Sustentabilidade
Chicago/CBOT: O milho fechou de forma mista com novos anúncios de tarifas americanas – MAIS SOJA

Por T&F Agroeconômica, comentários referentes à 02/06/2025
FECHAMENTOS DO DIA 02/06
Chicago: A cotação de julho, referência para a nossa safra de verão, fechou em baixa de -1,30% ou $ -5,75 cents/bushel a $ 438,25. A cotação para julho, fechou em baixa de -0,59% ou $ -2,50 cents/bushel a $ 420,75.
ANÁLISE DO MIX
O milho negociado em Chicago fechou de forma mista nesta segunda-feira. As cotações do cereal oscilaram muito ao longo do dia, fechando com leves perdas no curto prazo e leves ganhos nos mais longos. O aumento das tarifas sobre o aço e alumínio anunciados por Donald Trump, sobre os já vigentes 25%, pode atrasar ou cancelar os acordos comerciais em andamento com Europa e Japão, assim como pioram o tensionamento com a China. Três grandes mercados consumidores do milho americano e seus subprodutos. O começo da colheita no Brasil do milho safrinha, com a perspectiva de aumento de safra de acordo com a Conab e outras consultorias, pressionaram as cotações do milho.
No entanto, a forte demanda interna e externa ainda vigente pelo milho, no mundo como um todo, com dúvidas sobre a área final de plantio nos EUA deram suporte para a leve alta nas cotações relativas a próxima safra, onde se espera um estoque de passagem menor globalmente.
B3-MERCADO FUTURO DE MILHO NO BRASIL
B3: Milho B3 fechou em baixa com exportações lentas e queda do dólar e Chicago
Os principais contratos de milho encerraram em baixa nesta segunda-feira. As cotações do milho na B3 começaram a semana em queda. Apesar de competitivo, as exportações ainda estão abaixo do esperado pelo mercado, o que acaba deixando o mercado interno com uma boa disponibilidade de grão, neste começo de colheita da segunda safra. Dólar e Chicago também caíram nesta segunda-feira.
Segundo o Cepea “Os preços do milho seguem em queda no mercado doméstico, aponta levantamento do Cepea. Pesquisadores explicam que a oferta do cereal vem aumentando, e a expectativa é que a disponibilidade continue elevada nas próximas semanas, sobretudo por conta do início da colheita da segunda safra. Esse cenário, conforme o Centro de Pesquisas, deixa vendedores mais flexíveis nos negócios e consumidores mais afastados das aquisições – estes demandantes compram apenas volumes para o curto prazo.
No início da semana passada, notícias indicando a possibilidade de geadas em parte das praças produtoras de milho até deram certo suporte aos valores, à medida que deixou produtores cautelosos. De qualquer forma, a perspectiva de ampla oferta no Brasil se sobrepõe e mantém os valores em queda.”
OS FECHAMENTOS DO DIA 02/06
Diante deste quadro, as cotações futuras fecharam em baixa no dia: o vencimento de julho/25 foi de R$ 62,73 apresentando baixa de R$ -0,22 no dia, baixa de R$ -0,87 na semana; julho/25 fechou a R$ 64,33, baixa de R$ -0,35 no dia, baixa de R$ -0,93 na semana; o vencimento setembro/25 fechou a R$ 67,53 baixa de R$ -0,26 no dia e baixa de R$ -1,04 na semana.
NOTÍCAS IMPORTANTES
BRASIL-PARANAGUÁ É A MELHOR OPÇÃO, NESTE MOMENTO (altista)
O total das nomeações de navios para carregar no porto de Paranaguá é um milhão de toneladas a menos que o mesmo período de 2023 e 800 mil tons a menos que em 2024. Isto está permitindo que os exportadores construam um programa de exportação maior neste porto. O frete para este destino está ajudando. Por isto, tornou-se mais viável para cargas do MT e GO do que por ferrovia para Santos.
EUA-CONTINUAM AS TENSÕES COMERCIAIS (altista)
Pelas tensões comerciais, que, longe de se atenuarem, estão ressurgindo devido às acusações de Trump contra a China e à decisão do presidente americano de aumentar as tarifas sobre as importações de aço e alumínio de 25% para 50% a partir de depois de amanhã.
