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. . . . . . . . . . . . . . . 18 de May de 2025

Sustentabilidade

Quais as principais causas da ocorrência de sementes esverdeadas? – MAIS SOJA

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A ocorrência de sementes esverdeadas é cada vez mais comum em lavouras de soja. Nas últimas safras, lavouras afetadas por condições climáticas adversas têm apresentado significativa presença de sementes esverdeadas, o que tem levantado a algumas indagações quando as possíveis causas desse problema: clima ou manejo ?

De maneira geral, o clima é o principal responsável para ocorrência das sementes esverdeadas. O  estresse  hídrico  e as  altas  temperaturas são os principais fatores que ocasionam a presença de  sementes  esverdeadas em soja,  porém,  não são   os   únicos,   responsáveis por esse fenômeno (Pelissari; Coimbra, 2023).

França-Neto et al., (2012) reforçam que a produção de sementes esverdeadas está associada a submissão das plantas ainda imaturas a condições de estresse, principalmente por altas temperaturas e déficits hídricos durante o período final do enchimento de grãos.

Do ponto de vista fisiológico, a coloração esverdeada dos grãos é consequência da interrupção da ação das enzimas clorofilase e magnésio-chelatase, responsáveis por degradar a clorofila dos grãos ou sementes. Além dos fatores abióticos citados anteriormente, fatores biótipos como sanidade da planta, ocorrência de pragas e a pré-disposição genética, podem acentuar a formação das sementes esverdeadas.

A degradação da clorofila dos grãos é iniciada durante a senescência por fatores endógenos e externos, como estresse hídrico, luz reduzida, variação de temperatura e aumento do teor de etileno, bem como fatores internos, como aumento da permeabilidade da membrana e alterações de pH. Logo, a interrupção do processo natural de senescência, seja pela influência de fatores bióticos ou abióticos pode resultar na formação de grãos verdes, uma vez que o processo de degradação da clorofila dos cotilédones é interrompido (Lemes & Catão, 2024).

Vale destacar que além dos fatores bióticos e abióticos envolvidos na formação das sementes esverdeadas, o uso equivocado de herbicidas para a dessecação pré-colheita da soja pode resultar na ocorrência das sementes esverdeadas. Dentre outros fatores, a ocorrência de sementes esverdeadas pode resultar em danos por deterioração, reduções na germinação, vigor e viabilidade, afetando assim a qualidade fisiológica das sementes.

Figura 1. Sementes de soja esverdeadas (esquerda) e amarelas (direita) da cultivar CD 206, com ilustração da coloração das mesmas com o sal de tetrazólio abaixo das mesmas, mostrando as sérias lesões de deterioração por umidade verificadas nas sementes esverdeadas.
Foto: J. B. França-Neto

Veja mais: Sementes esverdeadas influenciam a qualidade da semente?


Referências:

FRANÇA-NETO, J. B. et al. SEMENTE ESVERDEADA DE SOJA: CAUSAS E EFEITOS SOBRE O DESEMPENHO FISIOLÓGICO – SÉRIE SEMENTES. Embrapa, Circular Técnica, n. 91, 2012. Disponível em: < https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/infoteca/bitstream/doc/924805/1/download.pdf >, acesso em: 09/04/2025.

LEMES, E. M.; CATÃO, H. C. R. M. SOYBEAN SEED COAT CRACKS AND GREEN SEEDS—PREDISPOSING CONDITIONS, IDENTIFICATION AND MANAGEMENT. Seeds, 2024. Disponível em: < https://www.mdpi.com/2674-1024/3/1/11# >, acesso em: 09/04/2025.

PELISSARI, F.; COIMBRA, R. A. SEMENTES DE SOJA ESVERDEADAS: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS NA QUALIDADE FISIOLÓGICA. Scientific Eletronic Archives, 2023. Disponível em: < https://scientificelectronicarchives.org/index.php/SEA/article/view/1686/1753 >, acesso em: 09/04/2025.

Foto de capa: Embrapa


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Sustentabilidade

Abelhas em risco de extinção serão catalogadas em consulta ampla

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Em Goiás, a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) avalia os riscos da extinção de espécies de abelhas no estado. O prazo para a comunidade científica contribuir com as informações é até o dia 12 de junho.

As contribuições devem ser feitas pelo site BioData. Ao acessar a aba “Buscar” é possível encontrar a lista das espécies que serão avaliadas. Ao clicar em cima de cada espécie e depois no botão “consultar”, basta preencher os dados na aba “contribuições”.

