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o casal que transformou memórias em renda

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Trocar a rotina urbana pelo sossego do campo e resgatar memórias afetivas para criar um negócio com sabor e identidade. Essa é a trajetória da dona Carmem Maria Ponce e do seu Hildo Benvino da Silva, casal que transformou o Sítio Vitória, no assentamento Dorcelina Folador, em Várzea Grande (MT), em uma pequena agroindústria de doces artesanais que vem conquistando cada vez mais espaço – e paladares.

Unidos há 26 anos, Carmen e Hildo carregam no sangue a paixão pelo campo. Naturais de Barão de Melgaço e Poconé, respectivamente, passaram boa parte da vida na zona urbana, mas nunca deixaram para trás o sonho de viver rodeados pela natureza.

“Para nós representa uma vitória”, conta Carmem ao Senar Transforma desta semana o motivo por trás do significado do nome da propriedade. “A gente já tinha procurado um sítio, uma chácara, mas nenhum como a gente queria. Aí, numa conversa com um conhecido do meu esposo, surgiu essa propriedade. Era dele e ele queria passar para outra pessoa”.

Desde a infância, Carmen guarda lembranças do pai pantaneiro, boiadeiro, ligado à lida e aos animais. “Meus pais são pantaneiros. Meu pai era da roça, de pescaria, amansar boi brabo. A gente veio para a cidade, eu era pequena ainda. Depois que eu casei e já tinha meus três filhos, surgiu o interesse de voltar. Graças a Deus, em 2012 a gente conseguiu essa propriedade”, relata.

O sonho de Hildo também era antigo. “Eu queria um sítio. Passava em frente a um e ficava doido”, lembra. A compra da propriedade foi rápida. “Cheguei aqui, só dei uma olhada e fechamos o negócio. Parece que foi 10 minutos só”.

Foto: Israel Baumann/Canal Rural Mato Grosso

Mas para viver no campo, era preciso mais do que contemplar a paisagem. No início, o casal apostou na pecuária leiteira, mas logo perceberam que o caminho mais promissor estava nos doces caseiros.

“Até então eu não fazia doce, mas surgiu a vontade de aprender. Procurei quem sabia e coloquei a mão na massa. O povo gostou”, conta Carmen ao programa do Canal Rural Mato Grosso.

A inspiração veio da mãe, que fazia doces. “Os primeiros que vendi foram muito satisfatórios. As pessoas pediam mais, diziam que gostaram. Aí eu quis aprender mais e continuar fazendo”.

Com o tempo, a venda dos doces se mostrou mais rentável do que a comercialização do leite in natura. “Naquela época, a gente vendia a R$ 5,00 dois litros. Já o doce dava para produzir mais e ganhar mais”, explica. “Com 10 litros de leite, eu consigo fazer oito potes de 350 gramas”, diz Carmen. Atualmente, o valor dos potes já chegou a R$ 30.

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Foto: Israel Baumann/Canal Rural Mato Grosso

Senar-MT como parceiro

A virada na produção veio com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT). A partir do atendimento pela Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) na área de agroindústria, o casal começou a estruturar melhor a propriedade.

“O Senar trouxe muito apoio. Veio uma orientação em todo sentido. Agregou muito valor à nossa propriedade e ao que eu gosto de fazer”, afirma Carmen.

Segundo Juliana Aparecida Dias, supervisora da ATeG Senar-MT, o casal representa produtores que, mesmo com recursos limitados, buscam melhorar a qualidade da produção. “Eles recebem visitas técnicas por três anos. Durante esse período, aprendem a organizar as finanças, anotar receitas e despesas e planejar investimentos”, explica ao Canal Rural Mato Grosso.

E o impacto já é visível. O casal iniciou a construção de uma pequena estrutura para a agroindústria, com divisões específicas para a cozinha, armazenamento e recepção de matérias-primas.

“Já temos duas peças e o banheiro. Estamos começando”, diz Hildo. “Já ampliamos o quarto, colocamos azulejo, está forrado e temos alguns utensílios”, completa Carmen, animada.

Além do doce de leite, a produção também inclui variedades com frutas cultivadas no próprio sítio, como banana, goiaba, acerola e abóbora.

E o trabalho tem dado retorno. “Dia de domingo chega muito carro parando para comprar doce”, conta Hildo. Para ele, o negócio é mais vantajoso que atividades anteriores, como o lava-jato que o casal manteve por um tempo. “Está melhor do que o lava-jato”, brinca.

