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. . . . . . . . . . . . . . . 24 de May de 2025

Sustentabilidade

Parceria vai criar as primeiras cultivares híbridas de canola adaptadas ao clima brasileiro – MAIS SOJA

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Ao tropicalizar a canola, a cultura é adaptada às condições impostas pelas mudanças climáticas, resultando em materiais mais tolerantes às altas temperaturas e ao déficit hídrico. Photo: Cristiane Vasconcelos

A Embrapa Agroenergia (DF) e a empresa Advanta Seeds acabam de firmar uma parceria para desenvolver os primeiros híbridos tropicais de canola adaptados às condições ambientais do Brasil. A iniciativa tem potencial para mudar o cenário da cultura no País, abrindo novas oportunidades para produtores rurais, especialmente na segunda safra, e deverá contribuir para suprir a demanda crescente por óleo vegetal e biocombustíveis. A parceria deu início ao projeto BRSCanola, que visa desenvolver cultivares híbridas de alto desempenho agronômico, com resistência a doenças, tolerância a herbicidas e adaptação ao clima e aos solos tropicais da região Centro-Sul do País.

A canola, planta da família das crucíferas, como o repolho e a couve, do gênero Brassica, já tem espaço nas lavouras brasileiras, sobretudo do Sul do País, contudo, elas usam sementes vindas, principalmente, da Austrália. O projeto tem duração de dois anos e une resultados de dois projetos em andamento também voltados para a produção sustentável de canola no Brasil. “São esforços em Pesquisa e Desenvolvimento e em Inovação que se complementam para aprimoramento e consolidação da cadeia produtiva da canola no Brasil para a produção de biocombustíveis”, destaca o pesquisador da Embrapa Bruno Laviola, que coordena o BRSCanola.

Laviola conta que a canola tem um papel estratégico na diversificação das culturas e na produção sustentável de óleo vegetal no Brasil. “Com essa parceria, vamos unir o conhecimento acumulado da Embrapa em melhoramento genético para o Cerrado com a expertise global da Advanta com suas linhagens elites, para geração de cultivares híbridas adaptadas ao nosso ambiente tropical”, declara o cientista.

Para ele, há grande espaço para ganho de produtividade e redução da dependência externa na importação de sementes, uma vez que não existem hoje cultivares comerciais de canola desenvolvidas no Brasil. Todas são importadas de outros países, principalmente da Austrália. Além disso, ao tropicalizar a canola, a cultura é adaptada às condições impostas pelas mudanças climáticas, resultando em materiais mais tolerantes às altas temperaturas e ao déficit hídrico.

Cruzamento de linhagens brasileiras e australianas

Por isso mesmo, o projeto parte do cruzamento de linhagens desenvolvidas pela Embrapa com as da Advanta originárias da Austrália. Serão geradas e avaliadas dezenas de combinações híbridas, com testes em campo e em casa de vegetação, incluindo avaliações de tolerância ao estresse hídrico, qualidade dos grãos e resistência às principais doenças da cultura, como canela preta, mofo branco e mancha de Alternaria. A Advanta participa com o fornecimento de materiais genéticos desenvolvidos ao longo de 40 anos de melhoramento genético tradicional.

O projeto é uma iniciativa pioneira para o mercado brasileiro, visto que a ausência de híbridos adaptados às condições tropicais tem sido uma das principais barreiras para a expansão da cultura e, principalmente, para o aumento da média de produtividade de grãos. Para Ana Luiza Scavone de Camargo, líder de Desenvolvimento de Novos Negócios nas Américas da Advanta, essa parceria é uma oportunidade valiosa que use o melhor do conhecimento científico existente entre as duas instituições. “Isso permitirá acelerar o desenvolvimento de materiais genéticos mais resilientes e produtivos, fundamentais para o avanço da cadeia produtiva”, prevê a executiva. A parceria conta também com a Fundação Arthur Bernardes (Funarbe) para apoio administrativo e financeiro à execução das atividades.

