Sustentabilidade
Novo biofungicida controla fungos de solo com até 80% de eficiência – MAIS SOJA

Uma bactéria encontrada no Cerrado pode fortaceler o combate a fungos no solo. Desenvolvido pela Embrapa em parceria com a empresa Simbiose, o biofungicida Eficaz Control é o primeiro do mercado brasileiro a usar uma cepa da bactéria Paenibacillus ottowii como agente de controle biológico.
O microrganismo e a sua ação antifúngica foram identificados pela Embrapa Milho e Sorgo (MG). A nova tecnologia combate até 80% da infestação de patógenos que causam podridão de raízes e caules em lavouras de milho, soja e outras culturas.
O produto apresentou ação comprovada em campo no controle de infestação de patógenos como Fusarium spp.(imagem à esquerda), Macrophomina phaseolina e Colletotrichum graminicola — responsáveis por doenças que causam podridão de raízes e colmos. O Eficaz Control já está registrado para uso em lavouras de milho e soja contra Fusarium spp. e deve, em breve, ser liberado para combater os demais fungos. A nova tecnologia oferece aos produtores uma alternativa viável, segura e eficaz para substituir fungicidas químicos, especialmente no tratamento de sementes e aplicação no sulco de semeadura.
Lançamento no Congresso da Andav
O lançamento do Eficaz Control acontecerá no dia 5 de agosto durante o Congresso da Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav) Andav, no Transamérica ExpoCenter, em São Paulo. O evento acontece de 5 a 7 de agosto e reunirá especialistas e líderes do setor de agronegócios.
Transamérica ExpoCenter: Av. Dr. Mário Villas Boas Rodrigues, 387 – Santo Amaro, São Paulo (SP).
Aliado à cepa de microrganismo da espécie Paenibacillus ottowii, o Eficaz Control traz também uma cepa de Bacillus velezensis. Ambas se destacaram nos testes iniciados em 2016, pelas equipes de Microbiologia e Fitopatologia da Embrapa Milho e Sorgo, em um criterioso processo de isolamento e seleção de microrganismos.
“O produto é resultado de mais de nove anos de pesquisa e envolveu avaliação e teste de 190 microrganismos provenientes de estigmas de milho e de sementes de sorgo,” frisa a pesquisadora Christiane Abreu de Oliveira Paiva, ao contar que além controlar os fungos, as duas cepas selecionadas promoveram também o aumento da produtividade do milho e da soja. Ambas foram coletadas no bioma Cerrado, no município mineiro de Sete Lagoas.
Por meio de um acordo de cooperação técnica, as cepas foram transferidas da Embrapa para a Simbiose, a qual desenvolveu a formulação ideal para compor o biofungicida, que foi submetido a testes de campo em larga escala e recebeu o nome comercial de Eficaz Control.
“O uso combinado de microrganismos com diferentes mecanismos de ação reduz a pressão seletiva sobre o Fusarium, pois retarda o surgimento de resistência e garante um controle mais eficaz e estável ao longo das safras e diferentes condições ambientais”, detalha o pesquisador da Embrapa Luciano Viana Cota.
Uma alternativa real aos químicos
Artur Soares, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Simbiose relata que foram realizados estudos em campo em todo o Brasil, desde 2020, para desenvolver o biofungicida. “Em todos os testes, o novo fungicida biológico superou a performance dos químicos em controle de doenças, prevenção de perdas e ganho de produtividade. Os resultados reforçaram nossa confiança na performance da tecnologia”, informa o diretor.
Marcelo de Godoy Oliveira, CEO do ecossistema Cogny, do qual a Simbiose faz parte, conta que um marco importante é o registro do Eficaz Control. Diferentemente dos fungicidas químicos, que dependem do registro junto ao Ministério da Agricultura para a aplicação em cada tipo de cultura, o insumo biológico da Simbiose pode ser usado na cobertura de todas as culturas afetadas por essas doenças fúngicas.
“Hoje temos 40 milhões de hectares de soja no Brasil tratados com insumos químicos e apenas 1,5 milhão de hectares com biológicos. Por força dos benefícios, o Eficaz Control aumentará a competitividade da Simbiose no mercado, como o segmento de soja, por exemplo, o qual movimenta hoje mais de R$ 400 milhões por ano em fungicidas”, aposta Oliveira.
O executivo informa que, atualmente, cinco multinacionais dominam mais da metade do mercado brasileiro. “O Eficaz Control chega para difundir a cultura do microbiológico para mais produtores e também para democratizar o mercado agrícola. Temos hoje no Brasil uma indústria de biológicos que merece espaço para ser mais competitiva, já que pode produzir localmente com qualidade e rigor técnico”, defende Oliveira.
