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. . . . . . . . . . . . . . . 30 de May de 2025

Sustentabilidade

Controle da giberela em trigo – MAIS SOJA

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A giberela (Gibberella zeae/Fusarium graminearum), é uma das principais e mais preocupantes doenças que acometem a cultura do trigo. Os danos em função da incidência da giberela podem variar de acordo com a suscetibilidade da cultivar e intensidade da infecção, podendo chegar a perdas de produtividade de até 50% em condições mais severas (Santana et al., 2016). Além das perdas de produtividade, a giberela afeta a qualidade dos grãos, resultando em grãos mal formados, com acúmulo de micotoxinas.

Figura 1. Plantas de trigo com sintomas de giberela.
Figura 2. Grãos de trigo afetados pela giberela.
Fonte: Danelli; Zoldan; Reis

Levando em consideração o impacto da giberela no trigo, o manejo e controle eficiente dessa doença é crucial para a manutenção do potencial produtivo da cultura, e da qualidade dos grãos e/ou sementes produzidas. Sobretudo, alguns critérios devem ser levados em consideração para um manejo eficiente da giberela em trigo, tais como condições favoráveis ao desenvolvimento da doença e o período de pré-disposição da planta ao fungo.

Condições favoráveis

O desenvolvimento da giberela é favorecido por condições de elevada umidade e temperaturas amenas. Para que ocorra a infecção, é necessário a ocorrência de precipitações durante 38 a 72h, presença de inóculo no período de suscetibilidade da planta e temperatura . A faixa ideal de temperatura para a infecção está entre 20 e 25°C (Santana, 2012).

Qual o período de suscetibilidade da planta?

De acordo com Del Ponte et al. (2004), a extrusão das anteras é o período mais suscetível do trigo ao desenvolvimento da giberela, essa é a fase mais sensível da cultura a infecção do patógeno, e portanto a fase de maior cautela para o manejo da doença.

Figura 3. Extrusão das anteras do trigo, período mais suscetível a ocorrência de giberela.
Foto: CCGL TEC – Caroline Guterres
Quando controlar ?

A tomada de decisão para a aplicação de fungicidas deve levar em consideração as condições climáticas, ambientais e o período de predisposição do trigo a doença. Segundo Cunha & Caierão (2023), esse período estende-se do início da floração (presença de anteras soltas e presas) até estádio de grão leitoso (presença de anteras presas), ou seja, do estádio 60 ao 75 de Zadoks et al. (1974).

O período de predisposição do trigo a giberela, compreendido a partir da extrusão das anteras é considerado o período mais sensível do trigo a doença. Considerando que esse é o período do pico de suscetibilidade do trigo à giberela, esse é o momento ideal para práticas de controle da doença.

Recomendações de manejo

De acordo com Almeida et al. (2024), a primeira aplicação de fungicidas para o manejo da giberela deve ocorrer quando houver, durante o período de predisposição, ambiente favorável à infecção. Nesse sentido, a aplicação deve ser feita antes da ocorrência de chuvas previstas no período de predisposição. Quando ocorrer a chuva, as espigas já devem estar protegidas.

Já pensando em uma segunda aplicação, deve-se considerar um período de proteção das espigas de, no máximo, 7 dias. Portanto, se houver nova previsão de chuvas durante o período de suscetibilidade, reaplicar. Para pulverização, deve-se utilizar pontas cujos jatos direcionem a calda para as laterais das espigas (exemplos: duplo-leque e Defy 3D), e para o alvo da deposição (Almeida et al., 2024).

Fungicidas para o controle da giberela

Os fungicidas registrados para o controle químico da giberela em trigo estão apresentados na tabela 1.

Tabela 1. Fungicidas indicados para o controle da giberela (Fusarium graminearum) em trigo.
Fonte: Almeida et al. (2024)

Resultados dos ensaios realizados pela Embrapa na safra 2023 demonstram que, realizando três aplicações sequenciais dos fungicidas nos períodos da floração e de enchimento de grãos, sendo a primeira no início da floração (25% a 50%), e as demais em intervalos de 7 a 12 dias; a utilização de fungicidas à base de metominostrobina + tebuconazol e tiofanato-metílico (T6 – Fusão + Cercobin), com três aplicações sequenciais, demonstrou ser um dos tratamentos mais eficientes para o controle da giberela em trigo, contudo, todos os tratamentos com fungicidas apresentaram severidade inferior ao controle negativo.

Tabela 2.  Médias, agrupamento, intervalos de confiança e eficiência de controle para incidência de giberela em trigo, estimados para diferentes tratamentos fungicidas. Dados sumarizados dos 11 ensaios da Rede de Ensaios Cooperativos de Trigo para controle de giberela, safra 2023.
Fonte: Ferreira et al. (2024)

Vale destacar que, visando um controle efetivo da giberela no trigo e o manejo da resistência do fungo a fungicidas, é essencial rotacionar os princípios ativos dos produtos no programa de fungicidas. Além do adequado posicionamento dos fungicidas, pensando em um manejo eficiente da giberela, deve-se atentar para as condições climáticas e o período de pré-disposição do trigo a infecção, sendo portanto, fundamental realizar o monitoramento periódico das lavouras.


