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Envios de bovinos de MT para abate em outros estados recua quase 60%

Mato Grosso enviou entre janeiro e maio 15,87 mil bovinos para serem abatidos em Mato Grosso do Sul, Rondônia e São Paulo. O volume é 59,17% menor ao destinado no mesmo período em 2024.
Os números são do Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), trazidos pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) em seu boletim semanal da bovinocultura.
Conforme o levantamento, o número de bovinos enviados para São Paulo nos meses de abril e maio chamou a atenção. Para lá foram enviadas 1,47 mil cabeças, 87,79% a menos ante o mesmo período de 2024.
O levantamento destaca ainda que dentro de Mato Grosso os abates também apresentaram retração. Entre janeiro e maio foram destinados para o cocho 2,89 milhões de cabeças de bovinos, decréscimo de 2,79%.
“Esse cenário de redução esteve atrelado à menor oferta de animais dentro do estado, reflexo do intenso abate de fêmeas em 2024. Por fim, esse cenário aponta um fortalecimento da arroba bovina no mercado interno e uma oferta mais limitada para outros estados”, explica o Imea.
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Robô detecta doenças em algodão e soja em apenas 7 segundos com IA e luz ultravioleta

Um sistema robótico autônomo, que opera à noite, batizado de LumiBot, é capaz de gerar dados que permitem a construção de modelos para fazer o diagnóstico precoce de nematoides em plantas de algodão e soja antes mesmo do aparecimento dos sintomas.
Desenvolvido pela Embrapa Instrumentação (SP), o LumiBot emite luz ultravioleta-visível sobre as plantas e analisa a fluorescência capturada nas imagens das folhas, com câmeras científicas.
O algodão e a soja têm enorme relevância econômica para o país, com previsão de recorde de safra no período 2025/26, com 4,09 milhões de toneladas de pluma e 177,67 milhões de toneladas de grãos de soja, segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No entanto, as duas culturas enfrentam a ameaça do parasita microscópico de 0,3 a 3 milímetros de comprimento.
Como funciona a detecção de doenças?
O LumiBot utiliza a técnica de Imagem de Fluorescência Induzida por LED (LIFI) para detectar doenças em plantas de forma rápida e não destrutiva. O robô excita as folhas com luz ultravioleta-visível, fazendo compostos como clorofila e metabólitos secundários emitirem luz por fluorescência, que é captada pelas câmeras em ambiente escuro.
As imagens são coletadas em sete segundos, processadas por algoritmos da máquina que identificam padrões associados a estresses bióticos (fungos, bactérias, vírus) e abióticos (deficiências nutricionais, falta de água).
O LumiBot se desloca por trilhos entre as fileiras de algodão, avaliando cada folha e armazenando os dados em dispositivos externos para análise posterior.
A equipe multidisciplinar envolve agrônomos, físicos, biólogos e estudantes que atuam na instrumentação, análise de dados, manutenção das plantas e desenvolvimento experimental, garantindo precisão no monitoramento e construção de modelos preditivos para doenças e estresses vegetais.
Taxas de acerto acima de 80%
O robô é um protótipo, mas já registra resultados promissores no diagnóstico de infecção por nematoides em experimentos realizados em casa de vegetação, com cerca de sete mil imagens coletadas em três anos de pesquisa.
“Conseguimos gerar dados e modelos com taxas de acerto acima de 80%, além de diferenciar as doenças do estresse hídrico”, conta a pesquisadora Débora Milori.
A próxima etapa do estudo será o desenvolvimento de um equipamento para operação em campo, como, por exemplo, adaptar o aparato óptico em um veículo agrícola do tipo pulverizador gafanhoto ou veículo rover.
*Sob supervisão de Luis Roberto Toledo
Business
São Paulo bate recorde de R$ 50 milhões em compras da agricultura familiar em 2025

A agricultura familiar em São Paulo atingiu um novo recorde em 2025. O Programa Paulista da Agricultura de Interesse Social (PPAIS) movimentou R$ 50,5 milhões em compras públicas, ultrapassando o total investido nos últimos quatro anos.
Milhares de famílias encontram no programa a segurança de ter para quem vender, renda garantida e a chance de continuar produzindo com dignidade.
O projeto tem como objetivo garantir mercado para os agricultores familiares e cooperativas, além de fortalecer o abastecimento de instituições públicas estaduais com alimentos de qualidade e origem paulista.
