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Aprosoja MT vê com preocupação cenário de endividamento no campo

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) tem visto com grande preocupação a crise financeira que se agrava para a base produtiva de todo o Brasil. Com a disparada dos custos de produção e a queda nos preços das commodities, produtores vivem uma situação de forte endividamento, pressionados ainda por juros elevados, crédito escasso e falta de políticas públicas efetivas. A entidade, que representa mais de 9 mil associados, reforça que essa crise não afeta apenas as propriedades rurais, mas impacta diretamente as cidades e a economia do estado como um todo. O endividamento rural brasileiro alcançou R$ 706,8 bilhões em maio de 2024, segundo dados do Banco Central, evidenciando a gravidade da situação.
Em Mato Grosso, o chamado “Efeito Tesoura” (quando a receita cai, mas os custos permanecem altos), é agravado pelo valor de uma saca de soja, que caiu de R$ 191,50 em 2022 para preços abaixo de R$ 110 em várias praças do estado. Ao mesmo tempo, o custo médio por hectare ultrapassa R$ 7.118,00, exigindo colheita de 62 sacas apenas para cobrir os custos. Fertilizantes respondem por 43,32% do custeio (R$ 1.719,90/ha), defensivos por 31,7%, e a relação de troca piorou: são necessárias até 45 sacas para adquirir uma tonelada de MAP em 2025, contra 33 a 35 sacas há dois anos.
Outro ponto de alerta da Aprosoja MT é o aumento de recuperações judiciais no setor. Muitos produtores têm se tornado credores sem garantia, após entregarem produção ou pagarem por produtos não recebidos. Esse efeito dominó de inadimplência se soma a medidas do Governo Federal que dificultam o acesso ao crédito, como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e taxações sobre Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs). Além disso, enquanto o volume nacional caiu 14%, em Mato Grosso o recuo foi de 27,6%.
A taxa Selic elevada (14,75%) torna mesmo o crédito subsidiado inviável para boa parte dos agricultores, especialmente os pequenos. De acordo com o Serasa, a inadimplência rural cresceu 27% em 2023, refletindo um ambiente cada vez mais hostil à produção. O presidente da Aprosoja Mato Grosso, Lucas Costa Beber, defendeu medidas estruturantes para evitar que mais produtores sejam forçados a abandonar a atividade. “O que estamos vivendo é uma crise silenciosa, que poucos têm coragem de admitir por medo do julgamento. A queda no preço das commodities, somada ao custo altíssimo por hectare, aos juros escorchantes e à pior relação de troca da década, está levando milhares de produtores ao endividamento crescente e, em alguns casos, à insolvência. Precisamos urgentemente de medidas concretas, como a securitização das dívidas agrícolas, renegociações estruturadas e políticas que deem condições reais de sobrevivência e competitividade aos produtores brasileiros”, afirmou.
Diante desse cenário, a entidade defende cinco frentes prioritárias: securitização urgente das dívidas rurais; linhas de crédito emergenciais com juros compatíveis à renda agrícola atual; revisão dos modelos de barter e proteção contra assimetrias no mercado de insumos; programa de sustentação de preços ou garantia de receita mínima para grãos e a suspensão ou revisão de encargos financeiros sobre operações de crédito agrícola.
A Aprosoja Mato Grosso reforça que os produtores não desejam inadimplir, mas sim continuar investindo e gerando empregos. Para isso, é necessário que as instituições financeiras cumpram o que determina o Manual de Crédito Rural (MCR), respeitando os direitos dos produtores à renegociação e reestruturação das dívidas. O diretor administrativo da associação, Diego Bertuol, também destacou a gravidade do momento e defendeu ações emergenciais para manter a atividade agrícola viável.
“A Aprosoja Mato Grosso, vê com preocupação o recuo no Plano Safra e nem o esboço do próximo. O setor já vem enfrentando três anos consecutivos de queda nos preços das commodities, aumento dos custos de produção, juros elevados e eventos climáticos severos. Esse corte compromete diretamente a capacidade de investimento e custeio, sobretudo dos pequenos e médios produtores, que dependem de linhas oficiais para manter a produção. Sem crédito acessível e com prazos e taxas compatíveis com a realidade do campo, há risco de perda diária plantada, redução de empregos e impactos severos na economia de centenas de municípios mato-grossenses”, disse, que reforçou a necessidade das ações do Governo Federal.
