Sustentabilidade
Análise Ceema: Milho fechou a quinta-feira em Chicago em US$4,39/bushel – MAIS SOJA

Por Argimiro Luís Brum
O primeiro mês cotado, em Chicago, fechou a quinta-feira (08) em US$ 4,39/bushel de milho. Uma semana antes o valor do mesmo foi de US$ 4,63.
Aqui, igualmente, o mercado espera com expectativa crescente o relatório de oferta e demanda do USDA, previsto para o dia 12/05. Este será o primeiro relatório do ano a apontar as projeções iniciais para a safra e comercialização do ano de 2025/26.
Enquanto isso, nos EUA, a área plantada com milho chegou a 40% do total esperado até o dia 04/05. A média histórica, para a data, é de 39%. Do total semeado, 11% das lavouras haviam germinado, contra 9% na média.
Já na China, informações extra-oficias dão conta de que o país irá aumentar de quatro a cinco vezes sua área de milho transgênico. “Após décadas de cautela, o maior importador mundial de milho e soja aumentou nos últimos dois anos as aprovações de diversas variedades de sementes geneticamente modificadas, promovendo o cultivo biotecnológico, ou tecnologia geneticamente modificada, como uma forma de aumentar a segurança alimentar. Assim, a área de milho transgênico, no país asiático, deverá aumentar para 3,3 milhões de hectares neste ano. Isso poderá reduzir as importações deste cereal por parte dos chineses. Em 2024, os EUA forneceram 15% das importações de milho da China. Dito isso, o milho transgênico representará apenas 7% da área total semeada com milho naquele país, contra 90% nos EUA e Brasil.
E aqui no Brasil, os preços do milho continuaram com viés de baixa. A média gaúcha fechou a semana em R$ 65,88/saco, perdendo quase dois reais em relação a semana anterior. Já o valor praticado nas principais praças gaúchas ficou em R$ 63,00/saco, contra R$ 64,00 uma semana antes. E os valores nas demais regiões brasileiras, giraram entre R$ 61,00 e R$ 76,00/saco, contra R$ 63,00 e R$ 76,00 na semana anterior.
Já na B3, os preços futuros do milho finalizaram o dia 07/05 com movimentações negativas. As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 65,00 e R$ 74,46/saco. Essa foi a nona sessão de desvalorizações nos últimos dez pregões da B3 para os contratos do cereal. De acordo com análise da Agrinvest, a aproximação da colheita da safrinha 2025 e as boas perspectivas de produção, especialmente uma safra cheia esperada para o Centro-Oeste, seguem puxando os preços para baixo. Lembrando que, em abril, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas – SP) já acumulou baixa de 8,6% para o milho.
Dito isso, a StoneX elevou sua estimativa de produção nacional total para 132,4 milhões de toneladas, sendo que a safrinha chegaria a 104,3 milhões em 2024/25, enquanto a safra de verão teria atingido a 25,9 milhões de toneladas e a terceira safra um pouco mais de 2 milhões.
Em paralelo, a Aprosoja do Mato Grosso do Sul apresentou um estudo sobre os custos de produção da segunda safra de milho de 2024/25. De acordo com o mesmo, considerando todas as despesas (diretas e indiretas) da atividade, incluindo custos fixos e variáveis, “para produzir um hectare de milho em sistema de cultivo solteiro, o agricultor daquele estado desembolsou mais de R$ 4.700,00, o que corresponde a 89,5 sacos por hectare. Os cálculos foram realizados com base na produtividade média estimada de 81 sacos por hectare, e no preço médio de R$ 50,00 por saco de 60 quilos. Os itens de maior peso no custeio da lavoura foram os fertilizantes, que correspondem a 41,8% do total, o equivalente a 24,2 sacos/ha, seguidos pelas sementes, responsáveis por 27,3% ou 15,8 sacos/ha e inseticidas, que representam 9,8%, equivalente a 5,7 sacos/ha, contribuindo significativamente para a composição final do custo.
Além dos insumos, o levantamento apontou despesas administrativas, assistência técnica, armazenagem, transporte, juros e depreciação de maquinário como componentes do custo operacional da lavoura. Já o custo total contemplou, ainda, a remuneração do capital investido. Nas áreas com rotação de cultura, onde o milho é utilizado para amortizar os custos da safra de soja, o custo por hectare cai para R$ 3.278,83 ou 65,6 sacos. Contudo, os fertilizantes e sementes seguem como as principais despesas do custeio, representando, juntos, 70% do total, equivalente a 40 sacos/ha”.
A conclusão do estudo é que a cada safra que passa as margens de lucro estão cada vez mais reduzidas, exigindo do produtor “uma capacidade de planejamento, gestão e tomada de decisões muito eficientes”. Outra conclusão, que é óbvia, foi de que “o milho, em rotação com a soja, é mais vantajoso economicamente. Neste modelo, o lucro é de 15,4 sacos, enquanto no sistema solteiro, o custo em saco por hectare ultrapassa a estimativa média de produtividade”.