Avanço no controle das podridões
O Eficaz Control é aplicado uma única vez no tratamento de sementes para o plantio protegendo as plântulas nos estádios iniciais de desenvolvimento, garantindo a formação de um stand adequado e menor custo de aplicação e baixo impacto ambiental em virtude da menor dose aplicada do produto.
Esse é um fator importante, porque a infestação por esses fungos pode não ser percebida pelo produtor e a aplicação de fungicida químico pode não ser suficiente para prevenir os danos. E quando os sintomas aparecem, a situação já está grave, causando tombamento das plantas.
“O Eficaz Control é inovador, pois, apresenta elevada eficiência no controle dos fungos de solo quando aplicado diretamente nas sementes. O que é um diferencial em relação às principais medidas que existiam até agora para o controle de patogenos, como a resistência genética, o controle químico e a rotação de culturas”, frisa o pesquisador da Embrapa Rodrigo Véras. “Hoje, na cultura do milho, os fungos de solo, causadores da podridão de raiz e do colmo são os grupos de patógenos mais difíceis de trabalhar e também os que têm alto potencial de gerar perdas e danos às lavouras”, pontua.
Véras conta ainda que a resistência genética é difícil de ser desenvolvida para um grupo muito grande de patógenos e o trabalho para o desenvolvimento de técnicas de fenotipagem que permitam desenvolver cultivares resistentes é muito difícil. Esses desafios tornam o melhoramento genético voltado para o controle dos fungos de solo bem complexo. Outro ponto, é a dificuldade de realizar o controle químico uma vez que esses fungos ficam em uma região de difícil acesso no solo ou na raiz. Além disso, o pesquisador explica que, para esse grupo de fungos, a rotação de culturas pode não ser muito eficiente.
O chefe-adjunto de Transferência de Tecnologias em exercício da Embrapa Milho e Sorgo, Alexandre Ferreira da Silva, considera que as parcerias com a iniciativa privada são essenciais para acelerar o desenvolvimento e a disseminação de bioinsumos no setor agrícola. “A importância desses insumos biológicos é inquestionável para a sustentabilidade e produtividade da nossa agricultura. Eles representam um salto, oferecendo soluções mais seguras e amigáveis ao meio ambiente para controle de pragas, doenças e melhoria da saúde do solo”, declara Silva.
A equipe de pesquisa
A equipe da Embrapa Milho e Sorgo que participou do desenvolvimento do Eficaz Control é composta por Christiane Abreu de Oliveira Paiva, Luciano Viana Cota, Rodrigo Véras da Costa , Dagma Dionísia da Silva Araújo, Maria Lúcia Ferreira Simeone, Sylvia Morais Sousa Tinoco, José Edson Fontes Figueiredo, Ubiraci Gomes de Paula Lana, Ivanildo Evodio Marriel, Eliane Aparecida Gomes, Maycon Campos Oliveira, Paulo Eduardo França de Macedo, Reinaldo Vasco Junior e Denio Alves de Deus e pela bolsista de doutorado Gisele Diniz. Participaram também, da Embrapa Pesca e Aquicultura, o pesquisador Rodrigo Estevam Munhoz de Almeida e as bolsistas Agnelia Luiza Pereira da Costa, Maria Cistina Kalil Rocha e Micaele Rodrigues de Souza.
Fotos: Acervo pessoal (bolsista da Embrapa Gisele de Fátima Dias Diniz analisa planta), Rodrigo Veras e divulgação.
Jornada Pelo Clima – a Embrapa na COP 30
O Brasil está consolidado entre os líderes mundiais em produção de bioinsumos agrícolas e esses produtos são estratégicos para o manejo integrado de pragas (MIP). A Embrapa desenvolve e promove pesquisas e transferência de tecnologias e conhecimentos que contribuem para adaptar as boas práticas agropecuárias, aumentando a sustentabilidade e garantindo a segurança alimentar e nutricional. Essas tecnologias serão destacadas pela Embrapa durante os eventos da Jornada Pelo Clima na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá de 10 a 21 de novembro, em Belém (PA).
O Programa Nacional de Bioinsumos, bem como o Conselho Estratégico do Programa Nacional de Bioinsumos, foram instituídos pelo Decreto No 10.375, de 26 de maio de 2020. O objetivo é, sobretudo, reduzir a dependência de insumos importados e alavancar, de forma sustentável, o uso do potencial da biodiversidade do Brasil.
Trabalho contribuiu para a formação de pessoal
Os testes com as duas cepas avaliaram a capacidade de inibir os fungos fitopatogênicos, como o Fusarium spp, e sua habilidade de promover o crescimento vegetal.