UNIÃO EUROPEIA & JAPÃO (baixista)
Este último fator tensiona ainda mais as relações com a União Europeia, bloco que negociava com a Casa Branca para evitar a imposição de tarifas de 50% sobre todos os seus produtos. Também complica as negociações com o Japão, que buscava firmar um acordo comercial com os Estados Unidos. “O Japão monitorará de perto o conteúdo específico da decisão. Consideramos esta série de medidas tarifárias extremamente lamentável e insistimos em sua revisão”, disse o porta-voz do governo japonês, Yoshimasa Hayashi, em entrevista coletiva hoje.
EUA-POSSIBILDIADE DE REDUZIR A ÁREA (altista)
O limite para a queda foi estabelecido pela possibilidade de o plano original de plantio dos EUA não ser cumprido na extremidade leste do cinturão de soja/milho — o foco está em Ohio — devido a uma combinação de excesso de umidade, aumento e queda nos preços do milho e aumento nos preços do petróleo, que estão impactando os negócios de biocombustíveis.
EUA-EXPORTAÇÕES MAIORES (altista)
O relatório semanal sobre inspeções de embarques foi positivo para o mercado americano, com o USDA relatando embarques de milho para o país hoje totalizando 1.576.006 toneladas, acima das 1.419.437 toneladas e da faixa esperada pelos traders, entre 1 e 1,535 milhão de toneladas.
BRASIL-PRODUÇÃO MAIOR (baixista)
Em seu relatório semanal, a consultoria AgRural divulgou o progresso da colheita do milho safrinha brasileiro, com cobertura de 1,3% da área no centro-sul do Brasil, ante 0,9% na semana passada e 4,7% no mesmo período em 2024. Além disso, a consultoria elevou sua projeção para o volume total de 124,80 para 128,50 milhões de toneladas, devido à previsão de produtividade superior à inicialmente estimada na maioria dos estados produtores, mas especificamente no Mato Grosso. Esse novo número foi superior aos 126,88 milhões de toneladas estimados pela Conab, mas inferior aos 130 milhões de toneladas previstos pelo USDA e a dados de outras empresas privadas, como Agroconsult e Safras & Mercado, que projetaram 140 e 139 milhões de toneladas, respectivamente.
EUA-SITUAÇÃO DO PLANTIO DE MILHO
O USDA informou, no final da tarde dessa segunda-feira, informou que o andamento do plantio nos EUA está em 93% semeado até o dia 01 de junho, ante 87% da semana passada, 90% do ano anterior e 93% da média histórica. As plantas emergindo estão em 78%, ante 67% da semana anterior, 72% do ano passado e 77% da média histórica.
EUA-CONDIÇÕES DAS LAVOURAS DE MILHO
O USDA informou que 69% das lavouras estão em condições boas/excelentes, ante 68% da semana anterior e 75% do ano passado. 26% em condições regulares, ante 27% da semana passada e 21% do ano anterior. 5% em pobres/muito pobres, ante 5% da semana anterior e 4% do ano passado.
Fonte: T&F Agroeconômica
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Seaf e Empaer realizam a 1ª despesca de peixes em projeto desenvolvido na Comunidade Terapêutica Tenda de Abraão

Investimento em seis meses de R$ 200 mil, incluindo insumos, moto gerador, plantas e equipamentos
Nesta terça-feira (10.06), às 9h na Comunidade Terapêutica Tenda de Abraão será realizada a primeira despesca de tilápias produzidas por meio de um sistema inovador de aquaponia, técnica que integra a criação de peixes com o cultivo de hortaliças de forma sustentável e altamente produtiva. Essa é uma iniciativa do Governo de MT por meio da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf) e assistência técnica da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer).
Serão abatidos 250 kg de tilápia, fruto de um ciclo de apenas seis meses, que se soma à produção mensal de cerca de 2 mil pés de alface, colhidos em média a cada 25 dias. O projeto gera economia de até 90% de água, dispensa o uso de químicos, e demonstra uma rentabilidade expressiva: com um custo mensal em ração entre R$ 700 e R$ 800, o sistema gera uma receita aproximada de R$ 20 mil por mês. Investimento em seis meses de R$ 200 mil, incluindo insumos, moto gerador, plantas e equipamentos. O recurso foi viabilizado via emenda parlamentar, indicada pelo deputado estadual Gilberto Cattani.
