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. . . . . . . . . . . . . . . 10 de May de 2025

Sustentabilidade

Danos e casos de resistência do capim-arroz a herbicidas em lavouras de arroz – MAIS SOJA

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As plantas do gênero Echinochloa, popularmente conhecidas como capim-arroz, fazem parte de um complexo grupo de plantas daninhas que infestam lavouras de arroz irrigado, e apresentam elevado potencial em causar danos. Dentre as espécies mais comuns do capim-arroz observadas em solos agrícolas, destacam-se a Echinochloa crus-galli, Echinochloa colona e a Echinochloa cruspavonis. Há ainda variedades de capim-arroz dentro das espécies, a exemplo da Echinochloa crus-galli var. crus-galli e da Echinochloa crus-galli var. crus-pavonis, o que torna ainda mais complexa a identificação eficaz dessa planta daninha para um manejo eficiente.

Atualmente, há relatos de casos de resistência simples e múltipla das espécies Echinochloa crus-galli var. crus-galli e Echinochloa crus-galli var. crus-pavonis a herbicidas no Brasil (Heap, 2025). A resistência do capim-arroz a herbicidas, eleva a dificuldade em controlar efetivamente essa planta daninha, aumentando a persistência do capim-arroz em áreas agrícolas.

Tabela 1. Evolução dos casos de resistência de espécies de capim-arroz a herbicidas no Brasil.
Fonte: Heap (2025)

Em especial na cultura do arroz irrigado, o capim-arroz apresenta importância  econômica significativa em função da sua elevada habilidade competitiva. As espécies Echinochloa crus-galli var. crus-galli e Echinochloa crus-galli var. crus-pavonis são comumente encontradas em lavouras de arroz, e a matocompetição delas com a cultura, limita a produtividade do arroz, uma vez que as plantas do gênero  Echinochloa crescem e se desenvolvem rapidamente.

Figura 1. A –  Echinochloa crus-galli var. crus-galli. B – Echinochloa crus-galli var. crus-pavonis.
Fonte: HRAC-BR

Conforme observado por Agostinetto et al. (2010), a medida em que a população infestante de capim-arroz aumenta, tem-se o aumento da matocompetição e com ela o aumento das perdas de produtividade na cultura do arroz. Quanto maior a população do capim-arroz, maiores são as perdas de produtividade na lavoura (figura 2).

Os autores analisaram a interferência e o nível de dano econômico de populações de capim-arroz em arroz irrigado em função do arranjo de plantas da cultura (semeadura com espaçamento entre linhas de 17 e 32 cm e semeadura a lanço).

Figura 2. Perda de produtividade (Pp) de grãos de arroz, cultivar BRS Pelota, em função da população de capim-arroz e de espaçamentos entre linhas, aos 34 dias após a emergência da cultura. Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão-RS, 2006/07. (R2: coeficiente de determinação; QMR: quadrado médio do resíduo; * Significativo a 5%).
Fonte: Agostinetto et al. (2010)

Estima-se que cada planta de capim-arroz por metro quadrado reduz o rendimento de grãos na cultura do arroz irrigado entre 8,4 e 11%. Em infestações severas, a perda da produtividade na cultura pode chegar a 90%, variando conforme fatores como a densidade da infestação, cultivar, período de convivência, manejo da irrigação, entre outros (HRAC-BR, 2025).

De acordo com Agostinetto et al. (2010), quanto mais elevado o potencial de produtividade do arroz, menor será a população de plantas de capim-arroz necessária para superar o nível de dano econômico, tornando compensatória a adoção de medidas de controle da planta daninha.

Nesse contexto, considerando os aspectos observados e o elevado potencial do capim-arroz em reduzir a produtividade do arroz, estratégias eficiente devem ser empregadas para o manejo e controle do capim-arroz, incluindo práticas como a rotação de culturas, a rotação de mecanismos de ação de herbicidas, assim como estratégias que reduzam a dispersão das sementes dessa planta daninha e o ajuste da irrigação, visto que, o  atraso da entrada de água na lavoura em 10 ou 20 dias após aplicação de herbicidas, pode resultar em reduções da produtividade do arroz de 24% e 34% respectivamente em função da matocompetição com o capim-arroz (Agostinetto et al., 2007).


