, mesmo com tantos benefícios demonstráveis?
Os agricultores de Morrinhos (GO), onde eu tinha uma fazenda, davam risadas de mim. E também havia resistência dentro da Embrapa Cerrados. Foram alguns dos pesquisadores menos preconceituosos que se aliaram a nós no início. O primeiro foi o (Eduardo) Assad (atualmente aposentado), que escreveu um capítulo sobre chuvas na publicação “Fascículo de Experiências de Plantio Direto no Cerrado”, de 1995. Foi uma das primeiras colaborações da Embrapa Cerrados com a Associação de Plantio Direto no Cerrado (APDC), porque já estávamos trabalhando com alguns Clubes Amigos da Terra (CATs) (grupos e associações de produtores voltados à difusão do SPD), que haviam sido instalados aqui por gaúchos. O conceito de CAT foi o berço. O CAT de Jataí (GO), que já estava instalado, foi o modelo. Começamos a trabalhar com eles em 1994 para desenvolver a ideia de CAT para divulgar e também para ajudar a desenvolver o SPD, porque a pesquisa em estação experimental é muito boa, mas a pesquisa em fazenda tem outras dimensões e possibilita a rápida extensão ao produtor. Quando ele vê pequenas parcelas na estação experimental, não acredita. Ele quer ver um agricultor fazendo e ganhando dinheiro. Aí ele acredita.

Os CATs persistiram por muito tempo?
Eles começaram a se expandir muito rapidamente e, no auge, havia uma rede de 49 CATs e outras instituições como cooperativas no Cerrado. Eles perduraram enquanto o SPD foi uma coqueluche. Infelizmente, não vieram outras revoluções iguais para darmos seguimento. Comecei com controles biológicos com a COOPA-DF, mas fomos subvertidos pelos Correios. Estávamos usando os Correios para receber os ovos dos parasitas que estávamos utilizando e houve uma greve. Os agricultores perderam a confiança, e levou mais uns cinco a 10 anos para eles começarem a usar (o controle biológico).

O SPD é uma prática fundamental para a agricultura sustentável, permitindo a conservação do solo e da água, ganhos em produtividade, mitigação de gases de efeito estufa etc. Qual o panorama atual do SPD no Cerrado?
Estimo, por cima, 90% de aceitação do SPD. Então, em termos de expansão, a demanda não é tão grande. O que temos que olhar é a onda da agricultura regenerativa. É um termo que está sendo muito mal empregado, principalmente por empresas de insumos que querem colocar esse nome, sem critérios, aos alimentos produzidos com os seus produtos. Minha interpretação é a seguinte: sem o SPD, a agricultura regenerativa não vai funcionar! Deixando de revolver o solo, você engatilha a atividade biológica do solo, e isso é o segredo do sucesso do SPD e da agricultura regenerativa. De fato, regenerativo é o melhor adjetivo para descrever o que o SPD faz pelo solo, o resto é elucubração.

Uma crítica que é ouvida com frequência é a de que existem produtores que falam que adotam o SPD, mas que, na verdade, o fazem de forma incompleta ou equivocada. Quais lacunas do manejo o senhor observa?
O principal é a falta de uma maior rotação de plurianual, em que você não repete a mesma cultura na mesma terra no ano seguinte. Bem mais da metade (dos produtores que adotam o SPD) não faz isso. O problema é que, até recentemente, a soja era, de longe, o (cultivo) mais lucrativo. Agora, temos pesquisas que mostram os valores de se manter uma rotação plurianual por vários anos. Por exemplo, o Juca Sá (João Carlos de Moraes Sá), junto com o (Lucien) Seguy fez um estudo em Mato Grosso que é sui generis. Mostra que, a longo prazo, os princípios do SPD trazem lucros acima de coisas feitas pela metade.

E que consequências podem ocorrer para os produtores que adotam o SPD de forma equivocada?
Não gosto do termo “equivocado”. Eles estão seguindo o que eles acham mais produtivo do sistema e deixando de lado a rotação plurianual. Até pouco tempo atrás, faltavam resultados de pesquisa contundentes mostrando o benefício a longo prazo dessas rotações. O problema é que é um pouco complicado a adoção disso. O agricultor não vai plantar uma cultura que vai produzir 60% do lucro da soja. Isso é o simples fato econômico e são os fatos econômicos que dirigem a forma de tocar as lavouras. Mas temos possibilidades de ir além do SPD como ele está agora e, para isso, precisamos dirigir a pesquisa a esse ponto.