O potencial agroenergético do Brasil

“Acreditamos que o desenvolvimento de híbridos tropicais de canola poderá posicionar o Brasil como um player de destaque na bioeconomia global. Estamos promovendo ciência aplicada com foco em resultados concretos para o produtor, para o setor alimentício e para o mercado de biocombustíveis”, conclui Laviola.

A área plantada de canola no Brasil chegou a 40 mil hectares em 2021, dando um salto para 250 mil ha em 2024. A perspectiva é alcançar cerca de 350 mil ha em 2026. Com as políticas públicas voltadas para a produção e adoção de biocombustível no País, com destaque para o Biodiesel, SAF e Diesel Renovável, essa produção precisa de aperfeiçoamento técnico para aumento de produtividade além do aumento da área cultivada. Consolidando um sistema de produção sustentável para a canola.

Potencial de expansão na segunda safra

A canola vem se consolidando como uma opção estratégica para a rotação de culturas na segunda safra, especialmente nas regiões do Cerrado, onde há crescente demanda por alternativas ao milho safrinha. Com ciclo relativamente curto, boa adaptação a temperaturas amenas e capacidade de agregar valor ao sistema produtivo, a canola pode ser cultivada logo após a colheita da soja, otimizando o uso da terra e promovendo sustentabilidade ao sistema agrícola.

“O cultivo da canola como segunda safra pode se tornar um vetor de transformação para o agronegócio brasileiro. Estamos falando de uma cultura que melhora a estrutura do solo, quebra ciclos de pragas e doenças e ainda gera grãos com alto valor para a indústria de alimentos e de biocombustíveis”, reforça Laviola (foto à esquerda).

No Brasil, a canola tem potencial para ocupar até 20% da área de segunda safra cultivada com soja, o que possibilita expandir sua produção sem a necessidade de incorporar novas áreas à agricultura. Isso é um diferencial do País.

Estudos conduzidos pela Embrapa Agroenergia indicam que áreas hoje subutilizadas durante o outono/inverno no Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil têm grande potencial para o cultivo da canola. A expectativa é que, com a oferta de híbridos tropicais mais produtivos e adaptados, a área plantada no País possa crescer significativamente nos próximos anos, ampliando e diversificando a oferta de óleo vegetal para produção de Biodiesel, Diesel Renovável e SAF (sigla em inglês para combustível sustentável de aviação).

Projetos integrados

No projeto SAFCanola, voltado ao uso da espécie como matéria-prima de combustível sustentável de aviação, foram selecionadas linhagens adaptadas ao clima tropical, com produtividade semelhante a híbridos comerciais. As dez linhagens mais produtivas identificadas neste estudo, serviram de base para o início dos testes do projeto BRSCanola.

Quando a canola é cultivada durante o outono/inverno na região Sul do Brasil, há, em geral, disponibilidade hídrica ao longo de quase todo o ciclo da cultura. Por outro lado, no Cerrado, onde a canola é utilizada como alternativa de segunda safra, a disponibilidade de água limita-se, geralmente, à primeira metade do ciclo, impondo desafios à adaptação dos sistemas produtivos. Para contornar essa limitação, têm sido desenvolvidas estratégias no projeto SAFCanola que envolvem a otimização da adubação nitrogenada, associada ao uso de bioinsumos à base de microrganismos com funcionalidades específicas, como a mitigação do estresse hídrico e a promoção da fixação biológica de nitrogênio. Esses experimentos também visam ao desenvolvimento de sistemas de produção mais sustentáveis, com menor emissão de carbono.

Já o RedeCanola – Desenvolvimento da cadeia produtiva da canola em regiões tropicais: cultivares, sistema de cultivo, zoneamento de risco climático e sustentabilidade, um terceiro projeto com a variedade, também liderado por Laviola, busca transformar dados em conhecimento. O projeto objetiva o desenvolvimento da cadeia produtiva da canola em regiões tropicais com foco na validação de cultivares, sistemas de cultivo, manejo agrícola, zoneamento agrícola de risco climático e métricas de sustentabilidade.

