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. . . . . . . . . . . . . . . 31 de May de 2025

Sustentabilidade

pH do solo e a produtividade da soja – MAIS SOJA

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A baixa qualidade química do solo é um dos principais fatores limitantes ao crescimento vegetal. Solos com pH inadequado e deficientes nutricionalmente tendem a limitar o crescimento das plantas, afetando não só a produtividade, como a qualidade dos grãos produzidos.

Há um consenso entre a relação do pH do solo com a disponibilidade dos nutrientes, sendo que, a maioria dos nutrientes essenciais para as plantas apresentam maior disponibilidade dentro de uma faixa de pH entre 5,5 a 6,5. Logo, solos com baixo pH, tendem a limitar a disponibilidade dos nutrientes da solução do solo para as plantas, mesmo que esses nutrientes apresentem altas concentrações no solo.

Figura 1. Disponibilidade de nutrientes no solo em função do pH do solo.

Além da disponibilidade dos nutrientes, sabe-se que solos ácidos (com pH baixo), tendem a apresentar elevada disponibilidade de alumínio tóxico na solução do solo. O alumínio disponível presente nos solos ácidos é tóxico para as plantas e inibe o crescimento das raízes, atuando como uma barreira química, afetando consequentemente a absorção de água e nutrientes da solução do solo.

Além disso, estudos mais recentes demonstram que o baixo pH do solo também exerce influência sobre a nodulação da soja, afetando negativamente o número de nódulos da fixação biológica de nitrogênio (FBN) e consequentemente a quantidade do nitrogênio fixado e a produtividade da cultura da soja (Alvez et al., 2021).

Nesse contexto, a baixa disponibilidade dos nutrientes, associada a restrição do crescimento radicular, a redução do número de nódulos da FBN e redução do nitrogênio fixado, podem resultar em significativas perdas de produtividade na cultura da soja. Esses fatores, limitam o crescimento e desenvolvimento da planta, impactando a formação dos componentes de produtividade, resultando em baixas produtividades.

Analisando 512 lavouras de soja durante as safras 2015/2016 a 2020/2021, a Equipe FieldCrops observou uma correlação entre o pH do solo e a produtividade da cultura. Demonstrando essa correlação, uma função limite com as produtividades superiores apresentou um platô de produtividade encontrado em áreas com pH entre 5,5 e 6,5. A cada 0,1 de pH abaixo de pH 5,5 a produtividade de grãos reduz em 151 kg ha-1, ou seja, aproximadamente 2,5 sc ha-1. Vale destacar que nessa correlação, não foram consideradas as lavouras da safra 2023/2024 (em vermelho), apenas utilizadas para visualização na figura 2.

Figura 2. Relação entre a produtividade de soja e o pH do solo. Os círculos amarelos representam as lavouras das safras 2005/2016 a 2020/2021 e os losangos vermelhos as lavouras participantes do Campeonato Soybean Money Maker 2023/2024.
Adaptado: Tagliapietrea et al. (2022)

O levantamento realizado pela Equipe FieldCrops corrobora a influência negativa da acidez do solo sobre a produtividade da soja, evidenciando a importância da correção química do solo para a obtenção de altas produtividades em soja. Dentre as principais e mais importantes ferramentas para corrigir a acidez do solo e elevar seu pH, podemos destacar a calagem. Além de sua ação corretiva, o calcário também é fonte de alguns nutrientes importantes para as plantas como o cálcio e magnésio.

Contudo, a ação do calcário no solo instantânea no solo. O tempo de reação do calcário e correção do solo pode variar de acordo com suas características físico-químicas. Além disso, o tipo de calcário e suas características como PRNT, podem interferir na quantidade necessária de calcário para elevar o pH do solo até o ponto desejado.

Conforme orientações de manejo, para que ocorram as correções necessárias da acidez e fertilidade do solo, recomenda-se que a calagem seja realizada ao menos 90 antes da semeadura. No sistema plantio direto, recomenda-se que pH do solo seja corrigido sempre que o pH for inferior a 5,5 ou quando a saturação de bases for menor que 65% (Sfredo, 2008).


Veja mais: Quando realizar a calagem da lavoura?


Referências:

ALVES, L. A. BIOLOGICAL N2 FIXATION BY SOYBEANS GROWN WITH OR WITHOUT LIMING ON ACID SOILS IN A NO-TILL INTEGRATED CROP-LIVESTOCK SYSTEM. Soil and Tillage Research, 2021. Disponível em: < https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0167198720307054 >, acesso em: 26/05/2025.

SFREDO, G. J. CALAGEM E ADUBAÇÃO DA SOJA. Embrapa, Circular Técnica. n. 61, 2008. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/handle/doc/470943 >, acesso em: 26/05/2025.