Como ir além do SPD?
Por exemplo, introduzi o SPD na propriedade de um agricultor na Inglaterra 14 anos atrás. Primeiro, ele adotou o SPD e depois ele passou à agricultura regenerativa. Uma das descobertas dele é que se você mantém o pH da seiva da planta em 6.4, os insetos não gostam da seiva, então não há problema com insetos. Esse agricultor está fazendo outros controles que o permitem produzir praticamente sem pesticidas. Esse é um pioneiro, um homem inteligente que tem uma fazenda lucrativa e dinheiro para investir em pesquisa. Acho que a pesquisa teria que ficar no pé desses agricultores pioneiros, ajudando-os a levar essas tecnologias adiante. Já desafiei vários pesquisadores a encontrar uma tecnologia em que você, com uma pulverização ou de outra forma, modifica o pH da seiva, eliminando os pesticidas. Vai levar umas duas décadas, mas temos que ter isso como alvo.

Inicialmente, pode haver uma certa resistência na pesquisa, demora um tempo até que isso seja absorvido…
Por isso (deve haver) o apoio da pesquisa aos pioneiros, que são tomadores de risco. É fundamental, porque reduz o risco dos produtores.

Em que outras áreas podemos progredir com a pesquisa?
Esse agricultor inglês que mencionei foi aos Estados Unidos e fez dois cursos. A aprendizagem dele é que o agricultor tem uma planta, e essa planta, quando falta alguma coisa, manda uma mensagem ao solo através dos exsudatos da raiz. Esses exsudatos encorajam outras entidades a produzirem o que está faltando na planta. A doutora Ieda identificou duas dessas substâncias (enzimas arilsulfatase e betaglicosidase) e as usa para caracterizar a atividade biológica do solo. Mas esse agricultor me contou que há 750 dessas substâncias no solo. Imagine a complexidade da pesquisa necessária para explorar tudo isso. Vai levar meio século.

Gostaria de comentar alguma outra questão sobre a pesquisa?
No trabalho de desenvolver um desenho de ensaio de pastoreio com coberturas (vegetais), eu me debrucei com uma série de perguntas para as quais não tinha resposta. Como vou selecionar tratamentos no experimento se não tenho essas respostas? Acho que não deve ser necessário, numa estação experimental, ter um projeto de pesquisa para fazer testes exploratórios que vão nortear o pesquisador em termos de seleção de tratamentos. Vou dar um exemplo. A Manah me financiou, em 1988, um trabalho exploratório para testar diferentes trabalhos de SPD. Selecionei 30 deles para fazer testes exploratórios sem replicação. Se tivesse optado por fazer três replicações, só teria testado 10 trabalhos. E quem iria me dizer que o melhor estava entre esses 10? Você vai colocar uns tratamentos inúteis, e a informação que vai receber será limitada.

O senhor é mestre em irrigação. Como vê esse tema na agricultura brasileira?
No geral, é marcar a garantia dos caudais dos rios pequenos em toda a região, porque a lei manda manter o caudal durante a época seca, em vez de secar e criar problemas para a dessedentação de animais. Outra linha de pensamento tem sido a forma de desenvolver mais a produção de hortaliças na região e, portanto, (gerar) empregos. Acho que o manejo do solo com irrigação, por causa do alto investimento, está sendo forçado a conservar o solo e a água.

Na sua trajetória profissional, o senhor testemunhou o nascimento e o crescimento da Embrapa, que em 2023 completou 50 anos. O que a Empresa, a seu ver, representa para o País?
Primeiro, ela é o esteio da atividade agro. Segundo, é uma apólice de seguro que assegura que as tecnologias sejam as mais produtivas possíveis, e sempre melhorando. Representa uma liderança mundial em termos de sustentabilidade por meio do SPD. É também uma entidade séria, muito respeitada em todo o mundo, e é imprescindível ao País a Embrapa apoiando a agropecuária.

