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Levantamento aponta custos da produção de gado, café e cana-de-açúcar

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu nesta semana novos painéis do projeto Campo Futuro, com foco na coleta de dados sobre os custos de produção em diferentes atividades agropecuárias. Os encontros foram realizados em municípios dos estados do Acre, Bahia e Minas Gerais, abrangendo as cadeias da pecuária de corte, do café arábica e da cana-de-açúcar.
A iniciativa visa unir a capacitação técnica de produtores à geração de informações estratégicas que subsidiem decisões no campo. Os painéis contam com a participação de produtores rurais, técnicos, especialistas, instituições de pesquisa, federações e sindicatos.
Os custos de produção da pecuária de corte no Acre
No Acre, os painéis concentraram-se na atividade de pecuária de corte. Em Cruzeiro do Sul, foi analisado um sistema de ciclo completo, com cria, recria e engorda, em uma propriedade modal com 175 hectares de pastagem e rebanho de 100 vacas. O Custo Operacional Efetivo (COE) ficou em R$ 171,03 por arroba, com destaque para os gastos com mão de obra contratada e diaristas (45,1%) e suplementação mineral (12,9%).
Em Sena Madureira, a produção é voltada à cria de bezerros a pasto com suplementação. A propriedade típica tem cerca de 200 hectares e 250 matrizes, com desmama anual de 150 bezerros. O desembolso direto foi de R$ 65,00 por arroba, sendo a suplementação mineral (31,4%) e a reposição do rebanho (15,9%) os principais componentes do custo.
Na capital, Rio Branco, a propriedade avaliada também é de cria, com 200 matrizes e 120 bezerros desmamados por safra, em área de 160 hectares. A suplementação mineral representou 29,3% do COE, seguida por combustível (18,9%) e mão de obra (14,3%).
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Ministério da Agricultura confirma foco de gripe aviária em aves domésticas em Mato Grosso

Ocorrência foi registrada na cidade de Campinápolis e, segundo a pasta, não traz restrições ao comércio internacional de produtos brasileiros, e nem altera o período de vazio sanitário.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou, neste sábado (7), a existência de um foco de gripe aviária em uma criação de aves domésticas na cidade de Campinápolis, em Mato Grosso.
Segundo a pasta, neste domingo (8), o governo começou a adotar medidas de erradicação e ações de vigilância no raio de 10 km ao redor do foco.
Uma das medidas é a instalação de barreiras sanitárias com controle rigoroso e desinfecção completa de veículos que passam por esses pontos.
Ainda segundo o Ministério, nessa área não há granjas comerciais, por isso, a existência desse novo foco não altera o consumo ou a exportação de produtos brasileiros, nem o período de vazio sanitário (leia mais abaixo)
Sem alteração
Segundo o Mapa, o Serviço Veterinário Oficial interditou a propriedade e coletou amostras para análise laboratorial, quando foi detectado o foco.
“A ocorrência do foco confirmado de IAAP [vírus da influenza aviária de alta patogenicidade] em aves de subsistência não traz restrições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros. O consumo e a exportação de produtos avícolas permanecem seguros”, frisou o Ministério.
“O foco confirmado em aves de subsistência também não altera o período de 28 dias de vazio sanitário após a desinfecção da área em Montenegro (RS), onde foi confirmado um foco de gripe aviária em um matrizeiro de aves comerciais”, prosseguiu.
De acordo com a pasta, esse é o quarto foco da doença em aves domésticas detectado no Brasil.
Vazio sanitário e caso em Montenegro
O primeiro caso de gripe aviária no Brasil foi detectado em aves silvestres em maio de 2023. No entanto, o primeiro caso em uma granja comercial só aconteceu dois anos depois, em 15 de maio de 2025, no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul.
Antes do caso de Montenegro (RS), os focos de gripe aviária registrados no país tinham sido apenas em aves silvestres ou criações para subsistência, sem afetar o setor comercial.
🔎O prazo de 28 dias, chamado de vazio sanitário, corresponde ao ciclo do vírus H5N1.
O trabalho de desinfecção da granja de Montenegro (RS) atingida por gripe aviária terminou em 21 de maio. Contando a partir de 22 de maio, se o Brasil não registrar nenhum outro caso em granjas em 28 dias, pode se declarar livre da doença.
⚠️ A gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de aves e ovos, disse o Ministério da Agricultura. O Brasil nunca teve um caso de gripe aviária em humanos.
Esse primeiro caso em uma granja comercial é importante porque o Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, embora a maior parte da produção seja consumida internamente.
Cerca de 160 países compram frango do Brasil, incluindo a China, que é o principal destino. Com o caso de gripe aviária, por regras sanitárias acordadas previamente, esses países param de receber os produtos brasileiros até o país se dizer livre da doença.
Para alguns, o bloqueio é em nível nacional; outros embargam apenas o que vem da região do foco da doença.
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Clones de café desenvolvidos em MT são classificados como bebida fina em avaliação nacional | MT