“Essas medidas são fundamentais nesse momento. A inadimplência que chega a quase 30% dos produtores rurais não é fruto de má gestão, mas sim de um cenário adverso que combina instabilidade climática, custos elevados e uma política de crédito que não acompanhou a nova realidade do campo. Estamos falando do Plano Safra que foi formulado na década de 70 e hoje nós estamos com créditos chegando de custo efetivo total a mais de 22%. Muitos produtores estão descapitalizados com lavouras produtivas, porém sem fôlego financeiro para continuar. As propostas que fazemos não são um pedido de favor, mas sim medidas de segurança econômica e alimentar. A Aprosoja MT seguirá dialogando com o Governo Federal, principalmente o Ministério da Agricultura, o Congresso e o sistema financeiro, lá na ponta, nas agências dos municípios até os diretores que nos procuram para que soluções efetivas sejam implementadas com a urgência que o campo exige”, completou o diretor.
A Aprosoja Mato Grosso segue em defesa dos produtores e reforça que os produtores rurais não podem ser penalizados pelas distorções do mercado e pela ausência de políticas adequadas. A entidade continuará cobrando soluções estruturantes, ouvindo seus associados e representando com firmeza os interesses de quem trabalha para alimentar o Brasil e o mundo.
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Documentário de estatal chinesa e Grupo Band destaca protagonismo de Mato Grosso

Um documentário produzido pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação em parceria com a emissora estatal chinesa CCTV, principal agência de notícias do país e do governo chinês, deu visibilidade inédita ao protagonismo de Mato Grosso na relação comercial e diplomática entre Brasil e China. A produção foi exibida durante a reunião do BRICS, realizada de 3 a 7 de julho no Rio de Janeiro, e apresentada para centenas de milhões de telespectadores chineses, mostrando como é o Brasil e como a China é vista.
Intitulado Bond With China, o documentário integra a programação especial da CCTV sobre os países-membros do bloco. A produção teve foco na cooperação entre os dois países, que completam 51 anos de relações diplomáticas e também mostrou as oportunidades econômicas e culturais entre China e Brasil, com destaque para as exportações de carne bovina, grãos, café e produtos sustentáveis, como a carne mato-grossense. Nenhum outro Estado brasileiro teve tanto destaque no documentário.
Representando o Estado na produção, participaram o secretário de Desenvolvimento Econômico, Cesar Miranda; a diretora internacional da Invest MT, Ariana Guedes; e o presidente do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Caio Penido. Eles reforçaram o papel estratégico do Estado nas relações comerciais sino-brasileiras e mostraram, na prática, como Mato Grosso está preparado para expandir ainda mais sua presença no mercado asiático.
“Mato Grosso tem o maior rebanho bovino do Brasil, são 35 milhões de cabeças, de melhor qualidade, mais competitivo e com sustentabilidade”, afirmou Cesar Miranda, que também preside o Conselho Deliberativo do Imac.
Segundo ele, o documentário reforça uma imagem internacional sólida para o Estado: “É uma vitrine que nenhum investimento em publicidade alcançaria. Uma oportunidade construída com trabalho técnico, articulação institucional e protagonismo real”.
Durante as gravações em Xangai, que é o maior centro econômico da China, a jornalista do Grupo Band, Maju de Arruda Leite, visitou restaurantes brasileiros, centros de distribuição de carne, supermercados e feiras internacionais como a Seal, além de espaços de promoção cultural como o Brasil Center. A diretora da Invest MT e servidora da Sedec, Ariana Guedes, destacou que a produção nasceu da parceria entre instituições brasileiras e chinesas, e teve seu roteiro enriquecido com sugestões do próprio governo de Mato Grosso.
“Conseguimos colocar o Estado no centro desse diálogo com a China. Além de mostrar nossos produtos, levamos nossa cultura, nossos biomas e nossa vocação para alimentar o mundo com responsabilidade. Queremos mais que comércio, queremos turistas, parcerias tecnológicas e laços de amizade”, disse Ariana.
O presidente do Imac, Caio Penido, ressaltou que os diferenciais ambientais e genéticos do estado garantem à carne mato-grossense uma posição de destaque.
“Mato Grosso abriga três biomas, Amazônia, Cerrado e Pantanal, e tem a maior biodiversidade do planeta. A genética do nosso rebanho nos permite entregar carne de qualidade superior, com rastreabilidade e sustentabilidade, exigências do mercado chinês”.
Além de apresentar a trajetória dos produtos brasileiros no mercado asiático, o documentário também mostrou a assinatura de parcerias em distritos estratégicos de Xangai para facilitar o acesso de empresas brasileiras à China. Uma dessas ações foi a aproximação do Invest MT com o distrito de Yangpu, que se tornou referência em inovação e economia digital no país.