Em 2025, é a Embrapa Cerrados que está completando 50 anos. Você participou, inclusive, da pré-história da nossa Unidade…
Antes, (a Unidade) era o Escritório Técnico de Agricultura (ETA-44) do Ministério da Agricultura. Edson Lobato (pesquisador aposentado) e outros agrônomos que haviam passado no concurso do ministério estavam trabalhando lá com dois técnicos do IRI. Isso era outro programa da USAID. Descobri, no mapa da estação experimental, que a administração de Planaltina-DF havia colocado a sua estação de tratamento de águas dentro da área do Ministério da Agricultura. Pedi uma audiência com o presidente da Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil) e mostrei a ele. Ele disse: “Bom, o que você quer?”. E eu falei: “Gostaria de aumentar a área da estação experimental para abarcar toda a área de cima, que tem solos diferentes”. No ato, ele cedeu à Embrapa um topógrafo, que ficou três meses lá, medindo tudo. Pouca gente sabe disso.

Então quer dizer que você foi um dos responsáveis pela enorme área que temos hoje na Embrapa Cerrados?
Fui O responsável (risos).

Pensando no futuro, para que direção a Unidade deve apontar as pesquisas?
Para cima! (risos). Penso que a área de agricultura regenerativa real deveria ser reforçada. Existe uma nova espécie de capim braquiária que vem da Namíbia, chamada Brachiaria negropedata. Isso tinha que ser pesquisado, porque a informação que tenho de técnicos da África do Sul é de que ela seria muito bem apropriada aqui. A área de pastagens consorciadas foi esquecida de tal forma que eu não encontro sementes de leguminosas como siratro, soja perene e tardia e centrosema no mercado. Sumiram. Acho que é preciso persistir na ideia de pastagens consorciadas, porque há varias leguminosas adaptadas à região e ao pastoreio. Soja perene e tardia e os híbridos de centrosema, feitos pelo R.H. MacArthur, um pesquisador australiano enquanto esteve aqui, são muito promissores. Estou desenhando um experimento junto com a Embrapa Cerrados para testar algumas dessas leguminosas num sistema um pouco diferente, que chamamos de tapete verde, em que usamos a leguminosa como cobertura do solo para receber culturas e o SPD. Quando esse projeto foi desenvolvido, em Morrinhos entre 1988 e 1992, não havia a safrinha. Então, terá que haver muito trabalho adaptando esse sistema à safrinha, mas é uma forma de também aumentar a oferta de forragens de boa qualidade na época seca, já que a leguminosa tem proteína. A quantidade em que você aumenta a capacidade de carga na época seca equivale ao incremento no rebanho. Isso é um ponto nevrálgico onde acho que deveria se concentrar a pesquisa.

Continue Reading

Sustentabilidade

Bom ritmo de exportação e avanço da colheita de milho deixam preços em patamares mistos no Brasil – MAIS SOJA

Published

on


O mercado brasileiro de milho registrou uma semana de patamar misto de preços ao longo da semana. De modo geral os preços subiram, por conta da boa movimentação de negócios na exportação, muito embora o melhor andamento da colheita da safrinha tenha contribuído para a queda das cotações em algumas regiões.

De acordo com a Safras Consultoria, os consumidores continuam atuando com pouca força nas negociações, com expectativas em torno do avanço de oferta em breve com colheita da safrinha. Já os produtores estão avançando na fixação de oferta, mas carregam certo tom de cautela, diante do bom movimento de embarques nos portos, o que contribuiu para um avanço na paridade de exportação nos últimos dias.

Fatores como a variação do dólar, o movimento dos preços futuros do milho na Bolsa de Chicago, a paridade de exportação e as notícias envolvendo a adoção de tarifas seguem no radar do mercado.

A tendência de clima favorável para a colheita em grande parte do Centro-Sul do Brasil nos próximos dias pode atuar como um fator de pressão às cotações.

No cenário internacional, a semana foi marcada por um cenário geral de recuperação nos preços em meio ao indicativo de queda nos números de produção e de exportação da safra norte-americana e mundial de milho, assim como por compras de barganha.

Preços internos

O valor médio da saca de milho no Brasil foi cotado a R$ 60,83 no dia 17 de julho, alta de 0,72% frente aos R$ 60,39 registrados no fechamento da semana passada. No mercado disponível ao produtor, o preço do milho em Cascavel, Paraná, foi cotado a R$ 58,00, queda de 3,33% frente aos R$ 60,00 da última semana.