Veja mais: Até quando podemos aplicar 2,4-D na pós-emergência no trigo?


Referências:

ALMEIDA, J. L. INFORMAÇÕES TÉCNICAS PARA TRIGO E TRITICALE: SAFRAS 2024 & 2025. Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária, 2024. Disponível em: < https://static.conferenceplay.com.br/conteudo/arquivo/infotecnitrigotriticalesafras20242025livrodigitalfinal-1721832775.pdf >, acesso em: 27/05/2025.

CUNHA, G. R.; CAIERÃO, E. INFORMAÇÕES TÉCNICAS PARA TRIGO E TRITICALE: SAFRA 2023. Embrapa, 2023. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/doc/1153536/1/InformacoesTecnicasTrigoTriticale-Safra2023.pdf >, acesso em: 27/05/2025.

DEL PONTE, E. M. et al. GIBERELA DO TRIGO – ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS E MODELOS DE PREVISÃO. Fitopatol. bras. 29(6), 2004. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/fb/a/WHmhpn6NbZJDn49RvBqjQ7D/abstract/?lang=pt >, acesso em: 27/05/2025.

FERREIRA, A. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA CONTROLE DE GIBERELA DO TRIGO: REDE DE ENSAIOS COOPERATIVOS, SAFRA 2023. Embrapa Trigo, Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, n. 116, 2024. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/1166408/1/BPD-116-online.pdf >, acesso em: 27/05/2025.

SANTANA, F. M. et al. EFICIÊNCIA DE FUNGICIDAS PARA CONTROLE DE Gibberella zeae EM TRIGO: RESULTADOS DOS ENSAIOS COOPERATIVOS – SAFRA 2013. Embrapa, 2016. Disponível em: < https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/151662/1/ID43846-2016CTO362.pdf >, acesso em: 27/05/2025.

SANTANA, F. M. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE DOENÇAS DE TRIGO. Embrapa, Documentos, n. 108, 2012. Disponível em: < https://www.embrapa.br/en/busca-de-publicacoes/-/publicacao/990828/manual-de-identificacao-de-doencas-de-trigo >, acesso em: 27/05/2025.

Foto de capa: Diogo Zanata


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Sustentabilidade

Análise Ceema: Cotações do trigo recuaram nesta semana em Chicago – MAIS SOJA

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Por Argemiro Luís Brum

As cotações do trigo, em Chicago, também recuaram nesta semana, com o bushel do cereal fechando a quinta-feira (29) em US$ 5,34, contra US$ 5,44 uma semana antes.

Enquanto isso, igualmente nos EUA, no dia 25/05, as lavouras do trigo de inverno apresentavam-se com 50% entre boas a excelentes, 31% regulares e 19% em condições entre ruins a muito ruins. Já o trigo de primavera, naquela data, estava com 87% da área esperada semeada, contra 80% na média histórica. Do total semeado, 60% estava germinado, contra 53% na média. As condições das lavouras estadunidenses semeadas com este trigo, na data indicada, apresentavam-se em 45% entre boas a excelentes, 37% regulares e 18% entre ruins a muito ruins.

Por sua vez, na Argentina, a futura safra de trigo já está sendo projetada em 21,2 milhões de toneladas, graças ao clima favorável até o momento, assim como há uma expectativa de aumento da área semeada. Em 2024/25 a produção foi de 20,1 milhões de toneladas, sobre uma área de 6,9 milhões de hectares. Agora, espera-se que a área plantada chegue a 7,2 milhões de hectares, a qual seria a maior em 15 anos (cf. Bolsa de Cereais de Rosário).

E no Brasil, os preços do cereal de qualidade superior continuaram estabilizados em R$ 70,00 no Rio Grande do Sul e R$ 80,00 no Paraná, tomando as principais praças locais como referência.

Dito isso, as importações de trigo pelo Brasil, em maio, diminuem. Nos primeiros 11 dias úteis do mês as mesmas atingiram a 359.360 toneladas, volume 45% abaixo do comprado em maio de 2024 (cf. Secex).

O mercado do trigo no Rio Grande do Sul, no momento em que se inicia o plantio da nova safra neste Estado, continuou travado, levando os vendedores a ofertarem o produto existente aos moinhos de Santa Catarina e Paraná. Apenas produtores próximos aos moinhos estariam realizando vendas. A maior parte dos negócios segue “da mão para a boca”, enquanto a procura por parte dos moinhos catarinenses e paranaenses vem aumentando. Já os preços de exportação para dezembro foram cotados a R$ 1.330,00/tonelada (R$ 79,80/saco). Em Santa Catarina, os negócios seguem pontuais, principalmente com produto vindo do Rio Grande do Sul. Os preços da pedra permaneceram estáveis pela sexta semana, girando entre R$ 75,00 e R$ 80,00/saco. E no Paraná, as ofertas de trigo gaúcho e do produto importado continuam importantes. O mercado a pronta entrega registra compradores pagando até R$ 1.500,00/tonelada posto nos moinhos, com entrega em julho e pagamento em agosto. Já o trigo importado argentino esteve ofertado entre R$ 1.500,00 e R$ 1.520,00/tonelada FOB Paranaguá. Para a safra nova, há interesse de compra a R$ 1.400,00/tonelada (R$ 84,00/saco) para outubro e R$ 1.350,00 (R$ 81,00/saco) para novembro, mas sem vendedores (cf. TF Agronômica).