TAGLIAPIETRA, E. L. et al. ECOFISIOLOGIA DA SOJA: VISANDO ALTAS PRODUTIVIDADES. Santa Maria, ed. 2, 2022.

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Sustentabilidade

Negociações do algodão começam ativas em maio, mas perdem fôlego na segunda quinzena – MAIS SOJA

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Em maio, as negociações de algodão no Brasil ocorreram, inicialmente, com mais interesse e, a partir da segunda quinzena, o ritmo foi diminuindo. A demanda no mercado disponível foi tímida, com negócios pontuais para entregas em até 30 dias. Ainda assim, houve algumas operações voltadas para a safra de 2026, informou a Safras Consultoria.

No Sudeste, indústrias chegaram a pagar até R$ 4,35 por libra-peso pelo algodão, posto no CIF em São Paulo. Esse valor se manteve estável em relação à semana anterior. Na comparação com o mesmo período de abril, subiu 1,16%, quando o preço estava em R$ 4,30 por libra-peso.

Em Rondonópolis, no Mato Grosso, a pluma ficou negociada a R$ 4,20 por libra-peso, o que equivale a R$ 139,05 por arroba. Na quinta-feira, 22, os preços permaneceram nesse patamar. No entanto, no mês anterior, a pluma era comercializada a cerca de R$ 4,12 por libra-peso, ou R$ 136,08 por arroba — uma valorização de R$ 2,97 por arroba no período.

Paridade de exportações em MT – Imea

Na última semana, a paridade de exportação do contrato de julho/25 em Mato Grosso exibiu aumento de 0,26% em relação à semana anterior, ficando cotada a R$ 120,86/arroba. Apesar dessa valorização, a falta de fundamentos altistas para o preço da pluma do contrato de julho/25 na bolsa de Nova York, aliada à movimentação mais contida do dólar, pressionaram o preço da paridade na análise de longo prazo.

Para se ter uma ideia, a expectativa de estoques finais elevados para a safra 25/26 mundial, divulgada no dia 12/05 pelo USDA, contribuiu para uma maior pressão nos preços após a divulgação. Desse modo, a média mensal das cotações em maio/25 (até 23/05) recuou 3,78% ante o mesmo período de abril/25.

Por fim, a curto prazo, não há fatores que indiquem valorizações expressivas para as cotações da pluma, o que tende a limitar as valorizações no preço da paridade, mantendo um movimento mais lateralizado. As informações partem do Imea.

Exportações brasileiras – Secex

As exportações brasileiras de algodão somaram 157,737 mil toneladas em maio (16 dias úteis), com média diária de 9.858 toneladas. A receita com as vendas ao exterior totalizou US$ 253,854 milhões, com média de US$ 15,865 milhões. As informações são do Ministério da Economia.

Em relação à igual período do ano anterior, houve um recuo de 9,8% no volume diário exportado (10,925 mil toneladas diárias em maio de 2024). Já a receita diária teve queda de 25,7% (US$ 21,354 milhões diários em maio de 2024).

Fonte: Sara Lane – Safras News



 

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Sustentabilidade

Mercado brasileiro de trigo muda de rumo e estabiliza após forte queda no início de maio – MAIS SOJA

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Após um período de recuperação nos preços, o mercado brasileiro de trigo inverteu a tendência na virada de abril para maio. A queda no custo de importação que foi impulsionada pela desvalorização do dólar e pela baixa nas cotações internacionais, especialmente em Chicago e na Argentina, trouxe um viés baixista.

Segundo o analista e consultor de Safras & Mercado, Elcio Bento, com o arrefecimento da demanda por soja e milho, muitos produtores optaram por antecipar a venda do trigo, aumentando a oferta em um cenário já pressionado, o que acentuou as quedas nos preços na primeira metade do mês.

Na segunda quinzena, no entanto, o movimento de baixa perdeu força. “Os preços passaram a mostrar sinais de estabilização, com os produtores menos dispostos a negociar abaixo dos atuais patamares. A percepção é de que ainda há um intervalo considerável até a entrada da próxima safra, o que estimula a espera por melhores oportunidades de venda”, apontou o analista.

Do lado comprador, conforme Bento, o mercado segue cauteloso, apostando que a pressão vinda do cenário internacional deve continuar. “Com isso, os preços encerraram maio em queda na comparação com abril, mas com uma clara sinalização de interrupção da tendência de baixa”, relatou.

Emater

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) ampliou, a partir de 21 de maio, as áreas aptas à semeadura do trigo no Rio Grande do Sul. Isso impulsionou as atividades de plantio e aumentou o número de propriedades envolvidas. No entanto, as chuvas registradas desde 24 de maio interromperam temporariamente os trabalhos, que serão retomados conforme as condições de umidade do solo se tornem adequadas. As informações são do relatório semanal da Emater-RS desta quinta-feira (29).