O projeto realizou teste em Unidade de Referência Tecnológica (URTs) em Mato Grosso, avaliando sistemas de manejo para o cultivo da canola em regiões tropicais; ciclo de vida da planta em plantios comerciais; impacto econômico-social-ambiental da adoção do sistema de cultivo tropicalizado; gerando dados para o Zoneamento Agrícola de Risco Climático – Zarc Canola 3.0 (novas regiões), além de capacitar agricultores por meio de ferramentas geradas pela pesquisa: o curso on-line (e-Campo), Produção Sustentável de Canola, e o App Mais Canola.

Outra ação do projeto avaliou 18 híbridos de canola em 14 municípios em sete estados do Brasil e gerou dados que serão também utilizados para as pesquisas do projeto. Com essa ação, será possível uma ampla compreensão da interação das cultivares com os ambientes de cultivo, além de fornecer dados para o ZARC Canola.

“Com todos esses projetos desenvolvidos em parceria com o setor produtivo, queremos fazer da canola mais um caso de sucesso de tropicalização de cultivos no Brasil, consolidando cada vez o país como referência em agricultura tropical no mundo”, finaliza Laviola.

Foto de capa: Cristiane Vasconcelos

Fonte: Cristiane Vasconcellos/Embrapa Agroenergia



 

FONTE

Autor:Cristiane Vasconcellos/Embrapa Agroenergia

Site: Embrapa


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Sustentabilidade

Dólar e Chicago em alta movimentam mercado brasileiro de soja e preços domésticos melhoram – MAIS SOJA

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A semana foi marcada pela melhora nos preços domésticos e no ritmo dos negócios. O desempenho positivo do dólar e dos contratos futuros em Chicago fez com que os negociadores retornassem ao mercado.

Segundo o consultor de Safras & Mercado, Rafael Silveira, houve momentos positivos que permitiram o fechamento de diversos negócios. “O produtor tem se mostrado mais ativo, aproveitando para abrir espaço nos armazéns visando o milho que vem pela frente. As negociações ocorreram tanto no porto quanto com a indústria, que segue com boa demanda por soja”, comenta.

Em várias regiões, avalia Silveira, os preços superam a paridade de exportação, sinal claro de compradores mais agressivos. “No oeste do Paraná, por exemplo, os valores praticados estão acima do esperado para o nível de paridade”, completa.

Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos subiu de R$ 129,50 para R$ 130,00 na semana. No mesmo período, a cotação avançou de R$ 129,00 para R$ 130,00. Em Rondonópolis (MT), o preço passou de R$ 114,50 para R$ 115,00. No Porto de Paranaguá, a saca aumentou de R$ 134,00 para R$ 134,50.

Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em julho tiveram valorização semanal de 0,9%, sendo cotados na manhã da sexta, 23, a US$ 10,59 1/2 por bushel. Preocupações com o clima na Argentina, incertezas sobre o mandato do biodiesel nos Estados Unidos e sinais de atraso no plantio norte-americano sustentaram os contratos.

O dólar comercial teve alta semanal de 0,79%, atingindo a casa de R$ 5,7132 na manhã da sexta. Dúvidas sobre a questão fiscal no Brasil e a ameaça de novas tarifas- dessa vez para a União Europeia – por parte de Donald Trump ajudaram a sustentar a moeda americana na relação com o dólar, dando competitividade ao produto brasileiro.

Fonte: Dylan Della Pasqua e Lessandro Carvalho / Safras News



 

FONTE

Autor:Dylan Della Pasqua e Lessandro Carvalho / Safras News

Site: Safras & Mercado


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Sustentabilidade

Após revolução na soja, gramíneas são novo foco estratégico para os inoculantes biológicos – MAIS SOJA

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Depois de transformar a cultura da soja no Brasil, os bioinsumos, em especial os inoculantes, voltam-se agora para um novo horizonte: as gramíneas, como milho, cana-de-açúcar, arroz, trigo e pastagens. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), o país já conta com 37 inoculantes voltados a essas culturas, com eficiência média entre 25% e 30%, além de 40 patentes em desenvolvimento. A adoção desses bioinsumos nas gramíneas pode representar uma economia de até 5,1 bilhões de dólares ao país, além de evitar a emissão de cerca de 18,5 milhões de toneladas de CO₂ equivalente por ano — reforçando o papel estratégico da agricultura biológica na construção de um agronegócio mais sustentável.

