Sustentabilidade
Agronegócio gaúcho enfrenta crise e produtores cogitam paralisação – MAIS SOJA

Por Marcelo Sá – jornalista/editor e produtor literário
Sucessivas quebras de safra aumentaram endividamento e prejudicaram produção
Um ano após as devastadoras chuvas que deixaram o estado inundado, o setor agropecuário do Rio Grande do Sul atravessa momento crítico de sua vitoriosa trajetória. Isso porque a tragédia de 2024 se encaixa num contexto maior de eventos climáticos extremos que, em pouco tempo, castigaram os produtores. Desde 2018, foram cinco grandes secas e duas enchentes.
Agora, o estado enfrenta uma nova estiagem, tendo 201 municípios com reconhecimento federal de situação de emergência, com outras 61 cidades ainda em análise, segundo o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR). Produtores pressionam o governo federal por ajuda financeira, ameaçando paralisar suas atividades já a partir do próximo dia 13 maio, em face do colapso financeiro do setor.
O MIDR já aprovou R$ 7,9 milhões de ajuda humanitária para os produtores. No entanto, a colheita ainda em curso de 2025 deve registrar perdas de 10 milhões de toneladas em relação à estimativa inicial. Entre os segmentos mais afetados estão a soja e o milho, com reflexos também nas pastagens, o que prejudica a produção de leite. Com as sucessivas quebras de safra, os produtores veem seu endividamento aumentar, sem perspectiva de alívio. Segundo dados do movimento SOS Agro RS, os pedidos de recuperação judicial no estado cresceram 1.000%.
Sem acesso a crédito, a continuidade da produção se torna inviável, alerta a Organização das Cooperativas do estado do Rio Grande do Sul (Ocergs). A preocupação é que muitos agricultores não tenham condições de continuar produzindo nas próximas safras, sobretudo as de grãos, gerando sérias conseqüências para o agronegócio gaúcho, que é um pilar econômico do estado, além de única fonte de renda para muitos trabalhadores rurais de pequeno porte, que são os mais afetados.
Tentativas de reverter a situação enfrentam desafios
A Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) apresentou duas propostas para o governo federal. A primeira delas trata do uso de recursos do Fundo Social do Pré-sal, com a destinação de R$ 20 bilhões a R$ 25 bilhões para reestruturar as dívidas em até 20 anos. A segunda medida sugere a transformação das dívidas em títulos públicos, garantidos pelo Tesouro Nacional, com prazos de até 20 anos e juros entre 1% e 3% ao ano. Essa alternativa permitiria aos produtores regularizarem sua situação financeira e retomarem investimentos em irrigação e recuperação de solo, de acordo com a categoria.
As propostas foram apresentadas na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados e ao Senado, além de reuniões com o Banco Central e com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ainda sem resposta, circulam, entre os produtores, informações de que o prazo de 20 anos é visto como muito longo pelo ministro e o governo não teria o valor necessário para concretizar o repasse.
Além disso, mesmo que fosse aceita, a prorrogação das dívidas traria um novo problema, já que os bancos não possuem liquidez para atender a todos os pedidos. Mesmo sendo obrigados a fornecer crédito rural, muitos repassam o dinheiro considerado “sem risco”, garantindo inclusive lucro. Os que efetivamente fazem o empréstimo enfrentam prejuízo, pois os custos são altos e o retorno é baixo ou até negativo.
Diante desse cenário, entidades de representação como a própria Farsul orientam produtores a procurar os credores e, munidos dos laudos técnicos que atestem as perdas e prejuízos, tentarem uma renegociação, sem esperar por ações concretas do governo federal. O Ministério da Agricultura estima em R$ 28 bilhões o montante de parcelas de crédito rural de produtores gaúchos com vencimento em 2025. A pasta solicitou a prorrogação das prestações por seis meses, porém o pedido ainda não foi atendido. Na semana passada, o Ministério da Fazenda sinalizou que não fará um adiamento generalizado.
O tamanho e relevância do setor no estado
A pujança do agronegócio gaúcho pode ser atestada pelos números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O estado representa 12,6% do PIB da agricultura nacional e 6,5% do PIB agropecuário, tendo sido responsável por 23,3% das exportações brasileiras de soja em grão em 2023. Apesar de mais de 206 mil propriedades rurais do estado terem sido afetadas pelas chuvas extremas, a agropecuária fechou o ano de 2024 com crescimento de 35%, recuperando-se da estiagem ocorrida em 2023.
Se os produtores rurais do Rio Grande do Sul paralisarem as atividades, e o período for longo, o Brasil todo pode sofrer prejuízos, num momento já delicado, de inflação dos alimentos e tensões tarifárias mundo afora, que fazem oscilar cotações de commodities.