Vários dados obtidos com os testes destas cepas na inibição dos fungos fizeram parte da dissertação de mestrado e da tese de doutorado da especialista em Microbiologia, Gisele de Fátima Dias Diniz, bolsista da Embrapa Milho e Sorgo.
Foto de capa: Renata Silva
Fonte: Sandra Brito/Embrapa Milho e Sorgo
Autor:Sandra Brito – Embrapa Milho e Sorgo
Site: Embrapa
Sustentabilidade
Perdas de produtividade da soja em função do amassamento – MAIS SOJA

O manejo e controle de pragas, doenças e plantas daninhas em lavouras agrícolas é determinante para reduzir o impacto desses agentes bióticos sobre a produtividade e qualidade dos grãos produzidos. Embora diferentes estratégias de manejo possam ser empregadas no manejo fitossanitário da cultura da soja, o controle químico via pulverização de defensivos agrícolas ainda é o método mais usual em escala comercial.
Diferentes métodos de pulverização podem ser utilizados no programa fitossanitário da soja, incluindo pulverizações áreas e terrestres, ambos apresentando vantagens e desvantagens. Dentre os métodos mais utilizados, a pulverização terrestre se destacar por sua maior acessibilidade e versatilidade, atendendo desde pequenas a grandes propriedades.
Contudo, embora mais acessível, esse método apresenta algumas desvantagens, dentre elas: maior necessidade de manipulação de agrotóxicos; maior mão de obra, amassamento/quebra de plantas em função do trafego de tratores e pulverizadores, bem como limitada atuação sob condições de solo úmido. Embora com o aprimoramento das tecnologias de georreferenciamento o tráfego de pulverizadores tenha sido otimizado em áreas agrícolas, o amassamento das plantas é inevitável em pulverizações terrestres, e impacta a produtividade da cultura, reduzindo o potencial produtivo da lavoura.
Figura 1. Rastros oriundos do tráfegos de máquinas para pulverização. Amassamento de plantas.
Impacto do amassamento da produtividade da soja
Embora o impacto do amassamento de planta na produtividade da soja possa variar de acordo com fatores bióticos e abióticos, bem como características da cultivar e índice de amassamento, Oliveira et al. (2014) destacam que plantas amassadas tendem a apresentar uma redução acentuada do potencial produtivo, ao ponto em que, o amassamento das linhas pelo rodado do trator reduz em 50% a produção das linhas amassadas.
Vale destacar que o tipo de equipamento também influencia no índice de perdas por amassamento. Equipamentos com barras de maior comprimento tendem a reduzir o amassamento, uma vez que reduzem a necessidade de tráfego por proporcionarem um maior rendimento operacional nas aplicações. Da mesma forma, pulverizadores equipados com GPS (Global Positioning System) minimizam as perdas ao otimizar o aproveitamento da área tratada. Além disso, o número de aplicações impacta diretamente o amassamento das plantas, sendo que normalmente, quanto menor o número de pulverizações, menor o amassamento.
Pesquisas apontam que as perdas por amassamento em lavouras de soja, causadas por aplicações terrestres de defensivos agrícolas, podem variar de 4% a 7%, especialmente quando são realizadas entre três e cinco aplicações ao longo do ciclo da cultura (Costa, 2017). Considerando uma produtividade média de 60 sc ha⁻¹ (3.600 kg ha⁻¹) e uma taxa de amassamento de 5%, a perda pode chegar a aproximadamente 3 sc ha⁻¹ (180 kg ha⁻¹), o que representa uma redução expressiva na produtividade e, consequentemente, na rentabilidade da lavoura.
A um preço médio da saca de soja de R$ 138,68 (CEPEA/ESALQ – Paranaguá, 28/07/2025), a perda de 3 sc ha-1 equivale a uma redução da receita bruta de R$416,04. Em uma área de 100 hectares, essa perda de produtividade representa um impacto negativo de mais de 41 mil reais, que ocorre exclusivamente em função amassamento da soja.
Nesse sentido, o planejamento das pulverizações visando reduzir a intensidade do tráfego nas áreas agrícolas, o adequado posicionamento de defensivos agrícolas para um controle mais efetivo de pragas, doenças e plantas daninhas, o ajuste da bitola dos tratores e pulverizadores bem como o uso de rodados mais estreitos, são estratégias importantes para reduzir as perdas por amassamento.
Outra alterativa é a pulverização aérea, utilizando aviões e/ou drones. Esse método não gera amassamento de plantas, entretanto, normalmente representa um maior custo por pulverização. Logo, deve-se analisar as perdas observadas pelo amassamento, considerando a realidade logística e estrutural da propriedade, a fim de adotar estratégias de manejo que reduzam as perdas pelo amassamento, como as estratégias supracitadas.
