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Soja dispara em Chicago com cobertura de vendas e otimismo

A Bolsa de Chicago (CBOT) registra forte alta para o complexo soja nesta quarta-feira (16), impulsionada por dois fatores principais: a cobertura de posições vendidas por parte de investidores e o otimismo com a retomada da demanda pela soja dos Estados Unidos.
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Um dos destaques do dia foi o anúncio de um acordo comercial entre os EUA e a Indonésia. O país asiático, um dos maiores importadores de soja norte-americana, teve suas tarifas reduzidas de 32% para 19% após negociação direta com o governo Donald Trump. A decisão animou o mercado, que vê na medida uma janela para aumentar os embarques já na temporada 2025/26.
Além disso, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) confirmou a venda de 120 mil toneladas de soja para destinos não revelados, reforçando a percepção de melhora na demanda internacional pelo grão.
Com isso, os contratos futuros operam em forte valorização. O vencimento de agosto/25 subia 15,75 centavos, a US$ 10,10 ¾ por bushel. Já a posição de novembro/25 era cotada a US$ 10,17 ½ por bushel, avanço também de 15,75 centavos no dia.
No farelo e no óleo de soja, os ganhos seguem a mesma tendência. O farelo com vencimento em dezembro/25 subia US$ 4,40, negociado a US$ 283,90 por tonelada. Já o óleo, na mesma data, registrava leve alta de 0,14 centavo, para 54,54 centavos de dólar por libra-peso.
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Governo de MT revoga taxa sobre irrigação após demanda de produtores rurais liderada pela Famato

Atendendo a uma solicitação do setor produtivo rural, o governador Mauro Mendes sancionou o Projeto de Lei nº 975/2025, de autoria do deputado estadual Gilberto Cattani, que revoga o artigo 27 da Lei nº 12.717/2024 e elimina a taxa sobre o uso de sistemas de irrigação em Mato Grosso. A decisão foi comemorada pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), que teve papel decisivo na condução dessa demanda até sua aprovação final.
A Famato atuou de forma técnica e estratégica ao longo de todo o processo, ouvindo os produtores, reunindo informações detalhadas e dialogando com os parlamentares para demonstrar os impactos negativos da cobrança. A entidade destacou que a taxa, que em alguns casos ultrapassava R$ 60 por hectare, representava mais um peso sobre os custos de produção num momento em que os agricultores já enfrentam desafios com margens apertadas, alta dos insumos e necessidade de constantes investimentos em tecnologia e sustentabilidade.
“Essa é mais uma vitória do setor produtivo. A irrigação é uma ferramenta essencial para garantir a produtividade e a segurança alimentar, especialmente em um estado que precisa conviver com irregularidades climáticas. A Famato mobilizou sua área técnica, que apresentou dados e argumentos sólidos, e foi ouvida. Agradecemos ao deputado Gilberto Cattani pela sensibilidade ao tema e ao governador Mauro Mendes pela sanção que corrige uma distorção prejudicial”, afirmou o presidente da Famato, Vilmondes Tomain.
O deputado estadual Gilberto Cattani, autor do projeto, reforçou que a medida visa corrigir um erro da legislação anterior. Para ele, a cobrança instituída pela Lei nº 12.717/2024 era inadequada e afetava diretamente a viabilidade de projetos de irrigação, fundamentais para o aumento da produtividade no campo. “A revogação representa um alívio para os produtores e reafirma o compromisso do legislativo com o fortalecimento do agronegócio de Mato Grosso”, destacou.
Para os analistas do Núcleo Técnico da Federação a irrigação é uma das tecnologias mais importantes para o desenvolvimento da agricultura moderna, permitindo estabilidade na produção mesmo em períodos de estiagem. Com a revogação da taxa, produtores terão mais segurança para seguir investindo em sistemas que contribuem para o crescimento sustentável da agropecuária mato-grossense.
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Quatro países retiram restrições de exportação à carne de aves brasileiras