Essa é uma realidade que pode ser repassada a todas as regiões produtoras nacionais, tanto na primeira quanto na segunda safra, guardados os valores e as características regionais.
Dito isso, enquanto a iniciativa privada espera uma safra total de milho, no Brasil, entre 132 e 135 milhões de toneladas, o Imea elevou em 3,9% sua previsão de safra para o Mato Grosso, a 48,9 milhões de toneladas, o que seria uma alta anual de 3,6%. Naquele estado, a produtividade alcançaria 114,5 sacos/hectare.
Já em termos de Brasil, o desenvolvimento das lavouras da segunda safra, segundo a Conab, segue avançando. Até o dia 04/05 cerca de 1% das mesmas estavam em fase de maturação. Ao mesmo tempo, 44,3% estavam em enchimento de grãos, 43,6% em floração e 11% em desenvolvimento vegetativo. A maioria das lavouras apresenta boas condições no Mato Grosso, enquanto no Paraná, a redução das chuvas afeta o potencial produtivo da cultura em grande parte do estado. Neste caso, segundo o Deral, as lavouras semeadas se dividiam entre 7% ainda em desenvolvimento vegetativo, 26% em floração, 61% em frutificação e 6% já em maturação. Por sua vez, 62% das lavouras estavam em boas condições, 24% em condições médias e 14% ruins.
A Conab também informou que a colheita da safra de verão chegou, nesta semana, a 73,3% do total cultivado, contra 71,4% da média.
Enfim, a Secex apontou que o volume embarcado de milho, em abril, chegou a 178.347 toneladas, ficando 170% acima do volume de abril do ano passado. Esta performance se deve em muito à guerra comercial entre EUA e China. Já o preço médio, pago pela tonelada do milho brasileiro, caiu 23,8% em comparação com abril de 2024, ficando em US$ 274,30.
Fonte: Informativo CEEMA UNIJUÍ, do prof. Dr. Argemiro Luís Brum¹
1 – Professor Titular do PPGDR da UNIJUÍ, doutor em Economia Internacional pela EHESS de Paris-França, coordenador, pesquisador e analista de mercado da CEEMA (FIDENE/UNIJUÍ).
Post Views: 1
Sustentabilidade
Inoculante biológico melhora crescimento de Paineira Rosa

Um estudo conduzido pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), utilizando mudas de Paineira Rosa, conseguiu resultados promissores. As plantas tiveram um aumento de 8 cm na altura média com a otimização na proporção de composto do substrato. O objetivo do estudo é explorar os benefícios do uso de diferentes volumes de composto orgânico.
Outro foco da pesquisa foi testar o uso do inoculante biológico Azospirillum brasilense. Este aditivo microbiano tem como unção promover o crescimento vegetal.
O trabalho busca entender como estas práticas beneficiam o desenvolvimento da muda, utilizada para reflorestamento e arborização urbana.
“As mudas tratadas com inoculante atingiram altura máxima de 68,23 cm com 44% de composto, enquanto as sem inoculante alcançaram 60,2 cm com 46% de composto. Além disso, observou-se maior crescimento do diâmetro do caule no tratamento com inoculante, demonstrando seu impacto positivo no desenvolvimento inicial das plantas” afirma Estêvão Vicari Mellis, pesquisador do IAC.
Os substratos utilizados no estudo, formados por areia, utilizam diferentes proporções de um composto produzido na Usina Verde, na fazenda Santa Eliza do IAC. Segundo Mellis, as mudas de paineira apresentaram desenvolvimento significativamente superior com o uso combinado do composto e do inoculante.
O alvo da pesquisa é promover práticas agrícolas mais sustentáveis e com impacto ambiental positivo. Sobretudo, além do aprimoramento nas técnicas de adubação, o projeto visa criar alternativas para a compensação da emissão de gases do efeito estufa. Alinhando, assim, o cultivo à gestão das mudanças climáticas.
“Os objetivos vão além dos laboratórios: as mudas cultivadas poderão ser usadas para mitigar emissões de GEE geradas por outros projetos de pesquisa. Este diferencial, alinhado às tendências globais de sustentabilidade, busca atrair investidores de parcerias público-privadas para dar continuidade a esse trabalho e ampliar o alcance do projeto”, como afirma Mellis.
*Texto sob supervisão do jornalista Thiago Dantas
Sustentabilidade
Ritmo moderado e preços estáveis marcam mercado brasileiro de algodão – MAIS SOJA

Ao longo da semana, o mercado físico do algodão manteve um ritmo moderado, com negócios pontuais e interesse concentrado em contratos para entrega futura. As negociações no início da semana foram marcadas por volumes modestos e cotações variando entre estabilidade e leve alta.
Na terça-feira, houve movimentação tanto no mercado spot quanto para entrega em 30 dias, mas sem grande intensidade. A quarta-feira foi ainda mais calma, com baixa demanda para entrega imediata, embora tenha surgido algum interesse por contratos para 30 dias e para a safra de 2026. Já na quinta-feira, as praças de comercialização registraram atividade moderada, com os preços permanecendo praticamente inalterados.