Os produtos adquiridos, como leite, hortifrutis e o café, são destinados a escolas, universidades e unidades prisionais, aproximando o campo das políticas públicas e gerando impacto direto na renda das famílias produtoras.
Dados de compra
O projeto passou de R$ 30 milhões em compras públicas entre 2020 e 2022 para R$ 50,5 milhões em 2025, resultado do fortalecimento das políticas de aquisição.
Segundo a Secretaria de Agricultura de São Paulo, o resultado do PPAIS mostra o potencial do investimento na força da agricultura familiar e o papel das compras públicas no desenvolvimento rural. Quando o estado compra da agricultura familiar, ele investe em pessoas, comunidades e na economia regional.
De acordo com a secretaria, o estado tem levado saneamento rural, com fossas sépticas, ampliando o acesso ao crédito com R$ 500 milhões do Fundo de Expansão do Agronegócio Paulista (Feap) até 2025, avançado na regularização fundiária, com mais de 4,5 mil títulos entregues.
Iniciativas estratégicas
O avanço também está associado a duas iniciativas estratégicas da atual gestão: o fortalecimento da cadeia do leite e a inclusão do café entre os produtos adquiridos pelo programa.
Além de ampliar as aquisições de leite pelas unidades prisionais e demais instituições estaduais, o governo passou a comprar café torrado e moído diretamente de cooperativas da agricultura familiar, uma resposta à imposição de tarifas americanas sobre o café brasileiro.
A Coopercuesta, uma das cooperativas beneficiadas, reforça que a medida representa um divisor de águas para a cafeicultura da região.
“Produzimos de 5 a 6 mil sacas de café por ano, mas apenas 20% chegavam ao mercado Fair Trade internacional. Agora, com o PPAIS, nossa expectativa é que até 80% da produção seja processada, torrada, moída e comercializada no mercado interno, trazendo estabilidade, renda e desenvolvimento para nossa região”, afirma o presidente da cooperativa, Luís Carlos Josepetti Bassetto.
Desenvolvimento e gestão
Segundo o analista de desenvolvimento agrário e gestor do programa, Clóvis Etto, o crescimento expressivo é resultado de um trabalho conjunto entre o ITESP e a Secretaria de Agricultura. “Enquanto o hortifruti já se consolidou em todo o estado, a prioridade agora é impulsionar e fortalecer as cadeias produtivas do leite e do café, o que contribuiu diretamente para esse marco histórico”, afirma.
Com o recorde de 2025, o PPAIS reafirma seu papel como política de estado, mostrando que o fortalecimento das cadeias produtivas e a valorização dos agricultores familiares caminham juntos para um campo mais justo, produtivo e sustentável.
Agro Mato Grosso
Plantio Direto restaura estoque de carbono e ajuda com soluções climáticas em MT

O resultado de uma pesquisa realizada nos biomas Cerrado e na Mata Atlântica brasileiros apontou que o Sistema Plantio Direto (SPD) fundamentado nos seus princípios restaura o estoque de carbono orgânico do solo, contribuindo, dessa forma, para soluções das mudanças climáticas. Nesta quinta-feira (23), data em que se comemora o Dia Nacional do Plantio Direto, a Associação Clube Amigos da Terra (CAT Sorriso) destaca sua trajetória de mais de duas décadas na promoção de práticas agrícolas sustentáveis, com ênfase nesse sistema de produção, que transformou a agricultura na região médio-norte mato-grossense.
Os 80 produtores rurais associados ao CAT Sorriso produzem alimentos em suas fazendas com respeito ao meio ambiente, fundamentados nos três pilares do Sistema Plantio Direto: o não revolvimento do solo (restrito à linha de semeadura, o mínimo possível para deposição das sementes), a cobertura permanente do solo ao longo de todo o ano (com plantas vivas ou palhadas) e a diversificação de espécies na rotação de cultivos.
Um estudo realizado pela Federação Brasileira do Sistema Plantio Direto, sob a coordenação do prof. João Carlos de Moraes Sá, entre 2020 e 2024, em 63 áreas sob SPD do Brasil — sendo 26 no bioma Cerrado e 37 na Mata Atlântica —, revelou que o SPD, fundamentado em seus princípios, recupera o estoque de carbono do solo. E o que surpreendeu até os pesquisadores: em 16 fazendas, o estoque de carbono em SPD foi superior ao solo da vegetação nativa em até um metro de profundidade. Em outras 27 fazendas, o sistema recuperou o estoque de carbono em mais de 80%. Como o gás carbônico na atmosfera contribui para o aquecimento global, é fundamental adotar práticas que inibam essa emissão.
