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Granjas comerciais possuem focos específicos e trabalhos distintos; saiba quais

Após a confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja de ovos férteis, no dia 16 de maio, no Rio Grande do Sul, surgiram dúvidas e confusões sobre as demandas e os objetivos desse tipo de criação em comparação com outras granjas de produção de ovos comerciais.
Para esclarecer o tema, o Canal Rural apresenta informações que explicam as principais distinções e similaridades entre essas formas de produção, ambas expressivas dentro do agronegócio brasileiro.
Diferenças entre os tipos de granja
Uma granja de ovos férteis é voltada à produção de ovos destinados à incubação, com o objetivo de gerar pintinhos. Esses ovos não são consumidos diretamente pela população. Já uma granja de postura comercial (avicultura de postura) é dedicada à produção de ovos para o consumo humano.
No caso das granjas de postura, as galinhas são selecionadas por sua alta produtividade e permanecem em postura por até 80 semanas.
Existe ainda a avicultura de corte, voltada para a criação de frangos destinados ao abate. Nesses estabelecimentos, os animais são criados por cerca de 40 a 50 dias, tempo necessário para atingirem o peso ideal para o consumo.
Granja de ovos férteis: reprodução controlada e biosseguridade
Nas granjas de ovos férteis, há um controle rigoroso da reprodução. Galos e galinhas são mantidos em proporções específicas para garantir a fecundação dos ovos.
Esses ovos são incubados com a finalidade de gerar pintinhos, que posteriormente serão destinados à produção de carne (frangos de corte) ou à postura comercial (poedeiras), de acordo com a linhagem genética das aves.
O ambiente dessas granjas segue protocolos rígidos de biosseguridade, a fim de evitar qualquer tipo de contaminação que possa comprometer os embriões.
Os procedimentos de coleta e armazenamento visam preservar a viabilidade embrionária até a chegada dos ovos aos incubatórios, onde serão aquecidos em equipamentos específicos até o nascimento dos pintinhos. O transporte dos ovos também exige cuidados especiais.
Já nas granjas de postura comercial, os ovos não são fecundados e, por isso, não há presença de galos nesses ambientes.
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Sete municípios são investigados por casos de gripe aviária

O painel Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves (SRN) mantido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e atualizado duas vezes ao dia mostra, até o momento, sete municípios com investigação em andamento de possível caso de gripe aviária.
Nos locais, já foram feitas coletas de amostras que ainda não possuem resultado laboratorial conclusivo. São eles:
- Triunfo (RS): criação doméstica (subsistência)
- Estância Velha (RS): criação doméstica (subsistência)
- Ipumirim (SC): criação doméstica (comercial)
- Nova Brasilândia (MT): criação doméstica (subsistência)
- Gracho Cardoso (SE): criação doméstica (subsistência)
- Salitre (CE): criação doméstica (subsistência)
- Aguiarnópolis (TO): criação doméstica (comercial)
Até o momento, o sistema informa que foram feitas 3.945 investigações de suspeitas de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves, cujas doenças-alvo são Influenza Aviária e Doença de Newcastle.
Países que suspenderam exportações
Em coletiva de impresa no início da noite desta segunda-feira (19), o ministro do Mapa, Carlos Fávaro, disse confiar que pela transparência com que o governo brasileiro conduz o caso é que a confiança de todos os compradores de carne de frango, ovos e derivados será reconquistada.
Até o momento, a suspensão das exportações de todo o país foi anunciada por México, Coréia do Sul, Chile, Canadá, Uruguai, Malasia e Argentina. Já Cuba e Bahrein não comprarão produtos avícolas de todo o estado do Rio Grande do Sul, ao passo que Cingapura e Japão notificaram que o veto se limita apenas a um raio de 10 km de Montenegro, município da Região Metropolitana de Porto Alegre onde a doença foi inicialmente detectada.
Contudo, pelos acordos internacionais firmados entre as agências de vigilância sanitária de outros países, está prevista a suspensão automática – sem necessidade de anúncio formal – das seguintes nações: Rússia, Sri Lanka, Bolívia, Paquistão, Peru, República Dominicana e
Marrocos.
“O Brasil é o único país do mundo que mantém um sistema atualizado duas vezes ao dia com casos confirmados e em investigação de gripe aviária. Todo o mundo pode acompanhar passo a passo a forma como estamos lidando com o problema”, declarou.
‘Gripe aviária chegou tarde ao Brasil’
Fávaro também fez questão de ressaltar que os primeiros reportes oficiais de circulação do vírus da gripe aviária no mundo datam de 2006 e foram necesários quase 20 anos para que a doença se estabelecesse no Brasil, tamanha a robustez do sistema sanitário nacional.
“Esse vírus só entrou no plantel brasileiro agora. Depois que chegou às aves silvestres, com casos no Espírito Santo e em São Paulo, demorou cerca de dois anos para ser detectado em granjas comerciais. Em outros países, esse intervalo foi muito mais curto”, finalizou o ministro.
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países deixam de comprar frango e derivados do Brasil