Entre os destaques está o uso de microrganismos como o Azospirillum, amplamente reconhecido por sua contribuição à fixação biológica de nitrogênio (FBN). Além desse microrganismo, outras soluções biológicas envolvem bactérias promotoras de crescimento e solubilizadoras de nutrientes, como as dos gêneros Bacillus e Pseudomonas. Já o fungo Trichoderma spp., embora tradicionalmente utilizado no controle biológico de pragas e doenças, também integra esse conjunto de tecnologias inovadoras voltadas ao aumento da eficiência agronômica de gramíneas.

Segundo o Plano Nacional de Fertilizantes 2050, diversificar o uso de bioinsumos em diferentes culturas é uma estratégia essencial em um cenário global de transição para práticas agrícolas mais sustentáveis, além de ser uma das maiores oportunidades para ampliar a FBN além da soja, reduzindo a dependência externa do Brasil em fertilizantes nitrogenados. Essas constatações estão reunidas no estudo “Bioinsumos como alternativa a fertilizantes químicos em gramíneas: uma análise sobre os aspectos de inovação do setor”, realizado pelo MAPA em parceria com entidades, como o Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras (ISI) e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA).

De acordo com a ANPII Bio (Associação Nacional de Promoção e Inovação da Indústria de Biológicos), que representa empresas com forte atuação no mercado de inoculantes, inclusive no desenvolvimento de soluções voltadas para gramíneas, o setor vem demonstrando crescimento expressivo. Ao ano, as empresas associadas comercializam mais de 40 milhões de doses de produtos baseados em microrganismos como o Azospirillum. Levantamento também mostra que, embora a soja ainda lidere o consumo de inoculantes, com 75% da participação, o milho já representa 16% do mercado, seguido pela cana com 4%. Ao considerar o uso de inoculantes em todas as culturas, as empresas associadas entregaram ao mercado, na última safra, 205,6 milhões de doses, com vendas que somaram R$ 527,5 milhões e expectativa de crescimento de 12,4% em 2025. A trajetória é sólida, com crescimento médio anual superior a 16% nos últimos anos. As tecnologias também vêm evoluindo rapidamente: em 2024, os produtos à base de Bradyrhizobium responderam por 57% das vendas (ou 77% em número de doses), mantendo a liderança. Já os inoculantes com Azospirillum Pseudomonas representaram, respectivamente, 29% e 4% das vendas, refletindo o avanço na diversificação do uso de microrganismos no campo.

Diante desse cenário, o tema esteve no centro das discussões do evento Executive Dinner, promovido pela ANPII Bio no último mês, em Brasília. Na ocasião, estiveram reunidas autoridades do Executivo, parlamentares, representantes do MAPA e da ANVISA, entidades representativas do setor produtivo, como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ABRAPA e APROSOJA, além de membros de embaixadas estrangeiras e lideranças da cadeia de bioinsumos. Durante seu discurso, Alessandro Cruvinel, diretor do Departamento de Apoio à Inovação Agropecuária do Ministério da Agricultura e ex-presidente do Conselho Estratégico do Programa Nacional de Bioinsumos, destacou a importância de expandir o uso de bioinsumos para culturas além da soja, com foco nas gramíneas. “Conseguimos zerar o uso de nitrogênio na soja com inoculantes. A pergunta agora é: isso pode acontecer com outras culturas?”, questionou.   

