Sustentabilidade
Análise Ceema: Cotações da soja, em Chicago, voltaram a recuar nesta semana – MAIS SOJA

Por Argemiro Luís Brum
Após um ensaio de recuperação, as cotações da soja, em Chicago, voltaram a recuar nesta semana. O bushel da oleaginosa, para o primeiro mês cotado, fechou a quinta-feira (08) em US$ 10,36, contra US$ 10,40 uma semana antes.
O mercado espera o relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 12/05, o qual será o primeiro que trará projeções para as safras futuras.
Enquanto isso, o plantio da soja, nos EUA, continua avançando bem, apoiado por um clima positivo. O mesmo atingiu a 30% da área esperada no dia 04/05, contra a média de 23% para esta data. Do total semeado, 7% das lavouras haviam germinado, contra 5% na média.
Já na Argentina, a colheita da soja está atrasada, sofrendo paralisações devido a chuvas. Segundo o Ministério da Agricultura local, a atual colheita está nove pontos percentuais atrás do ritmo do ano passado, chegando a 25% da área colhida neste início de maio. A produção final argentina continua estimada em 49 milhões de toneladas.
E no Brasil, os preços da soja voltaram a recuar, puxados pelo recuo em Chicago, pelo recuo no valor dos prêmios (maio veio a US$ 0,35/bushel em Paranaguá) e um câmbio que chegou a flertar com os R$ 5,60 por dólar durante a semana (na manhã de quinta-feira, 08/05, estava em R$ 5,74).
Além disso, a colheita brasileira está praticamente finalizada, restando pouca coisa no Rio Grande do Sul. Ao mesmo tempo, os produtores venderam mais para cumprir os compromissos de custeio com vencimento no final de abril, fato que aumentou a oferta sem um acompanhamento da demanda.
Por sua vez, indo ao encontro das últimas estimativas da Abiove, analistas privados indicam uma safra final brasileira em 168,4 milhões de toneladas, com o Mato Grosso podendo superar as 50 milhões de toneladas. Se não fosse a forte perda gaúcha, perto de 11 milhões de toneladas, a produção nacional teria se aproximado de 180 milhões de toneladas. Por outro lado, a estimativa de exportação continua em 107 milhões de toneladas para o corrente ano comercial, auxiliada pela guerra comercial entre EUA e China (neste último caso, há negociações acontecendo entre os dois países para que esse problema, criado pelos EUA, seja vencido). Mesmo assim, os estoques finais brasileiros estão sendo esperados em 4,6 milhões de toneladas (cf. StoneX).
E no Mato Grosso, segundo o Imea, o próximo ciclo de plantio da soja (2025/26) deverá assistir a um aumento de 1,67% na área daquele estado, com os produtores indicando cautela. A nova safra será semeada somente a partir de setembro naquela região, mas as primeiras estimativas dão conta de uma área ao redor de 13 milhões de hectares. O aumento nos custos de produção inibe os produtores a avançarem em maior plantio. As estimativas atuais dão conta de um aumento de 3,75% nestes custos. Para o novo ciclo, a produtividade média poderá recuar 8,8% em relação ao ano anterior, com a mesma ficando em 60,5 sacos/hectare. Desta forma, usando a produtividade média dos últimos três anos, a expectativa final de produção futura é de 47,2 milhões de toneladas naquele estado, ou seja, 7,3% a menos do que a atual colheita.
Enfim, segundo a Anec, a exportação de soja, pelo Brasil, em maio, está estimada em 12,6 milhões de toneladas, contra 13,47 milhões no mesmo mês do ano passado. Em abril passado as exportações atingiram a 13,5 milhões de toneladas.
E pelo lado dos custos futuros de produção (safra 2025/26), 60% dos fertilizantes necessários já estariam comprados pelos produtores brasileiros. O mercado avalia que a menor disponibilidade de crédito, os juros altos (nesta semana a Selic subiu 0,5 ponto percentual, passando a 14,75% ao ano), a pressão ambiental e os custos mais elevados, deverão frear o aumento da área de soja no país. Segundo estudo da Agrinvest Commodities, usando como base o município de Sorriso (MT), o custo do produtor local de soja, com insumos, irá passar “de R$ 2.725,19 para R$ 3.306,14 (+21.3%), levando o custo total de um hectare a saltar de R$ 5.599,08 para R$ 6.598,98 (17,8%). Considerando uma produtividade média de 65 sacos por hectare e um preço médio de venda de R$ 119,33/saco, a margem bruta cairia de R$ 3.025,89 para R$ 2.929,18 por hectare (3,2%), e o lucro recuaria 34,1%, ficando em R$ 1.157,47, contra R$ 1.756,59 na safra 2024/25”.
Isto tudo se o clima permitir a produtividade projetada e que os preços se mantenham ao redor de R$ 119,00/saco. Diante de tal cenário, é possível que os produtores brasileiros invistam em menos tecnologia para fazer a futura lavoura de soja, além de pouco aumentarem a área semeada, o que tende a comprometer, justamente, a produtividade média.