Em coletiva de imprensa realizada no início da noite desta segunda-feira (19), o secretário adjunto de Comércio e Relações Internacionais, Marcel Moreira, atualizou a lista de países que anunciaram a suspensão das exportações de carne de frango e produtos derivados de todo o Brasil: México, Coréia do Sul, Chile, Canadá, Uruguai, Malasia e Argentina.
Além disso, Cuba e Bahrein não comprarão produtos avícolas de todo o estado do Rio Grande do Sul. Já Cingapura e Japão notificaram que o veto se limita apenas a um raio de 10 km de Montenegro, município da Região Metropolitana de Porto Alegre onde a doença foi detectada.
O ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), por sua vez, reforçou que, no caso de Japão e Cingapura, as vendas brasileiras de carne de frango não serão afetadas, visto que os municípios do entorno de Montenegro não contam com granjas comerciais.
Contudo, pelos acordos internacionais firmados entre as agências de vigilância sanitária de outros países, está prevista a suspensão automática – sem necessidade de anúncio formal – das seguintes nações:
- Rússia;
- Sri Lanka;
- Bolívia;
- Paquistão;
- Peru;
- República Dominicana; e
- Marrocos
Fávaro reforçou que além dos casos confirmados de gripe aviária na granja de Montenegro e no zoológico de Sapucaia do Sul, outros três estão em análise em Ipomirim (SC), Aguiarnópolis (TO) e Salitre (CE).
“Nos casos já confirmados do zoológico e da granja comercial em Montenegro, imaginamos que o vírus tenha vindo de rotas migratórias de aves silvestres, mas ainda não sabemos se é o mesmo vírus em ambos os lugares”, disse o ministro.
Reforço orçamentário
Fávaro negou que o Mapa buscará reforço orçamentário para o enfrentamento específico da gripe aviária. Segundo ele, o que está em pauta é o pedido de recursos extras para o combate de quatro emergências sanitárias em voga no país: a monilíase do cacau, vassoura-de-bruxa da mandioca, mosca-das-frutas e a gripe aviária.
“Talvez englobaremos essas quatro emergências em uma só e faremos o pedido de reforço orçamentário, que será pequeno, e decorre mais da dificuldade de combate e deslocamento de pessoal para lugares mais afastados, como os da Região Norte.”
O ministro defendeu, ainda, a criação de um Fundo Nacional para a Questão Sanitária, voltado a indenizar produtores afetados por crises como a gripe aviária. Para o chefe da pasta, o amparo seria custeado por recursos privados, de entidades representativas do agronegócio, e pelo próprio governo.
“Defendo que se agilize no Conresso Nacional esse tema e a posteior sanção presidencial porque crises dessa natureza estão cada vez mais constantes e vorazes”, considerou.
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impactos e resposta rápida reacendem debate sobre defesa sanitária no país

Com o caso confirmado de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul e a reação imediata de alguns países importadores, cresce a apreensão com os reflexos para a avicultura brasileira. O Brasil, maior exportador mundial de carne de frango, já enfrenta restrições por parte de importantes parceiros comerciais — um cenário que acende o alerta para o setor, responsável por 37% da carne de frango vendida no mundo.
Em entrevista ao Canal Rural, o ex-ministro da Agricultura e comentarista Francisco Turra reforçou que, apesar da complexidade do momento, o país está reagindo com responsabilidade e rapidez. Segundo ele, a adoção de medidas rigorosas como o descarte de ovos, a incineração de materiais e o abate sanitário de aves mostram o compromisso do setor com os protocolos internacionais de contenção da gripe aviária.
Turra lembrou que o Brasil conquistou o protagonismo no mercado global justamente por manter-se livre da doença durante as últimas duas décadas, mesmo quando os grandes produtores mundiais foram atingidos. “Não foi sem sacrifício”, destacou, ao mencionar o esforço contínuo do setor privado e a união dos agentes envolvidos para garantir a biosseguridade.
A estratégia brasileira, segundo o ex-ministro, passa também pela defesa do conceito de regionalização. Ou seja, ao invés de embargos generalizados ao país, as suspensões deveriam se restringir apenas ao estado afetado, neste caso o Rio Grande do Sul. Países como Japão, China e membros da União Europeia já aplicaram esse princípio em outras ocasiões, e a expectativa é de que o façam novamente.
O ex-ministro também defendeu maior clareza na comunicação com a população e com os mercados internacionais, ressaltando que o Brasil está fazendo a “lição de casa” com seriedade. No primeiro dia após a confirmação do foco de gripe aviária, mais de 17 mil aves foram eliminadas, e os trabalhos seguem intensivos no interior do estado, com apoio do Ministério da Agricultura e dos governos locais.
Apesar dos impactos imediatos, Turra acredita que a retomada do mercado pode ocorrer dentro de 30 a 60 dias, desde que não surjam novos focos. Ele alerta, no entanto, que o retorno será gradual e exigirá paciência e resiliência por parte do setor.
A entrevista do ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra, assim como todo o conteúdo do Canal Rural está em nosso Youtube, confira!
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