“Isso é um resultado fabuloso, inédito, porque nós ainda não tínhamos uma publicação mostrando essa magnitude”, comemora o pesquisador João Carlos de Moraes Sá, conhecido como “Juca Sá”, presidente da Comissão Técnico-Científica da Federação Brasileira do Sistema de Plantio Direto. Especialista na área, com dedicação de mais de 40 anos, Juca Sá coordenou o projeto pela Federação, em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária, financiado pela agência europeia Euroclima+.
Das 26 fazendas do Cerrado que fizeram parte do estudo, quatro estão localizadas em Mato Grosso, nos municípios de Sorriso, Sinop e Lucas do Rio Verde. “A capacidade de recuperação do carbono pelo SPD foi semelhante à encontrada na mata nativa. As áreas dessa região tinham entre 22 e 36 anos de SPD no momento da amostragem”, informa o pesquisador.
A pesquisa constatou que um hectare sob Sistema Plantio Direto equivale a preservação de 0,88 a 1,01 hectare de floresta em pé. “Se a gente recuperar as áreas degradadas, implementando o sistema de produção com base no SPD, poderemos duplicar ou até triplicar a produção de grãos, sem derrubar um pé de árvore, ou seja, sem expandir e sem avançar sobre novas áreas”, enfatiza Juca Sá.
Dois artigos científicos, resultado do projeto “Sistema Plantio Direto: Base para Agricultura Sustentável”, já foram publicados, e outros dois estão encaminhados em revistas internacionais de elevado fator de impacto.
Sistema de Plantio Direto em Mato Grosso
O Clube Amigos da Terra (CAT Sorriso) foi criado há 23 anos por um grupo de produtores rurais comprometidos com práticas conservacionistas. Desde então, vem difundido o Sistema Plantio Direto como base para uma agricultura sustentável no Cerrado. Um dos fundadores do CAT, o produtor rural Darcy Ferrarin, proprietário da Fazenda Santa Maria da Amazônia, relembra a motivação que deu origem à associação. “Reunimos um grupo de produtores rurais e engenheiros agrônomos e criamos o Clube Amigos da Terra (CAT Sorriso), cujo primeiro grande projeto foi difundir o Sistema de Plantio Direto, que, no nosso entendimento, era a melhor forma de conservar o solo”, afirma.
Seu Darcy veio da região Sul do país para Mato Grosso em 1988, para cultivar uma área em Tangará da Serra. Dez anos depois, adquiriu a Fazenda Santa Maria da Amazônia, em Sorriso. “Quando eu vim para Mato Grosso, percebi que a região plantava muito no sistema convencional, usando grades e arados, com remoção do solo”, lembra o produtor. “Fomos trabalhando, avançando. Hoje, Sorriso planta por volta de 90 a 95% no Sistema Plantio Direto e uso de alta tecnologia”, disse.
O SPD melhora não só o meio ambiente, mas também a produtividade e a rentabilidade. “A terra vai ficando mais forte, mais fértil, criando muita matéria orgânica. São inúmeras as vantagens do sistema de plantio direto”, destaca Ferrarin. “Produzir alimento é muito gratificante e tem que ser feito de forma adequada, que sirva para todos. Hoje, os produtores do Brasil inteiro estão com o pensamento voltado à preservação ambiental, cuidar da natureza e garantir que, daqui a 100 ou 200 anos, ainda tenhamos nossas terras preservadas e produzindo cada vez mais”, enfatiza.
Produção de alimentos sustentável
Ao longo dos anos, o CAT Sorriso liderou diversos programas que integram práticas do SPD. Desde sua fundação, tem se dedicado a promover o uso racional do solo, da água e dos insumos agrícolas, incentivando a integração entre produção e conservação ambiental.
O CAT já realizou importantes eventos técnicos e de difusão do conhecimento como o 7º Encontro Regional de Sistemas Produtivos, em maio de 2023, que reuniu produtores, pesquisadores e instituições parceiras em torno do debate sobre a sustentabilidade e inovação nas práticas agrícolas
Para Cristina Delicato, coordenadora do CAT Sorriso, “essas parcerias consolidam o CAT como referência nacional em agricultura conservacionista, fortalecendo a integração entre produtores, pesquisa e setor público, e contribui para o avanço das tecnologias sustentáveis no campo”.
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