O documentário está em mandarim e apenas alguns trechos em português. Ele foi lançado apenas na China e ainda não foi divulgado no Brasil. Quem quiser ver basta clicar no link.
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Agricultura Familiar em Mato Grosso vive nova era de valorização e autonomia no campo

Por: Andreia Fujioka
Vivemos um novo tempo no campo mato-grossense. A agricultura familiar, por muito tempo tratada como coadjuvante, tem agora o protagonismo que merece nas políticas públicas do Estado. O Governo de Mato Grosso tem feito uma escolha clara e estratégica: investir onde o impacto social é imediato, onde a produtividade é diretamente ligada à dignidade de milhares de famílias e à soberania alimentar.
Mais do que números, estamos falando de mudança de paradigmas. O pequeno produtor deixou de ser visto como alguém que precisa apenas de ajuda emergencial. Ele é, cada vez mais, reconhecido como agente do próprio desenvolvimento — e é com base nessa visão que estruturamos o plano de entregas para 2025, com investimento superior a R$ 141 milhões com previsão de novos investimentos até dezembro deste ano.
Esse é um marco histórico. São recursos do Tesouro Estadual sendo investidos diretamente na base produtiva dos 142 municípios mato-grossenses. E o mais importante: com foco em autonomia, não em dependência. São programas como o FUNDAAF – Fundo de Apoio à Agricultura Familiar, que oferecem crédito produtivo e subsídios não reembolsáveis para compra de equipamentos, implantação de infraestrutura, aquisição de insumos e incentivo à comercialização.
O Inclusão Rural, por exemplo, vai beneficiar mais de 3.500 famílias com até R$ 6 mil para alavancar sua produção. São investimentos que, quando somados ao acompanhamento técnico da Empaer, geram impacto direto na renda, na autoestima e na permanência dessas famílias no campo com qualidade de vida.
A autonomia no campo se constrói com oportunidades reais. E hoje nossos agricultores familiares têm recebido motivação para evoluir, se modernizar e prosperar. É gratificante ver o entusiasmo com que muitos produtores estão transformando suas propriedades em negócios sustentáveis, com visão empreendedora, conectados ao mercado e às novas tecnologias.
Essa transformação só é possível porque temos uma gestão sensível, liderada pelo governador Mauro Mendes e pelo vice-governador Otaviano Pivetta, que enxergam no produtor de pequena escala uma prioridade. Como disse o governador, investir na agricultura familiar é estratégico. É assegurar renda, segurança alimentar, desenvolvimento regional e justiça social.
Andreia Fujioka é advogada, gestora governamental e secretária de Estado de Agricultura Familiar.
Agro Mato Grosso
Área de preservação é incendiada duas vezes em menos de 24h em MT

Mais de oito hectares de vegetação foram destruídos. Os bombeiros informaram que não encontraram causas naturais que justificassem os dois incêndios em sequência, o que levanta a suspeita de ação criminosa.
Uma área de preservação ambiental localizada no bairro Vertente das Águas, em Primavera do Leste, a 240 km de Cuiabá, foi atingida por dois incêndios consecutivos em menos de 24 horas. A suspeita é de que as ocorrências tenham sido causadas de forma criminosa, segundo o Corpo de Bombeiros.
O primeiro chamado ocorreu por volta das 19h30 de quinta-feira (17). De acordo com os bombeiros, o fogo se espalhou rapidamente e consumiu cerca de cinco hectares de mata. Foi necessário o uso de cinco mil litros de água, além de equipamentos como soprador e mangotinho para conter as chamas.
Mesmo após o combate, a equipe realizou rondas e rescaldo em toda a área. No entanto, menos de 24 horas depois, na noite de sexta-feira (18), os militares foram novamente acionados, dessa vez para outra parte da mesma área verde. No segundo incêndio, mais três hectares foram destruídos.
Os bombeiros usaram o canhão da viatura de combate e, novamente, mais cinco mil litros de água para conter as chamas. O local voltou a ser monitorado após o combate, e a ocorrência foi encerrada sem novos focos.
As duas ocorrências aconteceram em uma área de preservação permanente da cidade. Os bombeiros informaram que não encontraram causas naturais que justificassem os dois incêndios em sequência, o que reforça a suspeita de ação criminosa. O caso deve ser encaminhado para investigação.
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Bombeiros foram acionados para combater o incêndio em Primavera do Leste (MT) — Foto: Corpo de Bombeiros
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