Em Campinas/CIF, a cotação ficou em R$ 66,00, estável frente à semana anterior. Na região da Mogiana paulista, o cereal recuou 3,23%, passando de R$ 62,00 para R$ 60,00.

Em Rondonópolis, Mato Grosso, a saca foi cotada a R$ 54,00 por saca, alta de 3,85% frente aos R$ 52,00 da semana passada. Em Erechim, Rio Grande do Sul, o preço ficou em R$ 68,00, queda de 1,45% frente aos R$ 69,00 da semana anterior.

Em Uberlândia, Minas Gerais, o preço na venda para a saca permaneceu em R$ 59,00. Já em Rio Verde, Goiás, a saca avançou 5,88% de R$ 51,00 para R$ 54,00.

Exportações

As exportações de milho do Brasil apresentaram receita de US$ 73,818 milhões em julho (9 dias úteis), com média diária de US$ 8,202 milhões. A quantidade total de milho exportada pelo país ficou em 338,425 mil toneladas, com média de 37,602 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 218,80.

Em relação a julho de 2024, houve baixa de 73,1% no valor médio diário da exportação, perda de 75,7% na quantidade média diária exportada e valorização de 10,6% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

Fonte: Arno Baasch/Safras News



 

Continue Reading

Sustentabilidade

Plantio do trigo no RS chega a 92% da área projetada para esta safra – MAIS SOJA

Published

on


Com previsão de cultivo de 1.198.276 hectares de trigo nesta safra de inverno, a semeadura do cereal avançou de forma significativa no Rio Grande do Sul desde o início de julho. O predomínio do tempo seco contribuiu para o bom ritmo dos trabalhos, que já alcançam 92% da área projetada, superando os índices registrados em anos anteriores para o mesmo período.

De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (17/07), a expectativa é de que a conclusão da semeadura ocorra dentro do período recomendado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). As áreas implantadas em julho encontram-se nos estágios de germinação e emergência. No entanto, são necessárias precipitações regulares para garantir o bom estabelecimento das plântulas.

Recuperação das lavouras varia entre as regiões

Os cultivos de inverno estão na fase de desenvolvimento vegetativo. As plantas têm se recuperado de forma progressiva dos efeitos do excesso hídrico ocorrido até o final de junho. As lavouras semeadas em maio e junho apresentam boa densidade populacional, crescimento uniforme e coloração verde intensa — sinais de bom estado nutricional e atividade fotossintética adequada.

A recuperação, no entanto, é desigual entre as regiões. No Sul do Estado, a persistência da umidade relativa elevada e da nebulosidade tem limitado o desenvolvimento das plantas. Já no Noroeste, as temperaturas mais altas provocaram amarelecimento foliar e os primeiros sintomas de doenças fúngicas.

Fronteira Oeste ainda abaixo da média

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, que abrange a Fronteira Oeste, o avanço da semeadura é mais tímido. A área implantada chega a cerca de 80%, ficando aquém do registrado em safras anteriores em municípios como São Borja, Itaqui e Maçambará — responsáveis pelas maiores produções da região.

O atraso está relacionado às intensas chuvas desde a abertura da janela de semeadura, que comprometeram as condições de campo e exigiram replantios e ações corretivas em áreas afetadas por processos erosivos, como erosão laminar e sulcos.

 Semeadura alcança 90% da área em Erechim e 96% em Santa Rosa

 Na região de Erechim, 90% da área prevista com trigo já foi semeada. As lavouras se encontram em diferentes estágios fenológicos, entre a semeadura e o perfilhamento. As áreas implantadas mais precocemente apresentam bom estabelecimento e desenvolvimento satisfatório.

Na região de Santa Rosa, a semeadura do trigo está próxima do fim, alcançando 96% da área prevista. Há relatos de produtores adotando estratégias de contenção de custos, como a redução no uso de insumos. Curiosamente, as lavouras implantadas de forma mais tardia apresentam melhores índices de emergência e estande do que aquelas semeadas no início do período indicado pelo zoneamento, afetadas pelo excesso de chuvas.

Pequenas áreas marginais, com problemas de drenagem e acesso, também foram semeadas recentemente. O aumento das temperaturas elevou o risco de ocorrência de pragas, como pulgões e lagartas, que seguem sob monitoramento técnico.