Além da despesca, o evento vai apresentar: o funcionamento completo do sistema de aquaponia com visita guiada; fotos e registros de todas as fases do projeto, incluindo a evolução da produção e visitas técnicas; outros módulos de aquaponia com diferentes faixas de investimento, demonstrando a versatilidade e escalabilidade da técnica; e o impacto social do projeto na vida dos acolhidos da comunidade.
Dados técnicos como temperatura da água, condutividade elétrica e pH são monitorados diariamente, o que permite planejamento preciso do momento da colheita e do abate, garantindo qualidade e eficiência em toda a cadeia produtiva.
Mais do que um projeto de produção, a iniciativa representa uma importante ferramenta de reinserção social, capacitação profissional e sustentabilidade, mostrando como a tecnologia pode transformar realidades e oferecer novas perspectivas para pessoas em processo de recuperação.
Serviço
Data: 10.06 (terça-feira)
Horário: 9h
Local: Comunidade Terapêutica Tenda de Abraão – Coxipó da Ponte (Cuiabá)
Sustentabilidade
Limpeza de colhedoras reduz disseminação de plantas daninhas – MAIS SOJA

As maquinas e equipamentos agrícolas, em especial as colhedoras de grãos, possuem uma expressiva participação na disseminação de sementes de plantas daninhas. Plantas daninhas com elevada produção de sementes, cujas sementes apresentam tamanho pequeno, são facilmente dispersas em meio a resíduos culturas e/ou na massa de grãos.
Além da disseminação entre áreas de uma mesma propriedade agrícola, o transporte intermunicipal e interestadual de colhedoras de grãos contribui para o aumento da dispersão de espécies de plantas daninhas, inserindo muitas vezes, espécies distintas em áreas novas.
De acordo com Dorsey et al. (2022), as colhedoras de grãos são responsáveis por grande parte da dispersão de sementes de planta daninhas, sendo que, dentre as partes da colhedora, as que mais acumulam material de dispersão são: plataforma, canal alimentador, rotor/cilindro, elevadores e tanque graneleiro, entretanto, nem todas estas partes representam problema, visto que o principal problema está na plataforma e no canal alimentador. As sementes acumuladas nestas partes da máquina são facilmente espalhadas assim como transportadas para outras áreas (Dorsey et al., 2022; Mello et al., 2024).
Figura 1. Partes da máquina colhedora. A. Tanque graneleiro. B. Sistema de limpeza. C. Plataforma. D. Cônvavo debulhador. E. Ventilador. F. Picador de palha. G. Elevador de resíduos. H. Peneiras. I. Compartimento do motor. J. Rodados.
Nesse contexto, a limpeza das colhedoras é determinante para reduzir a disseminação de sementes de plantas daninhas. De acordo com Gazziero et al. (2023), a limpeza das máquinas, eliminando os resíduos, evita a introdução da planta daninha em novas áreas e deve ser realizada antes do deslocamento do equipamento para outra propriedade e/ou talhão.
Considerando os aspectos observados no estudo realizado por Dorsey et al.(2022) e apresentados por Mello et al. (2024), ao realizar a limpeza das colhedoras de grãos visando reduzir a disseminação de sementes de planta daninhas, deve-se dar atenção especial para a plataforma e o canal alimentador.
A limpeza da colhedora pode ser realizada quando a máquina é movimentada entre talhões, propriedade ou troca de variedades (limpeza rápida) ou ao final da safra (limpeza completa), antes do armazenamento da máquina ou quando se planeja sua transferência para diferentes propriedades, municípios ou estados (Cruz, 2024).
O foco das limpezas deve ser eliminar os resíduos culturais, reduzindo a chance de disseminação de sementes de planta daninhas presentes neles. Para se realizar a limpeza rápida, deve-se seguir as orientações da figura 2.
Figura 2. Etapas de inspeção e limpeza rápida das colhedoras de grãos.