Confira outros dados impressionantes sobre a produção agropecuária gaúcha, ainda de acordo com o IBGE:
Maior produtor de arroz do Brasil, responsável por cerca de 70% da produção nacional, com média de 8 milhões de toneladas por safra;
– 3º maior produtor de soja do Brasil, com produção média estimada em 20 milhões de toneladas por safra;
– Liderou a produção de trigo por muitos anos, com recorde histórico de 5,7 milhões de toneladas em 2022. Nos anos seguintes, perdeu a posição para o Paraná;
– Produz 15% da soja, 44% da aveia branca, 70% da uva, 4% do milho de todo o Brasil;
– Responsável por 15% da produção de proteína bovina, 40% da produção de frangos e 30% da produção de suínos.
Com informações complementares do Instituto Agronômico do Paraná e da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (Fetag).
Fonte: SNA
Autor:Marcelo Sá/SNA
Site: SNA
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Sustentabilidade
Grãos ardidos no milho podem reduzir produtividade em até 30% – MAIS SOJA

Produtores que investem no milho safrinha, especialmente nas regiões do Cerrado, enfrentam um desafio que pode comprometer significativamente a produtividade: a ocorrência de grãos ardidos. Causado por fungos como Diplodia spp. e Fusarium spp., esse problema pode resultar em perdas de até 30%. Pensando em apoiar o agricultor nesse cenário, a Pioneer® lança o híbrido P33007PWU, com posicionamento ideal para plantios de abertura no Cerrado.
Nestas regiões, os plantios de abertura normalmente sofrem maior índice de precipitação e tempo nublado, em especial nas fases de florescimento e enchimento de grãos, o que favorece o desenvolvimento dos fungos causadores da doença. Alem de comprometer o rendimento, os grãos ardidos fermentam, alteram o sabor e o odor do milho e podem conter micotoxinas – substâncias tóxicas à saúde humana e animal – dificultando a comercialização do produto.
“Hoje, os milhocultores encontram dificuldades para evitar a incidência de grãos ardidos, o que impacta diretamente os resultados da safra. Por isso, é fundamental escolher um híbrido adaptado ao ambiente e com características que reduzam esse risco. O P33007PWU é fruto do compromisso da Pioneer® com a inovação e as necessidades do produtor, com mais de 50 anos de história no Brasil”, afirma Rafael Seleme, Líder da Pioneer® no Brasil e no Paraguai.
Alta produtividade, sanidade e tecnologia PowerCore® Ultra
Entre os principais diferenciais do P33007PWU estão a alta produtividade, a excelente qualidade de grãos e a tolerância a patógenos associados aos grãos ardidos. O híbrido conta com a tecnologia PowerCore® Ultra, que combina quatro proteínas inseticidas que auxiliam no manejo de lagartas suscetíveis, além de permitir o uso de herbicidas de diferentes grupos, contribuindo para um manejo mais eficiente de plantas daninhas e garantindo o máximo potencial produtivo.
Manejo integrado é essencial
Além da genética, o manejo agronômico continua sendo uma ferramenta decisiva. “O uso de fungicidas, a adubação equilibrada com nitrogênio (N) e potássio (K), o planejamento da época de plantio e a rotação de culturas são práticas fundamentais. Ainda, o monitoramento constante da lavoura para identificação de ataque de insetos, em especial a cigarrinha e o complexo de lagartas que atacam a cultura podem determinar aplicações complementares de inseticidas. Combinadas à escolha de um híbrido adequado, como o P33007PWU, essas estratégias reduzem o risco de grãos ardidos e ampliam as chances de rentabilidade”, destaca Seleme.
Uma inovação importante no manejo da adubação é o uso da fixação biológica de nitrogênio. A Corteva oferece a solução Utrisha™ N, aprovada para soja, milho e batata. O produto contém uma cepa exclusiva da bactéria Methylobacterium symbioticum, que captura o nitrogênio atmosférico e o transforma em amônio, fornecendo nutrientes diretamente para a planta e promovendo ganhos em desenvolvimento e produtividade.
Proteção desde o início com o Tratamento de Sementes Industrial
O híbrido P33007PWU, assim como todos os híbridos Pioneer®, é comercializado com o Tratamento de Sementes Industrial (TSI) LumiGEN®, que combina fungicidas, inseticidas, bionematicidas e bioestimulantes. Seus benefícios incluem manutenção da qualidade fisiológica da semente e amplo espectro de controle de pragas e doenças iniciais da cultura do milho, o que contribui para um estande mais uniforme, com melhor cobertura e precisão de dose.