Onze variedades testadas em Tangará da Serra e Sinop atingiram mais de 80 pontos em análise sensorial e a produtividade no estado cresceu mais de 180% .
Onze clones de café da espécie Coffea canephora, conhecida como Robusta Amazônico, alcançaram notas entre 81 e 82 pontos em uma avaliação sensorial nacional e foram classificados como bebida fina, com potencial para o mercado de cafés especiais. Os testes foram realizados neste final de semana por pesquisadores em áreas experimentais, nos municípios de Tangará da Serra e Sinop, a 242 e 503 km de Cuiabá, respectivamente.
De acordo com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), ao todo, foram avaliados 50 clones de Coffea canephora, sendo dez desenvolvidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e outros 40 selecionados a partir de cruzamentos naturais. Os estudos buscam identificar variedades de café adaptadas ao clima e solo do estado, com alta produtividade e qualidade de bebida, voltadas especialmente para a agricultura familiar.
A Fapemat disse ainda que, na primeira safra comercial, colhida em 2023, foram analisados três fatores principais: produtividade, ciclo de maturação e qualidade da bebida. O ciclo variou entre 228 e 324 dias, o que permite ao produtor escalonar a colheita ao longo do ano.
Na análise sensorial, realizada pelo Centro de Cafés Especiais do Espírito Santo (Cecafes), 11 clones superaram a nota 80, mínimo exigido para o selo de café especial. Entre os destaques estão os clones AS2, AS12, BG180, R152, Clone 25, Clone 01 e BRS2314.
Outros nove atingiram exatamente 80 pontos e também foram classificados como bebida fina. Vinte e quatro clones ficaram na faixa entre 78 e 79 pontos, enquanto seis apresentaram qualidade sensorial inferior.
Avanços na produção
A pesquisa também tem estimulado a transferência de tecnologia para agricultores familiares. Em maio de 2024, um Dia de Campo foi realizado em Sinop e reuniu 193 participantes, entre produtores, técnicos e pesquisadores. No evento, os resultados da primeira safra foram apresentados em estações temáticas.
Segundo a Empaer, cerca de 20 mil mudas dos clones avaliados foram distribuídas em 2023. Em 2024, outras 10 mil foram produzidas para ampliar o cultivo nos municípios envolvidos no estudo.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostram que a produtividade média do café em Mato Grosso saltou de 8,2 sacas por hectare, em 2014, para 22,6 sacas por hectare em 2023, o que representa um crescimento de mais de 180%. Parte desse avanço é atribuída ao uso de variedades clonais do robusta amazônico.
Próximas etapas
As análises feitas com a safra de 2023 ainda são consideradas preliminares. Segundo a equipe responsável, os resultados serão consolidados a partir dos dados das colheitas de 2024 e 2025. A apresentação oficial está prevista para 2026, durante um novo Dia de Campo.
A pesquisa faz parte de um projeto financiado pelo edital Agricultura Familiar da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat) e é conduzida por uma parceria entre a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Extensão e Assistência Técnica (Empaer), a Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf) e a Embrapa Rondônia.
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Vazio sanitário da soja começa hoje em MT

Já está valendo em todo Mato Grosso o vazio sanitário da soja, período em que por 90 dias sojicultores ficam impedidos de plantar ou manter vivas plantas de soja em qualquer fase de desenvolvimento. A medida começou neste domingo (08.6) e vai até 06 de setembro.
A interrupção do cultivo da soja é uma medida anualmente adotada para evitar a multiplicação do fungo Phakopsora pachyrhizi, conhecido como ferrugem asiática, que uma vez presente na planta causa o amarelecimento e o bronzeamento das folhas e sua queda prematura, impedindo a plena formação dos grãos.
Em Mato Grosso o órgão responsável por fazer a fiscalização e o monitoramento em propriedades rurais onde há o cultivo da soja e demais áreas é o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea). A autarquia realiza fiscalizações nas propriedades para verificar se o vazio sanitário está sendo cumprido. Ano passado, durante o vazio sanitário da soja, fiscais do Indea realizaram 5.825 fiscalizações.
O sojicultor que não cumprir o vazio sanitário fica sujeito a multa. Em caso de dúvidas, o produtor de soja pode procurar uma unidade do Indea mais próxima ou acessar os canais de comunicação oficiais do órgão.
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