Para Guilherme de Figueiredo, presidente da ANPII Bio, “zerar a adubação nitrogenada” significa substituir completamente o uso de fertilizantes químicos nitrogenados pelo uso de inoculantes biológicos, que promovem a fixação biológica do nitrogênio, nutrindo a planta de forma natural e eficiente. “Esse modelo, consolidado na soja, é um grande desafio tecnicamente falando para outras culturas. A meta agora é acelerar o desenvolvimento e a adoção dessas tecnologias”, afirmou.

Alinhada a esse objetivo, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) também tem contribuído ativamente para o avanço dos bioinsumos. Clênio Pilon, diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da instituição, destacou, durante o evento, que a Embrapa desenvolveu ativos baseados em bactérias solubilizadoras de fósforo, além de microrganismos capazes de favorecer o desenvolvimento das plantas mesmo sob estresse hídrico. “Estamos comprometidos com a revolução biológica, que é a terceira grande onda da agricultura”, reforçou.

A chamada “Revolução dos Biológicos”, como apontada por Clênio, tem ganhado força em um momento em que o agronegócio busca soluções mais sustentáveis e eficientes. Nesse contexto, os impactos ambientais e econômicos da adoção de inoculantes vêm sendo cada vez mais evidenciados por especialistas. Segundo levantamento realizado pela ANPII Bio em parceria com a pesquisadora da Embrapa, Mariangela Hungria da Cunha, a fixação biológica do nitrogênio (FBN) na soja evita a emissão de cerca de 5,4 toneladas de CO₂ por hectare. Considerando os 44 milhões de hectares cultivados no país, isso representa 236 milhões de toneladas de CO₂ não emitidas. Com o avanço da tecnologia no milho, o Brasil pode alcançar a marca de 240 milhões de toneladas de emissões evitadas.

Além dos ganhos ambientais, os dados revelam também benefícios econômicos expressivos. A redução no uso de fertilizantes químicos por meio da FBN gera uma economia de 27,4 bilhões de dólares — sendo que, no caso do milho, a substituição de apenas 25% da adubação nitrogenada por inoculação pode reduzir o custo de produção em até R$ 119,19 por hectare, o que representa uma economia nacional superior a 0,5 bilhão de dólares.

Marco legal acelera o avanço dos bioinsumos — Aprovada em dezembro de 2024, a Lei dos Bioinsumos (Lei nº 15.070/2024), que regulamenta a produção e uso desses produtos no país, é essencial para que o Brasil acelere cada vez mais o desenvolvimento e registro dessas tecnologias, que englobam, além dos inoculantes, produtos como biofertilizantes, biodefensivos, reguladores biológicos de crescimento e outros produtos à base metabólitos de microrganismos — essenciais para uma agricultura mais sustentável e menos dependente de insumos químicos.

“O marco regulatório recém-aprovado é um divisor de águas. Com mais segurança jurídica, o setor pode atrair investimentos, fomentar a pesquisa e levar tecnologias sustentáveis a mais produtores”, continuou o presidente da ANPII Bio. A partir disso, a expectativa é de que o Brasil se destaque ainda mais no cenário mundial: atualmente, o país já representa 11,3% do consumo global de bioinsumos, movimentando R$ 5,7 bilhões por ano. A estimativa é que o setor cresça 60% até 2030, alcançando R$ 9 bilhões em vendas.

No entanto, para que a nova lei seja plenamente regulamentada, é preciso que todos os diferentes elos da cadeia de bioinsumos — governo, indústrias, pesquisadores e agricultores — discutam de forma colaborativa para alcançar um equilíbrio entre inovação, segurança e a efetiva implementação das melhores práticas no setor. Observando essa necessidade, a ANPII Bio, que nasceu como representante dos produtores e importadores de inoculantes, mas hoje é uma das principais entidades do setor de bioinsumos no país, busca sempre dialogar com todas as partes envolvidas, promovendo eventos periódicos, como é o caso do Executive Dinner, onde estavam reunidos os principais protagonistas dessa transformação. “Estamos trabalhando em políticas públicas, regulamentações modernas e ampliação de mercados, inclusive para a pecuária e a produção animal”, continuou o presidente da entidade durante o seu discurso.