Sobre a Corteva
A Corteva, Inc. (NYSE: CTVA) é uma empresa global agrícola que combina inovação e liderança do setor, elevado envolvimento com o cliente e execução operacional para fornecer soluções lucrativas para os principais desafios agrícolas do mundo. A Corteva gera preferência de mercado vantajosa por meio de sua estratégia de distribuição, junto com seu mix equilibrado e globalmente diversificado de sementes, proteção de cultivos, produtos digitais e serviços. Com algumas das marcas mais reconhecidas na agricultura e um pipeline de tecnologia bem posicionado para impulsionar o crescimento, a empresa está comprometida em maximizar a produtividade dos agricultores, enquanto trabalha com stakeholders em todo o sistema alimentar, cumprindo sua promessa de enriquecer a vida daqueles que produzem e consomem, garantindo o progresso das próximas gerações. Mais informações disponíveis em www.corteva.com
Fonte: Assessoria de Imprensa Corteva
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Sustentabilidade
Manejo integrado de pragas e doenças é tema de workshop da Abrapa nos dias 13 e 14 de maio – MAIS SOJA

Nos dias 13 e 14 de maio, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) promove o Workshop de Manejo Integrado de Pragas e Doenças na Cultura do Algodão, em Brasília. Com palestrantes internacionais e público estratégico, o evento reforça um dos compromissos de sustentabilidade da entidade firmados por meio do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), trazendo um grande panorama sobre desafios e soluções no uso eficiente de insumos.
Estimativas do IMEA (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) apontam que, para a safra 2025/2026, o custo com pesticidas equivale a 30% do custo operacional efetivo (COE) e 28% do custo operacional total (COT) do algodão no Mato Grosso, principal estado produtor da fibra no Brasil. Nesse cenário, a eficiência do controle de pragas e doenças é fundamental para a rentabilidade da atividade, além de promover benefícios ambientais, como o equilíbrio dos ecossistemas e o fortalecimento dos processos regenerativos naturais. O workshop será realizado em parceria com a Bayer, e terá 20 apresentações, em formatos de palestras, casos técnicos e mesas-redondas. Entre os assuntos, manejo integrado de pragas (MIP), biotecnologias e bioinsumos.
“Reunimos representantes de diferentes regiões produtoras do País e trouxemos especialistas de nações tradicionais na produção de algodão, como a Austrália e os Estados Unidos. Nosso objetivo é promover a atualização técnica do cotonicultor brasileiro fomentar a troca de experiências entre diferentes realidades produtivas”, observou o presidente da Abrapa, Gustavo Piccoli.
Piccoli conduz a abertura oficial do Workshop de Manejo Integrado no dia 13 de maio, às 8h30. A programação inclui palestras do Dr. Gary Fitt, pesquisador da Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO), da Austrália, que falará sobre a experiência australiana no manejo de insetos e áreas de refúgio. Já o Dr. Dominic Reiseg, da North Carolina State University, abordará o gerenciamento de insetos no sul dos Estados Unidos com culturas Bt (plantas geneticamente modificadas).
Além da Abrapa, participam do workshop organizações como Embrapa, Better Cotton, Esalq, ImaMT, Amipa, IGA e Fundação Chapadão, além de representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Ministério do Meio Ambiente (MMA). Confira a programação na íntegra: https://bit.ly/abrapa250509
Fonte: Abrapa
Autor:ABRAPA
Site: Abrapa
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Soja/Cepea: Negócios são lentos no Brasil – MAIS SOJA

As negociações envolvendo soja em grão estão lentas no Brasil, limitadas pela disparidade entre os preços ofertados por compradores e os pedidos por vendedores. Segundo pesquisadores do Cepea, demandantes estão atentos às quedas externas e dos prêmios de exportação no Brasil, que diminuíram a paridade de exportação. Além disso, o ambiente é de oferta nacional recorde e de aumento na oferta na Argentina.
Já vendedores estão de olho nas exportações elevadas em abril e na expectativa de maior demanda externa para os próximos meses. Em abril, o Brasil escoou 15,27 milhões de toneladas de soja, crescimento de 4,2% sobre o volume de março e 4,2% acima do exportado há um ano, de acordo com a Secex. Trata-se do terceiro maior volume de soja escoado pelo País, atrás apenas do de junho/23 (15,58 milhões de toneladas) e de abril/21 (16,11 milhões de toneladas). Para a China, especificamente, o volume embarcado caiu 3% de março para abril.
Fonte: Cepea
Autor:Cepea
Site: CEPEA
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