Veja mais: Herbicida revoluciona controle de invasoras do arroz com a tecnologia da formulação encapsulada (CS)


Referências:

AGOSTINETTO, D. et al. INTERFERÊNCIA DE CAPIM-ARROZ (Echinochloa spp.) NA CULTURA DO ARROZ IRRIGADO (Oryza sativa) EM FUNÇÃO DA ÉPOCA DE IRRIGAÇÃO. Planta Daninha, Viçosa-MG, v.25, n. 4, 2007. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/pd/a/4dCGx5gsM8DpgrPFqjgfFZt/?format=pdf&lang=pt >, acesso em: 06/05/2025.

AGOSTINETTO, D. et al. INTERFERÊNCIA E NÍVEL DE DANO ECONÔMICO DE CAPIM-ARROZ SOBRE O ARROZ EM FUNÇÃO DO ARRANJO DE PLANTAS DA CULTURA. Planta Daninha, Viçosa-MG, v. 28, 2010. Disponível em: < https://www.researchgate.net/profile/Andre-Andres/publication/262517524_Interference_and_Economic_Weed_Threshold_Ewt_of_Barnyardgrass_on_Rice_as_a_Function_of_Crop_Plant_Arrangement/links/53d6f52b0cf228d363eab32d/Interference-and-Economic-Weed-Threshold-Ewt-of-Barnyardgrass-on-Rice-as-a-Function-of-Crop-Plant-Arrangement.pdf >, acesso em: 06/05/2025.

HEAP. I. THE INTERNATIONAL HERBICIDE-RESISTANT WEED DATABASE. 2025. Disponível em: < https://weedscience.org/Pages/Species.aspx >, acesso em: 06/05/2025.

HRAC-BR. COMITÊ DE AÇÃO A RESISTÊNCIA AOS HERBICIDAS, 2025. Disponível em: < https://www.hrac-br.org/ >, acesso em: 06/05/2025.


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Sustentabilidade

Ritmo moderado e preços estáveis marcam mercado brasileiro de algodão – MAIS SOJA

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Ao longo da semana, o mercado físico do algodão manteve um ritmo moderado, com negócios pontuais e interesse concentrado em contratos para entrega futura. As negociações no início da semana foram marcadas por volumes modestos e cotações variando entre estabilidade e leve alta.

Na terça-feira, houve movimentação tanto no mercado spot quanto para entrega em 30 dias, mas sem grande intensidade. A quarta-feira foi ainda mais calma, com baixa demanda para entrega imediata, embora tenha surgido algum interesse por contratos para 30 dias e para a safra de 2026. Já na quinta-feira, as praças de comercialização registraram atividade moderada, com os preços permanecendo praticamente inalterados.

Para o algodão colocado na indústria de São Paulo, o valor oscilou na faixa de R$ 4,33/libra-peso na quinta-feira, dia 8. Na semana anterior, estava cotado a R$ 4,35/libra-peso, desvalorização de 0,46%.

Em Rondonópolis, no Mato Grosso, o valor da pluma paga ao produtor ficou em R$ 4,16 por libra-peso no dia 8, o que corresponde a R$ 137,63 por arroba. Este valor recuou 0,36% em relação a R$ 4,18 por libra-peso (ou R$ 138,13 por arroba), quando a pluma trocava de mão na semana passada.

Expectativa de produtividade da safra 2024/25 – Imea

Com o fim do beneficiamento do algodão da safra 23/24 em Mato Grosso, foi possível consolidar a produção de pluma do ciclo, a qual ficou em 2,60 milhões de toneladas. Dessa forma, o volume é 2,03% inferior ao da estimativa passada, devido ao menor rendimento para o ciclo, porém, a produção ainda é 11,91% superior ao da safra 2022/23.