Júlia Emanuela de Souza, diretora de relações institucionais da ANPII Bio, reiterou que esse avanço só foi possível graças à união de todos que integram o setor de bioinsumos. “Se não fosse isso, o Brasil jamais estaria na vanguarda. Esse momento não é uma conquista do setor, mas de toda a agricultura brasileira”, afirmou durante o evento.

Ela ainda destacou que esses produtos são uma resposta à pergunta central da agricultura moderna: como aumentar a produção de alimentos sem esgotar os recursos naturais? “Estamos falando de produtos naturais, com alta eficiência, baixo impacto ambiental e grande compatibilidade com outras tecnologias. Os bioinsumos não são uma alternativa, mas sim uma solução de futuro, que gera empregos, estimula a inovação e preserva o nosso maior patrimônio, a Terra. Não estamos construindo um setor, estamos construindo um legado”.

Sobre a ANPII Bio:

Fundada em 1990, a ANPII Bio sempre teve como missão promover a fixação biológica de nitrogênio e promoção de crescimento vegetal como tecnologias estratégicas para uma agricultura sustentável. Com o tempo, a entidade evoluiu e, em 2024, se alinhando à dinâmica natural do mercado, ampliou o seu escopo e passou a atender também outras categorias de bioinsumos, em meio a um cenário de crescimento no uso, produção e exportação desses produtos, solidificando o Brasil como um dos principais mercados globais de insumos biológicos.

A ANPII Bio, primeira associação representativa de insumos biológicos no Brasil, vem desempenhando um papel crucial na construção de uma legislação moderna e segura junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e outros órgãos reguladores. Isso permite que o setor produtivo ofereça produtos eficientes e inovadores, com biotecnologia de ponta aplicada à agricultura sustentável.

Em parceria com a Embrapa e outras instituições de pesquisa, a ANPII Bio viabilizou estudos que diversificaram e expandiram o setor, com mais de 150 empresas desenvolvendo e comercializando bioinsumos que beneficiam agricultores, o meio ambiente e a sociedade. A presença da ANPII Bio em eventos científicos, feiras agrícolas e espaços de discussão, juntamente com seu programa gratuito de EAD, tem promovido maior entendimento e conhecimento sobre a tecnologia dos biológicos e seus benefícios para a agronomia, agricultura e economia do Brasil.

Atualmente, a ANPII Bio conta com 43 empresas associadas. A entidade também integra diversos fóruns relevantes de impacto ao desenvolvimento do setor no Brasil. Muito já foi feito e há muito o que se fazer para que os insumos biológicos estejam ainda mais presentes na agricultura brasileira e mundial e contribuam para a sustentabilidade da produção agrícola.

Para mais informações, acesse: www.anpiibio.org.br

Fonte: Assessoria de Imprensa ANPII Bio



 


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Sustentabilidade

Danos dos tripes na floração de soja – MAIS SOJA

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Considerada uma das principais pragas da soja, o tripes, possui a capacidade de causar perdas de produtividade de até 25% na cultura. As principais espécies de expressão econômica são a espécie Frankliniella occidentalis, a Frankliniella schultzei e a Caliothrips sp. (Zanattan; Nunes; Madaloz, 2023).

A praga apresenta curto ciclo de vida, podendo acometer a soja ainda nos estádios iniciais do desenvolvimento das plantas. Condições de estiagem favorecem o desenvolvimento dos tripes, tornando necessário realizar o controle químico da praga para reduzir as perdas de produtividade.

O curto ciclo de vida é em média de 15 dias, fato que contribui para a elevada proliferação da praga. No caso de F. schultzei, os adultos se reproduzem por partenogênese e cada fêmea coloca em média 75 ovos (Sosa-Gómez et al., 2014).

