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Mato Grosso inicia caça à soja fantasma hospedeira da ferrugem asiática

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Ao mesmo tempo em que cuidam do milho, produtores em Mato Grosso já adentram às lavouras com o controle das plantas tigueras de soja. O intuito é evitar que as plantas apareçam durante o período do vazio sanitário, medida que visa controlar a ferrugem asiática, doença que pode causar perdas significativas na produção da cultura.

No município de Vera o agricultor Thiago Strapasson logo no começo do plantio do milho já entra com o controle das plantas de soja para não deixar que as plantas adentrem o período do vazio sanitário. “Fora isso, vem o controle que fazemos jogando calcário, incorporando niveladoras, fazendo uma limpeza”.

O agricultor revela que já prepara a próxima safra de soja. Ele deve cultivar na temporada 2025/26 1.450 hectares na propriedade com o grão.

“Aprendemos no passado tomando muito prejuízo em cima e a cada ano a gente vem mudando, se aperfeiçoando para não ter esse prejuízo mais em cima”, salienta Thiago Strapasson ao programa Patrulheiro Agro desta semana.

Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

Conscientização evita prejuízos na soja

De acordo com o Sindicato Rural de Vera e Feliz Natal, os dois municípios, juntos, devem semear na próxima safra aproximadamente 320 mil hectares de soja.

“As áreas que ficaram em pousio, que têm outras culturas, é importante essa conscientização do agricultor para eliminar essa soja que ficou tiguera para não só termos ferrugem asiática, que é um baita problema para nós, mas também por poder ser vetor de pragas para a próxima cultura, para a próxima safra”, diz o presidente do Sindicato Rural, Rafael Bilibio.

O período do vazio sanitário da soja em Mato Grosso teve início no dia 8 de junho. Por 90 dias, está proibida a existência de qualquer planta viva de soja em lavouras, beiras de estradas e qualquer área de domínio da propriedade.

O vazio sanitário da soja seguirá até o dia 6 setembro de 2025, conforme a Portaria nº 1.271 do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), publicada em 5 de maio deste ano.

“É uma medida fitossanitária que o produtor entendeu nesses últimos 19 anos de vazio sanitário e vem controlando, mesmo em um ano de difícil controle, em que sabemos que a chuva se estendeu um pouco. O produtor tem se empenhado. Entendeu a importância da medida fitossanitária para ele”, pontua o diretor técnico no Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT), Renan Tomazele.

De acordo com o Indea-MT, 3,5 mil fiscalizações foram realizadas até o momento em 2025, das quais 23 autos de infração foram lavrados.

“Uma área bem baixa. 1,2 mil hectares hoje, representando 0,01% da área com soja. Mato Grosso possui cadastro no Indea de 11,5 milhões de hectares com um total de 16 mil cadastros de produtores. Então, vemos com sucesso”, diz o diretor técnico do Instituto ao programa do Canal Rural Mato Grosso.

Os anos de 2005 e 2006 são considerados os mais críticos em Mato Grosso quanto à ferrugem asiática. Na ocasião foram identificados 29 municípios com ocorrência da doença que causou perdas de produtividade em mais de 30% em algumas áreas.

“Isso reflete nos últimos anos em como tem evoluído pelo próprio produtor. Ficamos muito contentes como órgão de fiscalização. Essa é a nossa missão, não é só ir lá e acompanhar, encontrar e multar. Não é esse o objetivo. O objetivo é que realmente se entenda essa medida fitossanitária. Então, ela é uma medida que realmente tem a adesão do produtor rural”, frisa Renan Tomazele.

O diretor técnico do Indea ressalta ainda que hoje áreas em que a soja está entrando seriam as que necessitam um pouco mais de atenção do órgão, uma vez que são regiões em que não se tinha tal conhecimento em como tratar a cultura.

soja ferrugem asiática foto pedro silvestre canal rural mato grosso
Foto: Pedro Silvestre/Canal Rural Mato Grosso

Beira de estrada, uma ponte verde da porteira para dentro

Fora da porteira, o risco de proliferação da ferrugem asiática também desperta atenção. As margens das rodovias viraram terreno fértil para as plantas tigueras da soja que brotam de grãos perdidos no transporte e podem se transformar em viveiros de doenças. Cenário que acende o alerta no setor produtivo, que cobra ações urgentes dos responsáveis pela manutenção dessas áreas para evitar prejuízo na próxima safra.