E há cenários diferentes no Brasil, quanto a aquisição de fertilizantes. Enquanto no Mato Grosso cerca de 80% dos fertilizantes estão comprados pelos produtores locais, no Rio Grande do Sul falta ainda a comprar 75% do insumo.
Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).
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Sustentabilidade
Ritmo moderado e preços estáveis marcam mercado brasileiro de algodão – MAIS SOJA

Ao longo da semana, o mercado físico do algodão manteve um ritmo moderado, com negócios pontuais e interesse concentrado em contratos para entrega futura. As negociações no início da semana foram marcadas por volumes modestos e cotações variando entre estabilidade e leve alta.
Na terça-feira, houve movimentação tanto no mercado spot quanto para entrega em 30 dias, mas sem grande intensidade. A quarta-feira foi ainda mais calma, com baixa demanda para entrega imediata, embora tenha surgido algum interesse por contratos para 30 dias e para a safra de 2026. Já na quinta-feira, as praças de comercialização registraram atividade moderada, com os preços permanecendo praticamente inalterados.
Para o algodão colocado na indústria de São Paulo, o valor oscilou na faixa de R$ 4,33/libra-peso na quinta-feira, dia 8. Na semana anterior, estava cotado a R$ 4,35/libra-peso, desvalorização de 0,46%.
Em Rondonópolis, no Mato Grosso, o valor da pluma paga ao produtor ficou em R$ 4,16 por libra-peso no dia 8, o que corresponde a R$ 137,63 por arroba. Este valor recuou 0,36% em relação a R$ 4,18 por libra-peso (ou R$ 138,13 por arroba), quando a pluma trocava de mão na semana passada.
Expectativa de produtividade da safra 2024/25 – Imea
Com o fim do beneficiamento do algodão da safra 23/24 em Mato Grosso, foi possível consolidar a produção de pluma do ciclo, a qual ficou em 2,60 milhões de toneladas. Dessa forma, o volume é 2,03% inferior ao da estimativa passada, devido ao menor rendimento para o ciclo, porém, a produção ainda é 11,91% superior ao da safra 2022/23.
Já com relação à safra 2024/25, a estimativa, de maio/25, de área permaneceu em 1,51 milhão de hectares, elevação de 2,97% em relação à safra 2023/24. No entanto, a produtividade esperada apresentou aumento de 1,72% em relação à projeção passada, ficando em 289,15 arroba/ha, pautado pelas condições climáticas favoráveis no estado, o que permitiu o bom desenvolvimento das lavouras mesmo com 46,52% da área sendo semeada fora da janela considerada ideal.
Por fim, diante do aumento na expectativa de produtividade, a produção de algodão em caroço ficou projetada em 6,53 milhões de toneladas, aumento de 2,07% no comparativo anual. As informações partem do Imea.
Fonte: Sara Lane – Safras News
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Exportações brasileiras de arroz patinam e mercado não ganha força – MAIS SOJA

Uma combinação de fatores internos e externos continua a pressionar o mercado brasileiro de arroz, dificultando sua competitividade no cenário internacional. A afirmação é do analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira.
As exportações enfrentam obstáculos crescentes, com mais um revés registrado recentemente: a perda de um carregamento de arroz em casca para o Uruguai. “A principal razão está nos preços menos atrativos praticados pelo Brasil em comparação aos vizinhos do Mercosul”, explica o analista.
Essa diferença tem inviabilizado negócios, especialmente em um mercado onde o preço continua sendo fator decisivo. “A rigidez do produtor brasileiro em manter as pedidas elevadas, embora compreensível diante dos custos internos, revela um descompasso com a estratégia mais flexível e agressiva dos vizinhos”, explica o consultor.
“Uruguai e Paraguai, tradicionalmente mais pragmáticos, tendem a escoar seus estoques mesmo com prejuízo pontual, priorizando liquidez e equilíbrio de mercado”, exemplifica Oliveira. “O Brasil, ao manter uma postura mais conservadora e menos orientada à exportação como válvula de escape, corre o risco de encerrar o ano com significativo volume estocado, enquanto os concorrentes terão limpado seus armazéns”, prevê.
Em abril, segundo dados do MDIC, a balança comercial do arroz registrou o seguinte cenário: nas exportações, foram embarcadas 28,7 mil toneladas de arroz em casca e 37,8 mil toneladas de arroz beneficiado. Nas importações, o país adquiriu 3,1 mil toneladas de casca e expressivos 71,9 mil toneladas de arroz beneficiado. Convertendo todos os volumes para base casca, o mês encerrou com déficit de 24,5 mil toneladas.
“Se não houver revisão urgente na política de comercialização externa — seja por parte dos produtores, seja por parte dos agentes exportadores — o país poderá não apenas acumular estoques volumosos, como também contribuir para a formação de um ambiente interno ainda mais pressionado pela oferta excedente e retração de preços”, finaliza.
Em relação aos preços, a média da saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros, pagamento à vista) fechou a quinta-feira (8) em R$ 76,46, queda de 0,08% em relação à semana anterior. Na comparação com o mesmo período do mês passado, o recuo era de 0,37%. Em relação a 2024, a desvalorização atingia 30,86%.