As folhas atacadas pelos tripes apresentam pontuações prateadas, um sintoma típico da alimentação dessa praga. Além dos danos diretos causados pela raspagem do tecido foliar, os tripes podem provocar prejuízos ainda maiores ao atuarem como vetores de doenças, especialmente do vírus associado à “queima-do-broto”, que pode comprometer seriamente o desenvolvimento da soja e reduzir o potencial produtivo da lavoura  (Sosa-Gómez et al., 2014).

Figura 1. Danos característicos de tripes em soja.

Além dos danos ao dossel da cultura, um estudo conduzido por Neves e colaboradores (2022) demonstrou que os tripes também são capazes de reduzir estruturas fisiológicas da planta importantes para a formação dos grãos, mais especificamente, as flores. Analisando os níveis de dano econômico para tripes em soja, com aplicações de inseticidas por aeronaves e tratores, os autores observaram haver uma relação entre a densidade de tripes e a redução do número de flores de soja. A unidade de amostra utilizada no estudo consistia em uma bandeja de 40x25x3cm, totalizando 0,1 m². As amostragens foram realizadas no dossel da cultura (figura 2).

Figura 2. A) Estádios fenológicos das plantas de soja, (B) amostragem da densidade de tripes usando uma bandeja plástica, (C) avaliação das perdas devido ao abortamento de flores.
Fonte: Neves et al. (2022)

Os resultados obtidos por Neves et al. (2022) demonstram que, para cada 2,44 tripes por amostra, perde-se 1% de flores de soja por abortamento. Os danos observados durante o período reprodutivo da soja indicam que esse é o período fenológico em que os danos realmente ocorrem. Assim, Frankliniella schultzei e Caliothrips phaseoli, mesmo em densidades observadas de até oito indivíduos por amostra, causaram perdas por meio da queda de flores.

Além disso, observou-se que, em plantas atacadas por tripes, os grãos de pólen tendem a se aglutinar, o que também contribui para o aborto floral (Neves et al., 2022). A redução do número de flores impacta diretamente a formação do número de legumes por planta, reduzindo consequentemente a produtividade da cultura.

Figura 3. Regressão linear das perdas de rendimento (%) em função da densidade de tripes em plantas de soja na fase reprodutiva. Cada círculo representa os dados de uma das 80 repetições.
Adaptado: Neves et al. (2022)

Com relação ao nível de dano econômico (NDE) para Frankliniella schultzei e Caliothrips phaseoli, embora esse valor possa variar de acordo com os custos de controle, para as condições do presente estudo, Neves et al. (2022) concluem que, o  NDE para o controle via aplicação trataorizada é de 3,43 tripes por amostra, enquanto que o NDE para o controle via aplicação aérea é de 4,53 tripes por amostra.

De acordo com as recomendações de manejo para a cultura da soja, orienta-se o que o controle químico dos tripes seja realizado quando atingir o nível de infestação de aproximadamente 20 tripes por folíolo.

Confira o trabalho completo de Neves e colaboradores (2022) clicando aqui!


Veja mais: Controle químico de tripes em soja


Referências:

NEVES, D. V. C. et al. ECONOMIC INJURY LEVELS FOR CONTROL DECISION-MAKING OF THRIPS IN SOYBEAN CROPS (Glycine max (L.) Merrill). Research, Society and Development, 2022. Disponível em: < https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/32114 >, acesso em: 23/05/2025.

SOSA-GÓMEZ, D. R. et al. MANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE INSETOS E OUTROS INVERTEBRADOS DA CULTURA DA SOJA. Embrapa, Documentos, n. 269, 2014. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/991685/1/Doc269OL.pdf >, acesso em: 23/05/2025.

ZANATTA, F.; NUNES, M.; MADALOZ, J. OCORRENCIA DE TRIPES NAS CULTURAS DE SOJA E MILHO. PIONNER AGRONOMIA, CROP FOCUS, 2023. Disponível em: < https://www.pioneer.com/content/dam/dpagco/pioneer/la/br/pt/files/Crop_focus_ocorrncia_de_tripes_em_soja_e_milho.pdf >, acesso em: 23/05/2025.


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