Veja mais: Drones ganham espaço nas lavouras brasileiras e viram opção para agricultores e prestadores de serviço
Referências:
CEPEA/ESALQ. SOJA: INDICADOR DA SOJA CEPEA/ESALQ – PARANAGUÁ. Cepea, 2025. Disponível em: < https://www.cepea.org.br/br/indicador/soja.aspx >, acesso em: 29/07/2025.
COSTA, C. C. CUSTOS E BENEFÍCIOS DO SUO DA PULVERIZAÇÃO AÉREA DE AGROTÓXICOS NA AGRÍCULTURA. Embrapa, Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, n. 39, 2017. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1085336/1/BoletimPD39Custoebeneficio….pdf >, acesso em 29/07/2025.
OLIVEIRA, S. et al. AMASSAMENTO DURANTE O MANEJO DO CULTIVO: EFEITO NO RENDIMENTO E NA QUALIDADE DE SEMENTES DE SOJA. Biosci. J., 2014. Disponível em: < https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/10/948362/amassamento-durante-o-manejo-do-cultivo-efeito-no-rendimento-e-_IEAqC3z.pdf >, acesso em: 29/07/2025.
Sustentabilidade
Em dia de troca e aprendizado, Canal Rural recebe representantes da Aprosoja MT

Muitos produtores acompanham diariamente os conteúdos sobre o setor, mas nem todos conhecem, de fato, como funciona a produção de informação nos bastidores. O que aparece na tela, muitas vezes resumido em um texto lido no TP, é resultado do trabalho de várias pessoas. Com o objetivo de aproximar o campo da comunicação, o Canal Rural recebeu, nesta quinta-feira (31), cerca de 50 representantes da Aprosoja Mato Grosso
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A visita à emissora integra as atividades da Academia de Liderança da associação e reforça a parceria entre as instituições. Logo no início, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer a história e os números do Canal Rural, primeiro veículo de comunicação do agro a ingressar em uma rede social. Eles também acompanharam a rotina da redação e entenderam todo o processo, da apuração à exibição.
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”É uma honra enorme recebê-los aqui. Ver o produtor dentro do Canal Rural, conhecendo nossos bastidores de perto, é muito importante. Esse contato direto, que já é tradição, nos ajuda a entender melhor as demandas do campo e a produzir um conteúdo que realmente contribua para a tomada de decisões no dia a dia do produtor”, afirmou Julio Cargnino, presidente do Canal Rural.
Durante a visita da Aprosoja MT, os participantes puderam conhecer os bastidores da redação, os processos de produção e a curadoria das notícias que vão ao ar diariamente. “A gente acompanha o Canal Rural todos os dias, mas estar aqui, ver como tudo funciona e quantas pessoas estão envolvidas muda a nossa percepção. É muita gente trabalhando para levar informação com responsabilidade ao campo”, destacou Ligia Pedrini, produtora de soja de Diamantino (MT).
Diretor da Aprosoja MT comenta parceria
Diego Bertuol, diretor administrativo da Aprosoja MT, destacou a importância da parceria com o Canal Rural. “A Aprosoja Mato Grosso, por meio da Academia de Liderança, tem a iniciativa de aproximar os produtores do que acontece por trás das câmeras. É uma forma de mostrar a credibilidade do nosso trabalho e dar visibilidade ao que os agricultores estão vivendo no campo”, disse.
A visita também foi oportunidade para refletir sobre os desafios que marcam o início da temporada 25/26. Segundo Bertuol, o setor enfrenta altos níveis de endividamento, escassez de crédito e insegurança quanto à oferta de insumos, agravada por fatores internacionais e pela recente taxação de 50% imposta pelos EUA.
Embora o Plano Safra tenha sido anunciado como o maior da história, Bertuol pontua que ele não tem alcançado todos os produtores. “O crédito chega caro e, muitas vezes, inacessível. O próximo ciclo será de grandes desafios, e precisamos estar preparados para enfrentá-los com informação e planejamento.”
Sustentabilidade
Trigo/RS: Semeadura está tecnicamente encerrada no Estado – MAIS SOJA

A semeadura está tecnicamente encerrada. Restam apenas áreas pontuais a serem complementadas, sem impacto significativo no andamento da safra. Assim, o cronograma de implantação manteve-se dentro da janela recomendada pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC), assegurando a conformidade técnica e a adequada condução da safra.