“Ali também é viveiro, é uma planta hospedeira. Falta um pouco de atenção nessa parte”, frisa o agricultor Thiago Strapasson ao Canal Rural Mato Grosso. “Ou fosse por meio de lei ou as concessionárias que operam as rodovias ou prefeitura, teria que fazer esse manejo na beira da rodovia para não termos tigueras que tragam a ferrugem asiática como a mosca branca ou outras pragas”, completa Rafael Bilibio, presidente do Sindicato Rural de Vera e Feliz Natal.

O diretor técnico do Indea-MT afirma que se sabe das dificuldades, da movimentação de Mato Grosso com o escoamento das safras.

“Sabemos o quanto acaba tendo um derramamento de grãos e sempre que vamos iniciar um período de vazio sanitário encaminhamos, por parte da Instituição, um ofício às concessionárias, para a própria Sinfra, o DNIT, informando a importância do controle. O DNIT e o próprio Estado são conscientes da importância do controle dessas plantas. A soja é o nosso principal negócio. Então, não dá para brincar com a ferrugem e temos levado isso a sério”, diz Renan Tomazele.

+Confira todos os episódios da série Patrulheiro Agro


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Volume de café exportado cai, mas receita aumenta

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O volume de café exportado pelo Brasil caiu em setembro, refletindo a menor disponibilidade do grão no País. Isso é o que apontam os dados analisados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Essa menor disponibilidade se deu frente à colheita de uma safra reduzida e a problemas no beneficiamento, os estoques domésticos ajustados e também as tarifas impostas pelo governo norte-americano às importações do café brasileiro. 

Ao todo, o escoamento atingiu 3,75 milhões de sacas de 60 kg em setembro, representando uma redução de 18,4% frente ao mesmo mês de 2024. Apesar disso, o maior preço pago pelo produto brasileiro garantiu aumento na receita, de 11,1%, para US$ 1,369 bilhão.

Em relação ao desenvolvimento da safra brasileiras, levantamento do Cepea mostra que fim de semana trouxe a retomada das chuvas nas regiões produtoras. O aumento na pluviosidade era bastante esperado, já que, no fim de setembro, uma boa florada havia sido registrada em muitas áreas.

*Sob supervisão de Luis Roberto Toledo

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BASF recebe aprovação para fungicida Zorina nos Estados Unidos

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Produto oferece controle em soja, canola e feijão

A BASF anunciou a aprovação do fungicida Zorina pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA). O produto, voltado ao controle do mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum), poderá ser comercializado assim que receber as autorizações estaduais.

Zorina une o desempenho do Endura (Boscalida) ao controle prolongado e de amplo espectro do Revysol (Mefentrifluconazol).

Segundo Erick Garcia, gerente sênior de produtos da BASF Agricultural Solutions, Zorina foi desenvolvido para oferecer controle específico do mofo-branco com alta performance e residual prolongado.

A empresa considera o produto uma solução completa para proteção de lavouras em regiões do Meio-Oeste e das Grandes Planícies, onde o patógeno causa os maiores prejuízos.

Para melhores resultados, a aplicação deve ser preventiva no florescimento pleno das culturas: estádio R2 em soja e feijão, e entre 30% e 50% de florescimento na canola. O objetivo é impedir a colonização por ascósporos do fungo, evitando perdas de rendimento.

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Agro Mato Grosso

Safra recorde; Conab aponta para uma colheita de 354,7 milhões de toneladas de grãos na safra 2025/26

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O primeiro levantamento para a safra de grãos 2025/26 indica mais um ciclo de crescimento na agricultura brasileira. De acordo com a pesquisa realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a primeira estimativa indica uma produção total de 354,7 milhões de toneladas de grãos para a nova safra, volume 0,8% superior ao obtido em 2024/25, e um crescimento na área a ser semeada de 3,3% em relação ao ciclo anterior, sendo estimada em 84,4 milhões de hectares na temporada 2025/26. Os dados estão no 1º Levantamento de safra do novo ano agrícola, divulgado nesta terça-feira (14) pela estatal.

Neste novo ciclo, há uma expectativa de crescimento de 3,6% na área semeada para soja se comparada com 2024/25, estimada em 49,1 milhões de hectares. Com isso, a Conab estima uma colheita de 177,6 milhões de toneladas na safra 2025/26 frente à colheita de 171,5 milhões de toneladas da temporada anterior. As precipitações ocorridas em setembro nos estados do Centro-Sul do país permitiram o início do plantio com 11,1% da área já semeada, índice ligeiramente superior ao ocorrido até o mesmo momento do ciclo passado, Nos maiores estados produtores de soja do país, Mato Grosso e Paraná, nos primeiros 10 dias de outubro, registravam 18,9% e 31%, respectivamente, da área semeada.