Kuwait, Bahrein, Albânia e Turquia retiraram as restrições à exportação de carne de frango brasileira após a conclusão do foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP), a gripe aviária, registrado no município de Montenegro (RS), informa o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) nesta quarta-feira (23).
De acordo com a pasta, a situação atual das restrições das exportações brasileiras de carne de aves é a seguinte:
- Sem restrição de exportação: África do Sul, Albânia, Argélia, Argentina, Bahrein, Bolívia, Bósnia e Herzegovina, Cuba, Egito, El Salvador, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Hong Kong, Índia, Iraque, Jordânia, Kuwait, Lesoto, Líbia, Marrocos, Mauritânia, México, Mianmar, Montenegro, Paraguai, Peru, República Dominicana, Reino Unido, Singapura, Sri Lanka, Turquia, Uruguai, Vanuatu e Vietnã.
- Suspensão total das exportações de carne de aves do Brasil: Canadá, Chile, China, Macedônia do Norte, Malásia, Paquistão, Timor-Leste, União Europeia.
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- Suspensão restrita ao estado do Rio Grande do Sul: Angola, Arábia Saudita, Armênia, Bielorrússia, Cazaquistão, Coreia do Sul, Namíbia, Omã, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão e Ucrânia.
- Suspensão limitada ao município de Montenegro (RS): Catar
- Suspensão limitada aos municípios de Montenegro, Campinápolis e Santo Antônio da Barra: Japão
- Suspensão limitada à zona: Maurício, Nova Caledônia, São Cristóvão e Nevis, Suriname e Uzbequistão. O reconhecimento de zonas específicas é denominado regionalização, conforme previsto no Código Terrestre da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e no Acordo sobre Medidas Sanitárias e Fitossanitárias (SPS) da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luis Rua, afirmou na terça-feira (22) que a pasta trabalha para que China, União Europeia e Chile voltem a comprar carne de aves brasileira no curto prazo, já a partir de agosto.
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a transformação da Fazenda Aricá em Mato Grosso

A virada da Fazenda Aricá, em Diamantino (MT), começou quando Lucas Konageski e seu irmão decidiram apostar no milho como alternativa para reerguer a propriedade, que vinha de um período de dificuldades financeiras. Até então, o grão era utilizado apenas para consumo interno, mas, com as mudanças no mercado e a chegada de granjas e exportadores, virou peça-chave para a recuperação e expansão.
“O milho mudou o perfil da fazenda inteira”, resume Lucas Konageski ao Especial Mais Milho, do Canal Rural Mato Grosso. “Hoje plantamos quase 10 mil hectares. Quando começamos, tudo o que tínhamos valia 30 mil sacas de soja”, completa ele ao recordar o valor que o pai “cobrou” dele e do irmão.
A história da família no campo começou com Pedro Konageski, pai de Lucas, que deixou o Rio Grande do Sul em 1984 e comprou as primeiras terras em Mato Grosso. Vindo de uma família de 12 irmãos, herdou o espírito empreendedor do pai, que usava o dinheiro da venda de caminhões de porco para comprar terras no sul do país.
“Meu avô tinha uma serraria e criava porcos com milho plantado na matraca. Quando vendia um caminhão, comprava uma colônia de terra e dava aos filhos conforme iam casando”, conta Lucas.
O campo que vira escola
Com apenas 14 anos, Lucas foi deixado, junto com um funcionário, pelo pai em uma fazenda para aprender, na prática, a lidar e viver da terra. “Ele me largou com uma lata de banha, arroz, feijão, farinha e falou: ‘Se quiser comer, faça. Se não quiser, passe fome’. E eu, tipo assim, tenho que agradecer a ele por ter tido essa coragem de ter me deixado lá. Ficava o dia inteiro na roça e voltava só à noite”.
Já o irmão mais novo seguiu para a faculdade, enquanto Lucas mergulhava cada vez mais na lida da roça.
“Na época em que meu pai comprou aquela fazenda eram férias escolares e quando foi para retornar a minha mãe foi me buscar e eu falei que não ia mais estudar com tanto serviço importante que tinha para fazer e não fui mais. Mas, foi um aprendizado para mim. Foi uma escola. Não há vitória sem a guerra”.