Para o algodão colocado na indústria de São Paulo, o valor oscilou na faixa de R$ 4,33/libra-peso na quinta-feira, dia 8. Na semana anterior, estava cotado a R$ 4,35/libra-peso, desvalorização de 0,46%.
Em Rondonópolis, no Mato Grosso, o valor da pluma paga ao produtor ficou em R$ 4,16 por libra-peso no dia 8, o que corresponde a R$ 137,63 por arroba. Este valor recuou 0,36% em relação a R$ 4,18 por libra-peso (ou R$ 138,13 por arroba), quando a pluma trocava de mão na semana passada.
Expectativa de produtividade da safra 2024/25 – Imea
Com o fim do beneficiamento do algodão da safra 23/24 em Mato Grosso, foi possível consolidar a produção de pluma do ciclo, a qual ficou em 2,60 milhões de toneladas. Dessa forma, o volume é 2,03% inferior ao da estimativa passada, devido ao menor rendimento para o ciclo, porém, a produção ainda é 11,91% superior ao da safra 2022/23.
Já com relação à safra 2024/25, a estimativa, de maio/25, de área permaneceu em 1,51 milhão de hectares, elevação de 2,97% em relação à safra 2023/24. No entanto, a produtividade esperada apresentou aumento de 1,72% em relação à projeção passada, ficando em 289,15 arroba/ha, pautado pelas condições climáticas favoráveis no estado, o que permitiu o bom desenvolvimento das lavouras mesmo com 46,52% da área sendo semeada fora da janela considerada ideal.
Por fim, diante do aumento na expectativa de produtividade, a produção de algodão em caroço ficou projetada em 6,53 milhões de toneladas, aumento de 2,07% no comparativo anual. As informações partem do Imea.
Fonte: Sara Lane – Safras News
Post Views: 5
Sustentabilidade
Exportações brasileiras de arroz patinam e mercado não ganha força – MAIS SOJA

Uma combinação de fatores internos e externos continua a pressionar o mercado brasileiro de arroz, dificultando sua competitividade no cenário internacional. A afirmação é do analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira.
As exportações enfrentam obstáculos crescentes, com mais um revés registrado recentemente: a perda de um carregamento de arroz em casca para o Uruguai. “A principal razão está nos preços menos atrativos praticados pelo Brasil em comparação aos vizinhos do Mercosul”, explica o analista.
Essa diferença tem inviabilizado negócios, especialmente em um mercado onde o preço continua sendo fator decisivo. “A rigidez do produtor brasileiro em manter as pedidas elevadas, embora compreensível diante dos custos internos, revela um descompasso com a estratégia mais flexível e agressiva dos vizinhos”, explica o consultor.
“Uruguai e Paraguai, tradicionalmente mais pragmáticos, tendem a escoar seus estoques mesmo com prejuízo pontual, priorizando liquidez e equilíbrio de mercado”, exemplifica Oliveira. “O Brasil, ao manter uma postura mais conservadora e menos orientada à exportação como válvula de escape, corre o risco de encerrar o ano com significativo volume estocado, enquanto os concorrentes terão limpado seus armazéns”, prevê.
Em abril, segundo dados do MDIC, a balança comercial do arroz registrou o seguinte cenário: nas exportações, foram embarcadas 28,7 mil toneladas de arroz em casca e 37,8 mil toneladas de arroz beneficiado. Nas importações, o país adquiriu 3,1 mil toneladas de casca e expressivos 71,9 mil toneladas de arroz beneficiado. Convertendo todos os volumes para base casca, o mês encerrou com déficit de 24,5 mil toneladas.
“Se não houver revisão urgente na política de comercialização externa — seja por parte dos produtores, seja por parte dos agentes exportadores — o país poderá não apenas acumular estoques volumosos, como também contribuir para a formação de um ambiente interno ainda mais pressionado pela oferta excedente e retração de preços”, finaliza.
Em relação aos preços, a média da saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros, pagamento à vista) fechou a quinta-feira (8) em R$ 76,46, queda de 0,08% em relação à semana anterior. Na comparação com o mesmo período do mês passado, o recuo era de 0,37%. Em relação a 2024, a desvalorização atingia 30,86%.
Fonte: Rodrigo Ramos/ Agência Safras News
Post Views: 4
- Tech23 horas ago
CNA orienta produtores sobre o vazio sanitário e o calendário de plantio de soja
- Tech23 horas ago
‘Prêmio Mulheres do Agro’ está com as inscrições abertas para a 8ª edição; saiba como participar
- Featured22 horas ago
Governo de MT fortalece pequenos agricultores e incentiva produção no campo
- Tech22 horas ago
Visita a Pequim deve firmar laços comerciais entre Brasil e China
- Tech21 horas ago
Seis receitas com ovos para um café da manhã especial de Dia das Mães
- Tech20 horas ago
Com USDA à vista, comercialização de soja dispara no Brasil; como ficou o mercado?
- Tech3 horas ago
Pesquisas e ações são armas no combate ao greening no principal cinturão citrícola do país
- Tech2 horas ago
Justiça climática é causa ou oportunidade? Duas gestoras apostam fichas na tese