Aveia branca – A semeadura avançou e está próxima a finalização. A Emater/RS-Ascar projeta o plantio de 401.273 hectares, e produtividade de 2.254 kg/ha. A continuidade do tempo firme contribuiu para o desenvolvimento das lavouras com sintomas de estresse fisiológico, causado pela saturação hídrica e pela baixa luminosidade. As áreas semeadas fora da janela recomendada pelo Zarc, que já se encontravam em estádio reprodutivo durante as geadas ocorridas entre 30/06 e 03/07, apresentaram danos, como branqueamento foliar, morte da haste principal e emissão de perfilhos de resgate. No entanto, essas áreas representam uma fração pouco expressiva da área total cultivada.

Canola – A semeadura foi concluída. As condições climáticas do período foram favoráveis ao desenvolvimento das lavouras. Observa-se boa recuperação no crescimento das plantas, com emissão de novas folhas e elongação da haste principal, fatores que indicam a retomada do desenvolvimento após os estresses abióticos ocorridos anteriormente. A Emater/RS-Ascar projeta o cultivo de 203.206 hectares, e produtividade de 1.737 kg/ha.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, a semeadura da canola foi concluída e os produtores realizam tratos culturais nas lavouras em estádios mais avançados. Em Manoel Viana, onde se concentra a maior área da região (7.300 hectares), o desenvolvimento está limitado pelas baixas temperaturas e pela persistência de nebulosidade. Em São Borja, estima-se que 50% da área cultivada se encontra em floração. Na região de Santa Rosa, 65% das lavouras estão em desenvolvimento vegetativo; 30% em floração; e 5% em enchimento de grãos. Os efeitos das geadas ainda estão sob avaliação e podem se intensificar ao longo do ciclo. Apesar de estandes insatisfatórios em parte das áreas, há expectativa de compensação produtiva, caso as condições climáticas permaneçam favoráveis.

Cevada – A semeadura foi finalizada. As lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo, e o estabelecimento inicial é considerado adequado. Foram utilizadas principalmente cultivares adaptadas às condições edafoclimáticas de ciclo precoce a médio, com bom perfilhamento, resistência moderada às principais doenças foliares (como mancha-marrom e oídio) e características tecnológicas propícias à produção cervejeira baixo teor proteico e peso hectolitro e rendimento de malte elevados. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, o cultivo ocorre conforme os contratos estabelecidos com a indústria de malte.

PASTAGENS E CRIAÇÕES

Os campos nativos seguem com oferta e qualidade limitadas devido às geadas e às baixas temperaturas, e apresentam vegetação fibrosa e pouco nutritiva. A baixa luminosidade afetou o rebrote. Em propriedades sem pastagens de inverno, há risco de os animais perderem escore corporal. Já os campos nativos melhorados com espécies exóticas apresentaram desenvolvimento satisfatório. As pastagens cultivadas de inverno estão bem estabelecidas e proporcionando pastejo em diversas regiões. No entanto, o crescimento dessas áreas continua restrito em algumas áreas devido à baixa radiação solar, às geadas recentes, ao atraso na semeadura e às dificuldades para aplicação de adubação nitrogenada. Apesar disso, a oferta de forragem começa a suprir parte das necessidades dos rebanhos, reduzindo a dependência de suplementação.

BOVINOCULTURA DE LEITE – A produção de leite mostrou sinais de recuperação em várias regiões, especialmente onde as pastagens de inverno foram bem implantadas, e as parições planejadas para o período. Principalmente nos primeiros pastejos, ainda são necessários ajustes na dieta em função da baixa taxa de fibra das plantas. O estado corporal e sanitário dos rebanhos está satisfatório. O uso de suplementação alimentar tem sido frequente para compensar a limitação de forragem em algumas áreas.