As precipitações em volumes significativos, distribuídas em todo o Estado, em 26 e 27/07, foram favoráveis para a cultura, uma vez que o mês de julho registrava condições predominantemente secas, com acumulados pluviométricos anteriores (16 e 17/07) considerados baixos e insuficientes para repor a umidade do solo em profundidade.
As lavouras implantadas na segunda semana de julho, que apresentavam a emergência inicialmente lenta em função do déficit hídrico no solo, foram uniformizadas após a recarga de umidade proporcionada pelas chuvas do período, garantindo população de plantas próxima ao ideal.
Os cultivos semeados entre o final de maio e durante o mês de junho estão, majoritariamente, no estádio de perfilhamento; algumas áreas mais adiantadas começam a fase de elongação do colmo; as demais seguem em desenvolvimento vegetativo. Observa-se homogeneidade no porte das plantas, e o estande final é considerado adequado. Porém, em pequenas áreas, especialmente onde a erosão superficial foi mais intensa, houve comprometimento parcial da emergência ou da fixação das plântulas, reduzindo a densidade das plantas.
Em termos de manejo cultural, nos dias que precederam as precipitações, foram efetuadas adubações nitrogenadas em cobertura e controle de plantas daninhas em lavouras mais recentes; nas mais adiantadas, esses tratos foram finalizados. Também foram intensificadas as aplicações de fungicidas para evitar a proliferação de doenças, especialmente manchas foliares.
A área cultivada no Estado está projetada pela Emater/RS-Ascar em 1.198.276 hectares. A estimativa de produtividade está em 2.997 kg/ha.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, as chuvas ocorridas nos últimos períodos uniformizaram a germinação das áreas semeadas no final da janela de plantio. Houve intensificação das práticas de manejo, como capinas, adubações nitrogenadas e aplicações de fungicidas nas lavouras em fase vegetativa e de perfilhamento. A ocorrência de dias ensolarados contribuiu para a retomada do desenvolvimento das plantas.
Na de Caxias do Sul, a semeadura avançou de forma satisfatória e está em finalização. Restam apenas frações pontuais onde os produtores planejam cultivar feijão na safra de verão, e a colheita do cereal pode se estender até meados de dezembro. Os cultivos apresentam germinação uniforme, bom estabelecimento inicial e condições fitossanitárias dentro da normalidade.
Na de Frederico Westphalen, as lavouras estão na fase vegetativa, e há adequada taxa de afilhamento. Embora as condições climáticas tenham sido propícias, o desenvolvimento está aquém do esperado. Quanto ao manejo, intensificaram-se as aplicações de herbicidas para o controle de azevém e, nas áreas com desenvolvimento mais avançado, foram efetuadas aplicações de fungicidas.
Na de Ijuí, a cultura apresenta crescimento vigoroso e uniforme nas lavouras. O controle de plantas daninhas tem sido eficiente, auxiliando na manutenção do potencial produtivo da cultura.
Na de Pelotas, antes das chuvas no final do período, houve cerração nas manhãs e baixa luminosidade por vários dias consecutivos, limitando temporariamente o desenvolvimento fisiológico das plantas. Mesmo assim, a semeadura avançou significativamente, chegando à sua fase final.
Na de Santa Maria, os dias ensolarados intercalados com chuvas favoreceram o desenvolvimento dos cultivos, permitindo a retomada do crescimento das plantas, a aplicação eficiente da adubação nitrogenada e o avanço das práticas de manejo, especialmente o controle de plantas invasoras.
Na de Santa Rosa, a cultura se encontra predominantemente na fase de perfilhamento, e algumas lavouras iniciam o estágio de alongamento do colmo. As condições climáticas no período foram propícias. A expectativa de produtividade segue positiva. Observa-se um incremento na semeadura de trigo destinado ao pastejo e à produção de silagem, visando ao aproveitamento forrageiro da cultura.
Na de Soledade, a semeadura foi concluída. Cerca de 50% da área foi implantada durante o período de tempo firme no início de junho, e o restante no início de julho, respeitando a janela recomendada pelo Zarc. Em áreas com maior nível tecnológico, já está sendo realizada a segunda aplicação de nitrogênio e iniciadas as aplicações de fungicidas para controle de manchas foliares, que se beneficiaram das condições climáticas do período. As lavouras implantadas em julho apresentam germinação e estande adequados bem como emergência uniforme.
Comercialização (saca de 60 quilos)
O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, retraiu 0,36% quando comparado à semana anterior, de R$ 70,17 para R$ 69,92.
Confira o Informativo Conjuntural n° 1878 completo, clicando aqui!
Fonte: Emater RS
Autor:Informativo Conjuntural 1878
Site: EMATER/RS
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