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Assim como a soja, é esperada uma maior área plantada para o milho em 2025/26, podendo chegar a 22,7 milhões de hectares, com uma expectativa de produção de 138,6 milhões de toneladas somadas as 3 safras do grão. Apenas na primeira safra do cereal, a Companhia prevê um incremento na área semeada em torno de 6,1%, com estimativa de colher 25,6 milhões de toneladas, crescimento de 2,8% em relação à safra passada. No Rio Grande do Sul, onde a semeadura tem início a partir do final de agosto, em 11 de outubro, já havia 83% da área semeada, 84% no Paraná e 72% em Santa Catarina. Já no Centro-Oeste e nos demais estados, o plantio ainda não foi iniciado.

Já para o arroz, a primeira estimativa para o ciclo 2025/26 indica uma redução de 5,6% na área a ser semeada, projetada em 1,66 milhão de hectares, sendo que na área irrigada a queda está prevista em 3,7% e na de sequeiro a diminuição pode chegar a 12,5%. Com a menor área destinada à cultura, a produção de arroz pode chegar a 11,5 milhões de toneladas. Na região Sul, principal produtora do grão, os produtores intensificam os trabalhos de preparo do solo e do plantio.

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No caso do feijão, por ser uma cultura de ciclo curto, a tendência é que a safra 2025/26 mantenha-se próxima da estabilidade. Somada as três safras da leguminosa, a produção está estimada em 3 milhões de toneladas. A área da primeira safra do grão deverá ter redução de 7,5% em comparação com o primeiro ciclo da temporada 2024/25, totalizando uma previsão de plantio em 840,4 mil hectares. A semeadura foi iniciada na região Sudeste do país, com 100% da área semeada em São Paulo, e em andamento nos demais estados da região. Na Bahia, terceiro maior produtor da leguminosa, e nos demais estados, o plantio ainda não foi iniciado.

Culturas de inverno

Com cerca de 40% das lavouras de trigo colhidas, a previsão aponta para uma produção em 2025 de 7,7 milhões de toneladas, 2,4% abaixo da safra 2024. Principal produto dentre as culturas de inverno, a redução prevista para a colheita decorre, principalmente, da retração de 19,9% na área cultivada, motivada por condições menos favoráveis ao cultivo no momento de decisão da implantação da atual safra.

Mercado

As primeiras projeções da Conab para a safra 2025/26 apontam um incremento nas exportações de milho. Enquanto os embarques do grão do ciclo 2024/25 estão estimados em 40 milhões de toneladas, para a nova temporada a Conab prevê uma comercialização de 46,5 milhões de toneladas. Também é esperado um incremento no consumo interno, que passa de 90,5 milhões para 94,5 milhões de toneladas, impulsionado principalmente pela maior demanda de milho para produção de etanol. Ainda assim, a estimativa é que os estoques de passagem ao final da safra 2025/26 permaneçam próximos da estabilidade.

Para a soja, a previsão de redução nas exportações dos Estados Unidos e o aumento da procura global, aliados à expansão da produção brasileira, permitem prever um crescimento nas exportações brasileiras. Assim, o país deve manter-se, mais uma vez, como o maior exportador mundial da oleaginosa, podendo ultrapassar as 112,11 milhões de toneladas exportadas. Além disso, a previsão de aumento na mistura de biodiesel ao diesel e a crescente procura por proteína vegetal indicam que o volume de esmagamento de soja poderá atingir 59,56 milhões de toneladas em 2026.

No caso do arroz, mesmo com a redução na área semeada, há expectativa de manutenção de boa oferta do grão no mercado interno. Diante deste cenário, o país deverá ampliar o volume exportado do grão, alcançando 2,1 milhões de toneladas na safra 2025/26 frente a uma estimativa de embarque de 1,6 milhão de toneladas na safra 2024/25. Já as importações e o consumo no mercado doméstico deverão permanecer estáveis, em torno de 1,4 milhão de toneladas e 11 milhões de toneladas respectivamente. Com isso, para a safra 2025/26, a expectativa é de leve redução de 11,4% nos estoques de passagem, estimados em 1,82 milhão de toneladas em fevereiro de 2027, embora ainda em patamar elevado.

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