Já com relação à safra 2024/25, a estimativa, de maio/25, de área permaneceu em 1,51 milhão de hectares, elevação de 2,97% em relação à safra 2023/24. No entanto, a produtividade esperada apresentou aumento de 1,72% em relação à projeção passada, ficando em 289,15 arroba/ha, pautado pelas condições climáticas favoráveis no estado, o que permitiu o bom desenvolvimento das lavouras mesmo com 46,52% da área sendo semeada fora da janela considerada ideal.

Por fim, diante do aumento na expectativa de produtividade, a produção de algodão em caroço ficou projetada em 6,53 milhões de toneladas, aumento de 2,07% no comparativo anual. As informações partem do Imea.

Fonte: Sara Lane – Safras News



 


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Exportações brasileiras de arroz patinam e mercado não ganha força – MAIS SOJA

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Uma combinação de fatores internos e externos continua a pressionar o mercado brasileiro de arroz, dificultando sua competitividade no cenário internacional. A afirmação é do analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira.

As exportações enfrentam obstáculos crescentes, com mais um revés registrado recentemente: a perda de um carregamento de arroz em casca para o Uruguai. “A principal razão está nos preços menos atrativos praticados pelo Brasil em comparação aos vizinhos do Mercosul”, explica o analista.

Essa diferença tem inviabilizado negócios, especialmente em um mercado onde o preço continua sendo fator decisivo. “A rigidez do produtor brasileiro em manter as pedidas elevadas, embora compreensível diante dos custos internos, revela um descompasso com a estratégia mais flexível e agressiva dos vizinhos”, explica o consultor.

“Uruguai e Paraguai, tradicionalmente mais pragmáticos, tendem a escoar seus estoques mesmo com prejuízo pontual, priorizando liquidez e equilíbrio de mercado”, exemplifica Oliveira. “O Brasil, ao manter uma postura mais conservadora e menos orientada à exportação como válvula de escape, corre o risco de encerrar o ano com significativo volume estocado, enquanto os concorrentes terão limpado seus armazéns”, prevê.

Em abril, segundo dados do MDIC, a balança comercial do arroz registrou o seguinte cenário: nas exportações, foram embarcadas 28,7 mil toneladas de arroz em casca e 37,8 mil toneladas de arroz beneficiado. Nas importações, o país adquiriu 3,1 mil toneladas de casca e expressivos 71,9 mil toneladas de arroz beneficiado. Convertendo todos os volumes para base casca, o mês encerrou com déficit de 24,5 mil toneladas.

“Se não houver revisão urgente na política de comercialização externa — seja por parte dos produtores, seja por parte dos agentes exportadores — o país poderá não apenas acumular estoques volumosos, como também contribuir para a formação de um ambiente interno ainda mais pressionado pela oferta excedente e retração de preços”, finaliza.

Em relação aos preços, a média da saca de 50 quilos de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros, pagamento à vista) fechou a quinta-feira (8) em R$ 76,46, queda de 0,08% em relação à semana anterior. Na comparação com o mesmo período do mês passado, o recuo era de 0,37%. Em relação a 2024, a desvalorização atingia 30,86%.

Fonte: Rodrigo Ramos/ Agência Safras News



 


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Sustentabilidade

Até quando podemos aplicar 2,4-D na pós-emergência no trigo? – MAIS SOJA

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O controle de plantas daninhas no trigo é determinante para a manutenção do potencial produtivo da cultura. As plantas daninhas matocompetem com as plantas de trigo por recursos como água, radiação solar e nutrientes, prejudicando o crescimento da cultura, a produtividade da lavoura e a qualidade do trigo produzido.

Embora distintas práticas de manejo possam ser utilizadas para o controle das plantas daninhas, o controle químico por meio do emprego de herbicidas é o método mais utilizado em escala comercial. Herbicidas seletivos a base de  iodosulfuron-methyl, metsulfuron-methyl, bentazone e 2,4-D, são utilizados para o controle de plantas daninhas de folha larga (dicotiledôneas) em lavouras de trigo.