Fonte: Rodrigo Ramos/ Agência Safras News
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Até quando podemos aplicar 2,4-D na pós-emergência no trigo? – MAIS SOJA

O controle de plantas daninhas no trigo é determinante para a manutenção do potencial produtivo da cultura. As plantas daninhas matocompetem com as plantas de trigo por recursos como água, radiação solar e nutrientes, prejudicando o crescimento da cultura, a produtividade da lavoura e a qualidade do trigo produzido.
Embora distintas práticas de manejo possam ser utilizadas para o controle das plantas daninhas, o controle químico por meio do emprego de herbicidas é o método mais utilizado em escala comercial. Herbicidas seletivos a base de iodosulfuron-methyl, metsulfuron-methyl, bentazone e 2,4-D, são utilizados para o controle de plantas daninhas de folha larga (dicotiledôneas) em lavouras de trigo.
Sobretudo, alguns cuidados necessitam ser adotados ao empregar herbicidas na pós-emergência do trigo, para que danos à cultura não sejam observados, especialmente se tratando de herbicidas hormonais como o 2,4-D, considerado um mimetizador da auxina que atua como regulador do crescimento.
Uma das principais dificuldades relacionadas ao uso do 2,4-D do trigo diz respeito ao momento ideal de aplicação. A maioria das bulas recomenda que a realização de apenas uma pulverização do 2,4-D na pós-emergência do trigo, em período e dose recomendada, a fim de evitar efeitos fitotóxicos à cultura.
O uso do 2,4-D provoca mudanças metabólicas e bioquímicas nas plantas. O mecanismo de ação envolve os sistemas enzimáticos carboximetil celulase e RNA polimerase, que influenciam a plasticidade da membrana celular e o metabolismo de ácidos nucléicos. Altas concentrações desses produtos nas regiões meristemáticas do caule ou da raiz reduzem a síntese de ácidos nucléicos em plantas sensíveis (Rizzardi s.d.).
Embora o trigo seja considerado tolerante ao 2,4-D, essa tolerância varia de acordo com o posicionamento do produto e dose do herbicida. De acordo com Rizzardi (s.d.), aplicações muito precoces podem causar deformações morfológicas. A aplicação de 2,4-D pode reduzir o rendimento de grãos pela interferência nos primórdios de espiguetas, localizadas no ápice de crescimento (geralmente denominado “ponto de crescimento”). Já aplicações tardias (após o início do alongamento) causam redução no rendimento de grãos devido à interferência na fase de esporogênese.
Dentre os principais sintomas de toxicidade observados no trigo em função da aplicação equivocada do 2,4-D, destacam-se a má formação das espigas, folhas enroladas, a estatura reduzida das plantas e a retenção das espigas no colmo após a elongação (Figura 1).
Figura 1. Sintomas de toxidade de fitotoxidade de 2,4-D em trigo.
Até quando aplicar 2,4-D no trigo para evitar efeitos fitotóxicos?
No geral, recomenda-se que seja realizada apenas uma pulverização de 2,4-D na pós-emergência do trigo. A fase compreendida entre o estádio do afilhamento e o início da elongação do colmo é o período de maior tolerância do trigo ao 2,4-D (Rizzardim s.d.).
Para maior eficiência no controle, o 2,4-D deve ser aplicado quando as plantas daninhas estiverem com 2 a 6 folhas. Em trigo a partir do estádio do início do perfilhamento até o início da elongação, antes do início da diferenciação floral (Roman; Varga;, Rodrigues, 2006; Almeida, 2024; Rizzardi, s.d.), o 2,4-D pode ser aplicado sem prejuízos, desde que seguidas as orientações presentes na bula do herbicida.
Figura 2. Período recomendado para aplicação do 2,4-D em trigo, para o controle de plantas daninhas de folha larga.
Veja mais: Por que e quando aplicar regulador de crescimento no trigo?
Referências:
ALMEIDA, J. L. INFORMAÇÕES TÉCNICAS PARA TRIGO E TRITICALE: SAFRAS 2024 & 2025. Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária, 2024. Disponível em: < https://static.conferenceplay.com.br/conteudo/arquivo/infotecnitrigotriticalesafras20242025livrodigitalfinal-1721832775.pdf >, acesso em: 07/05/2025.
RIZZARDI, M. A. MANEJO QUÍMICO: 2,4-D EM TRIGO. Up. Herb. Disponível em: < https://www.upherb.com.br/int/2-4-d-em-trigo#:~:text=Em%20rela%C3%A7%C3%A3o%20a%20cultura%20do,ao%20in%C3%ADcio%20da%20diferencia%C3%A7%C3%A3o%20floral. >, acesso em: 07/05/2025.
ROMAN, E. S; VARGAS, L. RODRIGUES, O. MANEJO E CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM TRIGO. Embrapa, Documentos, n. 63, nov. 2006. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/852518/1/pdo63.pdf >, acesso em: 07/05/2025.
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