Após recebidas, os especialistas avaliarão as contribuições e posteriormente incluirão na ficha de espécies. Assim, o objetivo é direcionar esforços para a conservação da biodiversidade.

Animais em risco de extinção

Pela primeira vez o estado de Goiás terá uma lista de espécies ameaçadas de extinção. Os únicos dados disponíveis atualmente são os dados nacionais do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio). Dessa forma, é possível identificar espécies que estejam em extinção nos limites do território goiano, mas que não sejam reconhecidas em âmbito nacional.

Assim, a ideia é que com as informações coletadas, a Semad possa estabelecer as estratégias específicas para reverter a situação de cada espécie em risco. A análise abrangerá todas as 1,7 mil espécies vertebradas do estado, incluindo mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes.

É devido a essa amplitude de animais que entrarão na análise que toda a comunidade científica está sendo convidada a colaborar com o processo. A avaliação deve levar em consideração a aplicação da metodologia científica da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), reconhecida pelo ICMBio.

Com isso em mente foi desenvolvido o BioData, que é um sistema estadual para avaliações, armazenamento e disponibilização de dados. Por enquanto o site ainda está em acesso restrito à especialistas que participam do processo de avaliação. Mas ao final deste processo, passará a ser de livre acesso para os cidadãos. 

*Sob supervisão de Victor Faverin

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Sustentabilidade

Destaques da semana Mais Soja – MAIS SOJA

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O Portal de conteúdo Mais Soja reúne noticias e artigos sobre a cultura da Soja no Brasil e no Mundo.

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Sustentabilidade

Alunos de rede pública desenvolvem marca de cosméticos naturais

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Um projeto desenvolvido por alunos da rede pública de Mangueirinha, no Paraná, tem despertado o interesse das crianças por meio de ciências da natureza, química e empreendedorismo. 

O Colégio Estadual Professora Hercília França do Nascimento realizou o projeto “Produção de Cosméticos Naturais: Trabalhando a Sustentabilidade e o Empoderamento Feminino na Escola”. A proposta foi baseada em uma abordagem multidisciplinar, buscando, assim, transformar a dinâmica das aulas e expandir o ambiente escolar.

Os alunos foram incentivados a desenvolver produtos cosméticos naturais produzidos com elementos da horta da própria escola.

O começo de tudo

O projeto teve inicio em 2023, após um trabalho onde os alunos desenvolveram inseticidas naturais para o combate a pragas da horta da escola. Na ocasião, a professora Flávia de Mello percebeu que os estudantes demonstravam interesse nesse tipo de temática.

“A proposta surgiu da escuta ativa com os alunos. Eles demonstravam curiosidade e afinidade com temas de autocuidado, sustentabilidade e bem-estar. Unimos isso ao conteúdo abordado em sala e criamos uma experiência prática, na qual eles realmente veem sentido no que estão aprendendo”.

Assim, os alunos foram para o laboratório e passaram a estudar, pesquisar e desenvolver produtos como cera de carnaúba, manteiga de karité, óleo de coco e pigmentos naturais.

“Eles foram testando os produtos, adaptando as fórmulas e abandonando metodologias que não funcionavam. O pigmento do pinhão, por exemplo, foi descoberto através de fervura e moagem”, relata Flávia.

Ao longo de sete meses, os alunos desenvolveram mais de 100 unidades de produtos entre batons, hidratantes labiais, xampus sólidos, sabonetes aromáticos e cremes hidratantes.

Expansão do projeto

Similarmente ao projeto de ciências, surgiu também a marca HF Cosméticos, desenvolvida na disciplina de empreendedorismo.

“Por serem totalmente naturais, atóxicos e veganos, os cosméticos podem ser utilizados com segurança. Isso nos deu tranquilidade para disponibilizá-los à comunidade escolar e ouvir os feedbacks”, conta Flávia. 

O próximo passo para o projeto será a submissão dos produtos à aprovação de órgãos oficiais. A intenção é viabilizar a continuidade do projeto e expansão criativa dos alunos.

Ainda mais, o projeto também se desdobrou na produção de jóias artesanais confeccionadas utilizando fragmentos da natureza, assim como na fabricação de brincos, colares e pulseiras com os mais variados formatos.

O projeto rendeu à escola a vitória no concurso “Projeto TransformAção” realizado pela Engie, empresa de energia renovável. A premiação foi o segundo reconhecimento recebido pela escola, sendo o primeiro pelo projeto de desenvolvimento de inseticidas naturais.

*Sob supervisão de Victor Faverin

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