Esse procedimento deve ser feito utilizando ar comprimido ou soprador para eliminar materiais secos, como folhas, resíduos culturais, sementes e palhada. Após a limpeza externa da colhedora, é necessário realizar a limpeza interna, retirando detritos de áreas críticas que possam reter sementes, como o retorno sem-fim e o retorno de grãos limpos (Figura 3).
Figura 3 Máquinas com acúmulo excessivo de plantas e sementes: alimentador (A), peneiras (B), eixos (C), coletor de pedras (D), sem-fim de separação (E) e sem-fim de retrilha (F).

Após a limpeza dos componentes internos e externos da máquina, os resíduos devem ser recolhidos e eliminados, a fim de impedir a germinação das sementes. Dessa forma, a colhedora estará apta para a próxima colheita. É recomendável repetir esse procedimento sempre que houver troca de talhão ou, no mínimo, entre lavouras diferentes.
Veja Mais: Uso de herbicidas pré-emergentes auxilia no manejo da vassourinha-de-botão
Referências:
CRUZ, J. B. C. da. LIMPEZA DE COLHEDORAS DE GRÃOS. SENAR AR/PR, 2024. Disponível em: < https://www.sistemafaep.org.br/wp-content/uploads/2024/08/PR.0375-Limpeza-de-Colhedoras-de-Graos_web.pdf >, acesso em: 09/06/2024.
DORSEY, N. et al. PREVENTING WEED SEED DISTRIBUTION FROM COMBINE. INSTITUTE OF AGRICULTURE AND NATURAL RESOURCES. Lincoln/Nebraska, 2022. Disponível em: < https://cropwatch.unl.edu/2022/preventing-weed-seed-distribution-combines/ >, acesso em: 09/06/2024.
GAZZIERO, D. L. P.; et al. CARURU-PALMERI: CUIDADO COM ESSA PLANTA DANINHA. Embrapa Soja, 2023. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/1152972 >, acesso em: 09/06/2024.
MELLO, R. C. et al. COLHEDORAS E A DISPERSÃO DE SEMENTES DE PLANTAS DANINHAS. HRAC-BR, Informativo, n. 4, 2024. Disponível em: < https://www.hrac-br.org/informativo-tecnico?utm_campaign=ab02ce07-c7da-4968-b715-345ab603df31&utm_source=so&utm_medium=mail&cid=772f0fee-4804-4658-925e-c7edea4edbca >, acesso em: 09/06/2024.
Sustentabilidade
Tributação das LCAs ignora desequilíbrio das contas públicas e aumenta o preço dos alimentos – MAIS SOJA

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) manifesta profunda preocupação com a proposta de tributação em 5% dos rendimentos de LCAs e LCIs, hoje isentos para pessoas físicas. A medida compromete uma fonte essencial de crédito rural, especialmente para médios produtores e cooperativas, além de encarecer o financiamento do setor em meio a juros altos e queda nas commodities. A conta será paga pelo consumidor que receberá o repasse no preço dos alimentos. Ressaltamos ainda:
1. As LCAs são base do financiamento agropecuário e estruturam o Plano Safra. Aproximadamente 42% do financiamento da safra brasileira já é proveniente de fontes privadas. Desse total, cerca de 43% têm origem nas Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs). Em abril de 2025, essas letras somaram R$ 559,9 bilhões. Só no 1º trimestre de 2025, o estoque de LCIs e LCAs na B3 alcançou R$ 979,1 bilhões — parte significativa destinada ao agro. A tributação tende a afastar investidores e encarecer o crédito para quem produz.
2. Mais uma vez, o ajuste fiscal foca apenas na arrecadação, sem enfrentar despesas obrigatórias nem revisar privilégios. Enquanto LCIs e LCAs serão taxadas, outros títulos permanecem isentos, sem critérios claros que justifiquem a diferenciação.
3. O agro é responsável por quase metade do superávit comercial brasileiro. Penalizar o setor é penalizar o crescimento do país. É preciso equilíbrio: ajustar as contas passa pelo controle de gastos e pela revisão estrutural do orçamento, e não pelo aumento do peso sobre quem sustenta a economia.
Fonte: Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA)
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