Enfim, após o Paraná estimar uma redução de 22% na sua área de trigo deste ano, e a Conab considerar uma redução de 11,7% na área total brasileira, a Emater gaúcha avançou que no Rio Grande do Sul a nova safra de trigo poderá assistir a uma redução de 18% em sua área, devendo ficar ao redor de 1,1 milhão de hectares. Em tal contexto, somente com um clima muito favorável para que o país consiga atingir uma produção de 8,2 milhões de toneladas, projetadas pela Conab para esta nova safra.

Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹

1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).



 

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RS, SC e PR amanhecem com temperaturas bastante baixas, suscetíveis a geadas – Rural Clima – MAIS SOJA

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A madrugada foi bastante gelada em áreas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, com temperaturas suscetíveis para a ocorrência de geadas, segundo informações divulgadas hoje pelo alerta agroclimático da Rural Clima.

De acordo com o agrometeorologista Marco Antonio dos Santos, as 5h20 de hoje, as temperaturas em Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Vacaria, no Rio Grande do Sul, estavam variando entre 1 e 2 graus. Já em grande parte do território gaúcho, as mínimas estavam oscilando entre 3 e 5 graus.

No Paraná, a temperatura estava em 2 graus em Guarapuava e em Ponta Grossa, em 3 graus em Cascavel, em 5 graus em Maringá e Campo Mourão, em 6 graus em Corbélia, Palotina e Londrina. “Como nesse horário as temperaturas ainda não atingiram o seu ponto mínimo, é provável que possa ter havido algum registro de geadas por conta dessas temperaturas mais baixas”, explica.

Santos argumenta que o maior frio deve ter sido registrado hoje, visto que, a partir de amanhã, ele começa a diminuir no Brasil, com um gradativo aumento das temperaturas.

O agrometeorologista informa que a próxima massa de ar polar está prevista para chegar ao Brasil no próximo dia 10, segundo os modelos meteorológicos europeu e americano.

Santos informa que, diante da atuação da massa de ar polar, o tempo deve ficar aberto em boa parte do Brasil de hoje até domingo.

Chuvas retornam ao Centro-Sul a partir do dia 2

Segundo Santos, o ingresso de uma frente fria pelo Paraguai no dia 2 deverá trazer chuvas para o norte do Rio Grande do Sul Santa Catarina, oeste do Paraná e Mato Grosso do Sul. “Aos poucos, esse sistema deve ganhar força, levando chuvas mais expressivas para a faixa central do país”, alerta.

No dia 3 estão previstos bons volumes de chuvas sobre o Paraguai, Mato Grosso do Sul, norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, sul de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás e extremo sul de Mato Grosso. “Cenário similar está previsto também para o dia 4 de junho”, comenta.

Santos ressalta que a expectativa de chuvas no Paraná e em São Paulo por diversos dias seguidos na semana que vem poderá trazer problemas para a colheita de milho safrinha, cana-de-açúcar e café, atrasos no plantio de trigo e problemas nas operações dos portos de Paranaguá e de Santos. Ele lembra que as operações nos portos do Arco Norte já se mostram complicadas devido aos vários dias seguidos de precipitações na região também.

O agrometeorologista alerta ainda que o ingresso da massa de ar polar a partir do dia 10 irá empurrar a umidade para as regiões de Minas Gerais, Tocantins, Maranhão e Piauí, onde pode chover entre os dias 9 e 13 de junho.

Fonte: Arno Baasch – Safras News



 

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PIB cresce 1,4% no 1º trimestre em relação ao 4º trimestre de 2024 – MAIS SOJA

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Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil

O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, apresentou crescimento de 1,4% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao quatro trimestre do ano passado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em valores correntes, o PIB somou R$ 3 trilhões no trimestre.

Na comparação com o primeiro trimestre de 2024, o PIB teve alta de 2,9%. Já no acumulado de 12 meses, a economia brasileira cresceu 3,5%.

O crescimento do quatro trimestre de 2024 para o primeiro trimestre deste ano foi puxado pela agropecuária, com alta de 12,2%. Os serviços cresceram 0,3%. A indústria teve variação negativa (-0,1%).

Fonte: Agência Brasil 



 

FONTE

Autor:Vitor Abdala – Repórter da Agência Brasil

Site: Agência Brasil

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