Nos anos 2000, diante da baixa valorização da soja e da falta de perspectivas em Mato Grosso, Lucas foi para o Piauí, onde os preços estavam mais atrativos. Montou uma fazenda do zero, com estrutura completa. Mas uma disputa judicial comprometeu tudo, e ele precisou vender a área para não perder uma terra que havia recebido do pai em Mato Grosso. “Vendi tudo lá para proteger a matrícula daqui”.
Ao retornar em 2004, encontrou uma situação crítica, assim como em todo o estado e país. Era o ano em que o setor produtivo viveu uma inversão cambial, dando origem posteriormente à movimentos como o Grito do Ipiranga.
Com propriedades arrendadas, inadimplentes e o pai já sem ânimo para continuar, Lucas decidiu assumir “as contas e tocar” as propriedades da família com o irmão. Aos risos, ele lembra ainda que as terras não foram dadas pelo pai.
“Na época tinha um equipamento, ele anotou na agenda, somou tudo, dava umas 30 mil sacas de soja que não valia nada e falou: ‘vocês vão pagando isso aí por ano para mim e eu quero o arrendamento para eu ir pagando as securitizações’. Então, a gente assumiu todas aquelas dívidas. Na época eram impagáveis aquelas dívidas”.

Entre 2004 e 2010, os dois quitaram todas as dívidas e iniciaram uma nova fase.
O milho, que antes não era nem considerado uma commodity no país, começou a ganhar espaço na propriedade a partir de 2005. “Plantava só para as galinhas e porcos. Mas com o surgimento de granjas e interesse de empresas, começamos a plantar mais. Foi ali que o milho virou commodity e decidimos investir de verdade”.
Essa virada exigiu mudança completa na forma de produção. “Antes a gente fazia uma safra só. Com o milho, começamos a estruturar o solo: adubação, gesso, calcário, correção, eliminação de compactação. Isso mudou tudo”.
Hoje, mesmo com limitações climáticas, uma vez que na região de Diamantino as chuvas costumam cortar em abril, a fazenda espera uma produtividade média entre 130 e 140 sacas por hectare nesta temporada 2024/25.
Lucas acredita que, com o avanço tecnológico e genético, o Brasil pode aumentar cada vez mais a sua produção de milho. Questionado se seria possível o país atingir médias de 170, 180 sacas por hectare, ele frisa que “isso não está longe”.
“A tecnologia está evoluindo muito rápido. Isso se deu pelas cultivares. Porque as cultivares que tinham antigamente não tinham potencial. Hoje com a melhoria da genética, você vê que tem potencial. Você pega os Estados Unidos e lá produz quanto? Claro que isso depende da chuva. Aqui, depois de abril, para de chover. O limitante é a água. Mas com solo bem estruturado, o potencial é grande. Já tivemos talhão de 195 sacas”.

Gestão familiar é chave de sucesso e expansão
Além do milho, os irmãos também apostaram no algodão. O avanço nos preços das terras e o aumento dos custos de arrendamento exigiram uma decisão: alugar as áreas para terceiros ou entrar na cultura. Optaram por investir.
“Montamos uma algodoeira aqui em Diamantino. É a primeira da cidade. Já está pronta e pensamos em atender terceiros. Foi um dos maiores investimentos. O outro foi em maquinário. Mas tudo começou com investimento em solo, que é o principal”.
A gestão familiar é dividida com equilíbrio. “Meu irmão cuida mais do escritório, é mais cauteloso. Eu sou mais agressivo e fico no campo. A gente se completa”. Parte das terras foi adquirida pelos dois ao longo dos anos, e cerca de 60% das áreas seguem arrendadas. “Nada disso seria possível sem nossa equipe. Sozinho, ninguém faz nada.”
Mas Lucas garante que o verdadeiro segredo está além da técnica. “Plantar e colher é um dom de Deus. Você tem que ter amor naquilo que você está fazendo. E oração. Pedir que Deus mande a chuva ou sol na hora certa, porque o homem pode fazer o que ele quiser, que se não vem a água, o sol, não tem produção. Então é esse carinho, esse ambiente familiar onde todo mundo se coloca no lugar do outro para poder a coisa andar, para as coisas acontecerem”.
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