Com o controle financeiro em dia e os produtos ganhando fama, Carmen e Hildo já pensam nos próximos passos: conquistar a certificação sanitária e alcançar as prateleiras de mercados e empórios. “Quero fazer de tudo para ter o nosso certificado. Porque a freguesia tem bastante, mas nós não podemos entregar”, diz Hildo.

Para Carmen, o sonho vai além. “É uma maravilha ver na mesa do consumidor meus produtos como sobremesa. É uma satisfação”.

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Produção de cacau cai 16% no terceiro trimestre e setor segue pressionado

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A moagem de cacau no Brasil recuou 16,6% no terceiro trimestre de 2025, totalizando 46,1 mil toneladas, segundo dados do SindiDados – Campos Consultores, divulgados pela Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC). No acumulado do ano, foram 144 mil toneladas, uma queda de 15,1% em relação a 2024.

De acordo com a presidente-executiva da AIPC, Anna Paula Losi, o setor ainda enfrenta um cenário de altos custos de matéria-prima, demanda enfraquecida e margens comprimidas, o que limita a retomada da produção.

“O recebimento mostrou algum alívio pontual, mas a moagem ainda não acompanhou esse movimento”, afirma.

O recebimento de amêndoas somou 68,2 mil toneladas no trimestre, alta de 2,4% frente ao mesmo período do ano passado. No acumulado de janeiro a setembro, o volume foi de 126,4 mil toneladas, praticamente estável. Mesmo assim, há déficit de cerca de 18 mil toneladas entre o recebido e o processado.

O trimestre marcou o fim do ano-safra 2024/25, com 180,8 mil toneladas, abaixo da safra anterior e distante do pico de 2022/23 (215 mil toneladas). Para Losi, a recuperação ainda depende de melhores condições climáticas e continuidade dos investimentos no campo.

As exportações de derivados de cacau (manteiga, pó e líquor) somaram US$ 135,9 milhões, queda de 1,4% em valor e de 19,7% em volume. As vendas para os Estados Unidos cresceram 26% em valor, mas caíram 11% em volume, refletindo os efeitos das tarifas adicionais de 50% impostas pelos EUA.

“Os primeiros efeitos das tarifas já são evidentes. Há cancelamentos e renegociações de contratos”, alerta Losi.

No cenário internacional, o mercado segue volátil, com preços elevados e redução da demanda global diante do custo alto da matéria-prima e margens estreitas das indústrias processadoras.

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Volume de café exportado cai, mas receita aumenta

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O volume de café exportado pelo Brasil caiu em setembro, refletindo a menor disponibilidade do grão no País. Isso é o que apontam os dados analisados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Essa menor disponibilidade se deu frente à colheita de uma safra reduzida e a problemas no beneficiamento, os estoques domésticos ajustados e também as tarifas impostas pelo governo norte-americano às importações do café brasileiro. 

Ao todo, o escoamento atingiu 3,75 milhões de sacas de 60 kg em setembro, representando uma redução de 18,4% frente ao mesmo mês de 2024. Apesar disso, o maior preço pago pelo produto brasileiro garantiu aumento na receita, de 11,1%, para US$ 1,369 bilhão.

Em relação ao desenvolvimento da safra brasileiras, levantamento do Cepea mostra que fim de semana trouxe a retomada das chuvas nas regiões produtoras. O aumento na pluviosidade era bastante esperado, já que, no fim de setembro, uma boa florada havia sido registrada em muitas áreas.

*Sob supervisão de Luis Roberto Toledo

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BASF recebe aprovação para fungicida Zorina nos Estados Unidos

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Produto oferece controle em soja, canola e feijão

A BASF anunciou a aprovação do fungicida Zorina pela Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA). O produto, voltado ao controle do mofo-branco (Sclerotinia sclerotiorum), poderá ser comercializado assim que receber as autorizações estaduais.

Zorina une o desempenho do Endura (Boscalida) ao controle prolongado e de amplo espectro do Revysol (Mefentrifluconazol).

Segundo Erick Garcia, gerente sênior de produtos da BASF Agricultural Solutions, Zorina foi desenvolvido para oferecer controle específico do mofo-branco com alta performance e residual prolongado.

A empresa considera o produto uma solução completa para proteção de lavouras em regiões do Meio-Oeste e das Grandes Planícies, onde o patógeno causa os maiores prejuízos.

Para melhores resultados, a aplicação deve ser preventiva no florescimento pleno das culturas: estádio R2 em soja e feijão, e entre 30% e 50% de florescimento na canola. O objetivo é impedir a colonização por ascósporos do fungo, evitando perdas de rendimento.

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