OVINOCULTURA – A ovinocultura encontra-se em período de parições. Intensificou-se o manejo de matrizes e cordeiros. Os rebanhos apresentam apropriado estado corporal e sanitário, especialmente onde há oferta de pastagens de inverno e estruturas de abrigo. No entanto, nas propriedades com alta lotação ou sem pastagens implantadas, os animais estão perdendo peso e demandando maior uso de suplementação.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, os rebanhos ovinos apresentam estado corporal adequado devido à redução do estresse térmico e ao retorno ao pastejo, além do fornecimento de silagem, feno e ração. Na de Passo Fundo, os ovinocultores seguem focados no manejo das matrizes e dos cordeiros em função dos partos. A condição sanitária e nutricional dos rebanhos está adequada. Na de Pelotas, o número de nascimentos diários de cordeiros aumentou, principalmente das raças de dupla aptidão e de carne. As fêmeas próximas da parição foram alojadas em galpões para maior conforto e proteção. A taxa de sobrevivência de cordeiros recém-nascidos se reduziu. Os produtores estão realizando os manejos de assinalação, de castração e de caudectomia dos cordeiros, bem como a aplicação de vacinas contra o ectima contagioso. Nas propriedades onde os partos estão previstos para agosto, é efetuada a esquila pré-parto. As ovelhas pré-parto e em lactação estão recebendo suplementações.

Fonte: Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação



 

Continue Reading

Sustentabilidade

Dia bom para a soja? Saiba como ficaram os preços da oleaginosa no fim desta semana

Published

on

O mercado brasileiro de soja registrou um bom volume de negócios ao longo da semana, impulsionado pelo movimento positivo na Bolsa de Chicago e pela valorização do dólar frente ao real. Segundo o analista Rafael Silveira, da consultoria Safras & Mercado, esse cenário garantiu novo suporte para os preços nos portos, mesmo com pouca oscilação nos prêmios.

  • Fique por dentro das novidades e notícias recentes sobre a soja! Participe da nossa comunidade através do link! 🌱

Conforme dados divulgados nesta sexta-feira (18), no interior do país, os preços permaneceram praticamente estáveis, com ajustes pontuais de alta e baixa, influenciados principalmente pelo basis local. A recente redução no spread entre compradores e vendedores também contribuiu para a efetivação de negócios.

“A recuperação observada em Chicago estimulou o produtor, que aproveitou o momento para ofertar novos lotes, resultando em uma movimentação expressiva de negociações no período”, conclui.

Preços da soja no Brasil

  • Passo Fundo (RS): subiu de R$ 132,00 pra R$ 133,00
  • Santa Rosa (RS): subiu de R$ 133,00 pra R$ 134,00
  • Rio Grande (RS): subiu de R$ 140,00 pra R$ 141,00
  • Cascavel (PR): subiu de R$ 131,00 pra R$ 132,00
  • Paranaguá (PR): subiu de R$ 139,00 pra R$ 140,00
  • Rondonópolis (MT): manteve em R$ 120,00
  • Dourados (MS): subiu de R$ 125,00 pra R$ 127,00
  • Rio Verde (GO): subiu de R$ 122,00 pra R$ 123,00

Soja em Chicago

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a sexta-feira com preços mais altos, mas abaixo das máximas do dia, ampliando os ganhos semanais. Compras técnicas e preocupação com o clima nos Estados Unidos garantiram mais um dia positivo. No acumulado da semana, a valorização foi de 2,82%.

A alta também refletiu o movimento de cobertura de posições vendidas e a previsão de clima quente e seco no Meio-Oeste dos EUA na próxima semana, o que pode comprometer o desenvolvimento das lavouras. A queda do dólar frente a outras moedas, tornando a soja americana mais competitiva, reforçou o viés de alta.

Contratos futuro da soja

O contrato da soja em grão com entrega em agosto subiu 6,25 centavos (0,61%) e fechou a US$ 10,27 3/4 por bushel. A posição novembro fechou em US$ 10,35 3/4 por bushel, avanço de 9,25 centavos ou 0,90%.

Nos subprodutos, o farelo para agosto subiu US$ 5,30 (1,97%) e encerrou a US$ 274,00 por tonelada. O óleo com vencimento em agosto caiu 0,40 centavo (0,71%), ficando em 56,22 centavos de dólar por libra-peso.

Câmbio

O dólar comercial encerrou o dia em alta de 0,75%, cotado a R$ 5,5886 para venda e R$ 5,5866 para compra. Durante o pregão, a moeda oscilou entre R$ 5,5240 e R$ 5,5980. No acumulado da semana, o dólar subiu 3,03%.

Continue Reading
Advertisement

Agro MT