Sobretudo, alguns cuidados necessitam ser adotados ao empregar herbicidas na pós-emergência do trigo, para que danos à cultura não sejam observados, especialmente se tratando de herbicidas hormonais como o 2,4-D, considerado um mimetizador da auxina que atua como regulador do crescimento.

Uma das principais dificuldades relacionadas ao uso do 2,4-D do trigo diz respeito ao momento ideal de aplicação. A maioria das bulas recomenda que a realização de apenas uma pulverização do 2,4-D na pós-emergência do trigo, em período e dose recomendada, a fim de evitar efeitos fitotóxicos à cultura.

O uso do 2,4-D provoca mudanças metabólicas e bioquímicas nas plantas. O mecanismo de ação envolve os sistemas enzimáticos carboximetil celulase e RNA polimerase, que influenciam a plasticidade da membrana celular e o metabolismo de ácidos nucléicos. Altas concentrações desses produtos nas regiões meristemáticas do caule ou da raiz reduzem a síntese de ácidos nucléicos em plantas sensíveis (Rizzardi s.d.).

Embora o trigo seja considerado tolerante ao 2,4-D, essa tolerância varia de acordo com o posicionamento do produto e dose do herbicida. De acordo com Rizzardi (s.d.), aplicações muito precoces podem causar deformações morfológicas. A aplicação de 2,4-D pode reduzir o rendimento de grãos pela interferência nos primórdios de espiguetas, localizadas no ápice de crescimento (geralmente denominado “ponto de crescimento”). Já aplicações tardias (após o início do alongamento) causam redução no rendimento de grãos devido à interferência na fase de esporogênese.

Dentre os principais sintomas de toxicidade observados no trigo em função da aplicação equivocada do 2,4-D, destacam-se a má formação das espigas, folhas enroladas, a estatura reduzida das plantas e a retenção das espigas no colmo após a elongação (Figura 1).

Figura 1. Sintomas de toxidade de fitotoxidade de 2,4-D em trigo.
Fonte: OR Sementes.
Até quando aplicar 2,4-D no trigo para evitar efeitos fitotóxicos?

No geral, recomenda-se que seja realizada apenas uma pulverização de 2,4-D na pós-emergência do trigo. A fase compreendida entre o estádio do afilhamento e o início da elongação do colmo é o período de maior tolerância do trigo ao 2,4-D (Rizzardim s.d.).

Para maior eficiência no controle, o 2,4-D deve ser aplicado quando as plantas daninhas estiverem com 2 a 6 folhas. Em trigo a partir do estádio do início do perfilhamento  até o início da elongação, antes do início da diferenciação floral (Roman; Varga;, Rodrigues, 2006; Almeida, 2024; Rizzardi, s.d.), o 2,4-D pode ser aplicado sem prejuízos, desde que seguidas as orientações presentes na bula do herbicida.

Figura 2. Período recomendado para aplicação do 2,4-D em trigo, para o controle de plantas daninhas de folha larga.


Veja mais: Por que e quando aplicar regulador de crescimento no trigo?


Referências:

ALMEIDA, J. L. INFORMAÇÕES TÉCNICAS PARA TRIGO E TRITICALE: SAFRAS 2024 & 2025. Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária, 2024. Disponível em: < https://static.conferenceplay.com.br/conteudo/arquivo/infotecnitrigotriticalesafras20242025livrodigitalfinal-1721832775.pdf >, acesso em: 07/05/2025.

RIZZARDI, M. A. MANEJO QUÍMICO: 2,4-D EM TRIGO. Up. Herb. Disponível em: < https://www.upherb.com.br/int/2-4-d-em-trigo#:~:text=Em%20rela%C3%A7%C3%A3o%20a%20cultura%20do,ao%20in%C3%ADcio%20da%20diferencia%C3%A7%C3%A3o%20floral. >, acesso em: 07/05/2025.

ROMAN, E. S; VARGAS, L. RODRIGUES, O. MANEJO E CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS EM TRIGO. Embrapa, Documentos, n. 63, nov. 2006. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/852518/1/pdo63.pdf >, acesso em: 07/05/2025.


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