Apesar do avanço no plantio, ainda há incertezas quanto à área a ser cultivada, influenciadas pela frustração da última safra de soja e descapitalização dos produtores. Os custos de financiamento e do seguro agrícola (Proagro e modalidades privadas) também são considerados elevados, o que limita o acesso ao crédito.

Na safra de 2024, a área cultivada no RS foi de 1.331.013 hectares, com produtividade de 2.781 kg/ha, segundo o IBGE. A Emater/RS-Ascar realiza neste momento o levantamento de intenção de plantio para a safra 2025, com apresentação prevista para as próximas semanas.

Argentina

A Bolsa de Buenos Aires informou que o plantio do trigo avançou para 10,5% da área projetada na Argentina. A semeadura é estimada em 6,7 milhões de hectares para a safra 2025/26.

Os trabalhos se concentraram principalmente no norte e centro-oeste da área agrícola, com destaque para o centro-norte de Córdoba, que apresenta um avanço superior a 10 pontos percentuais em relação à média das últimas cinco safras e ao ciclo anterior.

Nas demais regiões, o plantio tem sido atrasado pela continuidade das chuvas, especialmente no Núcleo Sul, Centro de Buenos Aires e na Cuenca del Salado. Caso o cenário atual persista, há risco de comprometimento nos planos de semeadura nessas áreas.

Fonte: Ritiele Rodrigues–Safras News



 

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Único sobrevivente de grupo resgatado nas queimadas, filhote de tamanduá se prepara para voltar à natureza em MT | MT

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Bandeirinha, um filhote de tamanduá-bandeira, é o único sobrevivente entre oito animais resgatados durante as queimadas que atingiram Mato Grosso em setembro de 2024, está pronto para ser reintroduzido à natureza. Agora com 10 meses, o animal está em fase de aclimatação na unidade da Ampara Silvestre, localizada na Transpantaneira, onde desenvolve seus instintos naturais antes de voltar à vida selvagem.

Resgatado com cerca de dois meses de idade, Bandeirinha foi levado em estado crítico ao Hospital Veterinário (Hovet) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Com queimaduras de terceiro grau nas quatro patas, desidratação extrema e anemia severa, ele necessitou de cuidados intensivos logo na chegada.

Segundo a médica veterinária Danielle Ferreira, responsável pelo tratamento, o estado do animal era grave. Ele teve as camadas de tecidos e pele destruídas, sendo necessário a troca de curativos por 42 dias para garantir a limpeza adequada aliada ao uso de pomadas para queimaduras.

Nos primeiros dias, o quadro clínico se agravou com sinais de choque séptico. “Foi necessário o uso de antibióticos potentes, porque a infecção era causada por uma bactéria multirresistente. Também aplicamos soro glicosado e vasopressores em infusão contínua, já que ele não conseguia manter funções fisiológicas básicas. Chegou a ficar alguns dias em estado semicomatoso”, explicou a veterinária.

Ao longo da recuperação, Bandeirinha enfrentou outras complicações, incluindo uma infecção óssea relacionada ao uso de acesso intraósseo e um quadro de pneumonia, condição comum em animais expostos à fumaça intensa. Além dos desafios clínicos, o vínculo afetivo com a veterinária também exigiu atenção especial.

“Ele só aceitava se alimentar comigo. Como filhote órfão, acabou ‘imprintando’ em mim, o que nos obrigou a manter a alimentação sempre sob o meu manejo. Isso é comum em tamanduás, que permanecem agarrados à mãe durante o início da vida”, contou Danielle.

Com o tempo, o filhote foi introduzido a uma dieta natural, com formigas e cupins, e aprendeu a procurar alimento por conta própria, revirando cupinzeiros. Passou então por um processo de dessensibilização com humanos, sendo transferido para um recinto isolado. No último mês, Bandeirinha começou a demonstrar comportamentos ariscos e até agressivos com pessoas, sinais de que está pronto para o retorno à natureza.

No entanto, caso não consiga se adaptar, a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) poderá transferi-lo para um empreendimento de fauna, como um zoológico ou centro de conservação. Classificado como espécie “Vulnerável”, Bandeirinha, saudável e com potencial reprodutivo, representa uma esperança para a conservação da espécie.

O papel do Hovet na conservação da fauna

A atuação do Hospital Veterinária preenche uma lacuna importante no estado. Thais Oliveira Morgado, médica veterinária e chefe do Setor de Animais Silvestres, explica que os atendimentos são feitos em parceria com a Sema, Polícia Militar Ambiental e a comunidade. “Recebemos principalmente animais vítimas de atropelamentos, queimadas ou filhotes órfãos. Também oferecemos atendimento à pets não convencionais mediante agendamento”, afirmou.

A responsável ainda destacou que a ausência de um Centro de Triagem de Animais Silvestres no estado torna o papel da UFMT ainda mais essencial, uma vez que o estado é cercado por três biomas.

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